Um dos efeitos que causa grande curiosidade, pois de certa forma interfere em nossos pensamentos é o sonho. Sonhar é sempre um mistério e a maioria das pessoas nem sabe o motivo pelo qual sonham e qual a finalidade desta manifestação orgânica.
A verdade é que os sonhos atravessam os tempos conforme anotado nos livros mais antigos da humanidade, e existem pessoas que dão ao sonho uma conotação maligna com origem no mal. Discordamos, pois o que pode ser bom em certos momentos não pode estar atrelado à maldade, como por exemplo, quando José em sonho recebe o aviso a respeito do menino Jesus: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito”! Vemos aqui que se tratou de um sonho premonitório e visando o bem daquela família.
“À psicanálise, apesar de confessadamente mecanicista, recuperou o sentido e o potencial significante dos sonhos, tornando-os passíveis de interpretação e conhecimento, o que, aliás, nunca fora renegado pela crença popular. Mas, manteve uma redução conceitual: sonhos são realizações de desejos”.
Para quem se aprofunda no conhecimento religioso filosófico, se identifica com as atividades obtidas pelo espírito fora da matéria, o que acontece por ocasião que dormimos, já que a parte invisível para nossos olhos quando o corpo repousa aproveita para enveredar pelos mais diversos recantos que lhe interessa, e sabe-se lá por aonde vai.
Freud quanto aos sonhos, reconhece que podem ser confundidos com “fantasias noturnas sem acréscimos”, “repetição de experiências reais do dia” e com “sonhos telepáticos”. Sua descrição destes últimos os deixa iguaizinhos aos sonhos espíritas, porém, ele os considera “uma percepção de algo externo perante o qual a mente permanece passiva e receptiva”. Mas ele prefere denominar tudo isto de “outros produtos mentais do estado de sono” e, não, como “sonhos”. Sonhos, dignos deste nome, seriam apenas quando há condensação, deformação, dramatização e, acima de tudo, realização de desejo.
Leon Denis divide os sonhos em três categorias: “Primeiramente, o sonho ordinário, puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais”. A segunda categoria equivale ao “primeiro grau de desprendimento do Espírito”, quando este “flutua na atmosfera, sem se afastar muito do corpo; mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens que de todos os lados rolam pelo espaço”. “Por último vêm os sonhos profundos, ou sonhos etéreos”.
Na realidade existem os sonhos premonitórios que podemos denominar como efeito mediúnico comum a algumas pessoas, onde cabe a estas interpretar com responsabilidade e sem visar lucro, já que a mediunidade foi atribuída sem custo algum como Jesus disse “dai de graça o que de graça recebestes”.
Digo que tem de ser interpretada a luz do conhecimento porque às vezes revelam algo e outras vezes não! É importante que ao repousarmos façamos prece pedindo a Deus harmonia, possibilitando um desprendimento do corpo físico com amparo e proteção dos amigos espirituais, e certamente poderemos ter contatos que venham somar algo em nossa vida, nos intuindo a solucionar as dificuldades. “o sono é bom conselheiro”.
Autor: Nilton Cardoso