O Dia Internacional da Mulher, anualmente comemorado no dia 8 de março e oficializado pela ONU em 1975, surgiu de homenagem a um grupo de mulheres que pedia melhores condições de trabalho e que foi trancafiado numa fábrica para depois serem queimadas vivas em virtude de severa e cruel reação à justa reivindicação.
Pela viva importância feminina na vida humana e também desejando homenagear as mulheres em geral – seja pela função materna, pelo companheirismo, pela sensibilidade ou pela imensa força moral – lembramo-nos de texto do grande escritor russo Leon Tolstoi, que escreveu em seu livro Ressurreição e Vida, por Yvonne do Amaral Pereira, em texto que transcrevo parcialmente:
“(…) Uma mulher faz falta, e falta desesperadora, na existência de um homem. (…) Seja ela a mãe, a irmã, a esposa, a amante ou a simples criada, há horas na vida de um homem em que a mulher é tão necessária ao seu trato que ele se desorienta e amarga tristeza lhe penetra o coração, desanimando-o, se não a vê servindo-o nas suas mil necessidades cotidianas. Quando contamos apenas vinte ou trinta anos de idade e vivemos ainda ao lado de nossa mãe e irmãs, amparados por seus múltiplos desvelos, não sabemos dar à mulher o seu devido valor. Quando possuímos um lar e temos a esposa como esteio das nossas fraquezas, lenitivo das nossas preocupações e companhia fiel do nosso repouso, também não saberemos reconhecer o tesouro que sua presença representa na existência, onde lutas diárias se multiplicam ao nosso redor. Possuídos do tradicional egoísmo, que torna o homem feroz, acreditamos que assim mesmo é que deve ser, que merecemos tudo isso porque temos direito a tudo, e que elas, as mulheres não cumprem senão um restrito dever, qualquer que seja a sua condição no lar, aturando as nossas impertinências e ingratidões e nos adorando humildemente (…), não obstante o mau trato que recebe. Sondai, porém, o coração do homem que, por qualquer circunstância, vive só, desacompanhado dessa vigilância enternecida e passiva que sua mãe, sua esposa ou sua amante lhe concedem. Indagai dos sentimentos de um homem enfermo, que não encontra ao seu redor a mão suave e branca que lhe ajeite as cobertas no inverno, que lhe sirva e adoce o chá, como se o fizesse a uma criança, ou lhe alise os cabelos com ternura, tentando adormecê-lo. E, então, compreendereis que ele se sentirá o maior dos desgraçados, embora não o confesse jamais, porque o homem é orgulhoso sempre e não confessa que necessita do auxílio da mulher para sentir feliz.”
O texto de Tolstoi faz pensar. Ocorre que esta realidade nem sempre é percebida pelos homens. Por extensão da família no lar, observe-se a dedicação e serviços prestados pela mulher em todos os setores da sociedade humana. Inclusive nos centros e no movimento espírita.
A maioria dos trabalhadores e frequentadores dos Centros Espíritas é composta de mulheres! E trabalham, juntam-se aos homens para manter as Casas e suas atividades em dinâmica constante de estudo, divulgação e assistência aos necessitados, trazendo com sua ternura o verdadeiro sentido da fraternidade que os homens tanta dificuldade encontram para viver.
A presente abordagem comporta a lembrança de vultos femininos famosos e marcantes da história humana. Famosas ou anônimas, mães ou não, ricas ou pobres, intelectuais ou analfabetas, jovens ou idosas, a beleza da alma feminina é digna de nossa atenção e aprendizado. Elas dão a vida, alimentam, vestem e formam os cidadãos do futuro. Conselheiras simplesmente ou ocupando funções e cargos importantes em setores variados da vida humana, em todas as profissões, as mulheres – que antes são espíritos igualmente em aprendizado e evolução – surpreendem a vida com seus valores. Da inteligência à intuição, da beleza e cuidados, da sensibilidade à nobreza de conduta, benditas as mulheres que encantam e embelezam a vida!
Presença marcante, pois, a da mulher, que maridos e dirigentes espíritas precisam considerar e respeitar …