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A Integração Real da Casa Espírita ao Meio Social

A Integração Real da Casa Espírita ao Meio Social

Um dia desses estávamos, eu e o companheiro Antonio Devanir Leite reunidos em
minha residência tratando da pauta da próxima edição do Correio quando um grupo
de estudantes bateu à porta. Fui atendê-lo e tomei conhecimento de que o grupo composto
de um menino, Pedro Henrique, 11 anos; Solange Cristina, 11 anos e Vanessa, 12 anos,
todos cursando a 6ª série do E d u c a n d á r i o Santo Antônio, escola tradicional
do Bairro estava fazendo uma pesquisa no Bairro em busca de focos do mosquito transmissor
da Dengue, o Aedes Aegypty e concomitantemente esclarecendo as pessoas da necessidade
de se anular os berçários das larvas do tal mosquito. Franqueie-lhes a casa para
que vistoriassem. Felizmente não encontraram qualquer possibilidade, onde o mosquito
pudesse proliferar. O meu amigo disse: “Eis um assunto que pode render ao Correio!”
. Concordei e lhe pedi que buscasse em seu carro sua máquina fotográfica digital
para registrar as imagens dos estudantes. Expliquei-lhes o porquê das fotos e lhes
prometi fazer um texto para publicar em nosso jornal. Promessa que cumpro hoje.

O amigo leitor deve estar se perguntando: “O que esse assunto tem a ver com um
jornal espírita? Aparentemente não tem relação direta. Mas se aprofundarmos a análise
vamos ver que pode ser um bom assunto no jornal espírita, também. Aqueles três garotos
estavam naquele momento, com o apoio da escola em que estudam, exercitando a cidadania,
através da educação. Ora, educação é o cerne da Doutrina Espírita. Está aí a justificativa
de ter me preocupado com esse tema. Há um outro detalhe também importante na ação
daqueles estudantes. A sua peregrinação pelo Bairro significa a escola em busca
da coletividade para ajudá-la a resolver o sério problema da dengue. Este é um grande
exemplo que bem analisado pode ser tranqüilamente absorvido pelo movimento espírita.
Temos milhares de casas espíritas espalhadas por esse nosso país. Já pensou se cada
uma delas saísse a campo, buscando ajudar as coletividades em que estão inseridas?
Claro! Não se pode desprezar o desempenho dessas casas em favor das coletividades.
Quando procuradas, dão o seu quinhão de ajuda material e espiritual. Isso é ponto
pacífico. Entretanto, a minha proposta é que a casa espírita não espere os problemas
chegarem até ela para resolvê-los, ou minorá-los, mas que se dirija ao encontro
dos problemas das sociedades. Pois quantas pessoas existem que não vão ao centro
espírita, ainda que precisem, por questão de preconceito, por ignorância e por outras
amarras? Assim, as coisas seriam facilitadas se o centro espírita fosse ao encontro
dessas criaturas. Claro que a nossa maratona no seio das sociedades não teria o
objetivo de doutrinar quem quer que fosse e sim de prestar serviços. Onde encontrássemos
falta de trabalho, falta de documentos, falta de adaptação profissional, ajudaríamos,
dentro do possível, solucionar esses problemas. Onde encontrássemos fome, proporcionaríamos,
na medida do possível, o alimento, onde encontrássemos desequilíbrio ofereceríamos
as bênçãos dos recursos terapêuticos espíritas, onde encontrássemos sede do saber,
lecionaríamos; onde houvessem desencontros, ofereceríamos a benção da prece, do
Evangelho e do diálogo fraterno; onde houvesse falta de roupa calçado e remédio,
buscaríamos uma forma de arrecadar recursos para suprir essas e outras faltas materiais.
Onde houvesse problemas obsessivos, ofereceríamos os recursos desobsessivos. Quantas
criaturas não há acamadas em casa e nos hospitais sem um olhar de carinho e uma
palavra de esperança? E quantos reeducandos penais não existem por aí ansiosos por
uma palavra fraterna e um papo de amigo? Enfim, em cada circunstância a nossa boa
vontade e o bom senso nos sugerirão o melhor modo para auxiliarmos. Não deixemos
que as larvas do comodismo, da má vontade, do medo de estar fazendo proselitismo,
ou do falso purismo interdite um projeto como o que estou propondo. Para quem tenha
dúvida quanto a sua validade e a sua autenticidade eu lembro que os nossos Paradigmas
exemplificaram ou estão exemplificando: essa ação:

Jesus, durante todo o seu missionato visitou as populações da Palestina. Os Apóstolos
fizeram a mesma coisa, depois veio Paulo de Tarso que viajou por todos os lados,
levando a mensagem de Jesus e curando em nome D´Ele, visitou até mesmo os gentios.
Na velhice, quando suas forças escassearam, passou a escrever cartas para as comunidades,
que ficaram conhecidas como as Epístolas de Paulo. Simão Pedro fez a mesma coisa.
Allan Kardec também realizou suas famosas viagens para falar do Espiritismo e consolar
pessoas. Chico Xavier criou as famosas peregrinações por Uberaba, assistindo os
desvalidos. Divaldo Franco continua correndo o mundo espalhando o perfume e as bênçãos
da Doutrina Espírita.

Avante casa espírita, integre-se, definitivamente ao meio social.

(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 364 de Maio de 2001)

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