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Reciclagem Mediúnica

Reciclagem Mediúnica

1 – Encaminhamento para o encerramento

 

Assim como as sessões têm hora para começar naqueles cuidados normais de:

  • chegar antes
  • manter-se em estudo
  • fechar a porta alguns instantes antes do início não permitindo a presença
    de estranhos

também há o momento próprio para encerrar, bem como alguns cuidados, voltados
a um trabalho que na realidade, não se encerra na marcação dos ponteiros, mas
prossegue diuturno dos tratamentos sempre a requerer providências, cuidados,
energias, fluidos, boa vontade, amor sem barreiras.

Para isso, mais ou menos, cinco minutos antes da hora convencionada para o
final, pode-se delicadamente, tocar os médiuns e eles entenderão esse sinal,
como indicativo para que desconcentrem ou então, mais prático seria ligar música
suave que também funcionará como aviso, fechando assim o campo psíquico antes
receptivo. Nesse processo, entra todo o grupo em ritmo vibratório para os
encaminhamentos que se seguirão.

Há necessidade imperiosa de respeito ao horário, que sem ser rígido, a ponto
de se interromper comunicações que estão acontecendo, numa variante onde minutos
a mais, podem ser perfeitamente aceitos. Por que tais cuidados?

 

Todo trabalho mediúnico, nesse sentido que estamos estudando é assistido pela
equipe do lado de lá. Esgotado o prazo combinado eles (assim como os encarnados)
têm que se retirar. Outros compromissos, tarefas inadiáveis os aguardam em
outros locais frente a outras situações. Tal ausência significa que o ambiente
espiritual fica desguarnecido, enfraquecido nos seus mecanismos de segurança.
Espíritos turbulentos, conhecedores dessa mecânica procuram infiltrar-se,
aproveitando para provocar distúrbios ou levar alguma aflição ao grupo.

Não é entretanto só por essa possível ação que se deve manter horários.
Sobretudo é também respeito a um trabalho de equipe, que envolve dois planos,
onde encarnados e desencarnados tem compromissos e responsabilidades outras.

Desse modo, no tempo aprazado, verificando-se que todos estão bem com as
vibrações e a prece, encerra-se a parte ostensiva da reunião propriamente dita.

É hora agora da Avaliação, que é feita após cada trabalho e precisa ser útil
a todos. Daí a necessidade de ser trazida às reflexões, pontos que realmente
enriqueçam, esclareçam pelas lições implícitas, pelos ensinamentos contidos. É o
momento de se analisar como o trabalho se desenvolveu – por exemplo – quem
conversa com o Espírito, sentiu não ter conseguido encaminhar a melhor reflexão
ou percebido algum detalhe. O médium, pode ter sentido que o atendente deixou
passar esta ou aquela situação que seria o ponto alto para atender à necessidade
do companheiro e que o teria conseguido, se dirigisse a conversa nesta ou
naquela direção.

O tempo da Avaliação é para esse esclarecimento que significa fortalecimento
e aprendizado para todos. O clima há que ser mantido em serenidade, interesse e
contar com a participação de todos. Ressalte-se que não se dedica esse
espaço para comentar o enredo dos dramas atendidos – reciprocamente está
se procurando uma melhor forma de trabalhar, analisando desempenhos para
aprendizado do todo.

 

E se houver algum caso muito interessante, não poderá de modo algum ser
analisado no grupo?

 

Sem dúvida haverá situações onde se apresentam lições inusitadas. Necessitam
ser colocados ao grupo para que se perceba outras reações contidas em ações
aparentemente normais, com desfechos e conseqüências que fogem ao corriqueiro.
Esse é o momento dos comentários, que entretanto não se configuram como usuais,
não acontecem todos os dias. Seria de bom tom, que o atendente, ao se defrontar
com um caso destes, antes de despedir-se do Espírito atendido, peça-lhe licença
para torná-lo público ao grupo o seu caso, explicando-lhe o porque, o estudo que
será feito, as lições passíveis naquela experiência o quanto poderá servir para
todos. Por que isso? Basta que nos coloquemos no lugar do Espírito e teremos a
resposta: será que gostaríamos de ver nossos problemas confiados a alguém, no
auge do desespero e dor, ser comentado sem nosso assentimento sem entender
porque?

Não esquecer ainda que ao contar esses casos, os Espíritos atendidos ainda
ali permanecem ou estão sendo retirados do recinto. Seria desastroso
presenciarem, ouvirem seus dramas expostos sem entender o objetivo. Repercutiria
nele como leviandade, abuso de uma confiança, aproveitamento de uma situação que
para ele foi significativa e que agora o confunde. Sente revolta, dissonância
entre as palavras de incentivo, compreensão e amor fraterno que antes lhe foram
oferecidas e a situação de comentário que agora não entende.

Em qualquer dos casos, porém, a Avaliação visa crescimento, é rápida, não
polemiza ou se prolonga avançando no tempo.

 

2 – A sala mediúnica, o retorno ao lar – o trabalho que prossegue

 

O ideal seria ter-se local só para ser usado para as reuniões
mediúnicas. Dado ao clima que aí é mantido, Espíritos permanecem em tratamento
ou repouso.

Dificilmente encontraremos essa disponibilidade de local específico. Daí
porque nas salas do Centro onde habitualmente se realizam as sessões tem-se o
cuidado de evitar reuniões sociais, conversas descuidadas, mantendo-se ou usando
esses locais para atividades nobres, estudos, leituras, etc., nessa preocupação
de manter elevado o teor vibratório do ambiente, preservando-o em favor dos
desencarnados que aí permanecem, não interferindo na proteção magnética mantida
pelos Amigos Espirituais.

Terminado o trabalho, rápida e silenciosamente todos colaboram para as
providências usuais do restabelecimento da ordem (cadeiras no lugar – janelas
fechadas – luzes apagadas – copinhos no lixo – mesa limpa – chão sem papeis
enfim, tudo preparado como se imediatamente outra atividade fosse começar). Há
entre os companheiros felicidade, alegria por mais uma oportunidade no Bem, no
grupo que se estima, na atmosfera reconfortante em que se envolvem, entretanto,
as vozes são discretas, pela consciência que se tem, de que várias e
desconhecidas providências ali continuam se desenvolvendo. Ao sair, sem a
formação de grupinhos na porta do Centro
, retorna-se rapidamente ao lar. O
trabalho, na parte espiritual prossegue e se estivermos interessados, nos
dispusermos, durante o sono físico, o Espírito emancipado pode juntar-se à
equipe espiritual para continuação dos trabalhos ou preparo de futuras tarefas.

No novo dia que surge, no tempo que intermedia até o próximo trabalho,
vive-se nesse clima de tranqüilo cuidado.

Inúmeros Espíritos em tratamento ou em processos pessoais investigativos
contam que acompanham os participantes dos trabalhos mediúnicos para testar,
verificar a boa vontade, a sinceridade daqueles que o atenderam, que com ele
conversaram, se praticam o que dizem. É possível que outros enfurecidos, pelo
que classificam como intromissão procurem envolver, caso sejam oferecidas
brechas causadas pelos impulsos da cólera, maledicência, impaciências, etc.,
etc.

Atenção para perceber quando algum desses sinais cruzem o mundo mental
desestabilizando-o. É momento de parar, pensar, orar, mudar o padrão, a onda, a
ligação. Certamente no próximo encontro cobrarão providências percebidas ou não,
situação essa talvez mais significativa para eles próprios que confiando,
sentem-se atraídos para o espírito de renovação e luta sentidos naquele que um
dia se dispôs oferecer-lhe atenção.

Tal consciência não visa tornar o trabalhador da sessão mediúnica em alienado
do contexto da vida, ser a parte em incômodas manias ou o desagradável
“perfeito” incapaz de errar. Não, significa estar alerta para recompor tão logo
se permita, entre ou se perceba em faixas de desequilíbrio

“Todos podem transmitir recados espirituais, doutrinar irmãos e investigar a
fenomenologia, mas sejamos fiéis servidores do bem, trazendo o cérebro repleto
de inspiração superior e o coração inflamado na fé viva”.

Bibliografia

  • Emmanuel, Vinha de Luz – lição 24

(Jornal Verdade e Luz Nº 170 de Março de 2000)