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O Espírito Jovem

O Espírito Jovem

Há uma reação muito comum entre os adultos para com a juventude: é um
desprezo autoritário, que se revela em frases como: “ele não sabe nada da vida”
, “é ainda um moleque”, “ainda tem muito o que aprender”. Essa falta de respeito
para com a dignidade do jovem, que é também um ser humano, com direito a ter
opiniões próprias, e que tem idade espiritual que não corresponde
necessariamente à do corpo, revela no fundo grande despeito. Muita gente, já às
portas da velhice, sente irresistível inveja da mocidade. Não se conformam de já
terem perdido a sua, não se desapegam de certos prazeres e desejos, que já
deveriam ter sublimado a certa altura da existência e sentem raiva cega daqueles
que podem usufruí-los. Sua visão da mocidade é distorcida ;trata-se para eles de
um período de aproveitar a vida, atirando-se sofregamente a toda espécie de
futilidades e prazeres, sem qualquer noção de responsabilidades”. ¹

Tal consideração que a educadora Dora Incontri faz em sua obra “A Educação
Segundo o Espiritismo”, demonstra que a grande maioria dos adultos ignora a real
importância da fase juvenil para o Espírito. Aliás, provavelmente, esquecem-se
que aquele ser humano só é jovem na aparência física, pois sendo Espírito
imortal é multimilenar. Muitas vezes ele tem uma sabedoria muito maior sobre a
Vida do que aqueles que se encontram na fase adulta, traz agasalhado na acústica
da alma noções de responsabilidade e dever que muitos não conseguirão adquirir
nem mesmo no final da existência atual e na consciência já possui diretrizes
morais que servirão de parâmetros para toda uma jornada de realizações no Bem.

Esse é o período em que o Espírito exercitará a sua vontade em busca da
autonomia. A necessidade de estabelecer uma identidade sobre ideais próprios e
um senso único de si são os mais importantes. O maior desestímulo que uma pessoa
pode fazer a um jovem será o ridículo, e isso se consegue, muitas vezes, com o
simples pronunciar de frases como aquelas no começo do texto. Quando o jovem se
sente ridicularizado sua auto-estima fica abalada e pode provocar um
comportamento de rebeldia, podendo também aparecer o sarcasmo e o cinismo.

Há ainda no final desse período o reconhecimento maduro da capacidade de
pensar por si mesmo, eis porque o jovem deve ser convidado a pensar, raciocinar
e refletir sobre a Vida nos seus mais diversos aspectos, demonstrando-lhe que
ele é o mais importante, o mais responsável e o maior herdeiro dela.

É importante a compreensão de que aquele Espírito que ora encontra-se
manifestando em um corpo jovem é alguém que possui dentro de si, adquiridas ao
longo das reencarnações, experiências das mais variadas :vitórias e derrotas ,
êxitos e frustrações, sentimentos felizes e infelizes, virtudes e vícios ,
alegrias e decepções, entre outras coisas. Respeitá-lo (opiniões, idéias, jeito
de se vestir…) e propiciar um ambiente saudável (acolhedor, alegre ,
dinâmico…) para que possa se manifestar e ser estimulado a renovar os
sentimentos que lhe traz dissabores é um dos objetivos da mocidade espírita ,
possibilitando a ele a sua identificação como Ser imortal que é.

No entanto, para que tal fato ocorra é necessário que o evangelizador se
encontre sinceramente interessado em trabalhar consigo mesmo – é preciso ter
humildade, alegria, ideais e motivações nobres… – para que possibilite ao
jovem desenvolver-se e expressar-se, não sendo ele (o evangelizador) uma figura
repressora e autoritária, copiando, assim, estruturas que são encontradas pelos
jovens no seio familiar, na escola, no trabalho e em tantos outros lugares.

Eis porque a mocidade espírita é tão precioso instrumento de apoio ao
Espírito jovem para que possa deixar desabrochar toda a sua potencialidade de
filho de Deus, tendo condições de cumprir sua programação reencarnatória.

A partir dos próximos meses, estaremos mensalmente juntos. Caso você queira
saber mais a respeito da nossa mocidade ou estudar conosco –aos sábados ,
das17:00 às 18:30 horas -, ser – nos – á isso um enorme prazer e uma alegria
muito grande.

Julho / 2001

¹ Incontri, Dora –A Educação Segundo o Espiritismo –1º Edição, págs 56 e 57

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