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Corina Novelino

Corina Novelino

 

Filha do casal José Gonçalves Novelino e Josefina de Melo Novelino, nasceu na
pequena cidade de Delfinópolis, onde passou muito pouco de sua infância, pois
ainda jovem ficou órfã de pai e mãe, passando a residir com um casal
que lhe dispensou todo o amor e carinho.

A tarefa desenvolvida por Corina Novelino, na cidade de Sacramento, foi das
mais relevantes, o que fez com que se tornasse uma das figuras mais estimadas na
cidade.

Desde muito jovem revelou- se um Espírito caritativo, com profundos rasgos de
desprendimento, disposto a dar tudo de si em favor dos seus semelhantes.

Com apenas vinte anos de idade, foi convidada por uma denodata seareira
chamada Maria Modesto Cravo, para ajudá-la a administrar um Lar de Crianças, na
cidade mineira de Uberaba. Indecisa sobre o convite procurou orientação do
médium Francisco Cândido Xavier, então residente em Pedro Leopoldo. Devido ao
elevado número de pessoas que procurava o médium, não conseguiu entrevistar-se
com ele. Porém, grande foi a sua surpresa quando foi por ele chamada, recebendo
de suas mãos bela mensagem assinada pelo Espírito de Eurípedes Barsanulfo, na
qual, entre outras coisas, ele dizia: “Corina, você é minha última esperança em
Sacramento”.

Diante do imperativo da mensagem, declinou do convite de Mana Modesta e
decidiu- se pela permanência em Sacramento, onde fundou o Clube das Maezinhas,
composto de mães caridosas que se dispunham a fazer roupinhas para crianças
necessitadas, as quais eram distribuídas semanalmente.

No limiar do ano de 1950, deliberou fundar um Lar para crianças abandonadas.
Porém, além de faltar- lhe os meios necessários, não sabia onde nem como
implantar essa instituição. A maior rifa realizada em Sacramento propiciou-lhe
os meios necessários para adquirir uma casa e ali inaugurar o “Lar de Eurípedes”.

Aplicava o seu ordenado na manutenção do Lar. Entretanto, o número de
crianças aumentava e os recursos tomavam- se assim cada vez mais escassos. A
casa havia também se tornado pequena.

Animada de decisão inquebrantável, e contando com a ajuda do Alto, decidiu-
se a edificar um novo “Lar de Eurípedes”. O povo de Sacramento e de regiões
vizinhas cooperou no empreendimento e, dentro em pouco, surgia o novo prédio,
onde foram amparadas mais de 100 crianças e onde a seareira abnegada passou a
ser a “mãe Corina”. Devido à insuficiência de recursos para a sua manutenção,
pois o estabelecimento era mantido quase completamente com o saláno de Corina
Novelino, houve apelos e o Lar foi reconhecido como órgão de utilidade pública,
passando então de internato para semi- internato. Ali as crianças passam o dia,
recebendo alimentação, vestuário e educação intelectual e religiosa.

Escritora de grandes recursos que era, Corina escreveu os livros “Escuta, meu
filho”, cuja renda foi revertida inteiramente à manutenção do Lar. Mais
recentemente, em 1979, escreveu a obra “Eurípedes, o homem e a missão”, dando
início aos atos comemorativos do centenário de nascimento daquele grande vulto
do Espiritismo.

Criatura infatigável, sempre disposta a cooperar, tomou parte saliente na
vida sócio- econômica, religiosa e cultural de Sacramento. Colaborou em todos os
jornais da cidade, desde a “Tribuna”, editada por Homilton Wilson, até os
jornais atuais: “Estado do Triângulo” e “Jornal de Sacramento”.

Prestou colaboração em outros orgãos de divulgação do Espiritismo,
notadamente no “Anuário Espírita”, editado em Araras, e uma revista editada em
Portugal.

Foi na realidade uma vida bem vivida, repleta de rasgos de generosidade, de
amor e de dedicação aos seus semelhantes. A sua desencarnação representou
irreparável perda para a comunidade sacramentana, um grande vazio se fez na
cidade, tão grande quanto a tristeza dos que perderam o calor, a ternura e a
dedicação de uma amiga.

Foram as seguintes as palavras do Presidente da Câmara Municipal de
Sacramento, por ocasião do sepultamento do seu corpo físico: “Que o pavilhão de
Sacramento cubra o seu ataúde numa demonstração de homenagem maior que o Poder
Público presta aos seus grandes filhos. Aqui a gratidão de todo um povo que
reconheceu no seu labor humilde e silencioso a “Mãe Corina” de todos. Com o
auxílio de suas mãos não foram poucas as vezes que testemunhamos o seu amor, no
próprio esquecimento de si mesma, chamando para si a responsabilidade dessa
enorme tarefa de promoção do próximo. Foi a Mãe Corina dos pobres, dos
sofredores, dos órfãos, dos loucos, dos necessitados, dos abandonados, dos
miseráveis… Mãe Corina de todos nós, nosso eterno e imorredouro Muito
Obrigado”.