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Reciclagem Mediúnica

Reciclagem Mediúnica

1 – Porque não improvisar:

A – O mundo espiritual – característica

 

O mundo espiritual é povoado por seres que quando encarnados
exteriorizaram-se através de corpos masculinos ou femininos, homens, mulheres
nos diferentes estágios evolutivos. A vida além da morte, em nada lhes alterou a
posição moral. Continuam tal qual eram, circunscritos ou abertos à onda de
pensamentos que lhes é própria, ligados às suas criações e interesses. O homem
deseducado, prossegue em seus hábitos menos sutis; o vicioso continua a exigir
satisfação dos apetites; a mente desvairada estaciona em desequilíbrios enquanto
a alma de boa vontade descobre mil recursos para adiantar-se, ocupando-se em
trabalhos, auxiliando, amparando, descobrindo no bem estar do outro a própria
felicidade.

Ali como aqui, encontram-se Espíritos nobres, dotados de perfil moral
refinado, como também massa imensa, daqueles que se posicionam da média para
baixo, atingindo extremos do aviltamento moral, da revolta, da angústia, rancor,
vingança, ódios que os mantém, em estados de perturbação e dor apresentadas em
inquietantes patologias.

 

B – Por que refletir sobre isso?

 

Exatamente para recordar que todo intercâmbio entre desencarnados e
encarnados repousa na mente. Pensamentos são forças, criações visíveis e
tangíveis no campo espiritual. Com eles atraímos, mantemos ou realimentamos
atuação de companhias e recursos conforme a natureza de novas idéias, desejos,
sonhos e aspirações. Por representar, ser, energia viva, continuamente, criamos
centros magnéticos ou ondas que nos mantém em comunicação com entidades ou
núcleos de pensamento sintonizados na mesma freqüência, na mesma faixa
vibratória.

A base do fenômeno mediúnico é exatamente essa sintonia, essa ligação mente a
mente gerada a partir do pensamento. “Mentes enfermiças ou perturbadas assinalam
correntes desordenadas de desequilíbrios, enquanto que a boa vontade e a boa
intenção acumulam os valores do bem”.

Desse modo, cada criatura recebe de acordo com o que emite, busca, permite,
vivendo no clima espiritual que elege.

Pouco desperto para a mecânica desta realidade, por permanecer ainda em
estágios inferiores da evolução, afina-se, sintoniza o homem com maior
facilidade, junto àqueles que permanecem em desequilíbrios de maior ou menor
gravidade.

Assim, entregar-se à prática mediúnica na improvisação, sem conhecimento e
preparo é expor-se a riscos imprevisíveis para o equilíbrio emocional e
orgânico, Pode significar comprometimento moral, pelo teor dos encaminhamentos
que possa fazer, além de demonstrar alto desrespeito ao atendido, pelo fato de
atirar-se a tão delicado trabalho sem conhecimento das leis que regem o
intercâmbio, o compromisso, o trabalho, a responsabilidade para com o outro.

No trato com os desencarnados há todo um mundo a ser explorado. Situações das
mais complexas clamam por ajuda, compreensão, caridade. Os desvios de orientação
cometidos pelo atendente, prejudicam sempre a mais alguém, uma vez que o drama
apresentado nunca é apenas de um só. Espíritos com problemas semelhantes estão
ali, trazidos para participar do clima, das reflexões. Vem, por exemplo, um
Espírito que odeia: se quem o atende insistir nas atitudes de prece, necessidade
do perdão, bondade de Deus, urgência do esquecimento, etc., etc. certamente
irritará ainda mais, levando a inconformação e desespero maior. Através do saber
ouvir, da conversa serena, do gesto compreensivo, do sentimento em atendimento
franco, a confiança que se estabelece, repercutirá nele (necessariamente não
agora) como lembrança de um respeito ou tratamento que desconhece ou deseja.

Recorde-se que este Espírito está acostumado ou espera ser recriminado,
acusado, combatido, incentivado a, sob qualquer aspecto deixar de odiar. Deve
amar a Deus. Deus que para ele é sobremodo injusto: “protege” seu agressor e o
impede de exercer justiça. O diálogo acontecendo informal, a troca de
idéias, o teor de respeito e terna firmeza das reflexões, sem pregação,
cobrança ou lição de moral, despertá-lo-á para futura análise. Não só servirá a
esse Espírito atormentado mas também àqueles que lhes sofre as investidas
provocadas pelas antigas mágoas. Aos que desejam vingar-se, no mesmo cuidado,
sem pretensão de demover ninguém de nada, reflitamos com carinho sobre a criação
das novas situações que estão sendo alimentadas comprometendo-lhes o futuro.

Aos que se prendem em teologias, sem querer provar o engano da fé,
respeitando-lhes o pensamento ajude-se a que visualizem a realidade em que
vivem. A todos que se mantém decepcionados pelos enganos cometidos, consolação
com a certeza da própria recuperação.

Tais cuidados, tal sensibilidade e sentimento em ação,
exige um mínimo de preparação apoiado no conhecimento.

 

C – Meios para envolver-se na ajuda dos amigos espirituais – o dia do
trabalhador

 

Ninguém está inteiramente à mercê de Espíritos perturbadores. Velam
companheiros de elevada categoria, dispostos a ajudar no exercício do bem. Não
convém esquecer, porém, que eles não podem fazer pelo homem tarefas e
providências que só a ele compete. Muito menos interferem no livre arbítrio,
forçando ou impondo o que sabem ou pensam.

A proteção, a ajuda carinhosa desses amigos jamais será conseguida a guisa de
oferendas, ritos mágicos ou qualquer prática externa, mas sim, através do
procedimento
reto no qual cada um procura desenvolver em si
esforços moralizadores, aprendizado constante e dedicação desinteressada ao
semelhante. Todos detemos um mínimo, quer material ou espiritualmente falando,
que podemos doar. Será com essas atitudes individuais de trabalhos no bem, de
interesse pelo outro, da mente atenta ao trabalho da renovação moral, que
asseguraremos a ajuda e assistência dos irmãos mais experimentados. Essa ajuda
jamais será entendida no sentido de nos livrar de dores, responder a
compromissos ou atender exigências e súplicas pessoais. Será no sentido de que
possamos oferecer condições para perceber-lhes a presença amiga a inspiração
oportuna, a ajuda real, naquilo que realmente for proveitoso ao Espírito e não o
que julgamos que o seja, segundo apreciação do momento.

Assim, o dia do trabalhador da sessão mediúnica, há de ser um dia em que se
fará tudo quanto se faz nos outros, com a diferença que as variadas atividades
serão desempenhadas com muito boa vontade, alerta para manter-se alegre,
fraterno, em ligação natural com os Amigos responsáveis pelas atividades
de logo mais. Renúncias pequeninas, moderações, maior cuidado no falar,
equilíbrio no sentir, recolhimento íntimo, detalhes sem conta, dos quais, aos
poucos vai se habituando, vivendo no cuidado pessoal, o compromisso que aguarda,
no prazer de preparar-se.

Como as sessões geralmente são a noite, está implícito abrir mão do convívio
familiar, passeios, cinema, visitas, novelas, etc., aspectos que num primeiro
momento podem significar sacrifícios. Entendendo porém a grandiosidade da
oportunidade que chega como convite ao exercício da fraternidade, esses
“sacrifícios” desaparecem frente aos relacionamentos que se estabelecem e
desenvolvem. Frise-se que, os Amigos Espirituais não exigem ou esperam
perfeição, mas apenas o cuidado constante, quietinho, escondido, pessoal daquele
que luta para vencer-se.

Dispondo do conhecimento espírita somos convidados a esse “(…) ministério
exuberante da prática do bem, na ação da “mediunidade-amor”, nesses dias que
todos aguardamos para própria iluminação”.

A mediunidade quando posta a serviço de Jesus nas tarefas da fraternidade a
que se propõe é capaz de “(…) aproximar corações em nome do amor, detectar e
tratar os problemas da alma para que o corpo não padeça e é apto ainda para
desmanchar no imo dos seres os terrores do mal, as nódoas das frustrações ou das
amarguras (…)”.

Emílio Manso Vieira continua em “Ante o vigor do Espiritismo” estudo IX
refletindo que (…) Os tempos futuros nos esperam. Esperam-nos em condições de
nos fazerem médiuns da atenção, da amizade, da ternura, da honestidade, da
fidelidade ao Cristo, aproveitando o tempo do qual cada um é administrador no
mundo.

O tempo do hoje conclama-nos, moços ou não, segundo a faixa etária, para o
exercício da rútila mediunidade responsável.

Quem não psicografe, escreva cartas e bilhetes de consolo aos irmãos do
caminho de lutas.

Quem não “psicofonize”, fale o bem e o bom onde se encontre, elucidando e
confortando os corações em torno.

Quem não tem o dom da vidência, aprenda a ver a sua volta os sofredores que
se agitam e se atormentam em todo lugar.

Quem não é capaz de realizar a ectoplasmia mediúnica, materialize assistência
libertadora, movimente recursos de equilíbrio e saúde moral, para que tudo se
faça bênção em redor dos seus dias.

É com essa prática mediúnica, desinteressada, autêntica e fulgente, ao lado
da atuação psíquica engrandecida e fiel às leis de Deus, que o Cristo conta para
que o novo milênio possa estar reforçado por homens e mulheres dispostos à
entrega de si mesmos para a construção do mundo melhor que todos anelamos”.

Livros consultados:

  • Miranda, H. Corrêa – Diálogo com as sombras – Introdução
  • Emmanuel – Roteiro – cap. 28
  • Teixeira, J. Raul – Ante o Vigor do Espiritismo – estudo IX

(Jornal Verdade e Luz Nº 170 de Março de 2000)

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