Livro dos Espíritos
Era chegada a hora psicológica, para que a Doutrina dos Espíritos fosse
revelada e codificada. Surgiu, então, no cenário do mundo, a figura exponencial
de Hippolyte Léon Denizard Rivail, que, usando o pseudônimo de Allan Kardec,
tomou contato com os fenômenos, e, com a ajuda de três jovens médiuns – Caroline
Baudin, Julie Baudin e Ruth Celine Japhet, conseguiu lançar o arcabouço de uma
nova doutrina, dando à publicidade “O Livro dos .Espíritos” em 1857. A nova
doutrina veio para revolver e revolucionar o mundo inteiro. Seus fundamentos
estão alicerçados sobre a comunicabilidade dos Espíritos, a multiplicidade dos
mundos habitados, a reencarnação e a imortalidade da alma, corroborando, assim,
tudo aquilo que Jesus Cristo nos legou e que está contido nas páginas dos
Evangelhos.
Estava reservada a Allan Kardec a missão portentosa de organizar, através de
uma codificação completa, a nova concepção religiosa da alma, lançando luzes
sobre o verdadeiro sentido dos ensinamentos da doutrina cristã. Kardec foi,
portanto, um missionário que atuou como lídimo intérprete da vontade de
Espíritos de grande elevação, sob a égide do Espírito de Verdade, para que no
mundo fosse implantada uma Doutrina que tem o amplo aspecto de Ciência,
Filosofia e Religião.
O Espiritismo é, portanto, a revivescência do Cristianismo revelado por
Jesus, há quase vinte séculos, e cujos ensinos sofreram, no decorrer dos
séculos, o impacto das deturpações e degenerescência, que objetivavam servir os
interesses escusos de grupos e de pessoas. Aí está, pois, a Terceira Revelação.
Por que o Espiritismo Agrada ?
Em sua viagem, em 1862, em discurso pronunciado nas reuniões dos espiritas de
Lyon e Bordeaux, o Codificador da Doutrina Espirita responde a esta pergunta:
“Por que ele agrada?” É muito fácil explicar.
Ele agrada:
- porque satisfaz à aspiração instintiva do homem, em relação ao futuro;
- porque apresenta o futuro sob um aspecto que a razão pode admitir;
- porque a certeza da vida futura faz com que o homem enfrente, com
paciência, as misérias da vida presente ; - porque com a Doutrina da pluralidade das existências, essas misérias
revelam uma razão de ser, tornam-se explicáveis e, ao invés de serem
atribuídas à Providência, em forma de acusação, passam a ser justificáveis,
compreensíveis e aceitas sem revolta; - porque é um motivo de felicidade saber que os seres que amamos não estão
perdidos para sempre, que os encontraremos e que estão, constantemente, juntos
de nós; - porque as orientações dadas pelos Espíritos são de molde a tornar os
homens melhores em suas relações recíprocas.
Esses e além desses, outros motivos que só os espíritas podem compreender.
Em contrapartida, que sedução oferece o materialismo? O nada.
Com tal elementos, o futuro do Espiritismo não pode ser duvidoso e, todavia,
Se devemos nos surpreender com alguma coisa, será com o fato de que tenha
franqueado um caminho tão rápido através dos preconceitos”.
(“Viagem Espirita em 1862”)
ed. O CLARIM