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Paixão

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Euripedes Rodrigues dos Reis

Se formos procurar nos dicionários iremos constatar que PAIXÃO é uma palavra que a língua portuguesa herdou do latim passione e que tem diversos significados. Pode ser arrebatamento, amor ou afeição muito forte, atração muito viva que se sente por alguma coisa, alguma crença, alguma atividade, algum valor.

A palavra paixão o latim por sua vez a herdou do grego…. e pode ter outras significações Joanna de Angelis numa mensagem psicografada por Divaldo Franco, e que fez parte do livro “Após a Tempestade” lembra que pode ser considerado um sonho apaixonado de Galileu que defendia a ideia que a Terra não era o centro do nosso sistema planetário e sim o Sol. Cristóvão Colombo antevendo que encontraria terras a oeste e que a terra era redonda promoveria a descoberta de novas terras. Sócrates, o filósofo grego, fundamentando na frase que o “Conheça-te a ti mesmo” ostentada em Delphos criou toda uma teoria e uma apaixonada defesa do ponto de vita que o ser humano deve prioritariamente ocupar-se dessa análise individual.

A paixão olhada sob esse prisma é um sentimento que impulsiona para a realização e concretização de algo. Quantas e quantas vezes ouvimos alguém dizer: eu sou um apaixonado por futebol, por MPB, por crianças. E têm uma ação diferenciada envolvendo esses assuntos. Mas se formos estudar a etimologia (a ciência que tem por objetivo a busca da origem das palavras) da palavra paixão iremos constatar que paixão tem o radical pathos que significa doença. Paixão é também alucinação, arrebatamento, afeto excessivo

Existem situações em que a paixão faz predominar a barbárie, como o caso de pessoas que lideraram a humanidade de uma forma obsessiva e em nome da paixão promoveram calamidades ou então por paixão há uma incontida condução para comportamentos de luxúria, e de obsessão . A Paixão corrompe o juízo e trapaceia a realidade, mas um dos maiores desvios de comportamento é aquele que faz com que nos apeguemos a um outro ser humano, querendo-o quase que como uma posse. Martha Medeiros, uma bem-humorada escritora gaúcha diz que : “Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite é uma inflamação do apêndice. Otite é uma inflamação dos ouvidos.

Pneumonia é uma inflamação dos pulmões. Paixonite é uma inflamação do quê? Do coração.” Cada órgão do nosso corpo tem uma função vital e precisa estar 100% em condições. Ao coração, coube a função de bombear sangue para o resto do corpo, mas é nele que se depositam também nossos mais nobres sentimentos. Qual é o órgão responsável pela saudade, pela adoração? Quem palpita, quem sofre, quem dispara? O próprio.

Aprendemos que o amor verdadeiro liberta.. não prende.. Mas o que mais podemos ver é o contrário. Percebemos as pessoas com um sentimento do amor que captura, que se tenta domesticar como um animal e se guarda em casa. As vezes as pessoas forçam a sua estada e quase sempre entrega a ele os direitos autorais de sua existência. Quando o perdemos, sofremos. Aprendemos que não deve ser assim. É óbvio que vivemos em sociedade, dependemos uns dos outros mas não podemos nem devemos colocar no ombro do outro a responsabilidade pela nossa felicidade .Não temos o direito nem podemos nos furtar a assumir a responsabilidade pelo script da nossa vida.