Mocidade é força.
Mas se força não estiver sob a direção da justiça, pode converter-se em
caminho para a loucura.
Mocidade é poder.
Entretanto, se o poder não aceita a orientação do bem, depressa se converte
em tirania do mal.
Mocidade é liberdade.
Todavia, se a liberdade foge à disciplina é, invariavelmente, a descida para
deplorável escravidão.
Mocidade é chama.
No entanto, se a chama não sofre o controle do proveito justo, em breve tempo
se transformará em incêndio devastador.
É carinho.
Mas, se o carinho não possui consciência de responsabilidade, pode ser veneno
mortal para o coração.
Mocidade é beleza da forma.
Contudo, se a beleza da forma não se enriquece com o aprimoramento interior,
não passa de máscara perecível.
É amor.
Entretanto, se o amor não se equilibra na sublimação da alma, cedo se
transformará em paixão infeliz.
É primavera de sonhos.
Todavia, se a primavera de sonhos não se enobrece no trabalho digno, todo o
nosso idealismo será simplesmente um campo de flores mortas.
Se te encontras na hora radiante da juventude, não te esqueças de que o tempo
é nosso julgador implacável.
A plantação de agora será colheita depois. Nossas esperanças, dia a dia, se
materializam nas obras a que nos destinamos. A Lei será sempre a Lei.
Povoam-se e despovoam-se berços e túmulos, para que o espírito, divino
caminheiro, através da mocidade e da velhice do corpo terrestre, desenvolva em
si as asas que o transportarão aos cimos da Vida Eterna.
Assim, se realmente procuras a felicidade incorruptível, confia o teu coração
e a tua mente ao Cristo Renovador a fim de que, jovem de hoje, te faças amanhã o
caráter sem jaça que lhe refletirá no mundo a Divina Vontade.
Extraído do livro “Paz e Libertação”, psicografia de Francisco Cândido
Xavier.