Tamanho
do Texto

O Cordeiro de Deus

O Cordeiro de Deus

Os antigos profetas prediziam e o povo hebreu aguardava a vinda do Messias
prometido. Chegou a época oportuna, quando a mentalidade da raça israelita
estava amadurecida para absorver os princípios que o Enviado de Deus iria
semear. Eis então que num mísero estábulo, na humílima cidade de Bethlém, no
Oriente-Médio, nascia o maior dos missionários que baixara à terra: Jesus
Cristo.

O sublime missionário, em sua trajetória, distribuiu messes de luzes para os
obscuros membros das tribus de Israel, porém os princípios do sacerdócio judeu,
não viram em Jesus, o Messias que haveria de vir, pois o orgulho da raça não
lhes permitiu conciliar as razões pelas quais o seu Rei e Salvador viesse em
condições tão humildes. Julgavam que ele fosse um batalhador que abalasse as
estrutura do Império Romano e que transpusesse as fronteiras dos outros povos,
que levasse as armas do reino de Israel até os mais recônditos lugarejos do
mundo conhecido; um rei que sobrepujasse Salomão e Moisés; um rei que desse à
suposta “raça eleita”, a qualidade de raça superior na Terra. Por isso, não
aceitaram as palavras do Mestre e chegaram ao extremo de crucificá-lo entre dois
ladrões, perseguindo sua doutrina e seus dedicados apóstolos, desconhecendo que
sua repulsa ao Mestre representava o futuro desmembramento do reino e a
dispersão dos judeus.

O Cristo predisse tudo “e como uma galinha ajunta os seus pintaínhos” Ele
também desejou ardentemente reunir os belicosos descendentes de Israel. A
interpretação das escrituras e das palavras dos rabinos, em seu sentido literal,
atribuía a Deus a predileção por uma raça, mas uma raça que tinha o orgulho por
apanágio e desconhecia que Deus é soberanamente justo e bom..

A dispersão dos Judeus sintetiza, portanto, o fim de todos os povos
orgulhosos da Terra; significa o poder da luz sobre as trevas; representa o
predomínio da razão sobre o ódio e da justiça sobre os turbulentos. Para Deus o
Galileu não é superior ao Samaritano, nem o sumo pontífice do templo ao humilde
pescador.

(Jornal Mundo Espírita de Agosto de 1997)