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Nossas testemunhas

Disse Paulo na sua carta aos hebreus (12:1) “(…) que temos a rodear-nos tão
grande nuvem de testemunhas (…)”

São elas encarnadas e desencarnadas. As primeiras são nossos familiares, os que
convivem conosco no lar, os companheiros de trabalho, os amigos, os vizinhos, que
são protagonistas do nosso viver; as testemunhas, que poderíamos chamar de ocasionais,
que estão ao nosso lado na rua, no lazer, nos transportes coletivos, etc. As segundas
são ao Espíritos superiores, iguais ou inferiores a nós, que do plano espiritual
nos observam, constantemente.

Dentre essas últimas, temos os adversários do progresso em geral, contrários
às idéias e aos trabalhos em favor do bem e da melhoria dos homens; os adversários
particulares, nossos, a quem fizemos mal em vidas passadas ou nesta, que não nos
perdoaram, buscando vingança e tentando prejudicar-nos.

Ambos nos vigiam, nos espreitam, induzindo-nos sempre que permitimos,
pelos nossos sentimentos, emoções e pensamentos negativos, ao erro e ao fracasso.
Sentem-se felizes com nossas dúvidas, nossos medos, nossas fraquezas, influenciando-nos
para a desistência do bem.

Temos também os Espíritos Protetores, que trabalham, incentivando os homens para
o bem. Muitos são amigos e parentes desta ou de outras vidas, que nos amam e desejam
nosso aproveitamento nesta existência. Alguns nos acompanham desde antes do nosso
renascimento, procuram ampliar nossos recursos íntimos, socorrendo-nos sempre
que permitimos
em nossos equívocos e fracassos.

Quando o homem se dispõe a melhorar-se, a viver conforme as leis do bem, esforçando-se
no entendimento das lições de Jesus, para vivenciá-las no dia-a-dia, essas testemunhas,
as amigas e as adversárias mais o vigiam e o observam: as primeiras para auxiliá-lo
no evitar os equívocos, as quedas, estimulando o fortalecimento da sua vontade,
da sua fé em Deus, nos homens e nele próprio.

Assim, se estamos rodeados de ‘uma tão grande nuvem de testemunhas”, precisamos
vigiar e orar, como disse Jesus, para que atraiamos as que nos queiram ajudar, porque
todas se aproximam de nós através do que sentimos e pensamos, ainda que não os transformemos
em ação.

Por isso, se já tomamos a decisão de seguir os ensinos de Jesus, precisamos perseverar,
apesar dos equívocos e das quedas, na vontade firme de vivenciá-los cotidianamente.

O espiritismo nos demonstra que o conhecimento de si mesmo é condição sine
qua non
do próprio desenvolvimento espiritual. E para esse conhecimento não
basta observar as ações, visto que o meio em que se vive, naturalmente, impõe limites
a elas. Conhecer-se a si mesmo é observar-se internamente, o que se sente e o que
se pensa.

Joanna de Ângelis alerta-nos: “Tem cuidado com as fontes do sentimento de
onde brotam as boas como as más ações”
.

Vigiemos pois, constantemente, o que sentimos diante de alguém ou de uma situação
qualquer, a fim de perceber a origem dos nossos pensamentos, pois conforme sentimos
assim pensamos. Se as sensações forem agradáveis, entreguem o-nos a elas, agradeçamos
a Deus pelas vibrações sentidas, gozemos dessa felicidade que nos fortalece a vontade
no bem. Se desagradáveis, busquemos perceber o que estamos sentindo. Geralmente,
percebemo-nos em sentimento negativo de raiva, de antipatia, desânimo, tristeza,
etc. Enfim, veremos que abrimos uma porta para que testemunhas adversárias venham
nos perturbar.

Constatado isso, pensemos em Jesus, conversemos com ele, expondo nossas dificuldades
internas, peçamos seu amparo para nós e para os que nos perturbam e, sentiremos
vibrações harmoniosas envolvendo-nos, bem como sensações agradáveis substituindo
as anteriores. Agradeçamos a Deus e a Jesus, prometendo a nós mesmos mais esforço
no bem, mais vigilância no sentir, pensar e agir.

E Joanna escreve: “As tuas testemunhas, boas ou más, sempre estarão contigo,
conforme a paisagem mental em que te firmes.

Se desejares ascensão, os teus Guias virão em teu socorro; mas, se preferis as
baixadas da ilusão, outros Espíritos te estimularão”.

Bibliografia:

  • “Fonte de Luz” de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco – lição
    Consciência e Testemunhas.

(Jornal Verdade e Luz Nº 188 de Setembro de 2001)