Ainda bem que vivo agora, assim desabafava uma senhora após ver a exposição
em Óbidos (Portugal), sobre métodos de tortura do tempo da “Santa” Inquisição.
Um expressão que despoleta considerações, sobretudo se formos apologistas da
reencarnação.
Vivemos num mundo cheio de coisas boas, assim como pleno de maldades nem
sempre imaginadas. Todos nós já ouvimos falar de torturas em Timor Leste, na
China, em Angola, entre outros países. Diz-nos a razão que onde houver guerra,
ela aí está, a tortura, qual irmã gémea dessa impiedosa sombra da evolução
humana que é a luta mortal entre homens. A comprovar essa assertiva estão os
relatórios anuais da Amnistia Internacional, autêntico baluarte dos direitos
humanos no mundo, a catapultar o homem para novos conceitos de humanidade e
respeito mútuo, que não deixa de apontar os inúmeros métodos e locais onde essa
prática primitiva ainda permanece, dando os últimos estertores, neste mundo que
caminha inevitavelmente para uma situação social melhor.
Mas, voltemos à expressão da senhora que perto de nós acompanhava com vivo
interesse esta exposição. Dizia ela :«Ainda bem que vivo agora».
A tortura de outrora é responsável por muitos distúrbios psíquicos de hoje
A grande maioria das pessoas encara estes factos como coisas do passado, e
como tal, pertença dos outros (que nesse passado viveram). A realidade, no
entanto é bem diferente, já que de acordo com as evidências científicas da
realidade da reencarnação, todos nós já vivemos antes e possivelmente viveremos
muitas mais existências carnais, após esta vida. Assim sendo, é possível que
muitos de nós tenhamos responsabilidades nas arbitrariedades da Inquisição, já
que em grande parte deambulamos pelos quadros da igreja católica, no passado.
Outros viveram na pele essas mesmas torturas, situações essas que hoje se
reflectem como reminiscências, que por vezes são somatizadas, sob a forma de
várias marcas, patologias e/ou tendências. Assim, encontramos aquela pessoa que
não suporta actualmente usar camisolas de gola alta, por ter sido enforcado ou
torturado ate à asfixia numa vida anterior. Aquele outro, poderá ter fobias
múltiplas, a manifestarem-se no quotidiano sob a forma de distúrbios do
comportamento, sem que a psicologia atine com as causas. Felizmente a moderna
psiquiatria e psicologia, adentrado-se no campo da psicologia transpessoal,
entendendo o homem como um somatório de corpo e espírito, vem logrando grandes
resultados no campo das Terapias Regressivas a Vivências Passadas (praticada por
vários médicos da capital portuguesa), libertando pessoas de traumas do passado,
mal arquivados e que se reflectem no presente sob a forma de distúrbios de
comportamento sem causa definida no presente.
Nascer, morrer, renascer, progredir sempre, tal é a lei
Outro conceito poderíamos retirar desta análise. É que, quando o homem se
consciencializar da realidade da reencarnação, deixará de utilizar estes
bárbaros métodos, interiorizando a certeza de que o seu amanhã será o somatório
do que fizer hoje, dando razão àquele aforismo popular de que quem semeia ventos
colhe tempestades. Conhecedor da Lei de Causa e Efeito, que rege o universo, o
homem preocupar-se-á mais em granjear situações que sejam abonatórias para si,
procurando galgar os degraus da evolução o mais depressa possível, não a
retardando com o exacerbar dos espinhos do nosso íntimo ainda não burilado.
De resto, o fundamental é reter a realidade da vida espiritual, pós-morte, a
desdobrar-se pelos infinitos caminhos de que a vida dispõe, bem como da certeza
de que “Nascer, morrer ,renascer, progredir sempre, tal é a lei”. Estamos certos
de que estes conceitos serão a chave mestra que largará o mundo para novos
horizontes mais felizes e radiosos, em que o homem fará da fraternidade e ajuda
mútua o seu cavalo de batalha.