O amanhã depende do que se fizer hoje.
Um espírito desencarnado conta que, ao deslocar-se de esferas espirituais
próximas do nosso planeta (depois de ter permanecido em estado de inconsciência
durante algumas décadas), custava-lhe a acreditar no que via. Aproximava-se da
cidade onde vivera grande parte da sua vida, e já a conseguia distinguir.
Estranhara antes o denso fumo que a envolvia. As ruas já mal se reconheciam, os
estabelecimentos comerciais também. Uma impressão de mudança vertiginosa
dominou-o. Homens com máscaras, de caminhar cansado, protegiam-se dos gases
tóxicos. O oxigénio vital de que usufruíra em abundância, escasseava de modo
nunca visto. Perguntava-se: ainda haverá algum bosque onde corra uma cascata de
água límpida?
Isto é ficção. Mas até que ponto?
Se o espiritismo trabalha em torno do conceito de reencarnação, ou seja, de
um retorno num aqui à Terra, uma questão desde logo se levanta: como estará este
planeta dentro de uns 50 ou 100 anos?
A velocidade de transformação é alucinante.
Os movimentos ecologistas chamam a atenção como ninguém para a degradação e
indiferença de tantos responsáveis. Mas, se se dá o caso de por hipótese serem
geralmente materialistas, são sobretudo notáveis idealistas, quantos deles
dedicando-se abnegadamente à causa da preservação dos maravilhosos recursos que
a Terra ainda possui, mas que pode perder se não houver preocupações ecológicas.
Em todos os números desta revista, passaremos a incluir algo sobre este
assunto. Porque, até mesmo a partir apenas de nós próprios, no quotidiano,
podemos contribuir para uma degradação menor do meio ambiente.
Se é espírita, este assunto ganha maior significado. Se se fizer um tanto
mais do que se tem feito nesta área, quando reencarnar de novo, numa próxima
vida, pode ser recebido no solo terrestre por pouco mais do que uma atmosfera
intensamente poluída, habitada por uma população vivendo graves conflitos de
sobrevivência.
O amanhã faz-se hoje. E os nossos bisnetos podemos ser nós próprios.