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Posições Mediúnicas

Posições Mediúnicas

Quando a energética espiritual alcança a faixa hominal, portanto,
participando do processo de conscientização, muitos fatores de importância
despontam, salientando-se, entre os mesmos, como o de maior interesse da vida
social humana, a responsabilidade.

Este fator estará sempre condicionado ao grau de evolução do homem. Quanto
mais evoluído, maior a sua responsabilidade em face do processamento da vida;
quanto menos evoluído, menor a responsabilidade pela ausência de conhecimentos e
reduzido campo de experienciações.

Quando a energética espiritual abandona a faixa fragmentária do psiquismo,
característica do setor animal, tende a um processo de totalidade a refletir-se
em percepção psíquica do conjunto, onde os mecanismos do raciocínio, mais bem
arregimentados, são acompanhados pela intelecção e campos emocionais mais
ajustados. Nesta fase, os fenômenos paranormais, já existentes desde o psiquismo
fragmentário, mais bem se expressam pelo campo enriquecido da consciência.

Se observarmos o processo evolutivo do psiquismo em face aos fenômenos
mediúnicos e naturalmente relacionando-os com uma maior sensibilidade do ser,
teríamos, como degrau inicial, o chamado mediunismo; pelo exercício e adequado
desenvolvimento caminharíamos para mais uma expressiva posição e que poderemos
denominar, com Kardec, de mediunato.

No mediunismo teríamos uma faixa fenomênica bastante ampla, alcançando os
parâmetros da escala animal. O animal não tem mediunidade, mas pode perceber
inúmeros fenômenos paranormais inclusos na categoria do mediunismo; pode
participar da vidência, audiência, etc, mas será incapaz de ser medianeiro de
uma idéia, pelo seu psiquismo ainda fragmentário que não oferece condições
intelecto-emocionais. Assim, a faixa fenomênica mais evoluída dos fatos
paranormais, caminhando em estrutura psíquica mais adequada e quando exercitada
nas trilhas de uma ética bem desenvolvida, estarão enquadradas nas vivências
harmônicas da mediunidade, ou seja do mediunato.

Diga-se, também que, na espécie humana, onde o psiquismo já apresenta
condições de entendimento pela intelecção, muitos fenômenos mediúnicos,
desordenados e sem alcance ético, devem ser enquadrados em simples mediunismo;
isto é, o fenômeno se dá, porém com características ainda rústicas e sem
comportamento ajustado, por não existir uma real compreensão dos seu alcance e
finalidade.

Em tudo isso entra em jogo um fator de muita importância que é a compreensão,
pelo médium, das finalidades e razões do fenômeno mediúnico. Foi aí que a
Doutrina Espírita teve capital influência quando muito bem situou toda a
fenomenologia do psiquismo que se tem revelado em variadas angulações, às nossas
percepções.

Assim, podemos falar em comportamento do médium onde múltiplos elementos
poderão ser anotados: a educação, o caráter, o tipo psicológico, o meio
ambiente de trabalho, o orientador e o de maior importância que vem a ser da
Doutrina Espírita.

Diante desses fatos, com inúmeros parâmetros, podemos aquilatar a influência
sobre a desenvoltura do fenômeno mediúnico que, quando ajustado, apresentará
positividade em qualquer das trilhas seguidas. Quem já traz consigo a
sensibilidade mediúnica, com variações e nuanças de acordo com o biótipo
psicológico e ampliadas nos exercícios calcados em bases morais condizentes com
a ordem e a harmonia, é claro que irá apresentando, no dia-a-dia, uma autêntica
conquista construtiva. De um simples vagido de mediunismo na espécie humana,
pode-se alcançar, pelo ajustado trabalho, o mediunato; mediunato que traduz
felicidade pelo dever cumprido. Em toda estrutura do processo mediúnico a ética
de uma moral sadia assegura os alicerces de aquisições para o Espírito,
representando, também, proposições liberatórias em todas as latitudes e,
principalmente, nos casos de mediunidade de prova.

Sem sombra de dúvida conclui-se que a fenomenologia mediúnica, com sua
característica de espontaneidade, reflete-se sempre pelo seu próprio impulso;
isto é, a mediunidade existe desde o inicio, em graus bem específicos a cada
ser. Cabe ao médium melhorar com exercícios adequados, educação, elastecimento
de fraternidade e tantos outros fatores positivos da vida, a estruturação do
mecanismo. É como se a mediunidade para desenvolver-se em condignas posições,
necessitasse do bem como combustível ideal.

Toda a estruturação do fenômeno mediúnico, em tese, se faz na zona
perispiritual, zona em que a mensagem do Espírito comunicante encontra
conotações vibratórias com o receptor – o médium. Este, após processo
elaborativo nas desconhecidas paragens do inconsciente ( ou zona espiritual)
transfere, sem conhecimento do mecanismo em apreço, para a zona consciente, o
teor da comunicação ou mensagem, que será revelada de acordo com suas próprias
condições psicológicas.

Podemos dizer que, por mais segura e ajustada seja uma mensagem, existirá
sempre o “colorido” do médium. A máquina mediúnica, mesmo sem modificar o teor
da mensagem, mostra a “impressão” metabolizada em seu arcabouço psicológico.
Daí, a predileção por este ou aquele médium que melhor possa traduzir o
componente intelectivo-emocional dos variados comunicantes.

Qualquer que seja a variedade de mediunidade que o sensível revele terá de
ser sempre estruturada no trabalho fraterno e no ajustamento de propósitos,
evolutivos, a fim de que uma rota possa ser percorrida com objetivação e
finalidade.Ninguém poderá alcançar os degraus maiores e ideais da vida sem
passar e vivenciar os degraus inferiores que lhe serviram de lastro e alicerce.É
no trabalho condigno do dia-a-dia reservado a cada ser, que conseguiremos
iluminar os nossos caminhos e melhor perceber os horizontes excelsos que nos
aguardam.

Revista “Presença Espírita”.

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