Uma Questão de Afinidades
A destinação humana é a perfeição, o progresso, a felicidade. Porém, ninguém
conserta ninguém. Podemos ajudar alguém ou ser ajudado por outrem, mas a
mudança interior, definitiva, é de alçada pessoal, por iniciativa própria.
Se alguém pudesse consertar alguém, o planeta já estaria renovado, pois o Mestre
já teria nos “consertado“. Ocorre que, respeitando nossa liberdade, trouxe
o ensinamento, exerce permanente influência sobre o planeta, esperando, contudo,
nossa renovação, a partir de decisão e esforço próprios. O mais interessante dessa
postura de Jesus é o mérito da felicidade que cada um vai alcançar por si mesmo.
Portanto, a questão da situação do planeta é uma questão de afinidades espirituais,
de nível evolutivo. Estamos todos ali, mais ou menos no mesmo ponto de necessidades.
Felizmente, ao nosso lado, também caminham grandes almas, estimuladoras de nosso
progresso, encarnadas ou não.
Aos pessimistas com a situação do planeta, tomo a liberdade de transcrever trecho
do capítulo III, item 6, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO:
“Admira-se de haver sobre a Terra tantas maldades e tantas paixões inferiores,
tantas misérias e enfermidades de toda sorte, concluindo-se que miserável coisa
é a espécie humana. Esse julgamento decorre de uma visão estreita, que dá uma falsa
idéia do conjunto. É necessário considerar que toda a humanidade não se encontra
na Terra, mas apenas uma pequena fração dela. Porque a espécie humana abrange todos
os seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos do Universo. Ora, o que
seria a população da Terra, diante da população total desses mundos? Bem menos que
a de um lugarejo em relação a de um grande império. A condição material e moral
da humanidade terrena nada tem, pois, de estranho, se levarmos em conta o destino
da Terra e a natureza de sua população“.
Aos otimistas e idealistas do estudo e divulgação espírita, o convite à continuidade
das tarefas abraçadas, pois que do texto acima (transcrição e nossas considerações),
em breve comparação, há a convicção de que podemos enquadrá-lo também na diversidade
humana encontrável nas Casas Espíritas, onde as diferenças de comportamentos (individual
e coletivo) passam pelas mesmas observações, convidando-nos a compreender as desigualdades
evolutivas (inclusive das instituições) e a velha questão das afinidades…