Constantemente, nos perguntamos que tipo de prece estamos, já, conseguindo
fazer. Antigamente, só orávamos para pedir favores, soluções e bênçãos, como se
os Poderes Superiores não fossem capazes de ofertar por conta própria, como se
não soubessem das nossas dores, como se esperassem até nós lhes avisarmos das
carências existentes por aqui.
Ao entrar no Espiritismo nos defrontamos com a Lei de Causa e Efeito, que
entendemos e tratamos de usar na explicação de quase tudo. Menos na prece. Aí
não deu para mexer ou por medo ou por distração. Assim, continuamos com aquelas
orações de católico, suplicando, indefinidamente, que a Misericórdia Divina
tenha pena de nós.
Concordamos que somos espíritas apenas por uma encarnação e fomos católicos,
talvez, desde os tempos em que Constantino plasmou o Edito de Milão – 325 d.C.,
dando início à velha religião dogmática.
Mas, já não será hora de começarmos a meditar no assunto e modificar o teor
de nossas preces, deixando, pelo menos, de ditar normas de conduta aos Poderes
Maiores e de orientar as providências que os Benfeitores deverão tomar a nosso
favor?
Reflita bem no que significa esta exortação de André Luiz, contida no livro
Opinião Espírita: “Não basta pedir sem os méritos do trabalho pessoal,
porquanto ninguém transforma as mãos implorantes em gazuas para abrir as portas
dos celeiros espirituais.”
Outros espíritos também preveniram quanto ao mesmo assunto: Veja essa trova
de Leôncio Correa, tirada do livro Luz na Madrugada: “A Caridade, amor
puro, // Crédito aberto, em ação. // A prece, saque seguro, // Na hora de
petição.”
Orar, segundo o Espiritismo, conforme pensamos, é estabelecer ligação com as
forças superiores da vida, lideradas, na Terra, por Jesus e proclamar o nosso
objetivo, formulado com toda sinceridade e devoção, imaginando o que desejamos,
com a maior nitidez possível.
Com isso, estamos criando o imaginado e com tanto mais eficiência quanto mais
vigor e energia colocarmos no desejo.
Se os bons espíritos acharem que nos devem e podem ajudar, vai ser muito bom
para nós e vamos gostar muito, mas isso é lá com eles. Nós não estamos
choramingando por uma ajuda que, constantemente, nem merecemos. E, quando
merecemos, chega automaticamente.