Ecólogos de todo o mundo preocupam-se, na atualidade, com a poluição
devastadora, que resulta dos detritos superlativos que são atirados nos oceanos,
nos rios, lagos e “terras inúteis” circunjacentes às grandes metrópoles, como o
tributo pago pelo conforto e pelas conquistas tecnológicas, desde os urgentes
ingredientes e artefatos para a sobrevivência, às indústrias bélicas, às de
explorações novas, às “de inutilidade” que atiram fora centenas de milhões de
toneladas de lixo, óleos e resíduos em todo lugar.
Além dessas, convém recordarmos a de natureza sonora, dos centros urbanos,
produzindo distonias graves e contínuas…
Os mais pessimistas, porém, prevêm a possível destruição da vida vegetal,
animal e hominal como efeito dos excessivos restos produzidos pelos engenhos de
que o homem se utiliza, e logo o esmagarão após transformar a Terra num caos…
Mais grave, demonstram os técnicos no assunto importante, é a poluição
atmosférica, graças às substancias venenosas que são expelidas pelas fábricas em
forma de resíduos, pelos motores de explosão a se multiplicarem fantástica,
insaciavelmente, e os inseticidas usados para a agricultura…
Voluptuoso e desconsertado por desvarios múltiplos do homem, as máquinas
avançam, dirigidas pela inconcebível ganância, desbastando reservas florestais e
influindo climatericamente com transformações penosas nas regiões, então,
vencidas…
O espectro de calamidades não imaginados ronda e domina com segurança muitos
departamentos ambientais ora reduzidos à aridez…
Cifras assustadoras denotam o quanto se desperdiça na inutilidade—embora a
elevada estatística chocante dos que se estorcegam na mais ínfima miséria,
rebocando-se na coleta dos montes de lixo, a cata de destroços de que possam
retirar o mínimo para sobreviver!—comprovando que no galvanizar das paixões, o
homem moderno, à semelhança de Narciso, continua a contemplar a imagem refletida
nas águas perigosas da vaidade e do egoísmo em que logo poderá asfixiar-se,
inerme ou desesperado. No entanto, irrefletido, impõe-se exigências
dispensáveis, a que se escraviza, complicando a própria e a situação dos demais
usuários dos recursos da generosa mãe-Terra.
Nesse panorama deprimente, e para sanar alguns dos males imediatos e outros
do futuro, sugestões e programas hão surgido preocupando as autoridades
responsáveis pelos Organismos Mundiais, no sentido de serem tomadas providências
coletivas e salvadoras urgentes. Algumas já estão sendo postas em prática,
embora em número reduzido, tais o reflorestamento; a ausência de tráfego com
motores de explosão em algumas cidades uma vez por semana; a tentativa da
industrialização do lixo, com aproveitamento de energia, adubos e outros;
controle no uso de pesticidas na lavoura; técnicas não poluentes com o fim de
gerar energia; as áreas verdes na cidades; a segurança por meio de controle das
experiências nucleares, a fim de ser evitada a contaminação . . .
Afirma-se que por onde o homem e a civilização passam ficam os sinais danosos
da sua jornada, em forma de aridez, destruição e morte.
As grandes Nações materialmente, estruturadas e guindadas ao ápice pela
previsão futurológica de mentes e computadores que prometiam tudo resolver,
fazendo soberbas e vãs as criaturas, foram surpreendidas, há pouco, pelas
conseqüências gerais da própria impetuosidade, no resultado da guerra no Oriente
Médio, fazendo-as parar e modificando, em muitas delas, as estruturas e
programas, previsões e soberania pelas exigências do deus petróleo em que
estabeleceram as bases do seu poderio e das suas glórias, decepcionadas,
atônitas..
Algumas tiveram a economia abalada, padecendo crises que resultaram do
gravame geral, modificando a política interna e externa, num atestado de
nulidade quanto aos compromissos humanos assumidos, à segurança e precariedade
das humanas forças.
Como resultado, apressam-se as negociações internacionais por acordos
diplomáticos e conchavos político-econômicos, enquanto a fome, campeando
desassombradamente, confirma a falência dos cálculos e das fantasias
materialistas, visivelmente per turbadas no testemunho dos seus líderes em
convulsas transações com que tentam reequilibrar o poderio avassalado, quando,
não, perdido ..
O poder de um dia. qual efêmera glória, sempre muda de mão e local, fazendo
oscilarem, mudarem de rumo os interesses e as supostas proteções, fruto,
indubitavelmente, de uma poluição descuidada—a de natureza moral!
A força e a grandeza de alguns povos até há pouco mandatários da Terra
cederam lugar aos potentados reais, que se demoravam desconsiderados e as
exigências da fome ameaçadora e voraz os situou como as legitimas potências que
são disputadas, após o deus negro: o arroz, o trigo, o milho e o sorgo cujos
celeiros, quase vazios no mundo, deles necessitam com urgência para a
sobrevivência dos seres
Todavia, o homem ingere e disparate mais terrível poluição, venenosa quão
irrefreável graças ao cultivo de lamentáveis atitudes em que persevera e se
compraz: referimo-nos à poluição mental que interfere na ecologia psicosférica
da vida inteligente, intoxicando de dentro para fora e desarticulando de fora
para dentro.
Estando a Terra vitimada pelo entrechoque de vibrações, ondas e mentes em
desalinho, como decorrência do desamor, das ambições desenfreadas, dos ódios
sistemáticos, as funestas conseqüências se faz em presentes não apenas nas
guerras externas e destrutivas, mas também nas rudes batalhas no lar, na
-família, no trabalho, nas ruas da comunidade, no comportamento. Intoxicado pela
ira, vencido pelo desespero que agasalha, foge na direção dos prazeres selvagens
nos quais procura relaxar tensões, adquirindo mais altas cargas de desequilíbrio
em que se debate.
A poluição mental campeia livre, favorecendo o desbordar daquela de natureza
moral, fator primacial para as outras que são visíveis e assustadoras
O programa, no entanto, para o saneamento de tão perigoso estado de coisas,
já foi apresentado por Jesus, o Sublime Ecólogo que em a Natureza,
preservando-a, abençoando-a, dela se utilizou, apresentando os métodos e
técnicas da felicidade, da sobrevivência ditosa nos incomparáveis discursos e
realizações de que inundou a História, estabelecendo as bases para o reino de
amor e harmonia, sem fim, sem dores, sem apreensões…
Nunca reagiu o Mestre—sempre agiu com sabedoria
Jamais se permitiu ferir — deixou-se, porém crucificar,
Nenhuma agressão de Sua parte—facultou-se, no entanto, ser agredido.
Por onde passou, deixou concessões de esperança, bálsamo de reconforto,
amenidade e paz. Seus caminhos ficaram floridos pelas alegrias e abençoados
pelos frutos da saúde renovada.
Rei Solar, fez-se servo humilde de todos, mantendo-se inatingido, embora o
ambiente em que veio construir a Vida Nova para os tempos futuros..
Repassa-Lhe a sublime trajetória.
Busca-O!
Faze uma pausa na terrível conjuntura em que te encontras e recorda-O.
Para toda enfermidade, Ele tem a eficiente terapia; para as calamidades
destes dias, Ele tem a solução.
Ama e serve, portanto, como possas, quanto possas, quando possas.
A Terra sairá do caos que a absorve e voltarão o ar puro, a água cristalina,
a relva repousante, o trinar dos pássaros, o fulgor do sol e o faiscar das
estrelas em nome do Pai Criador e de Jesus, o Salvador Perene de todos nós.
(Após a Tempestade, psicografia de Divaldo Pereira Franco pelo espírito de
Joanna de Ângelis)