Presbiterianos e a Reencarnação
É muito interessante como as pessoas fazem pouco caso do que as outras
pensam. No seguimento religioso então nem se fala. Alguns que seguem determinada
corrente se consideram os únicos “donos” da verdade, como se a verdade fosse
algo de sua exclusiva posse. Não se apercebem que a verdade de cada um está
intrinsecamente ligada a sua própria evolução. Essa evolução abrange tanto o
aspecto de conhecimentos adquiridos como também ao próprio estágio evolutivo
espiritual que cada um de nós possui. Assim a verdade de um pode não ser a
verdade de outro. Mesmo em relação à própria pessoa, uma verdade de uns 10 anos
atrás pode não representar mais nada nos dias de hoje. Muitos ainda não
acreditam que o homem foi à lua, outros nem sabem que ele foi, entretanto isso
não influi em nada o fato de terem ido.
Freqüentamos o Grupo de Estudos e Assistência Kardecista – GEAK, na cidade de
Guanhães, MG, onde no dia 15/05/2001 encontramos na caixa de correio do nosso
Grupo a Revista Ultimato, Ano XXXIV – Nº 270, Maio/Junho 2001, cuja reportagem
de capa diz: Reencarnação & Espiritismo, com as seguintes frases: “A
reencarnação deixa o fardo todo nas costas do devedor. Ele que se vire. A
salvação transfere o fardo para os ombros de Jesus Cristo” e “A Reencarnação
transfere o devedor de cadeia em cadeia neste e em outros mundos. A salvação
retira o pecador da cadeia antes que ele morra”.
Se não fosse estas frases poderíamos até pensar que se tratasse de uma
cortesia de alguém do movimento Espírita, até mesmo porque nosso Grupo não tem
assinatura de nenhum periódico. Mas a nossa surpresa foi que ela é de cunho
prebisteriano. Talvez quem a colocou tenha a ingenuidade de achar que iremos
mudar nosso pensamento diante dos argumentos constantes da revista.
Deu o efeito contrário, pois a nossa convicção se tornou mais forte ao
lembramos da passagem em que Jesus disse: “Bem-aventurados sois quando,
por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal
contra vós” (Mateus 5, 11).
Assim não só não mudamos como iremos contra-argumentar alguns dos pontos de
vista colocados nesta revista.
Vamos a eles então. Cabe-nos explicar que iremos apresentar os assuntos
dividindo-os conforme a ordem dos textos publicados nela.
Carta ao Leitor
“Não há a menor possibilidade de alguém professar o cristianismo e ao
mesmo tempo professar o espiritismo. É uma coisa ou outra. Porque cristianismo e
espiritismo são religiões antagônicas”.
“O espiritismo derruba todos os pilares que sustentam o cristianismo. Não
é cristã a religião que nega a autoridade das Sagradas Escrituras, que nega a
divindade de Jesus, que nega o nascimento virginal de Jesus, que nega o
sacrifício expiatório de Jesus, que nega o perdão de pecados, que nega as penas
eternas. Não é cristã a religião que prega a salvação por meio das obras e não
por meio da graça de Deus. Não é cristã a religião que blasfema contra Jesus e
ensina que Ele era o resultado de uma longa cadeia de reencarnações”.
Sobre alguns destes pontos recomendamos que leiam o nosso texto intitulado
Espiritismo x Cristianismo, onde demonstramos que os que pensam que a Doutrina
Espírita não é cristã estão totalmente equivocados. Os outros pontos nós
deveremos abordar no decorrer deste estudo.
A longa história da reencarnação
Fazem um histórico da crença da reencarnação mostrando sua origem no
hinduísmo. Após o texto colocam o quadro a seguir:
A impiedade da reencarnação
A reencarnação é uma tremenda maldade. Ela transfere a solução de um problema
crucial para um futuro longínquo e impreciso. A realização final depende de um
número desconhecido de renascimentos. Fala-se em “muitas vidas”, em “inúmeras
reencarnações” e até em “milhões de renascimentos”. A palavra milhão indica um
número altíssimo e, além disso, está no plural. Cada reencarnação traz novo
sofrimento e mais uma experiência dolorosa de doença e morte. Daí a palavra do
próprio Buda: “Eu passei pelo curso de muitos nascimentos procurando o
construtor dessa morada e não o encontrei; dor é renascer uma vez após outra”.
Partindo do pressuposto que nosso espírito é eterno, que embora tenha tido um
início não terá fim, responda-nos o que demonstra ser uma tremenda maldade: a
oportunidade de evoluirmos, mesmo a custo de passar por “milhares” de
reencarnações? Ou a nossa ida para o “fogo do inferno”, que segundo seus bons
entendedores é eterno?
Se cada reencarnação trouxer um novo sofrimento é porque nós ainda não
atingimos a evolução suficiente para aplicar o: “amar ao próximo como a si
mesmo”. Assim só é dor e sofrimento para quem é atrasado espiritualmente
falando. A nossa perspectiva da dor e sofrimento pode não ser a mesma dos que só
valorizam o corpo físico. Veja: uma mãe sabe que irá passar pelas dores do
parto, mas mesmo assim decide ter outro filho, pois bem sabe que a alegria
posterior ao parto superará todas as dores sofridas. Situação semelhante
aconteceu com Jesus, que com certeza Ele sabia de tudo que iria passar nas mãos
dos homens, mesmo assim não deixou de vir para cumprir a missão que Deus colocou
em Suas mãos.
O carvão em estado bruto sofre um processo “doloroso” de lapidação até que
finalmente é transformado num maravilhoso e cobiçado diamante. Mais ou menos
isso é o que acontece com o espírito até que possa se tornar espírito puro, ou
um anjo, conforme queiramos chamá-lo.
Sofre-se sem saber precisamente o porquê. Pagam-se os erros das
encarnações anteriores sem saber quais foram.
Vocês que admitem apenas uma existência para o espírito sabem nos dizer o
porque de tantas diferenças relativas ao nascimento de um ser humano? Como
explicar as pessoas que nascem: cegas, mudas, surdas, síndrome de down, corpo
todo aleijado, sem braço, sem pernas, siamesas, idiotismo, pobres em
contrapartida com outras que nascem na mais completa saúde, genialidade,
riqueza, etc.? Em qual base justa poderiam nos explicar tais anomalias sem citar
a reencarnação?
É um erro crasso dos que não aceitam a reencarnação supor que não sabemos o
porquê. Se esquecem que temos um intervalo entre uma encarnação e outra. Neste
período, no plano espiritual tomaremos consciência dos erros que cometemos
perante a justiça divina e quando decidimos quitá-los pedimos a Deus uma nova
vida no corpo físico para que possamos ter condições de nos harmonizar perante
Suas leis. Ou seja, ninguém fica sem saber o porquê. Existe apenas o
esquecimento quando estamos ainda vinculados ao nosso corpo físico, apenas isso.
Mas não é somente de coisas de vidas passadas que nos esquecemos, muitas coisas
acontecidas conosco nesta vida mesmo não guardamos a menor lembrança. Se
perguntássemos sobre tudo o que aconteceu conosco durante o ano inteiro no
intervalo de 5 para 6 anos, será que todos nós lembraríamos? Ora, o fato de não
lembrarmos não quer necessariamente dizer que não existimos neste período, não é
mesmo? E mais, mesmo sem lembrar o que aconteceu não perdemos o que aprendemos
neste período. A maioria de nós não se lembra exatamente como nossa professora
primária nos ensinou a escrever, mas ficamos com estes ensinamentos gravados no
nosso inconsciente, não podemos deixar de ressaltar que o inconsciente é
atributo do espírito e não do corpo físico. Da mesma forma acontece com o
espírito, tudo que lhe acontece fica gravado em seu inconsciente, portanto nada
se perde.
Por outro lado pela reencarnação a pena atinge realmente o próprio culpado.
Não podemos ser responsabilizados pelos erros dos outros: “a cada um segundo
suas obras” (Mt 16, 27). Muito diferente do que dizem: que a morte entrou no
mundo pelo pecado de Adão e Eva, ou seja, nós também estamos pagando pelo erro
deste casal. Pergunto onde está ai a justiça divina?
Mas se querem realmente entender o porquê do sofrimento é só ver em João 5,
1-9. Esta passagem narra Jesus curando um enfermo que ficava junto ao tanque de
Betesda. João não conta que enfermidade ele tinha, mas era uma que deixava tal
homem preso a uma cama, pois Jesus lhe disse: “Levanta-te toma teu leito e
anda”. Mas o mais importante foi o que aconteceu depois, quando Jesus o
encontrou no templo disse-lhe: “Olha que já estás curado; não peques mais,
para que não te suceda cousa pior”. Assim Jesus deixa nítido (“ouça quem
tem ouvidos de ouvir”) que a doença daquele homem foi em conseqüência
dele ter infringido à lei divina (pecado), e que se ele não quiser que aconteça
algo ainda pior que não a violasse mais (em outras palavras, não pecasse mais).
Sob o ponto de vista cristão, a reencarnação é uma mentira.
“Existe uma mentira chamada reencarnação, que desvia definitivamente o
homem da cruz de Cristo. Ela é muito antiga. É muito mais velha que o
cristianismo. Os primeiros registros da reencarnação de que se tem notícia
situam-se na Índia, no ano 700 a.C., no seio do hinduísmo. Nesse tempo, Ezequias
era rei de Judá. Isso quer dizer que a reencarnação tem pelo menos 2.700 anos”.
“A reencarnação é uma mentira porque exclui impiedosamente o perdão de Deus,
aqui e agora, desde que haja convicção de pecado, arrependimento e conversão,
tudo por causa do sacrifício expiatório de Jesus Cristo. No lugar da mensagem da
maravilhosa graça, coloca-se a impiedosa mensagem de que cada um deve expiar
seus próprios pecados por meio de vidas sucessivas”.
“De todas as mentiras de fundo religioso, a reencarnação é a mais antiga,
a mais perseverante, a mais ampla, a mais atual e a mais iníqua”.
A reencarnação por ser uma lei a qual todos nós estamos sujeitos e cujo
objetivo é levar todos os homens para junto de Deus é mais justa que qualquer
outro sistema de “salvação”, principalmente por não excluir ninguém. Talvez
esteja aí o grande motivo porque tanto a combatem, ou seja, que ela levará
todos a se reunir com Deus, não somente os que seguem as suas filosofias
religiosas.
Dizemos suas, porque não são de Cristo, pois gostaria de saber onde Ele
coloca que para se salvar basta ter fé ou apenas crer Nele? Ou a pertencer a
determinada corrente religiosa? Ou que Ele morresse na cruz seria para pagar os
nossos pecados? Vemos ao contrário afirmar categoricamente: “a cada um
segundo suas obras”.
Quem sabe se esta idéia da reencarnação persiste por tanto tempo assim não
poderia ser porque ela é uma verdade?
Entretanto, o fato de se aceitar algo por muito tempo como verdadeiro não
quer necessariamente dizer que ele seja uma verdade. Veja o caso de Galileu
Galilei, que se inspirando em Copérnico sobre a questão da terra não ser o
centro do Universo provou, a contra gosto de muitos, que mesmo contrariando a
Bíblia aquela teoria demonstra as leis que regulam o Universo. Isso pode nos
levar a outra premissa, qual seja, o fato de não aceitar algo como verdadeiro
durante muito tempo não prova que é verdadeiro.
Da mesma maneira que por ser aceita durante muito tempo não prova a
reencarnação, também o fato de não se acreditar ou por não constar da Bíblia
nada disso irá segurar o avanço da Ciência.
A reencarnação está hoje saindo da esfera filosófica ou religiosa para
adentrar ao campo da Ciência. Vários pesquisadores, inclusive a grande maioria
não está vinculada ao Espiritismo, mas buscam a verdade onde quer que ela se
encontre. Acabaram por chegar à conclusão que se trata de uma realidade. A TVP –
Terapia de Vidas Passadas é largamente utilizada para resolver ou curar
problemas de comportamento das pessoas. É hoje um ramo da Ciência que caminha a
passos largos para uma aceitação universal.
Entre estes pesquisadores podemos, por exemplo, citar Brian L. Weiss, M.D.,
de cujo currículo podemos tirar: Formado em Phi Beta Kappa pela Universidade de
Columbia, Nova York, em 1966, graduou-se como médico na Escola de Medicina da
Universidade de Yale. Foi diretor do Departamento de Psiquiatria do Mount Sinai
Medical Center, de Miami, cidade onde mantém sua clínica particular.
Em seu livro A cura através de Terapia de Vidas Passadas, diz ele:
“É frequente um novo paciente ou participante de seminário me
confidenciar.
– Dr. Weiss, estou muito interessado em experimentar a regressão a vidas
passadas, mas sinto alguma dificuldade em aceitar o conceito de reencarnação”.
“Se você se sente assim, não está sozinho. Muitas pessoas precisam
comunicar esta dúvida antes de iniciar o processo de regressão em suas terapias,
e é um tópico comum das perguntas e respostas em meus seminários e a palestras.
Antes de minhas experiências extraordinárias com Catherine, eu próprio era
extremamente cético acerca do processo de reencarnação e do potencial de cura da
regressão a vidas passadas. Mesmo depois, precisei de vários anos para assumir o
compromisso de trazer a público minhas novas crenças e experiências”.
“Embora a terapia de Catherine tivesse mudado de maneira radical minha
compreensão da natureza da vida e da cura, eu hesitava em permitir que outras
pessoas soubessem destas experiências porque temia ser considerado louco ou
estranho por colegas e amigos” (…).
“Eu mesmo me preocupava em ser punido por minhas crenças caso as tornasse
públicas. E no entanto sei que as pessoas têm direito de acesso às ferramentas
do crescimento e da cura, e na minha própria experiência clínica tenho visto que
a regressão a vidas passadas pode curar e transformar a vida das pessoas. Sei
também que os pacientes se tornam melhores, membros mais úteis da sociedade e de
suas famílias, com muito mais a oferecer”.
“Mas mesmo depois de Muitas Vidas, Muitos Mestres ter sido publicado,
continuei aguardando o ataque. Esperava que os médicos me ridicularizassem, que
minha reputação ficasse maculada e até mesmo que minha família sofresse. Os
medos eram infundados. Embora soubesse de um ou dois colegas desgarrados que
andaram resmungando sobre “o pobre Brian não sabe onde está pisando”, em vez de
perder amigos e colegas, acabei ganhando outros. Também comecei a receber
correspondência – cartas maravilhosas – de psiquiatras e psicólogos que tiveram
experiências semelhantes, mas que não ousavam torná-las públicas”.
“Foi uma poderosa lição para mim. Eu assumira o risco de documentar e
apresentar minhas experiências ao público e ao mundo profissional e minha
recompensa foi o reconhecimento, a confirmação e a aceitação. Além do mais,
aprendera que a compreensão nem sempre tem origem na leitura de compêndios. Pode
vir também da investigação da própria experiência. A intuição pode levar ao
intelecto. Os dois podem conviver, nutrir e inspirar um ao outro. Foi o que
aconteceu comigo”.
Além de Weiss, poderemos citar também: Ian Stevenson, Dr. H.N. Banerjee, Dr.
Raymond A. Moody Jr. e Dra. Edite Fiore, entre vários, cujas biografias deixamos
ao leitor que não acredita na reencarnação, mas que acima de tudo busca a
verdade, o trabalho de pesquisa.
Quanto à reencarnação do ponto de vista religioso ser uma mentira iremos
provar que não. Para isso basta recorrer ao que disse Jesus aos seus discípulos
conforme narrativa de Mateus 11, 13-14: “Porque todos os profetas e a lei
profetizaram até João. E, se quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava
para vir. Quem tem ouvidos (para ouvir) ouça”. Mas sobre este assunto
pedimos que reportem aos textos Espiritismo x Cristianismo e A Reencarnação no
Evangelho onde abordamos esta questão com mais profundidade.
Seguindo, temos um texto assinado por Franklin Ferreira.
Reencarnação e ressurreição
“Creio… na ressurreição do corpo” – assim afirma o credo dos apóstolos e
assim cristãos de tradições tão diversas, como católicos, ortodoxos e
protestantes, têm unanimemente confessado sua fé através dos séculos. A
ressurreição é o alicerce da esperança do crente diante da morte”.
A doutrina da ressurreição do corpo, repetimos do corpo, não é de Jesus, pois
para Ele o mais importante no homem era o espírito, conforme narra João 6, 63:
O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as
palavras que eu vos tenho dito, são espírito e vida. Fato também percebido
por Paulo quando disse aos coríntios em: 1 Coríntios 15, 50: Isto afirmo,
irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a
corrupção herdar a incorrupção.
Mas para não deixar mais dúvida alguma, temos em Mateus 22, 31-32: E
quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de
mortos, e sim, de vivos. Ora, por estas palavras Jesus não prega a
ressurreição da carne. Ao dizer que Abraão, Isaque e Jacó não são mortos e sim
vivos está afirmando de maneira clara que o que ressuscita no homem é o seu
espírito, pois caso contrário os três não estariam vivos.
Para nós a ressurreição é a condição do espírito voltar a viver no mundo
espiritual de onde veio e no futuro quando atingir a perfeição ela será
definitiva. Voltar à carne é reencarnação, ou seja, o espírito que está no
momento vivendo no mundo espiritual retorna à carne para uma nova etapa de
aprendizado e evolução.
Ressurreição da carne é impossível, pois nosso corpo físico ao se decompor
devolverá à natureza os elementos de quem tomou emprestado, é o que afirma a
ciência. E afirmamos que a ciência é de Deus.
Nesta briga para saber com que corpo se ressuscita é que Paulo se dirige aos
coríntios dizendo: Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e em que
corpo vêm? Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer; e, quando
semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo, ou de qualquer
outra semente. Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar, e a cada uma das
sementes o seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne
dos homens outra a dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. Também há
corpos celestiais e corpos terrestres; e sem dúvida uma é a glória dos
celestiais e outra a dos terrestres. Pois assim também é a ressurreição dos
mortos. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo
natural, há também corpo espiritual. (1 Coríntios 15, 35-40 e 44). Moral da
história: para cada situação Deus nos dá um corpo apropriado àquela situação,
assim no mundo espiritual teremos não um corpo físico, que não é apropriado a
essa situação, mas evidentemente um corpo espiritual. É tão claro que se torna
difícil aceitarmos ter alguém ainda acreditando na ressurreição da carne. Mas é
compreensível, pois sabemos que muitos dão a ela mais valor que ao espírito que
nela habita. O que não compreendemos é dizer que Jesus disse tal aberração.
“A realidade de nossa ressurreição é ensinada por dois fatos. O primeiro é
que Jesus foi ressuscitado no mesmo corpo no qual Ele morreu. Em Lucas 23, 39,
vemos que Jesus não ressuscitou apenas na forma do espírito, mas fisicamente. O
segundo é que nós teremos corpos iguais ao corpo de Cristo. Ele é “as primícias
dos que dormem” (1 Co 15, 21). A ressurreição implica uma continuidade entre o
corpo físico que temos agora e o corpo que teremos no futuro”.
Se Jesus disse: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada
aproveita” como iria se contradizer ressuscitando no corpo físico. Para
os que conhecem os fenômenos de materialização realizados pelos espíritos, sabem
perfeitamente que o corpo que Jesus ressuscitou era o espiritual. Por não
compreender tudo que a Doutrina Espírita diz sobre as possibilidades das
manifestações espirituais, é que alguns apelam para a palavra chave: “milagre”.
Se Jesus ressuscitou no mesmo corpo que morreu, como em suas aparições ninguém o
reconheceu? Somente após Ele ter falado ou feito algo (partir o pão) é que O
reconheceram. Isso prova que o corpo era outro e não o mesmo corpo. Podem dizer:
se foi tocado e se comeu e bebeu era por que tinha um corpo físico. Também isso
pode ocorrer nas materializações dos espíritos.
Por tudo que acabamos de dizer temos a convicção que o corpo de Jesus, após
Sua ressurreição, era um corpo espiritual e será igual ao que teremos em nossa
ressurreição, disso não temos dúvida alguma.
Se estudassem a Doutrina Espírita não para combater, mas para entender,
fatalmente iriam encontrar tais explicações. Até quando irão compreender que
“Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10, 34; Romanos 2, 11 e Tiago 2, 1).
Veja o que acontece com quem faz: Se, todavia, fazeis acepção de pessoas,
cometeis pecado, sendo argüidos pela lei como transgressores (Tiago 2,
9).
A continuidade entre o corpo presente e o futuro é também marcada por
algumas mudanças. Mateus 22.30 diz que no céu seremos como os anjos, não
casados. É discutível se isso quer dizer que não existirá macho e fêmea no céu,
mas as relações sexuais não continuarão.
Disseram anteriormente que Jesus foi ressuscitado no mesmo corpo no
qual Ele morreu, se admitem isso por que então se contradizem falando
que o futuro corpo é marcado por algumas mudanças. Ora, se existe mudança não é
o mesmo corpo, não é mesmo?
Já é um adágio popular a frase: “Não se discute sexo de anjo”, já que nós
todos temos a convicção de que anjo não possui sexo. Plenamente correto, pois o
sexo é um atributo do corpo físico, não do espírito. O espírito pode ter
sentimentos característicos dos seres masculinos e femininos não mais que isso.
Sobre a questão da reencarnação temos os textos A Reencarnação no Evangelho e
Ressurreição, textos que irão completar o que estamos dizendo aqui.
Até que enfim concordaram em dizer ser alguma citação Bíblica como
discutível. Nós pensamos desta forma, falaremos sobre isso mais adiante.
Em 1 Coríntios 15.50, Paulo diz que a carne e o sangue não podem herdar o
reino de Deus, mas isso não elimina a possibilidade de uma ressurreição física.
O corpo pode ser diferente do que é agora e ainda ser composto de matéria
física.
Não conseguem se definir: é o mesmo corpo ou não é? Se ele pode ser diferente
já não é mais o mesmo corpo, não há como fugir desta contradição.
Para nós os Espíritas é outro corpo, o espiritual, o qual denominamos de
perispírito. Sua constituição é ainda material, entretanto num estado de matéria
quintessenciada, que a grosso modo para nós não seria matéria, pois não a
conhecemos neste estado.
É estranho que apesar de dizerem que tudo que está na Bíblia é absolutamente
verdade não fazem a menor cerimônia em questioná-la quando o que nela contém não
condiz com o que querem argumentar. É o caso de quando dizem a respeito da carne
e o sangue não pode herdar o reino de Deus, que mesmo estando na Bíblia isso não
elimina a possibilidade de uma ressurreição física.
Em conclusão, os cristãos crêem com convicção que “aos homens está
ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9.27). Por isso,
têm repudiado o ensino da reencarnação como uma séria e mortífera distorção da
fé evangélica.
Usando dos mesmos argumentos deles que apesar de “aos homens está ordenado
morrerem uma só vez”, isso não descarta a possibilidade de morrer mais de uma
vez. Só que não precisamos distorcer os textos bíblicos para concluir o nosso
pensamento.
Quando nos recomendam que ao fazermos nossa hermenêutica devemos observar o
contexto histórico e cultural da narrativa, bem como observá-lo no contexto do
próprio texto, principalmente quando se trata de frases soltas, eles mesmos não
aplicam tais orientações. Senão vejamos.
Paulo nesta passagem, de maneira alguma está querendo dizer alguma coisa
contra a reencarnação, apenas comparava a nossa morte com a de Cristo que morreu
uma só vez para tirar os pecados de muitos. Se tomarmos ao pé da letra como
querem, os que advogam a infalibilidade bíblica, iriam cair numa contradição, já
que acreditam que Jesus tenha ressuscitado a filha de Jairo, a filha da viúva de
Naim e Lázaro se eles foram ressuscitados tiveram duas mortes.
Mas podemos dizer convictamente que Paulo está com a razão, pois no corpo
físico atual realmente morremos somente uma vez, não teremos nela, portanto,
duas mortes (ou mais de duas como dão a idéia de estarem pensando), é uma só e
definitiva.
Por outro lado, pelo texto, se afirma que depois de morrer iremos ser
julgados. Então perguntamos: qual a necessidade de sermos julgados novamente
quando do juízo final?
Iremos, agora estudar o texto de Betty Bacon.
Por que o espiritismo é tão atraente?
“No Brasil, o espiritismo tem tradição e remonta aos dias coloniais. O
catolicismo da península aportou aqui já mesclado com práticas de origem
espírita. Segundo Gilberto Freyre, “o primeiro volume de documentos dos Santo
Ofício no Brasil registra vários casos de bruxas portuguesas” e “a clientela
dessas feiticeiras coloniais parece que era quase exclusivamente de amorosos,
infelizes ou insaciáveis””.
Os escravos importados da África, embora cristianizados apressadamente
antes de serem embarcados, traziam no coração o culto às divindades da sua tribo
de origem. Uma vez aqui, disfarçavam suas práticas religiosas com nomes de
santos católicos com que pareciam ter certa semelhança.
Os indígenas, por sua vez, mantinham relacionamento de medo e dependência
com os espíritos habitantes das florestas. Antes de se tornar cristão, Elcá,
pajé wai-wai nos idos de 1950, era dominado pelo espírito do porco-do-mato.
No século 19, o kardecismo achou terreno fértil aqui. Assim como
imigrantes de todas as etnias são bem-vindos, também cada nova religião ganha
acolhida no sincretismo generalizado. O século 20 assistiu ao nascimento da
Umbanda. Chegaram, então, os imigrantes orientais, da Índia, do Japão, da
Coréia, trazendo o budismo, a yoga e outros.
Sempre que lemos artigos dos que nos são contrários deparamos com afirmações
como estas. Querem a qualquer custo coloca num mesmo saco o Espiritismo e outras
linhas filosóficas ou doutrinárias nas quais também ocorrem as manifestações
espirituais. Até algum tempo pensávamos tratar-se apenas de pura ignorância, mas
com o tempo passamos a pensar de forma diferente, principalmente depois de ver
tantos artigos onde colocam citações de livros Espíritas confirmando que
realmente lêem os nossos livros, assim quando dizem coisas que não somos é por
pura má-fé.
Para se dizer Espírita é necessário seguir as obras da codificação
Kardequiana, fora disso são apenas filosofias e doutrinas, onde as manifestações
espirituais também ocorrem. Só porque um passarinho bota ovo não podemos afirmar
que todos animais que botam ovos são aves. Pois sabemos que tartarugas, jacarés,
botam. Até mesmo os dinossauros também botavam ovos, entretanto ainda não vimos
nenhum destes animais passar voando por cima de nós. Da mesma forma, é querer
generalizar tudo em que há manifestação de espíritos como Espiritismo. Os que
dizem isto só se preocupam em denegrir a imagem do Espiritismo. Aprendemos, com
o tempo, que “SÓ SE JOGA PEDRAS EM ÁRVORE QUE DÁ FRUTOS”.
Com razão está nosso amigo José Reis Chaves, quando diz em seu livro A Face
Oculta das Religiões: “Aliás, era de praxe, no passado, os representantes da
Igreja tacharem de feitiçaria e de obras dos demônios tudo o que não estivesse
de acordo com o programado e determinado pelas autoridades eclesiásticas”.
Só que, infelizmente, isto ainda continua acontecendo nos dias atuais.
Cada vez mais as novelas giram em torno de temas espíritas e não atraem
apenas os adultos. As crianças também são fortemente influenciadas por essas
produções. Horóscopos e conselhos espíritas fazer parte dos programas de rádio e
de televisão em larga escala.
Está aí mais uma prova do que estamos afirmando, quando querendo denegrir a
imagem do Espiritismo nos atribuem coisas que não fazemos e muitas das quais nem
mesmo aprovamos.
O patriotismo de algumas pessoas as empurra para o espiritismo. “Brasil,
capital do mundo do terceiro milênio”, tem levado não poucos a buscar os poderes
invisíveis. Além disso, o espiritismo nivela as diferenças sociais. Nos cultos
de origem africana, por exemplo, descendentes de escravos e de senhores cultuam
juntos. As mulheres têm lugar de destaque nas cerimônias, o que dificilmente
acontece na política, na gerência de empresas ou mesmo no cristianismo
tradicional.
A frase que se diz no meio Espírita não é esta meus caros. Estão redondamente
enganados, ou estão propositadamente enganando, achamos ser mais a segunda
opção. O que dizemos é: “Brasil, coração do mundo pátria do evangelho”. Se
observarmos o mundo, veremos que têm razão os espíritos quando dizem isso do
Brasil, pois somos o país onde a religiosidade é mais alta no mundo, bem como
também é o país cujo povo é o mais pacífico do planeta.
Novamente teremos que afirmar que não temos nada a ver com os cultos de
origem africana, nós respeitamos quem os praticam, até mesmo por ser um direito
garantido em nossa Constituição.
Pelo que dizem parecem não aprovar a igualdade social nem a que possa existir
entre homens e mulheres. Se “Deus não faz acepção de pessoas” quem eles
pensam que são para fazer? Julgam-se acima do Criador?
Allan Kardec, codificador das doutrinas espíritas, oferece explicações
sobre a vida e a morte, o visível e o invisível, este mundo e outros mundos
possíveis.
A título de esclarecimento, queremos dizer que Allan Kardec não é o
codificador das doutrinas espíritas, mas sim o codificador da Doutrina Espírita,
no singular mesmo, pois não existem várias doutrinas espíritas, mas somente uma.
Por estarem, de longa data, rodeados de forte sincretismo, muitos há que
acham que “todas as religiões são boas”. (…) A Umbanda apóia tal crença.
Na pergunta 842 do Livro dos Espíritos temos: Todas as doutrinas tendo a
pretensão de ser a única expressão da verdade, por que sinais se pode reconhecer
aquela que tem o direito de se colocar como tal? Cuja resposta foi: –
Será aquela que faz mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer,
praticante da lei do amor e da caridade na sua maior pureza e na sua mais larga
aplicação. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, porque toda
doutrina que tiver por conseqüência semear a desunião e estabelecer uma
demarcação entre os filhos de Deus, não pode ser senão falsa e perniciosa.
Sem mais comentários.
A resposta espírita a esse dilema é clara: “O mal que fiz aqui na terra tem
de ser pago por mim. Se esta vida é insuficiente, há outras – não irei
reencarnar? Para o bem que deixei de fazer, também existirão outras
oportunidades”. A baixa exigência moral nesta vida atrai muitos. Os pecados
podem ser rolados como a dívida nacional. A esse atrativo, liga-se outro, que
muito agrada o orgulho humano: a pessoa pode efetuar a própria salvação, sem
depender de mais ninguém.
Usando desta mesma linha de raciocínio poderemos dizer que as religiões que
pregam o perdão também são de baixa exigência moral, pois a toda hora poderemos
pedir perdão a Deus e estaremos perdoados. Até mesmo antes do último suspiro se
pedirmos perdão receberemos a mesma recompensa dos que passaram a vida toda
praticando a lei de amor e caridade. É um absurdo isso. Ainda não conseguem sair
desta idéia fixa trazida dos tempos de Moisés. A cultura da época supunha que
após se oferecer o sacrifício de expiação dos pecados (imolação de animais) Deus
satisfeito com a oferenda iria perdoá-los. É o que chamamos de lei do menor
esforço, ou lei “de graça”. Imagine você após ter cometido um crime, diante do
juiz dizendo: Sr. Juiz, estou completamente arrependido do que fiz, me perdoa. O
juiz diante disso lhe perdoaria o crime. É justo isso? Ora, se não admitimos
como justo para a justiça humana porque deveremos admitir para justiça divina?
Nós sabemos que todo o mal que fizermos iremos pagar cedo ou tarde, ou seja,
nesta encarnação ou em outra, assim em vez de nos acomodarmos esforçamo-nos para
não mais praticar o mal. É essa a moral que o Espiritismo conduz.
A Bíblia é clara neste ponto: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus
e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.
Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”. (Rm 10.3.4).
Em Paulo vamos encontrar nossa resposta. Diz ele aos Hebreus (5, 11-14): A
esse respeito temos muitas cousas que dizer, e difíceis de explicar, porquanto
vos tendes tornado tardios em ouvir. Pois, com efeito, quando devíeis ser
mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes novamente necessidade de alguém
que vos ensine de novo quais os princípios elementares dos oráculos de Deus;
assim vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido. Ora,
todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça,
porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que,
pela prática, têm as faculdades exercitadas para discernir não somente o bem,
mas também o mal.
Assim podemos compreender que não se pode dar os mesmos ensinamentos a todos,
deveremos ministrá-los de acordo com o grau de evolução de cada um. Conforme o
público a que se dirigia Paulo agia desta forma. Por isso em algumas ocasiões
disse que a fé era a base para a salvação enquanto que em outras oportunidades
já dizia ser a caridade. Essa última é que é o alimento sólido, para adultos, e
de conformidade com os ensinos de Jesus: “a cada um segundo suas obras”.
Ao dizer isso, Jesus está justamente colocando em nossas mãos a nossa própria
salvação. A lei de causa e efeito e a lei da reencarnação são, entre outras,
duas leis divinas que fazem parte do que queremos denominar de justiça de Deus.
Problemas sentimentais também levam à busca pelos espíritos. Muitas pessoas
cujos ancestrais procuravam a ajuda das bruxas condenadas pelo Santo Ofício vão
ao centro espírita na tentativa de resolver suas dificuldades conjugais. Há
ainda a questão da saudade. E, nesse caso, a oferta é dupla. Segundo os
espíritas, ninguém “morre”.
Não podemos negar que pessoas há que não conhecendo o que é realmente o
Espiritismo, como é o caso de vocês, nos procuram para as coisas mundanas.
Talvez seja porque lhes disseram que onde se manifestam espíritos tudo é a mesma
coisa, como vocês cansam de afirmar. Entretanto não estamos aqui para nos
prestarmos a este tipo de coisas. Podemos até ajudar os que têm problemas
conjugais, pois muitas vezes a nossa experiência ou a nossa profissão nos dá
condições para tal. Não recorremos aos espíritos para coisas que nós mesmos
podemos fazer. E de mais a mais os espíritos não estão aqui com o objetivo de
resolver nossos problemas mundanos, mas para realizar sua principal missão que é
a moralização do ser humano através dos ensinamentos de Jesus.
Quanto à questão de que ninguém morre não somos nós que dizemos isso, mas o
próprio Jesus. Senão vejamos: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o
Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e, sim, de vivos. (Mateus 22,
32). Assim nós estamos com Jesus, e vocês?
A outra consolação é a possibilidade de comunicação com os entes queridos que
já partiram. A Bíblia, porém, é categórica; “Não se achará entre ti (…) nem
adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador,
nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos: pois todo aquele que
faz tal coisa, é abominação ao Senhor”. (DT 18.10-12).
Ninguém conseguirá tirar do Espiritismo a consolação que ele traz para as
pessoas que perderam um parente ou amigo, que, em alguns casos, supunham estar
no inferno, se comunicar com eles para mostrar que a morte não existe, conforme
provamos, anteriormente, ser um ensinamento de Jesus.
Quanto à questão da proibição da Bíblia, agora sim é que iremos fazer algumas
considerações a respeito dela.
Primeiramente achamos incoerentes os que utilizam a Bíblia para nos combater,
quando insistentemente dizem que cumprir a determinação de não consultar os
mortos. Se esta proibição é tão importante assim, porque não consta entre a
lista dos Dez Mandamentos? Estes com certeza sabemos serem orientações de Deus.
A proibição de consultar os mortos é proibição de Moisés, com a qual não
concordamos em seguir, pois não fazemos as práticas que ele queria combater, da
mesma forma que vocês não cumprem muitas outras inclusive estas:
– Quem ferir a outro de modo que este morra, também será morto. (Êxodo 21,
12);
– Quem ferir a seu pai ou a sua mãe, será morto. (Êxodo 21, 15);
– Quem raptar a alguém, e o vender, ou for achado na sua mão, será
morto.(Êxodo 21, 16);
– Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, será morto. (Êxodo 21, 17);
– Se um ladrão for achado arrombando uma casa, e, sendo ferido, morrer, quem
o feriu não será culpado do sangue. Se, porém, já havia sol quando tal se deu,
quem o feriu será culpado do sangue: neste caso o ladrão fará restituição total
Se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto. (Êxodo 22, 2-3);
– Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te
haverás com ele como credor que impõe juros. (Êxodo 22, 25).
E agora quanto à questão de ser infalível, podemos colocar:
Em Êxodo 20, 5, temos: Não os adorarás, nem lhes darás culto; porque eu
sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos
filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, em
comparação com Deuteronômio 24, 16, que diz exatamente o contrário: Os
pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos pais;
cada qual será morto pelo seu pecado.
Em Êxodo 20, 13, encontramos: Não matarás, para logo à frente dizer
que se deve matar, conforme acabamos de citar (Êxodo 21, 12-17).
Com isso queremos provar que apesar de sempre afirmarem que a Bíblia é a
palavra de Deus não a cumprem totalmente. Para nós por estar eivada de
contradições, incoerências, lendas, mitologias, etc., não pode ser tomada como
se tudo que nela há fosse de Deus, sob pena de O rebaixarmos a uma condição vil.
Sobre estas questões temos o texto A Palavra de Deus na Bíblia.
Seguindo o nosso estudo o próximo texto é de Marcos Roberto Inhauser.
“Heremenêutica” e “thereologia”
Já se disse que a Bíblia é a mãe de todas as heresias. Quem foram os
hereges? Grande parte deles é formada por autodidatas, leigos nas ciências
bíblicas e forçadores de interpretações.
Isso fica bastante evidente quando se analisam as “interpretações bíblicas” e
a “teologia” produzidas pelos espíritas. Aos estudá-las para escrever este
artigo, não tive outra saída que cunhar dois neologismos: heremenêutica (de
hermenêutica e heresia), que qualifica o método de interpretação bíblica que
usam, e thereologia (de teologia e heresia), para qualificar as “teologias” que
produzem.
Vamos encontrar no Livro A Face Oculta das Religiões a posição do autor, José
Reis Chaves, sobre a questão da heresia:
“Não importa que o modo de pensar do autor e algumas coisas pouco
conhecidas, mostradas por ele, venham assustar muitos leitores cristãos
ortodoxos, que estão atolados nos erros de uma mentalidade arcaica vigente até
hoje, apesar desses erros serem insustentáveis, pois os hereges também
assustaram os ortodoxos de ontem. E o maior herege de sua religião foi o próprio
Jesus. Primeiramente, desafiando os sacerdotes e a ortodoxia judaicos, e depois
transformando grande parte do judaísmo de seu tempo em cristianismo.”
E sobre sua obra diz ele:
“Mas uma coisa é certa, ela procura fundamentar-se numa hermenêutica e
numa exegese descompromissadas com qualquer que seja a corrente teológica cristã
tradicional e dogmática, numa tentativa de mostrar conclusões baseadas na lógica
e no bom senso, sob a ótica da mentalidade do homem de hoje, e não da
mentalidade do homem de ontem, que aceitava com naturalidade os horrores da
Inquisição, a barbaridade das Cruzadas e o desrespeito total à cultura religiosa
indígena, nas regiões colonizadas pelos “civilizados””.
Não podemos aceitar o cabresto que alguns nos querem colocar. Veja por
exemplo o que consta numa Bíblia como norma de interpretação:
1 – Uma vez que as S. Escrituras foram inspiradas por Deus, não contêm
erro algum, assim pois, qualquer interpretação que aceite um erro ou
contradição entre passagens bíblicas, não pode ser verdadeira.
2 – Uma vez que a Igreja recebeu a promessa de contar com a ajuda
do Espírito Santo (Jo 14, 16), não se pode aceitar uma interpretação que seja
contrária a alguma de suas definições.
3 – Sendo a tradição parte integrante da revelação divina, não se pode
admitir nenhuma interpretação que vá contra a opinião unânime dos Santos Padres
ou Doutores da Igreja primitiva.
É isso que a teologia dogmática produz? Se assim for graças a Deus que não
sou um destes teólogos.
Em outra Bíblia quando falam dos atributos de Deus, entre outras colocam:
1 – Simplicidade. Deus é incomplexo, não composto, indivisível.
No entanto, sem uma base lógica, afirma que Ele é três em um.
2 – Unidade. Deus é um.
Sendo um como pode ser três ao mesmo tempo?
3 – Imutabilidade. Deus é imutável em natureza e prática.
Mas ao contrário disso aceitam Deus se arrependendo a toda hora, mudando de
opinião, sendo contraditório com outras coisas que disse.
4 – Soberania – Deus é o governante supremo do universo.
Mas não O colocam somente cuidando deste minúsculo planeta terra, mais ainda
só se preocupando com alguns poucos crentes?
5 – Onisciência. Deus conhece todas as coisas, reais e possíveis.
No entanto não sabia que a maldade do homem iria se espalhar por toda a
terra, que não existe água suficiente no mundo para por um dilúvio cobrir o mais
alto monte (Everest 8.848 metros) em 7,5 metros, entre outras tantas que
poderemos encontrar.
6 – Justiça. Eqüidade moral, imparcialidade no trato com Suas criaturas.
Mas não dá a todos o mesmo destino ao escolher o “seu povo eleito” em
detrimento do restante da humanidade.
7 – Amor. A busca divina do bem maior das criaturas na manifestação de Sua
vontade.
Podemos supor com isso que o inferno eterno seja também um bem maior de Deus
para Suas criaturas.
Já podemos ter uma idéia muito clara do que a tal de teologia dogmática
compromissada com seu segmento religioso pode produzir.
Voltemos ao que diz José Reis Chaves, no livro já citado:
“Um dos maiores erros dos teólogos foi tachar de ateus pessoas que tinham uma
visão diferente deles sobre Deus, como se um filósofo ou cientista pudesse
pensar em Deus do mesmo jeito que pensa uma pessoa simples e analfabeta. E ainda
hoje isso acontece. Muitos católicos e também evangélicos acham que o único modo
correto de pensar sobre Jesus Cristo é o deles, o que é pior, eles acham que os
espíritas, rosacrucianos, teósofos, os adeptos da Seicho-No-Ie e outras
correntes religiosas não têm direito de admirar Jesus nem de considerarem seus
discípulos. O próprio Jesus disse: “Conhecereis meus discípulos pelo que eles
fizerem”. Não é pois, a religião ou modo de pensar das pessoas que determina
quem é ou quem não é discípulo de Jesus, mas são seus discípulos os que fazem o
que Ele recomendou. E o que Ele nos recomendou foi que nos amássemos uns aos
outros como Ele nos amou. Em outras palavras, são seus discípulos autênticos
quem pratica o amor, a caridade, a fraternidade. Jesus é, pois, de toda a
humanidade que O quiser aceitar, quer queiram ou não os católicos carismáticos e
os evangélicos. E a eles recomendo um outro ensinamento importante do Mestre
Jesus: “Não deveis julgar nem condenar””.
Sigamos em frente. Fala que nós espíritas nas interpretações dos textos
bíblicos não as fazemos de forma correta (que é a deles com certeza), por
desconhecermos algumas regras básicas de hermenêutica.
Interessante o que encontramos como orientação de como se utilizar a Bíblia
para estudo:
“Aceite o sentido normal, natural e costumeiro das palavras. É assim que
falamos e lemos outros tipos de literatura, e é assim que Deus pretendeu que
fosse lida e entendida a Sua Palavra”.
“Não fique tentado, todavia, a descobrir significados “profundos” ou a
encontrar idéias ocultas que ninguém jamais percebeu! Não invente “mensagens”
que não estão no texto para justificar alguma idéia pessoal ou ação que planeje
executar. No sentido normal do texto há farto material para que o Espírito Santo
fale a você e satisfaça suas necessidades espirituais. Além disso, quanto mais
você estudar, tanto maior será o “reservatório” de verdades bíblicas acumuladas
das quais o Espírito pode Se valer para corrigi-lo, fortalecê-lo e guiá-lo””.
Percebemos claramente que não querem que os outros questionem nada, que só
vejam pela ótica dos “doutores teólogos”.
Sobre o que chama de Heremenêutica Espírita, diz o texto:
1 – Desconsideram a história das idéias
Uma delas é não considerar o contexto histórico, cultural e o grau de
desenvolvimento das idéias para avaliar o ensino de um texto. Exemplo disso é
quando usam os textos do Antigo Testamento para mostrar evidências da
reencarnação.
Apesar de alguns autores espíritas utilizarem certas passagens do Antigo
Testamento a maioria de nós lhe dá somente uma importância histórica. Pois
conforme Jesus já dissera aos fanáticos sacerdotes, fariseus, saduceus e
escribas de outrora: “Não se coloca remendo de pano novo em pano velho; nem
vinho novo em odres velhos” (Mateus 9, 27) se referindo ao apego que estas
pessoas faziam ao Antigo Testamento. Paulo não deixa de perceber isso. Assim ele
dá recomendação idêntica, por carta, aos Hebreus. (Hebreus 8, 6-8 e 13).
Brevemente estaremos lançando pela SEDA – Sociedade Espírita de Divulgação e
Assistência de Salvador, BA, o nosso livro: As Traduções e Interpretações da
Bíblia Sagrada à Moda da Casa, onde ficará bem evidenciado ser essa importância
somente histórica.
Acreditamos realmente ser necessário verificar o contexto histórico de
algumas passagens da Bíblia, com certeza ficaremos surpresos com os resultados,
senão vejamos:
Gênesis 2, 9: Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores
agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no
meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Alguns afirmam serem estas árvores reais, o que não condiz com a cultura da
época onde a árvore da vida representa um antigo símbolo mítico da
imortalidade e a árvore do conhecimento do bem e do mal representa, por
sua vez, o símbolo do conhecimento secreto e sagrado. Assim não são reais,
trata-se apenas de simbolismos.
Gênesis 3, 1 – Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais
selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus
disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
Tal qual na epopéia babilônica de Guilgames onde a serpente foi a usurpadora
da árvore da imortalidade a serpente da Bíblia fez o mesmo. Significando que
aproveitaram um fato lendário para colocar na Bíblia um muito semelhante.
Gênesis 3, 16: E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da
tua gravidez; em meio de dores darás à luz os filhos; o teu desejo será para o
teu marido, e ele te governará.
Será mesmo castigo de Deus o fato do homem governar a mulher ou é fruto da
cultura machista da época? Com a mais absoluta certeza é apenas fruto de uma
sociedade altamente machista. Tão machista que foi colocado o homem como sendo
criado primeiro que a mulher.
Gênesis 3, 24 – E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do
jardim do Éden, e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o
caminho da árvore da vida.
Os querubins são seres da mitologia babilônica, metade homens e metade
animais, guardas dos portais de templos e palácios.
Por aqui já temos uma tênue idéia de quanto se colocou na Bíblia referente a
mitologia ou simbolismos, olha que é só o início dela, imaginem se formos
pesquisar nela toda. Caso queiram saber mais é só ler o Livro As Traduções e
Interpretações da Bíblia Sagrada à Moda da Casa que falamos um pouco atrás.
2 – Desconsideram a história
Erro crasso na interpretação cometem no texto em que se afirma que João
Batista é Elias (Mt 17, 1-13). Aqui mutilam a história e vão contra seus
próprios ensinamentos. Se levassem em conta o Antigo Testamento como fonte de
informação, saberiam que Elias é um personagem que se crê não ter morrido, mas
arrebatado sem experimentar a morte. Se assim é, como ter ele reencarnado em
João Batista?
É inacreditável ainda encontrarmos pessoas que acreditam nesta “história” de
que Elias não morreu. Se dizem que Deus é imutável em natureza e prática, como
admitir que tenha revogado alguma lei para favorecer uma pessoa? Quando Paulo
diz: Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra a dos
animais, outra a das aves e outra a dos peixes (1 Coríntios 15, 39), ou
seja, para cada situação Deus dá um corpo apropriado, assim o nosso corpo no
mundo espiritual será um outro corpo, o espiritual. Até mesmo porque, conforme
já foi dito anteriormente, “a carne e o sangue não herdarão o reino de Deus”.
Em 2 Reis 2, 11, encontramos: Indo eles andando e falando, eis que um
carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu
num redemoinho. É desta passagem que tiram que Elias foi arrebatado. Fico a
pensar se realmente Elias foi para o céu, vejam carro e cavalos de fogo mais
parece ser o veículo que foi utilizado por alguma coisa que veio do inferno para
buscá-lo, pois o lugar de tudo ser de fogo não é no enfermo?
3 – Desconsideram as riquezas lingüísticas
Em outro texto que diz “nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei” (Jó 1,
21) querem apoiar suas teses afirmando que o texto ensina o retorno de Jó à vida
depois de morto. Erram ao não considerar a riqueza lingüística e poética da
língua hebraica nem a cosmovisão prevalecente que acreditava que o ser humano
havia sido criado da terra e à terra voltaria (Gn 3.19).
Mas logo à frente Jó diz: pois não fechou as portas do ventre de minha
mãe, nem escondeu dos meus olhos o sofrimento. Por que não morri eu na madre?
Por que não expirei ao sair dela?, cujo sentido é realmente ventre da
mãe, ou seja, o mesmo significado que devemos dar na fala anterior.
Entretanto se bem verificarmos tudo indica que a história de Jó não passa
mesmo de uma tentativa de explicar porque um homem justo sofre, que por mais
explicações que se dêem, sem a reencarnação não haverá nem lógica nem justiça
alguma.
As informações que nos dão é a indicação que se trata de uma “história”, pois
primeiro tanto o autor do texto quanto a data em que foi escrito são incertos;
segundo não existe no início da narrativa uma genealogia de Jó, iniciando como
normalmente se inicia uma história para crianças: Havia um homem na terra de
Uz, cujo nome era Jó; homem integro e reto, temente a Deus, e que se desviava do
mal. (Jó 1, 1). E mais, quando encontramos numa Bíblia a seguinte
informação: Diversidade no vocabulário, no estilo e no ambiente cultural e
religioso dão a entender que o livro foi escrito por etapas. Resquícios de
vocabulário do período persa e algumas circunstâncias históricas e culturais
fazem supor que ele tenha surgido no século V ou IV a.C, após o exílio
babilônico, e seus acréscimos, no mais tardar, no século III a.C. O prólogo e
o epílogo são reformulação literária de um conto didático da tradição oral dos
sábios do antigo Oriente Médio não-israelita.
No caso do texto de Mateus que afirma “ele é Elias”, não levam em
consideração a peculiaridade lingüística, também presente em outros idiomas, de
usar o “isto é” com o sentido de representar, de simbolizar.
Vejamos como encontramos este texto em algumas das Bíblias que possuímos:
Anotada: E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava
para vir. Quem tem ouvidos (para ouvir) ouça.
Barsa: E se vós o quereis bem compreender, ele mesmo é Elias, que
há de vir. O que tem ouvidos de ouvir, ouça.
Ave Maria: E, se queres compreender, é ele o Elias que devia
voltar. Quem tem ouvidos, ouça.
Não existe nenhuma que tenha colocado “isto é”. As afirmativas são claras e
redundantes. Mas como Jesus sabia que muitos não iriam compreender que João
Batista era o Elias reencarnado, completa: quem tem ouvidos, ouça, ou seja, é
isto mesmo João Batista é o Elias reencarnado.
4 – Forçam a interpretação
Além de insistir em ver sinais de reencarnação nos textos de Gênesis 4.10
e 9.6 que falam que o sangue derramado clama da terra e que um homem vai
derramar o sangue do ofensor, fazem uma grande ginástica para provar a tese. O
reencarnacionista afirma que se um homem vai derramar o sangue do ofensor,
ninguém outro o fará a não ser a própria vítima reencarnada; que se não houver
reencarnação poderá ocorrer que algum assassino possa morrer sem ter seu sangue
derramado e que a polícia é incapaz de justiçar a todos os agressores; daí ser
necessária e fez a reencarnação.
Nunca vimos tais afirmações. Talvez o autor tenha feito uma grande confusão,
pois se algum autor espírita se referiu a estas passagens é para mostrar a lei
de causa e efeito, não que quem foi morto deverá ser futuramente um assassino.
Não existe nada na Doutrina Espírita que afirme tal aberração. O que ocorre pelo
princípio da lei de causa e efeito é que se matarmos alguém nesta vida,
poderemos sofrer como conseqüência ser assassinado, mas não necessariamente pela
mesma pessoa que matamos anteriormente. Numa mesa de operação, por exemplo, um
corte no lugar e na hora errada poderá ser o pagamento. Não pensem também que
não tenhamos outra forma menos dolorosa de pagar pelos nossos erros, temos sim,
é aquela dita por Pedro: Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para
com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados (1 Pedro 4,
8), ou seja, ame a todos os que te cercam fazendo a todos o que gostaria que se
fizesse com você. A questão do amor é tão importante que Paulo disse: “Acima de
tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Colossenses 3,
14).
5 – Desconsideram o contexto imediato
Esse procedimento se nota prioritariamente nas interpretações sobre o
“nascer de novo” da conversa de Jesus com Nicodemos (João 3). Sem sequer
considerar as dificuldades lingüísticas que o grego apresenta ao usar anothen,
que tanto pode significar “de novo” como “do alto”, e que no versículo 31
certamente significa “do alto”, atropelam o contexto quando querem dar sentido
literal à metáfora, coisa que o próprio Nicodemos coloca como impossibilidade:
“Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre
materno e nascer segunda vez? (verso 4). O contexto todo mostra o uso de
metáforas e interpretar o texto como literal é atropelo.
Num texto onde é claro que João Batista é Elias reencarnado, querem lhe dar
outro sentido, não nós. Aqui na passagem com Nicodemos também querem a todo
custo tirar a idéia da reencarnação. Quando ele disse: Como pode um homem
nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda
vez? Nicodemos não estava colocando nenhuma impossibilidade disso acontecer, mas
exatamente o contrário; entendeu bem que era isso que Jesus queria dizer a sua
única dúvida foi como isso poderia ocorrer. Aqui fica claro que o sentido é
mesmo o de nascer de novo. E ainda dizem que quem quer distorcer somos nós.
Outro exemplo é o texto de Gálatas 6.7, que diz que aquilo que se planta
também se colhe. O texto trabalha a idéia do juízo, de recompensa para os bons e
castigo para os maus. E quando diz “de Deus não se zomba”, declara a Deus como
supremo juiz das ações, o que descarta a idéia de sucessivas vidas, em que a
vida presente purifica a passada.
Como misturam as coisas. Resta saber se é por ignorância ou por má-fé. Antes
de entrar na questão da reencarnação, temos neste texto a idéia do juízo sim, se
diz claramente que a recompensa é pelas ações boas e castigo para as más ações.
Ora, então não é por pertencer a determinada corrente religiosa como dizem
alguns? Ou a salvação “de graça” como dizem outros?
Este texto normalmente é citado para mostrar a lei de causa e efeito,
compreendida pelo: “aquilo que se planta também se colhe” nada mais que
isso. A idéia de haver um juízo para nossas ações é fato que não contestamos. A
única divergência é quando isso ocorre e quanto à questão do nosso destino
final: céu ou inferno.
6 – Desconsideram o contexto geral dos ensinamentos bíblicos
No âmbito da consulta aos mortos, apóiam-se no célebre texto de Saul indo à
pitonisa de En-dor para ali consultar a Samuel (1 Samuel 28). A bem da verdade,
o texto é bastante problemático e há várias tentativas de interpretá-lo, pois
ora afirma que Saul “entendeu” que era Samuel (verso 14), ora afirma ser Samuel
(versos 15 e 16).
A bem da verdade, como dizem, o texto é bastante problemático e há várias
tentativas de interpretá-lo, principalmente por aqueles que não aceitam a
comunicação com os mortos, não por nós Espíritas. Não deveria haver dúvida
alguma, pois o texto no versículo 15 é categórico: Samuel disse a Saul,
afirmando ter sido Samuel. Mas para acabarmos de vez com as dúvidas é necessário
recorrermos ao versículo 17: Porque o Senhor fez para contigo como por meu
intermédio ele te dissera; tirou o reino da tua mão, e o deu ao teu companheiro
Davi. Quando Samuel diz: como por meu intermédio ele te dissera é porque
naquele momento ele como espírito estava usando a boca da médium para afirmar o
que já tinha dito pessoalmente a Saul quando ainda estava vivo. Pela Bíblia
Católica fica incontestável como poderemos ver em Eclesiástico 46, 20, quando se
está falando sobre Samuel: Mesmo depois de morto profetizou e anunciou ao rei
seu próximo fim. Do seio da terra elevou a voz profeticamente para apagar a
iniqüidade do seu povo. O que em outras palavras quer dizer: Samuel mesmo
depois de morto profetizou.
A análise honesta de Deuteronômio 18.15 mostra que este texto somente pode
ser usado para dizer que é pecado consultar os mortos, mas não é suficiente para
afirmar que não é possível fazê-lo. Igualmente, a história ou parábola contada
por Jesus acerca do rico e Lázaro, na qual, como resposta ao pedido de que se
enviasse um mensageiro para avisar aos vivos. Jesus não afirma a
impossibilidade, mas, sim, a inutilidade de tal ato (Lc 16.29s). O que se pode
afirmar com certeza é que é pecado consultar os mortos.
No jogo de palavras disfarçam, já que não podem admitir claramente, a
realidade da comunicação com os mortos. Se têm a Bíblia como a palavra de Deus,
pergunto como Deus iria proibir algo que não viesse a acontecer? Ou seja, a
própria proibição, principalmente por a considerarem de Deus, é o maior atestado
que isso pode acontecer. Na parábola de rico e Lázaro já que Jesus afirmou sobre
a inutilidade de tal fato acontecer, via de conseqüência é admitida a
comunicação com os mortos.
Mas não é somente por esta passagem que podemos afirmar que os mortos se
comunicam. Temos também aquela narrada por Mateus (17, 1-3) onde é descrita a
transfiguração de Jesus. Logo após este fato Jesus passa a conversar com Moisés
e Elias. Não seria também mais uma revogação de Jesus da lei Mosaica? Já que
seguimos a Jesus e não a Moisés, gostaria que nos mostrassem onde Ele proibiu a
comunicação com os mortos?
No entanto, o fato de a Bíblia trabalhar o assunto de tal forma, não é
garantia de que a consulta aos mortos seja possível. Isto assim é porque ela
utiliza conceitos usados e aceitos pela população, muitas vezes sem corrigir
erros.
Com isso estão querendo admitir que a Bíblia contém erros? Ou só existem
erros onde lhes são conveniente? E a inerrância da Bíblia para onde vai? Nós é
que distorcemos os fatos? Nós é que fugimos do contexto?
O que os espíritas não mencionam, por conveniência, é o fato de que se
condena claramente como pecado a consulta aos mortos, desconsiderando assim o
contexto geral dos ensinamentos bíblicos.
Ora, se vocês podem contestar a Bíblia, muito mais nós que não a temos como
inerrante. Se não mencionamos não é por questão de conveniência, é por questão
de inteligência mesmo. Primeiro porque se fosse ordem divina deveria constar
entre os Dez Mandamentos, já o dissemos. Segundo, se fosse pecado Jesus ao
conversar com Moisés e Elias estava cometendo um gravíssimo pecado, não? O
próprio Moisés que disse ser de Deus a proibição em se comunicar com os mortos,
aparece depois de morto fazendo exatamente o que disse ter sido proibido por
Deus.
Além do mais, pelo próprio contexto histórico, podemos verificar
perfeitamente porque Moisés proibiu a consulta aos mortos. Como ele queria
deixar impregnado no povo hebreu a idéia de um Deus único, deveria afastá-los de
tudo que viesse a ser contrário a essa idéia. Para o povo hebreu tudo que saía
da esfera física e visível eles acreditavam ser um Deus, como se pode verificar
em Isaias 8, 19: Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os
adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus.
A favor dos vivos se consultarão os mortos?, e também em 1 Samuel 28,
13, quando o espírito Samuel aparece para a pitonisa de En-dor, diz ela a Saul:
Vejo um deus que sobe da terra.
De mais a mais nós não consultamos nem evocamos os mortos, quem faz isso são
os que vão ao cemitério e ficam lá chamando pelos mortos. Se consultamos ou
evocamos são os “vivos”. Mais ainda, se eles aparecem é porque Deus permite. Da
mesma forma que Samuel, Moisés e Elias voltaram a se comunicar com os
encarnados. Se Jesus foi morto crucificado na cruz e a cada minuto se evoca seu
nome, estão evocando, segundo o conceito de vocês, a um morto. Podem objetar:
mas ele ressuscitou. Certo. Também ressuscitam todos os que morrem, ou seja,
voltam à condição de espíritos fora da carne (desencarnados). É, dirão que
apelamos feio. Não é apelação nenhuma é só entender o que Jesus quis dizer
conforme narrado em Mateus 22, 31-32, que já falamos no decorrer deste estudo.
Já sobre ao que chama de Thereologia Espírita, diz o autor:
1. Desconsideram a teologia da graça
A teologia espírita está baseada em uma das mais antigas e primárias
teologias: a da justiça retributiva, em que cada pecado recebe proporcional
recompensa, em relação de causa-efeito imediata. É a lei do “olho por olho e
dente por dente”. Esse tipo de religiosidade é cruel porque não ensina o perdão,
a restauração, antes trabalha com um sentido fatalista na vida. Devemos pagar
cada erro que cometemos na própria pele já ou em outra vida…
Considerando o contexto geral dos ensinamentos bíblicos vemos que Jesus
colocou como condição única de salvação fazer o bem ao próximo como a si mesmo.
A parábola do Bom Samaritano (Lucas 10, 25-37) onde nos recomenda “vai e
procede tu de igual modo”, quando do encontro com o jovem rico
disse-lhe: “se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres,
e terás um tesouro no céu; depois vem, e segue-me”, e na passagem sobre o
juízo final quando simbolicamente o pastor separa dos cabritos as ovelhas,
dizendo para ir para a direita os que fizeram o bem (as ovelhas) a seu próximo e
para a esquerda (os cabritos) os que nada fizeram (Mateus 25, 31-46) e,
finalmente, “a cada um segundo suas obras” (Mateus 16, 27) são os
ensinos de Jesus sobre esta questão.
E quanto à questão da lei de causa e efeito que sempre estamos falando, vamos
encontrá-la também em Mateus 26, 52, quando, no momento em que ia ser preso,
Jesus disse a um dos que o acompanhava: “Embainha a tua espada; pois todos os
que lançam mão da espada, à espada perecerão”.
O que é mais cruel a oportunidade de reparar os erros ou o suplício eterno no
inferno? Se alguém for parar no inferno é porque Deus não o perdoou? Como poderá
restaurar o que fez de errado? Seu destino após a morte é fatal ou não é? Ora, a
reencarnação resolve todos estes questionamentos. Senão vejamos. Reencarnar não
é castigo, mas oportunidade de aprendizado. Deus não castiga ninguém. Reencarnar
não é cruel, pois o “perdão” é exatamente a oportunidade de reparar. Na
reencarnação há restauração, pois em outra vida poderemos quitar nossos erros e
reabilitarmos perante a justiça divina. Ela deixará de ser fatalista a partir do
momento que passarmos a viver em plenitude o amor ao próximo, pois “acima de
tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre
multidão de pecados”. (1 Pedro 4, 8). Assim não é sempre que pagamos na
própria pele. Em suma pela reencarnação Deus nos dá a condição de nos
reabilitarmos perante suas leis. Enquanto que no inferno não haveria esta
chance. Qual das duas é mais justa?
2 – Desconsideram o aspecto educativo da disciplina
Se a vida presente é para purificar erros da vida passada, nada mais cruel
do que pagar por pecados de não se tem lembranças nem notícias, e ainda ter de
consertar algo sem poder se valer de experiências anteriores. Entramos nesta
vida depois de passar pelas águas do esquecimento, sem poder nos valer do que
aprendemos na passada. Reinício do zero para sermos melhores que ontem.
Deus mandando alguém para o inferno está considerando o aspecto educativo da
disciplina? Como isso irá ocorrer já que o condenado nunca mais sairá de lá?
Veja que existe uma grande diferença entre o Deus de vocês e o nosso. O nosso é
misericordioso e justo, assim nunca daria uma pena superior à falta, pois um
“inferno” temporário poderemos até admitir como justo. Entretanto para toda a
eternidade não, pois mesmo se cometêssemos erros durante toda uma vida não se
justificaria a eternidade da pena.
Erram quando pensam que a reencarnação é só para purificar erros de vida
passada, tem outro objetivo também que é o progresso da humanidade. Pagamos
nossos erros pretéritos, mas iremos adquirindo novas experiências.
Todas as nossas experiências anteriores ficam gravadas no nosso
subconsciente, que alguns preferem chamar de memória integral, de tal sorte que
nada se perde. O fato de na presente encarnação não nos lembrarmos do que
fizemos não implica que tais fatos foram apagados definitivamente dela. Muitas
coisas que acontecem conosco nesta vida fazemos tudo para esquecê-las, pois tais
lembranças só nos causam dor e sofrimento. Algumas destas lembranças nos levam
diretamente para o divã do psicanalista.
O que algumas pessoas comumente chamam de “dom” de Deus, são aquisições do
indivíduo em vidas anteriores. Se assim não fosse onde estaria “Deus não faz
acepção de pessoas”? Quando vemos em determinadas crianças em tenra idade já
com um certo caráter de maldade, em algumas até mesmo um extremado ódio para com
alguém da família, se não admitirmos a reencarnação, teremos que forçosamente
aceitar que foi Deus que as fez assim? O que é inadmissível. Entretanto com a
reencarnação estas situações teriam explicações lógicas, pois tudo seria fruto
de aquisições ou experiências anteriores do indivíduo.
Com isso, poderemos dizer também que não iniciamos do zero, como querem
pensar nossos opositores, mas sempre partimos do ponto anterior. Para ilustrar o
que estamos falando, diríamos que nós somos qual um computador, tudo que fizemos
ficou gravado automaticamente em nosso disco rígido (memória
integral/subconsciente), ao passo que as nossas ações atuais (programa que
estamos trabalhando no momento) estão sendo visualizadas pela memória RAM
(memória atual/consciente) existindo uma integração entre as duas memórias em
determinado momento e em certas circunstâncias.
Além do mais, se a reencarnação, como afirmam os reencarnacionistas, serve
para a alma se aperfeiçoar na medida em que reencarna, não é de estranhar que a
humanidade não esteja alcançando padrões morais cada vez mais elevados?
Sobre a dúvida da humanidade não estar evoluindo em padrões morais, é só ver
a história para saber se sim ou não. Coisas que eram aceitas na antigüidade como
normais, tais como: os duelos, a lei do mais forte, a escravidão, a inquisição,
as cruzadas, a mulher sendo tratada como objeto de cama e mesa, um maior número
de guerras, estão sendo eliminados dos comportamento do ser humano. É progresso
ou não? O que infelizmente pode fazer transparecer que não haja evolução é que
infelizmente os meios de comunicação só dão ênfase a crimes, a mortes, a roubos
ou coisas do gênero, nada ou pouco se fala do que é feito de bom ou do bem
realizado, causando-nos, portanto, essa falsa idéia.
3 – Empobrecem a riqueza da vida
A vida deixa de ser um dom de Deus, um milagre renovado a cada nascer,
para se constituir num processo, num ato mecânico de uma lei rígida. Passa a ser
peça de uma engrenagem, em que os atos falhos de hoje fatalmente serão
purificados amanhã. Não temos responsabilidades pelos nossos atos porque eles se
inserem em uma grande roda universal, determinada e fatalista. Os erros passados
serão purificados num processo natural e inexorável. Ao banalizar a vida, também
banalizam a morte, que já não tem a dimensão de castigo pelos pecados.
A verdadeira vida que possuímos é a vida espiritual, e como espíritos não
morreremos este que é o verdadeiro dom de Deus. Apesar de Jesus ter afirmado:
“O espírito é que vivifica; a carne para nada aproveita” (João 6, 63)
ainda insistem em dar mais valor à carne. A lei é rígida para os rígidos e
endurecidos de coração, pois aos mansos e humildes ela é branda e pacífica,
portanto em qualquer ato falho que cometemos contra a divindade, nos será
concedida a oportunidade de reparação. Temos responsabilidades pelos nossos atos
sim, pois temos o nosso livre-arbítrio para agir no bem ou no mal, a opção é
nossa, mas uma vez feita a escolha sofreremos ou gozaremos os resultados dela. A
determinação e o fatalismo realmente existem para estes empedernidos e surdos
que não ouvem a voz de Jesus: “tudo quanto, pois, quereis que os homens vos
façam, assim fazei-o vós também a eles; porque está é a lei e os profetas”
(Mateus 7, 12).
Para finalizar o estudo deste texto, vamos ver o que Huberto Hohden disse em
seu Livro Lampejos do Evangelho:
“A epopéia do cristianismo começa com o maior paradoxo da história: a
condenação do maior gênio religioso do mundo pela mais poderosa sociedade
religiosa do tempo. A Sinagoga, detentora oficial da religião revelada,
considerava Jesus como o maior pecador, herege, blasfemo e aliado de Satanás”.
Mais à frente, encontramos:
“Para Jesus, porém, o “bom samaritano”, apesar de herege, era um modelo de
religiosidade indicado como exemplo a seguir para o clero de Israel, e o
centurião romano de Cafarnaum, conquanto gentio, era o tipo clássico de homem de
fé, e o Nazareno tem a audácia de afirmar que não encontrou grande fé como a
dele nem mesmo em Israel. Ser religioso era para Jesus conhecer e amar a Deus e
em Deus amar as criaturas de Deus; e não consistia em assinar determinada
fórmula de credo ou colocar-se dentro da moldura jurídico-teológica desta ou
daquela seita eclesiástica”. (…).
“Quem defende uma Igreja ou determinada religião pode ser um bom teólogo,
rabino ou sacerdote, mas não é religioso, pois ser religioso quer dizer
descobrir Deus dentro de si, como Jesus, e viver em permanente conformidade com
essa gloriosa descoberta, que é o amor incondicional e universal”. (…).
“É tempo, senhores teólogos dogmáticos, de enterrarmos os nossos ídolos,
tidos e havidos por sagrados, e voltarmos a um conceito mais puro e mais
espiritual do cristianismo. Cristão genuíno é todo aquele homem que possui o
espírito de Cristo e vive segundo esse espírito. O espírito de Cristo, porém, é
o de um amor ao próximo universal, nascido dum profundíssimo amor a Deus”.
“Fora dessa mística do amor a Deus e dessa ética do amor ao próximo não há
cristianismo”.
Talvez Paulo tenha compreendido o que acabamos de mostrar quando ele disse:
“Acima de tudo isso, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”
(Cl 3, 14).
Seguindo os textos colocados na revista, temos:
O espiritismo retira de Jesus a sua divindade e o seu sacrifício vicário
Antes de qualquer coisa queremos dizer que embora respeitemos a Legião da Boa
Vontade ela não está vinculada ao movimento Espírita. O fato de acreditar e
aceitar a reencarnação não torna todas as pessoas Espíritas. Para ser Espírita é
necessário seguir a Codificação Kardequiana.
Muito antes de Paiva Neto, o reencarnacionista americano Edgar Cayce
(1877-1945), fundador da Associação para Pesquisa e Iluminação (1931), dizia sem
o menor constrangimento, que é a divindade de Jesus. Os cristãos entendem que
Jesus é aquele de quem fala o prólogo do Evangelho segundo João.
Numa outra oportunidade falamos sobre este assunto, quando fizemos o texto “A
Divindade de Jesus”. Tentaremos, mesmo assim, colocar mais alguma coisa para
esclarecer de vez esta questão.
Sempre estão a dizer sobre a utilização da hermenêutica, apesar de nem sempre
a usarem, mas nós iremos fazer algumas colocações a este respeito.
Quem tem por hábito estudar a Bíblia verificará que em momento algum Jesus se
coloca como sendo a própria Divindade, muito antes pelo contrário, mostra a Sua
completa subordinação a Deus. Em várias ocasiões, entre outras afirmações,
disse: “Eu não vim para cumprir a minha vontade, mas a daquele que me enviou”
e “o Pai é maior que eu”. Colocando-Se, portanto como um mensageiro e
enviado de Deus.
Por outro lado quando buscamos na Bíblia as profecias acerca da vinda de
Jesus, não dizem que o próprio Deus viria, mas sim um mensageiro ou messias,
desta forma também a Bíblia nega da divindade de Jesus.
Na genealogia de Jesus citada por Mateus e Lucas as personagens não são as
mesmas. E ainda se Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo não havia
nenhuma necessidade de citar sua genealogia para provar que Ele era da linhagem
de Davi, visto que José, Seu pai, não tinha contribuído em nada para gerá-Lo.
A cultura da época era que os deuses sempre tinham contato com os humanos,
donde nasciam os semideuses. Todos os heróis, reis e altas personalidades
sempre, se dizia, que vinham de mães virgens. Dentro deste contexto é que
acabaram por divinizar Jesus, para que de acordo com a cultura vigente, o povo O
aceitasse como enviado de Deus. É aceitável e compreensível, mas ainda tentar
mantê-Lo neste pedestal, nos dias de hoje, é lá outra coisa, pois contraria tudo
o que Ele disse sobre si mesmo.
Se ainda insistirmos em considerá-Lo Deus, inevitavelmente deveremos nos
considerar Deus também, pois dizia Ele: “Em verdade, em verdade vos digo que
aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará,
porque eu vou para junto do Pai” (João 14, 12). Desta forma no primeiro
momento nos iguala a Ele, depois chega mesmo a dizer que poderemos fazer coisas
maiores do que fez, assim se o colocamos como Deus, via de conseqüência, também
nós seremos Deus, não é mesmo?
Chegamos à conclusão que Ele não é Deus, mas teremos que admitir
inexoravelmente que Ele foi criado por Deus. Como para Deus “não há acepção
de pessoas” e o próprio Jesus se igualou a nós, é porque Ele como nós todos
estamos sujeitos às leis divinas, e a reencarnação é uma delas, quer queiram ou
não.
Os cristãos entendem que Jesus é aquele de quem fala o prólogo do Evangelho
de João:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi
feito se fez. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de grada e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. (Jo 1.1, 3.14).
Vamos ver o que tem a dizer sobre isto o autor do Livro A Face Oculta das
Religiões, José Reis Chaves:
“No Evangelho de João, 1:1, lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus””.
“Sabemos pela Bíblia que Deus é Espírito (Espírito Santo) e é Verbo – “E o
Verbo era Deus””.
“E, em São João, 1:14, lê-se: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”.
Esta expressão “entre nós” não é fiel ao original, que é “em nós” (do Grego en
hemim). E por que se encarnou o Verbo em nós? Porque se encarnou em nossa
espécie humana de um modo todo especial em Jesus. “Nele habitou plenamente toda
a Divindade”, como nos informa São Paulo, Divindade essa que habita também em
nós, pois somos templos do Espírito de Deus, segundo ainda São Paulo. Em outros
termos, é o Cristo ou Verbo encarnado, como parte do Aspecto Filho de
Deus-Pai-Espírito, Espírito Santo. Mas em nós o Verbo não habita plenamente como
em Jesus, porque essa nossa centelha divina está ainda muito atrasada em relação
à de Jesus. Por isso São Paulo usa a expressão: “Até que todos cheguemos à
estatura mediana de Cristo”, o que ainda vai demorar um longo tempo. E Jesus é o
nosso instrutor e modelo, justamente porque Ele está à nossa frente como ser
humano.”
“Mas nós vamos chegar lá também, pois nosso espírito é imortal, tendo uma
eternidade pela frente, para continuar a sua caminhada. O próprio Jesus disse
que poderemos fazer tudo o que Ele fez, e que até obras maiores do que as que
Ele fez poderemos fazer. E São Paulo, sempre confirmando a nossa evolução diz:
“Continuarei sentindo as dores do parto, enquanto eu não vir o Cristo manifesto
em vós”. E numa outra parte, ele afirma: “A cada dia eu sou um homem novo””.
“Logo, Verbo de Deus (Verbum Dei), Messias e Cristo, todas essas
expressões querem dizer verbo, palavra, som, vibração. Segundo a Física Moderna,
tudo no Universo é vibração. E toda energia se transforma. Figuradamente, é
óbvio, quando a Bíblia diz que Deus, num primeiro ímpeto de criar o mundo,
proferiu a frase: “Faça-se a luz”, simultaneamente duas energias se criaram: a
energia sonora de sua frase e a da luz, o que poderíamos chamar de Big Bang”.
“O Verbo de Deus, Espírito – “O Verbo era Deus” -, em seu Aspecto de
Pai-Criador, entrou em ação, criou o Aspecto-Filho, também Verbo – “E o Verbo se
encarnou em nós” -, sendo daí para a frente tudo criado, com as energias do
Verbo, som, transformando-se em luz, primeiramente, e depois em tudo, ou seja, o
Universo: “Dele, por Ele e Nele””.
Vê-se, portanto a grande confusão que fizeram.
Além de negar a divindade, a santidade absoluta e a ressurreição de Jesus, o
espiritismo nega outro grande alicerce do cristianismo que é o sacrifício
expiatório de Jesus.
Baseados no contexto cultural e no histórico não há como aceitar a divindade
de Jesus. Nunca negamos a sua santidade. Se absoluta significar dizer que foi
desde o princípio, realmente não concordamos. É para nós o mais perfeito modelo
e guia que Deus enviou a terra para ensinar e exemplificar aos homens a lei de
amor. Quanto ao sacrifício expiatório falaremos um pouco adiante.
Em Tiago 1, 13, temos: Ninguém, ao ser tentado, diga: “Sou tentado por
Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta”.
Ora, se dizem que Jesus é Deus como explicar a tentação que sofreu pelo diabo,
já que Deus não pode ser tentado pelo mal?
Segundo o espiritismo, todo mal cometido em qualquer existência será reparado
com expiações pessoais em novas e sucessivas encarnações. O homem é o seu
próprio salvador. É como o budismo: “o indivíduo faz o mal por si mesmo, sofre
por si mesmo, deixa de fazer o mal por si mesmo e é purificado por si mesmo”. A
salvação será obtida sem nenhuma ajuda externa.
Talvez aí nas entrelinhas encontramos o real motivo porque tanto querem que
não exista a reencarnação, pois por ela o homem é o seu próprio salvador, não
necessitando de pastor algum para encaminhá-lo a Deus. Não precisamos de mais
nada a não ser do que Jesus ensinou (caminho) para nossa norma de conduta
perante os homens e perante o Pai Celestial.
A salvação será obtida por nosso próprio esforço, mas, para nos ajudar sempre
tivemos e sempre teremos pessoas ou espíritos bons para nos dar as mãos. Jesus
além de ter sido o maior deles, disse que ficaria conosco até a consumação dos
séculos. Os bons espíritos são prepostos de Jesus, que tem por missão ajudar em
nossa evolução espiritual.
No cristianismo, tudo é diferente. Jesus é o Agnus Dei (o cordeiro de Deus)
que tira o pecado do mundo, como muito bem expressou João Batista (Jo 1.29). Ele
é o Servo do Senhor que toma sobre si “a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Ele
se faz pecado por nós e carrega em seu próprio corpo os nossos pecados (1 Pe
2.24). Ele paga a dívida que o pecador não pode pagar (CL 2.14). (…).
No “cristianismo” que existe por aí realmente é tudo diferente. Não seguem os
ensinamentos de Jesus e em alguns casos os deturparam completamente. Sua morte
foi por intransigência dos sacerdotes, fariseus, saduceus e dos escribas de sua
época, infelizmente os temos atualmente (devem ser os antigos, reencarnados).
Não teve, portanto essa conotação que querem dar. Ela é fruto da cultura
religiosa daquele tempo. Estavam acostumados a oferecer sacrifício de animais
pensando que com esta bajulação, Deus, após aspirar o cheiro de carne assada, se
comoveria e os perdoaria de seus pecados. É dentro deste contexto que colocaram
Jesus como o cordeiro imolado para pagar nossos pecados. Só que se esqueceram
que culturalmente tais rituais de sacrifícios pelo pecado valiam para os pecados
já cometidos. Desta forma os pecados da humanidade ocorridos depois da morte de
Jesus ficaram a descoberto, ou seja, deveremos achar outro “Cristo” para pagar
pelos nossos pecados.
Esta visão distorcida também nos coloca diante de outro absurdo. Se dizem que
Jesus é Deus, como explicar numa base lógica que Deus tenha vindo a terra
oferecer a si mesmo para pagar os pecados dos homens? É um tamanho absurdo isso,
que não merece nem comentários.
Aparece mais um texto, agora de autoria de Paulo César Campos Lopes do Valle:
O Evangelho segundo o espiritismo
O Evangelho Segundo o Espiritismo é um misto de ciência, filosofia e
religião. Tem como fundamento o princípio de que as revelações enviadas pelos
espíritos têm a mesma autoridade dos escritos canônicos do Velho e Novo
Testamento (pp.44, 50).
Entretanto, o ensino da Bíblia Sagrada é que a Escritura do Velho e Novo
testamento possui uma autoridade que não depende do testemunho de qualquer
homem, mas inteiramente de Deus, sendo Ele mesmo a verdade e o seu autor.
Huberto Rohdem, no Livro Lampejos Evangélicos, disse algo sobre a Bíblia:
“A Bíblia é o reflexo das experiências pessoais que certos homens de
apurada receptividade espiritual tiveram de Deus e do universo invisível.
Evidentemente, essas experiências não são todas do mesmo valor, uma vez que
refletem a realidade em graus diversos, conforme a capacidade do recipiente. Não
devem, pois, ser postas todas no mesmo nível horizontal, como exemplo o
paradigma para a humanidade de todos os tempos e países. Quiquid recipitur, per
modum recipientis recipitur – esse antiqüíssimo axioma da filosofia tem perfeita
aplicação também no caso em apreço: o que é recebido, é recebido segundo o modo
do recipiente. Cada homem experimenta a Deus conforme a sua capacidade ou
receptividade pessoal, alguns de um modo muito imperfeito, outros de um modo
mais perfeito. Em geral, não experimentamos a Deus assim como nós somos.
Enxergamos Deus através do prisma de nosso ambiente, interno e externo, do nosso
clima biológico, psicológico, sociológico, nacional, eclesiástico, etc.”.
“Há entre os autores dos livros bíblicos diversos que conceberam a Deus –
ia quase dizendo como inquilinos de jardim de infância ou escola elementar.
Assim, por exemplo, quando atribuem a Deus todas as emoções e paixões do homem;
quando admitem ao mesmo tempo inimigo mortal de todos os outros povos do mundo,
os milhões de habitantes do Egito, da Babilônia, da Assíria, da Pérsia, da
Grécia, do Império Romano, da Índia, etc.; quando admitem todos os habitantes de
Jericó, homens, mulheres e crianças, para que o “povo eleito” pudesse tomar
posse do país banhado de sangue (Hitler poderia ter adorado um Deus desse
feitio!); quando estabelecem, por ordem de Deus, que toda mulher adúltera (não
os homens adúlteros!) fosse apedrejada sem piedade; ou quando fazem Deus
responsável pela monstruosa lei de talião, “olho por olho, dente por dente” –
quer dizer que, se alguém te quebra um dente, quebra-lhe também um dente (não a
dentadura toda, que isso não seria ético); se alguém te arranca um olho,
arranca-lhe também um (não os dois, o que seria imoral); ou quando o salmista,
em nome de Deus, clama por vingança contra os babilônios, prevendo gostosamente
o dia em que algum mensageiro de Jeová agarre pelos pés as criancinhas inermes
dos malditos opressores e lhes quebre a cabeça contra os rochedos, como se lê no
Salmo 137”.
“Quem, em face disso, ainda exige que se aceite a Bíblia como infalível
manual de religião e ética, deve ser verdadeiro analfabeto do espírito, embora
seja talvez doutor da letra do livro sagrado. Não façamos da Bíblia o que ela
não é, nem nunca pretendeu ser. Jesus Cristo não aceitou a Bíblia no sentido
desses biblistas. Inúmeras vezes nos diz ele: “Foi dito aos antigos – eu, porém,
vos digo”; ou “Não vim para abolir, ma para levar à perfeição a Lei e os
profetas”. Não se pode levar à perfeição senão o que é imperfeito, por sinal
Jesus admite explicitamente que o conteúdo da Bíblia não é, todo ele, da mesma
perfeição. Essas imperfeições não provêm de Deus, mas do homem, que não foi
capaz de receber com perfeição a perfeita revelação de Deus. A revelação divina
é infalível – mas a interpretação humana é falível, e falível sempre será”.
“De resto, que espécie de Deus seria esse que se revelasse apenas a um
povinho minúsculo, que, nesse tempo, não representava sequer 1% da humanidade,
deixando na ignorância cerca de 99% do gênero humano? Como podiam essas centenas
de milhões de homens, fora e longe de Israel – de cuja existência nem sabem até
hoje -, como podiam eles chegar a conhecer Deus através da Bíblia?… E que fez
Deus do início da Bíblia? – e depois do encerramento da mesma? A Bíblia, como
livro escrito, começa uns 15 séculos antes de Cristo, e termina pelo ano 100
depois dela. Ora, poderíamos admitir que, no longuíssimo período anterior ao
tempo de Abraão, Isaac e Jacó, Deus nada tenha tido a dizer à humanidade? E que,
pelo ano 100 da era cristã, tenha “fechado o expediente”, à guisa de um
funcionário público ou outro burocrata do século XX?… Quem admite semelhante
Deus é ateu, porque um Deus tão imperfeito e limitado não é Deus nenhum”. (…).
“É absolutamente antibíblico e anticristão admitir: 1) que Deus não se
tenha revelado à humanidade, mas tão-somente ao povo de Israel e aos iniciadores
do cristianismo; 2) que Deus não se tenha revelado ao gênero humano antes do
início da Bíblia, ou seja, cerda de dois milênios antes de Cristo, quando a
humanidade já existia centenas de milhares de anos antes desse tempo; 3) que
depois da morte do último dos apóstolos, em fins do primeiro século cristão,
Deus tenha para sempre cessado de se revelar à humanidade”.
Diante destas explicações podemos dizer que a Doutrina Espírita é mais uma
das revelações de Deus à humanidade, mas como outrora os sacerdotes, os
fariseus, os saduceus e os escribas rejeitaram a Jesus, do mesmo modo rejeitam a
nova revelação que além de ressaltar a moral do Cristo tira o véu colocado sob
alguns de seus ensinamentos, que à sua época Jesus não pode dizer completamente:
“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”
(João 16, 12).
O texto deste autor volta a bater nas mesmas teclas: aos homens está ordenado
morrerem uma só vez e a questão da salvação pela graça. É impressionante como
insistem na salvação “de graça”.
Se você identifica-se com a doutrina kardecista, gostaria de convidá-lo a
verificar seus fundamentos à luz da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, regra
exclusiva quanto ao que devemos crer e como devemos viver para sermos aceitos
por Deus.
Sobre a questão da Bíblia, já falamos até por demais, entretanto aqui somente
gostaríamos de acrescentar às colocações acima, o que Rohden, no livro já
citado, disse:
“O protestantismo do século 16, rejeitando a autoridade hierárquica da
Igreja de Roma, proclamou o livre exame da Bíblia como única fonte e regra de fé
e moral. Apelou da infalibilidade do papa para a infalibilidade da Bíblia. Mas,
se Deus inspirou os profetas e apóstolos, por que não inspiraria outros homens
espirituais? A conclusão última teria sido esta: “Deus inspira a todos os que
são inspiráveis”” (…)
Continuando nossos estudos.
Nós sabemos o que é o espiritismo
E finalmente (ou seria até que enfim!), a Revista Ultimato termina os artigos
contra o Espiritismo colocando algumas correspondências de leitores sobre o que
acham sobre a Doutrina.
Pelo que podemos ver, tais opiniões são em grande maioria de pessoas que
nunca estudaram a obras da Codificação, ou se estudaram continuaram na
ignorância, pois percebemos que o Espiritismo que muitos deles dizem ter
freqüentado não passa de terreiros de Umbanda ou alguma seita esotérica.
Colocam também a opinião de um rabino e de um arcebispo católico.
Se fossemos cair no nível deles, e colocássemos o que muitas pessoas pensam
sobre a religião deles, nós iríamos convencê-los de que estão errados?
Também não iremos colocar as tantas pessoas que aceitam nossa crença, muitos
cientistas, alguns padres, bispos, e até mesmos muitos pastores, pois não
precisamos provar nada a ninguém, pois o que é verdade se impõe por si mesmo.
Outro fator importante para nós é que respeitamos o direito de cada um pensar
como quer, não lhes impondo a nossa maneira de crer, nem corremos atrás de
prosélitos para os fazerem pensar como nós, pois bem entendemos o que Paulo
disse: “A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é
aquele que não se condena naquilo que aprova” (Romanos, 14, 22).
Nossa Conclusão
A você que teve a paciência de chegar até o final, que não está encarcerado
na estreita visão da Bíblia de algumas correntes religiosas, deixo a análise
final deste estudo. Tire as suas conclusões e se achar que ainda estamos muito
longe da verdade, continue a procurá-la, peça a Deus que lhe dê a inspiração
necessária para encontrá-la no meio de tanto joio que se juntou ao trigo.
Alguns artigos de nossa autoria citados no decorrer deste estudo como:
Espiritismo x Cristianismo, A Reencarnação no Evangelho, Ressurreição, A Palavra
de Deus na Bíblia e A Divindade de Jesus poderão ser acessados pela Internet no
site:
https://espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/index.html.
Maio/2001.
Bibliografia
- A Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible /Texto bíblico: Versão Almeida,
Revista e Atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas por
Charles Caldwell Ryrie, Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, – São Paulo,
Mundo Cristão, 1994. - Bíblia Sagrada – Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo, com notas e um
completo Dicionário Prático por Mons. José Alberto L. de Castro Pinto, Edição
Barsa, 1965. - Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, 68ª edição, 1989.
- Bíblia Sagrada, Editora Vozes, 8ª edição, 1989.
- O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, IDE, Araras, SP, 37ª edição, 1987.
- A Face Oculta das Religiões, José Reis Chaves, Martin Claret, SP, 1ª
edição 2000. - Lampejos Evangélicos, Huberto Rohdem, Martin Claret, SP, 1995.
- A Cura Através da Terapia de Vidas Passadas, Brian L. Weiss, M.D.,;
introdução de Raymond Moody Jr.; tradução de Andréa Jakobsson, Gilson B.
Soares e Regina M. da Veiga Pereira, RJ, Salamandra, 5ª Edição, 1996.