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O Preconceito

Já diminuiu consideravelmente o preconceito, mas ainda persiste no sentimento de muitos povos, e relativo às atrações homoafetivas que atualmente não precisam ser mais às escondidas, tem pessoas que aceitam e outras não. Ora, se somos filhos do mesmo Pai e portando irmãos de jornada planetária, por que tanta resistência em aceitar os sentimentos de outrem? Particularmente tenho amigos dos mais diversos comportamentos, e se algum preconceito em mim existiu no passado, hoje está superado. Efetivamente nos tempos idos nossa cultura nos impunha algumas linhas de comportamentos e se não as cumpríssemos sofreríamos consequências e até perseguições. Mas na atualidade não mais se justifica existirem os tais preconceituosos.

               Na filosofia, Allan Kardec sobre o afeto entre as pessoas do mesmo sexo, diz em livro editado lá no ano de 1857, quando perguntado à Espiritualidade Maior se têm sexos os espíritos, lhe foi respondido o seguinte: “Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos”, e complementa ainda dizendo que são os mesmos os espíritos que animam os homens e as mulheres.

               Então temos que nascendo na Terra pouco importa o sexo, pois o que nos guia é a escolha das provas por que deveremos passar.

               Aquele que só como homem viesse a esse plano, só saberia o que sabem os homens! Portanto vemos que o preconceito em relação ao afeto que sentimos pelo nosso semelhante, está além do sexo, já que a alma que habita cada corpo carnal não tem esta distinção. O que não podemos admitir é a promiscuidade, a falta de respeito para com nosso corpo e dos outros, pois este é o veículo pelo qual temos de preservar para que possamos cumprir nossos objetivos aqui na Terra, mas o afeto, a amizade, o carinho que são matizes do amor não podem ser sufocados por preconceitos de algumas pessoas que se acham no direito de decidir as opções de como resgatar da melhor forma possível os acontecimentos em vidas pretéritas.

               Não devemos confundir homossexualidade com homossexualismo e nem heterossexualidade com heterossexualismo. A capacidade de entendimento nossa na jornada terrena é muito pequena, pois ainda não conseguimos desenvolver coisas básicas, como por exemplo, amar o próximo como a si mesmo, como o Homem nos exemplificou.

               Vamos sofrer consequências em várias e várias vidas ainda, até que consigamos evoluir a ponto de que muitos conceitos, inclusive o preconceito, sejam extirpados e assim podermos realmente ser livres e aceitar o que não pode ser mudado, pois faz parte da evolução planetária pela qual passa a Terra.

Este é um assunto que nunca deve se esgotar até que possamos estar realmente convictos de que vemos o nosso semelhante como irmão e não como pessoa a parte, pois ninguém está livre de ter de enfrentar suas provas em vida futura no corpo denso com sexo diferente do que possui atualmente.

Nilton Cardoso