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O Livro dos Espíritos – I

O Livro dos Espíritos – I

 

Neste mês de abril de 2002 O Livros dos Espíritos completa 145 anos.
Aparentemente é um livro velho, especialmente devido a acelerada evolução
científica do século passado, mas é um livro atual, novo, pois os seus conceitos
não foram ainda inteiramente assimilados e compreendidos, mesmo por um grande
número de espíritas.

Na introdução Kardec faz uma lúcida abordagem de algumas palavras e define o
significado de “alma” para o Espiritismo, afirmando que a alma é o espírito
encarnado. Mas adentrando o capítulo 1º tomamos conhecimento do seu conteúdo,
que trata das causas primárias. Deus e o Infinito.

O livro revoluciona o pensamento até então vigente sobre um Deus
antropomórfico, isto é, com forma de homem, tendo por conseqüência, herdado
virtudes e defeitos humanos. A resposta dos espíritos é muito simples:
Inteligência suprema. Causa primária de todas as coisas. Entretanto, a forma da
pergunta de Kardec também é revolucionária: O Que é Deus? substituindo a velha
forma: Quem é Deus?

Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. Os que negam a existência
de Deus, dão ao acaso uma força extraordinária. Que acaso fabuloso teria criado
o universo? O sentimento de religiosidade é inato no homem e infelizmente a
intelectualidade dos materialistas afirma que o homem que precisa desse
sentimento religioso, que crê na continuidade da vida e em seres invisíveis que
a presidem, são pessoas fracas, que tem medo e precisam se apoiar em algo
mágico, místico, para suportar a vida. Pensam eles, os materialistas, que não
precisam: Ledo engano!

Deus é eterno, imutável, imaterial, único e Todo-Poderoso. Lógico que com
isto não falamos tudo sobre Deus. Talvez uma ínfima parte. Mas, como diz Kardec,
se não podemos saber tudo o que Deus é, sabemos o que ele não pode ser. E com
certeza ele não pode ser esse Deus arbitrário, ciumento, rancoroso, punidor, que
protege alguns em detrimento de muitos; que criou seres diferenciados sem a
necessidade de passar pelas provas humanas, e que até teria gerado um filho
unigênito, diferente de tudo que foi criado antes e depois. Ora, não é atoa que
os teólogos temem o Espiritismo e tentam provar que ele é, exatamente, aquilo
que ele prova que não é.

A lenda de Adão e Eva entra definitivamente para o rol do maravilhoso e
sobrenatural. A Terra começou a ser povoada em vários pontos diferentes. Adão e
Eva são para o Espiritismo a representação de uma raça que habitou uma região do
planeta numa determinada época. Por tanto, fica bem claro que a humanidade não
começou por um primeiro casal, consequentemente não herdamos o pecado original e
não fomos criados para sofrer, e sim para crescer, evoluir, ser perfeitos.

O homem é dotado do fluido vital que lhe dá energia e condições de viver na
matéria. A morte se dá por exaustão dos órgãos, e o espírito, que é o princípio
inteligente do universo, desenvolve-se através das reencarnações sucessivas,
neste e em outros mundos.

O Livro dos Espíritos será alvo de muitas homenagens neste mês de abril,
assim como Allan Kardec, entretanto, a melhor homenagem que podemos fazer a
ambos, é estudar profunda e dedicadamente O Livro dos Espíritos, e, conhecendo-o
como a palma da nossa mão, divulgá-lo com todas as nossas forças. Talvez a
divulgação deste livro ainda não alcançou o seu ápice, porque muitos dos que o
divulgam não o conhecem bem, e muitos outros conhecem por ouvir dizer, e o tem
como um livro religioso, como o é a Bíblia, o Corão, e outros.

Temos no Livro dos Espíritos um compêndio de sociologia cósmica, porque ele
não trata apenas da vida depois da morte, mas da vida independentemente de estar
ou não vinculado a um corpo físico.

A nosso ver ninguém pode dizer-se realmente espírita se não conhecer O Livro
dos Espíritos.