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Reencarnação, Uma Praga

Reencarnação, Uma Praga

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Encontramos no site:

http://www.catolicanet.com/interatividade/forum/ler_msg.asp?cod=491&origem=4

o seguinte:

Reencarnação – 27/08/2001 – 01/01/1900 20:08:36

>Olá irmãos em Cristo! Eu fui espírita até os meus dezoito anos quando então me livrei dessa praga! Na mocidade, pertenci à mocidade espírita, freqüentei sessões de doutrinação em mesa branca, nos centros, pois meus pais eram espíritas e médiuns… Li livros – “O Evangelho segundo o espiritismo”, “O livro dos espíritos”, e outros de Allan Kardec! Porém o chamado de Jesus, através do sacramento do Matrimônio, foi mais forte… aí pude então, perceber que eu era feliz e não sabia! Mas, após minha conversão, pude analisar o quanto eu estava longe de Jesus! Ele me era apresentado apenas como um grande espírito de luz! E Deus, nosso Pai, estava tão distante de mim, que quase não podia percebê-lo em minha vida! Eu não tinha fé! Somente conhecimentos científicos que em nada me proporcionavam uma visão beatífica de Deus, do reino, das promessas de Cristo, da aliança de Deus com seu povo!! Mas o ponto mais cruciante então foi o da REENCARNAÇÃO! Após leituras cotidianas das Sagradas escrituras, de cursos de teologia, de Grupos de oração da RCC e do engajamento na vida comunitária da Igreja, vi que tudo isso não passava de uma grande farsa! Se a tal REENCARNAÇÃ0 tivesse alguma importância fundamental na nossa vida e se ela fosse inevitável e concreta… JESUS NOS TERIA DITO E ORIENTADO, NOS SEUS EVANGELHOS!!! Logo Ele que segundo o Espiritismo, é um grande espírito de luz!!! Mas Jesus não diz nada nem revela absolutamente nada sobre REENCARNAÇÃO!!! Então porque, alguns leigos ficam com dúvidas??? A palavra de Jesus contida nos Evangelhos, é bem clara com relação às promessas do Reino para o qual já hoje, somos convidados a tomar posse como herdeiros!! No seu instante derradeiro na cruz, antes de entregar seu espírito ao Pai, Jesus disse bem claro ao ladrão, crucificado ao seu lado: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”!!! Ainda há alguma dúvida sobre reencarnação???

José Alfredo Evangelista – alfredoevan@uol.com.br

Em Mateus (5, 22) encontramos Jesus dizendo: “Mas eu vos digo: Todo aquele que se irar contra seu irmão, será castigado pelos Juízes. Aquele que disser a seu irmão: raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: louco, será condenado no fogo da geena”. Assim meu caro José Alfredo você parece não entender mesmo de evangelho, apesar de assinar Evangelista, pois se entendesse não estaria menosprezando nenhuma outra religião.

Embora você tenha nos colocado pejorativamente como uma praga, mas já que você aceita um ladrão como “bom”, então podemos dizer que devemos ser uma praga boa, sabe por que? Porque não promovemos nenhum tipo de inquisição, não mandamos ninguém para a fogueira e nunca dissemos a qualquer pessoa “ou crê ou morre” como fizeram nas cruzadas.

Mas pelo que se vê não é só do evangelho que você não entende. De Espiritismo você demonstra não conhecer nada, mesmo afirmando ter lido Kardec, como ler não significa necessariamente estudar e entender, concluímos que “o alimento era sólido demais” para você. Primeiro um Espírita estudioso nunca falaria mal de nenhuma religião, por respeitar o direito dos outros de terem suas próprias crenças e principalmente jamais falaria em “mesa branca”, já que é um termo utilizado pelos que não conhecem as práticas espíritas, tendo em vista que sempre confundem Espiritismo com quaisquer manifestações espirituais. Pobres ignorantes!

Antes de entrar especificamente na Reencarnação, que lhe causa tanto horror, queremos lhe perguntar onde podemos encontrar no Evangelho Jesus dizendo, em algum momento, que iremos ressuscitar na carne, visto isso ser um dogma de fé da corrente religiosa de que agora faz parte.

Quanto a Jesus não ter dito nada sobre a reencarnação, faremos as seguintes colocações:

1ª – O fato de não ter dito não implica que não possa acontecer, pois ele disse aos seus discípulos “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”. (João 16, 12).

2ª – Na verdade ele disse, é só ver em Mateus 11, 13-15: “Porque os Profetas e a Lei tiveram a palavra até João. E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar. Quem tem ouvidos, ouça”. Se João Batista era o Elias que devia voltar é porque ele era nada mais, nada menos que o espírito de Elias reencarnado, mas isso só “se quereis compreender”, ou “se tem ouvidos, ouça”. Assim, grande farsa mesmo é qualquer interpretação diferente dessa. Mas não há como mudar, não é mesmo? Pois como os líderes religiosos iriam abrir mão do poder de ter a chaves do céu, pois com a reencarnação é o próprio indivíduo que promove a sua salvação, não necessitando, portanto, de nenhum intermediário entre ele e Deus, a não ser os ensinamentos do Mestre Jesus.

Mas a ciência, um dia, fará que todos os joelhos se dobrem à reencarnação, uma vez que existe uma grande quantidade de pesquisadores nesta área, cujos métodos de pesquisa são científicos, fatalmente irão fazer com que a ciência, dita oficial, um dia a aceite sem a mínima reserva. Aí meu caro, depois de reconhecida pela ciência, esperamos que as religiões dogmáticas não levem uns 350 anos para aceitar tal verdade como fizeram no caso de Galileu?

Existe uma coisa que ainda não conseguimos entender na Bíblia, por isso confessamos nossa ignorância. Se Mateus diz que os ladrões também ultrajavam a Jesus (27, 44), fato confirmado por Marcos (15, 32), por que João, que estava ao pé da cruz, por isso testemunha ocular, não relata nenhum fato ocorrido com os dois ladrões? Só Lucas nos trás o diálogo e a resposta de Jesus ao “bom ladrão” (é o único bom ladrão da história da humanidade): “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Faremos, a isso, as seguintes colocações:

1ª – Se isto de fato aconteceu, onde fica a afirmativa de Jesus: “a cada um segundo suas obras”?

2ª – O dito “bom” ladrão somente reconheceu que ele e o outro tinham motivos para morrerem crucificados e que Jesus era inocente, assim já que não houve nem mesmo um simples arrependimento, por que o prêmio?

3ª – Considerando que Jesus ressuscitou somente no terceiro dia e que só após ter ressuscitado subiu aos céus, conclui-se que ele não foi para o paraíso no dia em que deu a resposta ao ladrão. Como se explica isso já que Ele afirma que estaria hoje (no dia de Sua morte) no paraíso?

4ª – Considerando que os textos originais da Bíblia, segundo alguns estudiosos, não tinham pontuação que tal se colocássemos a frase citada da seguinte maneira: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso. Haveria alguma mudança no sentido dela?

E, para não alongarmos mais, sugerimos a você ler o Livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência” do autor católico José Reis Chaves (0xx31-3373-6870), ele é teólogo nós não, isso se você não for mais um fanático que se acha o dono exclusivo da verdade. Mas vamos lhe advertir, cuidado, pois poderá mudar de opinião a respeito da Reencarnação.

Paz em Cristo,

Paulo Neto

A resposta de José Alfredo Evangelista

Bem… não é do meu feitio argumentar com espírita! Seria um desperdício de meu tempo… afinal eu os conheço bem!!! pois como te disse, fui criado desde criança nesse meio! há em vocês, muita arrogância e discriminação com os demais… mas leia aí, então:

1. Não menosprezo nenhuma religião, pois só há uma! A que Jesus Cristo fundou! Vá saber qual é…

2. Não sou eu que o aceita como “BOM”, mas o perdão de Jesus!

3. “Fizeram”, é passado (há quase dois mil anos atrás)!! A Igreja é SANTA e PECADORA! (isto é teologia – procure estudar e pesquisar)!

4. Eu não preciso de alimento sólido para me alimentar a fé! Basta-me a Palavra de Deus! (ainda mais o da ciência humana)!!

5. RESSURREIÇÃO não é reencarnação!

6. “DEVIA”, não está no presente (voltou)!!!

7. Isso é farsa! (o próprio indivíduo promove sua salvação???)

8. Todos os joelhos se dobrem para louvarem a Deus Pai que enviou seu Filho Unigênito, para a salvação de todos!! E ainda nós dá o Espírito Santo como Paráclito, Defensor, Advogado!!!

9. Eu jamais dobrarei meus joelhos à qualquer ciência humana ! Eles se dobrarão, sim, ante meu Senhor meu Deus!!

10. Eu creio nos (4) Evangelhos de Jesus e não em apenas um só!

11. Segundo o espiritismo, “Jesus tornou-se o governador espiritual deste planeta”!. Esta maneira de conceituar Jesus, bem mostra que o espiritismo NÃO PODE, de maneira nenhuma, ser fundido com o CRISTIANISMO, pois, para nós Cristãos, é essencial professar que JESUS É DEUS FEITO HOMEM!!! A encarnação de Deus-filho, nada tem que ver com a reencarnação espírita!

12. Portanto, meu irmão, eu só contra-argumento com CRISTÃOS! Para mim, você NÃO O É!!!

13. A minha fé, não repousa sobre raciocínios científicos nem no Evangelho segundo o espiritismo, de Kardec!! A minha fé como a dos demais CRISTÃOS, fundamenta-se sobre as verdades contidas nos Evangelhos de Jesus Cristo, que se acham no livro das Sagradas Escrituras – você o conhece?? – chama-se BÍBLIA!! Ela é um compêndio de 73 livros escritos sob inspiração divina e remonta há quase quatro mil anos!! Ela tem o Cristo como centro dos antigos e novo testamentos!!

14. Vamos parar por aqui! Não vai valer a pena, para mim, ficar jogando pérolas aos porcos… Deus te perdoe porque não sabes o que falas!!

Nossa Réplica

Recentemente lemos o Livro Lampejos Evangélicos, de autoria de Huberto Rohden, muito esclarecedor sobre questões teológicas. Colocaremos a seguir algumas de suas passagens para nossa reflexão:

“O egoísmo eclesiástico proclama a sua religião, Igreja ou seita como a única verdadeira, considerando ao mesmo tempo como falsas todas as outras formas de culto divino. É esse o mais perigoso e funesto de todos os egoísmos humanos, pelo fato de vir aureolado de misteriosa santidade e ser baseado em revelação divina. É fora de dúvida que esse egoísmo sectário é o mais abominável e sacrílego de quantos têm desgraçado e estão ainda desgraçando o gênero humano, impossibilitando qualquer harmonia universal no seio da humanidade”.

(…) “O egoísmo eclesiástico pregado pelas igrejas sectárias, quer do Antigo quer do Novo Testamento, é a mais radical apostasia do cristianismo, que é essencialmente amor inclusivista e universal. É precisamente nesse amor pan-inclusivo e onilateral que consiste a verdadeira catolicidade do cristianismo. Qualquer “ismo” restritivo e coarctante dessa universalidade é incompatível com a verdadeira catolicidade. “Catolicismo romano” quer dizer “universalismo não-universal”, universalidade parcial”. Se catolicismo fosse catolicidade, evidentemente não seria exclusivista, nem excomungaria os que, como o bom samaritano herege e o centurião gentio, encontraram a Deus fora das muralhas dogmáticas duma determinada sociedade eclesiástica”.

(…) “Muitos dos grandes gênios religiosos da história foram condenados pelas igrejas e seitas como hereges ou ateus – alguns deles também eram considerados santos, mas em geral só muito depois da sua morte. Alguns desses gênios religiosos foram condenados como hereges e endemoniados pela mesma Igreja que, séculos mais tarde, os canonizou como santos, como, entre outros, aconteceu a Joana d’Arc”.

(…) “Para Jesus, porém, o “bom samaritano”, apesar de herege, era um modelo de religiosidade indicado como exemplo a seguir para o clero de Israel, e o centurião romano de Cafarnaum, conquanto gentio, era o tipo clássico de homem de fé, e o Nazareno tem a audácia de afirmar que não encontrou tão grande fé como a dele nem mesmo em Israel. Ser religioso era para Jesus conhecer e amar a Deus e em Deus amar as criaturas de Deus; e não consistia em assinar determinada fórmula de credo ou colocar-se dentro da moldura jurídico-teológica desta ou daquela seita eclesiástica”.

(…) “O homem religioso, identificado com esse espírito de Jesus, não defende uma Igreja ou religião – mas vive Deus em toda a sua realidade. Quem defende uma Igreja ou determinada religião pode ser um bom teólogo, rabino ou sacerdote, mas não é religioso, pois ser religioso quer dizer descobrir Deus dentro de si, como Jesus, e viver em permanente conformidade com essa gloriosa descoberta, que é o amor incondicional e universal”.

(…) “Quando, séculos atrás, o grande astrônomo Galileu defendia o sistema heliocêntrico contra o sistema geocêntrico, foi preso pela Inquisição e acusado de herege e ímpio – por quê? Porque ele contradizia a interpretação que os teólogos davam de certos textos da Bíblia. E concluíram que Galileu, por ser anti-romano, era também anticatólico, anticristão, antibíblico e antidivino”.

(…) “Coisa análoga repetiu-se no caso de Darwin, cuja teoria evolucionista era contrária, em muitos pontos, à interpretação romana da Bíblia – e era por isso considerada antibíblica, antidivina”.

(…) “Estranham certos teólogos o fato de eu considerar Mahatma Gandhi como cristão, quando não consta que ele se tenha jamais convertido ao cristianismo, segundo a opinião desses teólogos”.

“Revela este fato, mais uma vez, o conceito errôneo e funesto que muitos cristãos eruditos dos nossos dias têm da religião cristã, que é, para eles, teológica que se adota, um batismo a quem a gente se submete, ou a que é submetido por outros”.

“É fora de dúvida que essa infeliz concepção do cristianismo é responsável por inumeráveis males e pela clamorosa ineficiência moralizadora de que sofre o chamado cristianismo dos países ocidentais”.

“O cristianismo é, antes de tudo, um modo de viver, e não um credo verbal; é uma permanente atitude do nosso Eu interior e exterior; é uma profunda e decisiva experiência com Deus, a exemplo do Cristo, e a exemplificação dessa experiência divina na ética constante e pura da vida cotidiana”.

(…) “É tempo, senhores teólogos dogmáticos, de enterrarmos os nossos ídolos, tidos e havidos por sagrados, e voltarmos a um conceito mais puro e mais espiritual do cristianismo. Cristão genuíno é todo aquele homem que possui o espírito de Cristo e vive segundo esse espírito. O espírito de Cristo, porém, é o de um amor ao próximo universal, nascido dum profundíssimo amor a Deus”.

“Fora dessa mística do amor a Deus e dessa ética do amor ao próximo não há cristianismo”.

O Livro “A Face Oculta das Religiões” de José Reis Chaves, também nos traz importantes temas para reflexão, senão vejamos:

(…) “E, quando uma religião que, seja ela qual for, deveria servir de um meio para combatermos o nosso ego, acaba tornando-se mais um instrumento de aguçamento dele, é até, preferível não se ter nenhuma religião, a ter-se uma nessas condições. Sim, pois, às vezes, a religião torna-se uma verdadeira droga na vida de uma pessoa, como no caso dos fanáticos, quando seu ego aflora a todo vapor”.

(…) “Sem querer agredir a Igreja, mas querendo apenas dizer a verdade, os dogmas dela foram criados justamente para consagrarem como sendo verdades inquestionáveis certos princípios doutrinários que, qualquer pessoa honesta consigo mesma, com a sua consciência, não aceita. Daí surgirem os hereges, que, geralmente, eram pessoas inteligentes e comprometidas com a verdade, pelo que se tornaram vítimas de perseguições por parte da Igreja, e mais tarde, eles morriam nas fogueiras da Inquisição”.

(…) Os católicos mais esclarecidos, que gostam de estudar a Bíblia e as outras religiões, também, acabam se tornando espíritas, já que o Kardecismo tem verdades inquestionáveis, pois estuda a Bíblia de um modo racional, e pauta a sua doutrina à luz da ciência. E é emocionalmente equilibrado, não precisando de barulho nem de gritar para os outros os seus princípios religiosos para os convencer e convencer a si mesmo das verdades da sua crença, pois quem encontra a verdade, de fato, liberta-se dessas picuinhas e fanatismos religiosos que a gente vê por aí. De fato, só quem não tem suas verdades bem estruturadas precisa de ser fanático, numa tentativa de encobrir a lacuna interna que atormenta a sua fé”.

(…) “Os espíritas só se preocupam com o estudo do Evangelho de Jesus e com a colocação dele em prática na sua vida cotidiana. Em outras palavras, querem colocar Jesus, de fato, em suas vidas”.

(…) “As diferenças mais sérias entre o Espiritismo e a Igreja Católica existem justamente nessas questões envolvendo a Santíssima Trindade, principalmente na divinização de Jesus, bem como na personificação dos Aspectos de Deus”.

“Mas isso não descaracteriza o Espiritismo como uma doutrina alinhada com o Cristianismo, mesmo porque a Igreja Primitiva foi também muito dividida, e até hoje essas divisões continuam no Cristianismo, pois a Igreja Ortodoxa Oriental e outras do Oriente, bem como alguns segmentos protestantes, não aceitam os dogmas da Igreja relacionados com a Santíssima Trindade, que, repetimos, não foram ensinados nem instituídos por Jesus, mas por teólogos e concílios polêmicos, contando, às vezes, para imporem suas decisões, com forças físicas da violência, e não da razão e do bom senso. Ademais, vimos que o próprio São Paulo nos diz que as heresias são necessárias. E, muitas vezes, foi a própria Igreja que criou heresias, que são responsáveis pelas divisões existentes no Cristianismo e no próprio seio da Igreja, que não podendo mandar mais ninguém para a fogueira da Inquisição, silencia-se, fazendo de conta que está tudo bem”. (…).

(…) “E o estudo profundo da Bíblia por pessoas não comprometidas com sectarismo, mas abertas à verdade, venha ela donde vier, tem levado muita gente a abraçar a reencarnação, pois não existe outra doutrina mais coerente com as escrituras sagradas de todas as religiões e suas respectivas teologias do que essa”. (…).

(…) “Dentro do princípio de “consciência de alteridade” de Leonardo Boff, ou seja, respeito ao pensamento do outro, todos os indivíduos devem ser respeitados em suas crenças, não importando as diferenças existentes entre eles e as outras correntes religiosas. Dizemos isso, porque é comum alguns indivíduos dizerem que determinadas correntes cristãs não são cristãs, pelo fato de elas terem alguns princípios cristãos diferentes dos delas, com o que não concordamos, pois a religião de cada um é aquela que ele diz ser a sua religião. Isso também vale para todas as outras religiões não cristãs”.

(…) “Não temos por objetivo fazer nesta obra uma apologia do Espiritismo, e muito menos sectarismo a favor dele. Para nós todas as religiões têm verdades e erros, pois foram instituídas por seres humanos. Cremos que o Cristianismo, como está na Bíblia, e não na Teologia Eclesiástica e dogmas, é a religião mais perfeita. E não cremos, mas sabemos, que é o Espiritismo, hoje, a religião que mais se identifica com a essência do Cristianismo Bíblico, aquele do Sermão da Montanha, tão simples, como era simples o seu autor – Jesus -, e tão diferente do cristianismo da Teologia Eclesiástica, cheio de rituais, dogmas e de idéias complicadas, que nem mesmo os teólogos que os criaram os entendiam, e que transformaram os elementos metafísicos ou espirituais do Cristianismo Primitivo em elementos físicos, fenomênicos”.

 

Depois dessas reflexões vamos então ao assunto que nos interessa.

Quando enviamos nosso texto em resposta a este ataque gratuito, não o estávamos fazendo para iniciar qualquer tipo de debate, pois os sabemos infrutíferos, visto que raramente alguém muda a opinião do outro, principalmente, sobre os assuntos relacionados com religião. Estamos, apenas exercendo nosso direito de defesa diante de tamanha discriminação religiosa por parte de alguém que ainda tem a coragem de se dizer cristão. Desafiamos a quem quer que seja a nos mostrar alguma atitude de Jesus em que possa qualquer pessoa se fundamentar para se achar no direito de agredir ao próximo.

De mais a mais, é nosso pleno direito, também, e assegurado pela Constituição Brasileira, em exercitarmos a nossa religiosidade da maneira que melhor nos convier, desde que não avancemos no direito dos outros.

Começa o autor do artigo: “bem… não é do meu feitio argumentar com espírita!” Pois nós argumentamos com todos que quiserem, menos, é claro, com os fanáticos, pois estes possuem verdades demais para pensar no que os outros falam.

Diz mais: “Há em vocês, muita arrogância e discriminação com os demais” entretanto pelo que podemos ler do que escreveu, está apenas transferindo para nós o que faz. Sobre isso você, que nos lê, poderá tirar suas próprias conclusões.

Acrescenta: “Não menosprezo nenhuma religião, pois só há uma! a que Jesus Cristo fundou! Vá saber qual é…” Fora a arrogância da afirmativa ela é extremamente discriminatória, pois insinua que a única religião é a que ele seque. Faremos, então, uma pergunta: já que Jesus não fundou a religião contida no Antigo Testamento o que está lá então não seria uma religião? O Budismo, Islamismo, hinduismo, por exemplo, não foram fundados por Jesus, conclui-se então, pelo raciocínio do nosso agressor, que não seriam religião? E, ainda diz que fez vários cursos de Teologia.

A questão do “bom” ladrão que nos referimos no texto anterior, pensei que ficaria bem claro que as próprias divergências entre os autores bíblicos, ao narrar o mesmo fato, seriam suficientes para não se questioná-la como verdadeira, pois ficaremos na dúvida se realmente aconteceu, e supondo-se verdadeiro, qual dos autores a narra de maneira fiel ao ocorrido. Mas não bastasse isso, ainda, acrescentamos a questão da pontuação dos textos bíblicos, já que os originais não a possuíam. Se mudássemos a pontuação e colocássemos o que Jesus afirmou de outra maneira o seu significado não seria mais o mesmo, estaria completamente mudado. Então, vejamos como ficaria: “Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso!”. Frase mais coerente com o acontecido e com a justiça divina. Com o acontecido porque Jesus não foi naquele mesmo dia para o paraíso, conforme demonstramos. Com a justiça divina já que não houve qualquer privilégio, como também não estaria sendo contra o ensinamento de Jesus: “a cada um segundo suas obras” e as obras do ladrão não poderiam lhe dar o paraíso imediatamente, mas um dia sim, mas para a justiça divina todos nós também estaremos um dia no paraíso. E dentro desta visão, Jesus não poderia ser contraditório, por isso não o perdoou, até mesmo porque nem mesmo perdão o ladrão pediu, apenas reconheceu que sua morte na cruz era justa, e a de Jesus não. Não consta que Jesus também o tenha reconhecido ou chamado de “bom” ladrão; é opinião dos teólogos.

Você reconhece que a Igreja é Santa e Pecadora, então, ela poderia reconhecer todos os seus erros e reformular a interpretação de algumas partes da Bíblia. Mas cremos que será muito difícil ela tomar essa posição, pois teria que voltar atrás sobre muitos pontos bíblicos já que passou todo este tempo afirmando que:

1 – Uma vez que as S. Escrituras foram inspiradas por Deus, não contêm erro algum, assim pois, qualquer interpretação que aceite um erro ou contradição entre passagens bíblicas, não pode ser verdadeira.

2 – Uma vez que a Igreja recebeu a promessa de contar com a ajuda do Espírito Santo (Jo 14, 16), não se pode aceitar uma interpretação que seja contrária a alguma de suas definições.

3 – Sendo a tradição parte integrante da revelação divina, não se pode admitir nenhuma interpretação que vá contra a opinião unânime dos Santos Padres ou Doutores da Igreja primitiva.

(Fonte: Bíblia Sagrada, Edição Barsa).

O medo de que a ciência viesse a contrariar alguns pontos da Bíblia fizeram com que as autoridades eclesiásticas promovessem uma verdadeira “caça as bruxas” aos cientistas. Até quando ainda vão insistir nessa absurda colocação de que a Bíblia é a mais pura verdade. Somente os que não pensaram bem sobre ela ou os cegos fanáticos continuam pensando desta forma. Por outro lado, se tudo que existe tem origem em Deus, quanto mais que avance a ciência acabará descobrindo as leis naturais que regem qualquer tipo de fenômeno. Ora, as leis naturais são exatamente Leis Divinas, assim quanto mais que avance a ciência, mais demonstrará a grandeza do Criador dessas Leis – Deus. A ciência pode ser humana, mas o resultado dela é divino, visto que descobre as Leis Divinas que regem tudo no Universo.

Em seu primeiro texto, o autor coloca que não existe a reencarnação porque Jesus nada falou sobre ela. Aí nós lhe perguntamos: já que acredita na ressurreição da carne, dogma da igreja que agora você faz parte, onde poderemos encontrar no Evangelho Jesus afirmando que iremos ressuscitar da carne? É, realmente ressurreição não é reencarnação. Ressurreição, segundo Jesus, é voltar à vida espiritual, conforme deixa bem claro na passagem narrada por Mateus 22, 31-32: Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos disse: Eu sou o Deus de Abrão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ora, ele não é Deus dos mortos, mas Deus dos vivos. Por essa passagem sabemos que continuamos vivos depois da morte, é a nossa vida espiritual. Existem dois tipos de ressurreição, um que acontece toda vez que nós morremos voltando ao plano espiritual, outro, quando deixarmos em definitivo o ciclo de reencarnações para viver nossa plena vida de espírito imortal, no seio de Deus.

Quer queiramos ou não a ciência avança sempre. Novas coisas serão descobertas e provadas. Que adianta tentar tapar o sol com a peneira? Pesquisas realizadas sempre mostram que a maioria das pessoas acredita na reencarnação, entre 70% a 80% da população mundial. O dia que a ciência der seu aval o que vai acontecer? Pode até ser que nem todos se dobrem à verdade (significado para dobrar os joelhos), mas pouco importa. Como disse Galileu: “No entanto ela se move”.

Quanto à questão que coloca de “devia”, não está no presente (voltou)!!!, quem te responderá esta questão é o próprio Jesus: “Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram”. (Mateus 17, 11-12) Agora somos que perguntamos, usando suas próprias palavras: “Ainda há alguma dúvida sobre a reencarnação?”

Se, segundo o Evangelho, “a cada um segundo suas obras” “a fé sem obras é morta”, ou seja, nossa salvação está condicionada ao que fizermos de bom para o nosso semelhante. Por isso dizemos que nós é que promovemos a nossa salvação, não está condicionada ao perdão de nenhum homem, nem a pertencer a determinada corrente religiosa, nem de somente crer que Jesus é o nosso Senhor e Salvador, deturpação dos ensinamentos contidos no Evangelho promovida pelos teólogos.

Mostramos que as narrativas bíblicas, algumas vezes, não são coerentes quando relatam o mesmo fato, isto prova que ela não pode ser tão “inerrante” quanto dizem, a não ser que possamos admitir que Deus tenha inspirado erradamente os autores do evangelho. Aquela passagem citada, do bom ladrão, não é a única existem várias outras. Assim, os erros que lá se encontram não os atribuímos a Deus, mas aos autores humanos que os escreveram.

Quanto à questão de não nos classificar como cristão, pouco nos importa, mas queremos mostrar muitos podem estar completamente equivocados neste conceito, veja, por exemplo, o que diz Huberto Rohden:

“É da mais urgente necessidade que, de uma vez por todas, abjuremos a infeliz ideologia de que ser cristão queira dizer praticar tais ou quais exterioridades eclesiásticas, litúrgicas, rituais, sacramentais, ou recitar, de tempos em tempos, determinadas fórmulas e realizar certos atos prescritos por esta ou aquela Igreja cristã. Não digo que essas exterioridades eclesiásticas sejam condenáveis, mas afirmo que nelas não consiste o cristianismo; afirmo que um homem pode meticulosamente fazer tudo isso e ser, não obstante, um anticristo; como também, por outro lado, pode deixar de praticar esses atos externos, e ser um cristão genuíno e integral”.

Já o escritor católico José Reis Chaves, fala o seguinte:

“Um dos maiores erros dos teólogos foi tachar de ateus pessoas que tinham uma visão diferente deles sobre Deus, como se um filósofo ou cientista pudesse pensar em Deus do mesmo jeito que pensa uma pessoa simples e analfabeta. E ainda hoje isso acontece. Muitos católicos e também evangélicos acham que o único modo correto de pensar sobre Jesus Cristo é o deles e, o que é pior, eles acham que os espíritas, rosacrucianos, teósofos, os adeptos da Seicho-No-Ie e outras correntes religiosas não têm direito de admirar Jesus nem de se considerarem seus discípulos. O próprio Jesus disse: “Conhecereis meus discípulos pelos que eles fizerem”. Não é, pois, a religião ou modo de pensar das pessoas que determina quem é ou quem não é discípulo de Jesus, mas são seus discípulos os que fazem o que Ele recomendou. E o que Ele nos recomendou foi que nos amássemos uns aos outros como Ele nos amou. Em outras palavras, são seus discípulos autênticos quem pratica o amor, a caridade, a fraternidade. Jesus é, pois, de toda a humanidade que O quiser aceitar, quer queiram ou não os católicos carismáticos e os evangélicos. E a eles recomendo um outro ensinamento importante do Mestre Jesus: “Não deveis julgar nem condenar”.

Já que você coloca a Bíblia como inspiração divina, gostaríamos de saber qual delas? Já que a dos Católicos, não dos cristãos, observar que nem todos os cristãos rezam pela mesma Bíblia, enquanto que a dos Protestantes, por exemplo, possui 66 livros, e não 73 como a dos primeiros. E, fato interessante, o que mais questionamos na Bíblia é justamente por ter sido um livro escrito a quase 4 mil anos. Aspectos culturais, mitologias, lendas, ignorância de certas leis naturais, absurdos científicos, etc. lhe recheiam as páginas. Deus cria a luz e separa a luz das trevas, a luz chama dia, e as trevas chama noite, somente no quarto dia é que cria o sol a lua e as estrelas, o sol é que nos dá o ciclo dia e noite, assim que luz é essa criada no primeiro dia? Apague a luz destes astros para ver o que acontece? Escuridão total, não é mesmo? O dilúvio Universal cientificamente provado que não haveria a menor possibilidade de acontecer, como também a questão de Josué parar o sol por quase um dia inteiro. Hoje se questiona a tão falada passagem pelo Mar Vermelho, em que Moisés separa o mar em duas muralhas, e o povo hebreu passa a pé enxuto por ele. Imaginem o que poderá vir no futuro. Ciência e Religião deverão caminhar juntas, é a conclusão que o homem chegará um dia.

O centro no Antigo Testamento não é Cristo, é a história do povo hebreu, apesar de que lá poderemos encontrar várias profecias sobre a vinda de Jesus.

Quando dizem sobre o Evangelho Segundo o Espiritismo normalmente querem dar uma conotação que o Espiritismo escreveu um Evangelho próprio e diferente do que Jesus ensinou. Podemos até aceitar que a nomenclatura não é lá muito adequada, talvez, e para não causar dúvidas, poderia ter sido: O Evangelho segundo a Interpretação do Espiritismo, pois ele é justamente isso. Kardec retira do Evangelho de Jesus várias passagens para lhes dar as explicações sob a ótica da Doutrina Espírita. Ele é dividido em 28 capítulos, e a título de informação, 18 deles se referem a ensinamentos de Jesus contidos no Sermão da Montanha, coisa que a grande maioria das pessoas não sabem, incluindo aí até muitos Espíritas.

Ao final você fala: “não vai valer a pena, para mim, ficar jogando pérolas aos porcos…” preferimos levá-la pelo lado da interpretação evangélica, até para não lhe constranger já que você que conviveu algum tempo entre nós e afirmou, no primeiro texto, que seus pais eram, além de médiuns, espíritas como nós.

Paz em Cristo.

Paulo Neto

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