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Emma Hardinge Britten

Emma Hardinge Britten

Desencarnada em 1889.

Nenhuma história do Espiritismo seria completa sem referências a essa notável
escritora, que foi denominada Apóstolo Paulo feminino do movimento espírita. Ela
era uma mocinha inglesa que havia ido para Nova Iorque com uma empresa de teatro
e tinha permanecido nos Estados Unidos, onde viveu em companhia de sua mãe. De
educação protestante, repelia com energia qualquer aproximação com os espíritas,
entretanto, no ano de 1856, foi novamente posta em contato com o Espiritismo,
quando teve provas irrefutáveis das verdades por ele apregoadas.

Logo descobriu
que era, também ela, poderosa médium, podendo- se afirmar que um dos casos mais
bem documentados, e que alcançou notável sensacionalismo, foi a sua informação
de que o navio “Pacific” tinha naufragado no Atlântico médio, perecendo todos os
passageiros. Após essa revelação ela foi perseguida pela companhia proprietária
do navio, por haver repetido o que lhe havia dito o Espírito de uma das vítimas
da catástrofe. Verificou-se posteriormente que a sua informação mediúnica era
verdadeira, pois o navio havia realmente naufragado e nunca mais apareceu.

Em 1866 voltou ela para a Inglaterra, onde desenvolveu intensas atividades,
produzindo duas grandes obras: “Moderno Espiritualismo Americano” e “Milagres do
Século Dezenove”, livros esses que representaram interessantes pesquisas, unidas
a um raciocínio claro e 1ógico. No ano de 1870 casou- se com o Dr. Britten,
espírita tão devotado quanto ela. Tudo indica que foi uma união realmente feliz.

Em 1878 foram à Austrália e Nova Zelândia, na qualidade de missionários do
Espiritismo, ali demorando muitos anos e fundando numerosas sociedades. Quando
na Austrália, ela escreveu: “Fé, Fatos e Fraudes da História Religiosa”, livro
que ainda hoje exerce relativa influência.

Entre outros monumentos de sua autoria, Emma Hardinge Britten fundou “Os Dois
Mundos”, de Manchester, órgão que ainda atualmente desfruta de grande
circulação, representando um veículo publicitário de grande penetração em todo o
mundo.

Ernesto Bozzano, um dos maiores escritores espíritas, profundo investigador,
homem de ciência, polemista emérito, cuja obra honra e engrandece a Doutrina
Espírita, em notável depoimento escrito para a revista “La Luz Del Porvenir”,
relatou que o livro “Moderno Espiritualismo Americano”, lhe foi muito proveitoso
no período de sua conversão ao Espiritismo.

A obra de Emma Harding Britten, nos primórdios do Espiritismo, foi das mais
relevantes, devendo- se a ela grande número de conversões, inclusive de pessoas
de grande projeção na época.

A sua desencarnação aconteceu no ano de 1889.