Tamanho
do Texto

Os Perigos do Pensamento – Parte II

6666666666

Enéas Canhadas

Um sexto perigo é que os pensamentos podem nos fazer ficar doentes.

Atualmente existem muitos estudos e pesquisas demonstrando e provando como a nossa maneira de pensar e a forma como enfrentamos as dificuldades das nossas vidas, contribuem para produzirmos doenças em nossos organismos.

Os comportamentos das pessoas voltados para um alto grau de necessidade de conseguir as coisas a qualquer custo, com exagerada determinação. Envolvimento excessivo com o trabalho, os chamados “workcoólatras”. Os sentimentos exagerados de urgência de tempo. A agressividade, a competitividade em excesso e sem medidas. A impaciência e a vigorosa atividade lingüística e motora, sabe-se que são fatores causadores das doenças cardíacas e coronarianas. Descobriu-se também que um dos maiores causadores de enfartes é o comportamento da “hostilidade”, portanto se somos, geralmente, hostis, devemos pensar bem nisso.

Há estudos e pesquisas demonstrando de que maneira, aos sistemas já conhecidos do nosso corpo, veio juntar-se o sistema imunológico. Sabe-se que pacientes deprimidos, por exemplo, têm muito mais dificuldades para recuperar sua saúde. Também podem sofrer hemorragias mais facilmente. Se o sistema imunológico estiver funcionando hiperativamente, podemos ordenar ao nosso corpo que não faça distinção entre as células do próprio corpo e as que são estranhas. Assim acontece a auto-agressão ao organismo. Exemplos mais contundentes são o câncer e a artrite reumatóide, como doenças causadas ou agravadas por situações estressantes graves.

Pesquisas revelam a artrite como uma doença muito freqüente na mulher, uma vez que o trabalho doméstico a enclausura e impede de uma vida mais livre dos conflitos emocionais. A artrite poderia ser uma doença, que simbolicamente, representasse uma espécie de saída da mulher da sua clausura, nem que seja apenas para ir ao médico ! . . .

As pesquisas e a literatura especializada, têm mostrado como a expressão da raiva, ou mais precisamente, o grau de expressividade emocional do paciente tem influência sobre o surgimento e a progressão do câncer. Relatos de casos desde os anos 50, mostram uma menor sobrevivência em pacientes deprimidos, resignados, quando comparados com pacientes mais capazes de expressar emoções negativas como a raiva, por exemplo.

Pesquisadores em 1975 descobriram mulheres, cujas biópsias comprovando tumores malignos de mama, demonstravam maior dificuldade para expressar raiva do que as portadoras de tumores benignos. A perda de um ente querido, como também a separação amorosa, têm sido associados, com freqüência, ao surgimento de tumores malignos.

Conclusões

O que as reflexões acima e as descobertas científicas estão nos ajudando a ver é que estamos a caminho de aprender a viver em busca de mais equilíbrio. Não uma idéia de equilíbrio que nos deixe fixados num ponto. Precisamos desenvolver uma noção de equilíbrio que represente uma vigilância permanente de nós mesmos e dos riscos que a nossa saúde mental e espiritual pode correr. A enorme variedade de ameaças que sofremos, tanto as físicas, sociais, morais, financeiras ou espirituais que sofremos, nos desgastam. É preciso fortalecer a crença de que somos obra perfeita de um Deus perfeito que não deseja ver a sua obra maculada pelas doenças ou pelas perdas. Em seguida, desenvolver e manter o nosso espírito aberto às novas experiências como fator de aprendizado e evolução.

O nossos pensamentos são dinâmicos, vibrantes e concretos. Tanto isso é um fato que ao pensarmos consumimos oxigênio e glicose, como se estivéssemos fazendo uma atividade física como outra qualquer. Emmanuel nos ensina, em “Pensamento e Vida”, que o nosso pensamento é uma força eletromagnética que deriva de duas energias, a energia elétrica que é dinâmica, e o magnetismo, que é uma energia estática. Precisamos considerar como muito importante todos os produtos dos nossos pensamentos, como sendo parte de tudo que construímos mentalmente mas que também pode nos fazer sofrer danos que se traduzem nas doenças.

1. QUALQUER ATIVIDADE DA NOSSA MENTE E TAMBÉM DO NOSSO ESPÍRITO (Ver Kardec em o Livro dos Espíritos, a partir do Capítulo IX itens I e II).

2. A ATIVIDADE INTELECTUAL PROPRIAMENTE DITA, SE DIFERENCIA DOS SENTIDOS E DA VONTADE. Temos autonomia sobre os nossos desejos, impulsos, curiosidades, intenções, fantasias, julgamentos, etc.

3. A ATIVIDADE DISCURSIVA, TODA E QUALQUER AÇÃO QUE PODEMOS DESENCADEAR A PARTIR DA MANEIRA COMO PENSAMOS, CRIAMOS E PRATICAMOS NOSSAS IDÉIAS. Geralmente, o nosso discurso, a maneira como nos expressamos através do falar, revela como funciona o nosso universo pessoal, o nosso mundo interior.

4. ATIVIDADE INTUITIVA. Ela também compõe o nosso pensamento. Melhor será não desperdiçarmos o nosso falar, dizendo que deveríamos ouvir mais nossas intuições. “Isto ou aquilo não teria acontecido se tivesse ouvido minha intuição…!” O filósofo Plotino diz que a intuição é uma forma de conhecimento superior e privilegiado. Santo Tomás dizia que “a intuição de Deus versa sobre todas as coisas”. Não parece inadequado pensar que a capacidade intuitiva do nosso pensamento é o Divino dentro de nós.