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Conflitos Íntimos

Conflitos Íntimos

15º Encontro Sobre “O Livro dos Espíritos”

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
e pelo Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Marina Ohana
Rio de Janeiro
15/02/1999

Organizadores da palestra:

Moderador: “|Denise|” (nick: [Moderador])

“Médium digitador”: “Brab” (nick: Marina_Ohana)

Oração Inicial:

<Wania> Senhor Jesus, estamos iniciando neste mais um dia de estudos. Que a Tua Paz envolva os nossos espíritos, equilibrando pensamentos e sentimentos, fortalecendo nossa vontade de aprender e refletir, em torno dos conceitos da Doutrina Espírita. Envolve a companheira que nos dirigirá a palavra nesta manhã, que os amigos espirituais a fortaleçam, no desempenho das tarefas abraçadas em Tua Seara. Que todos que aqui estão presentes, encarnados e desencarnados, possam sair mais esclarecidos e fortalecidos para as lutas diárias. Seja , pois em Teu nome, em nome dos espíritos que sustentam a tarefa, mas sobretudo em nome de Deus, que possamos iniciar mais um dia de estudos, em torno de “O Livro dos Espíritos”. Que assim seja!

Apresentação do palestrante:

<Marina_Ohana> Marina Ohana, trabalhadora do Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas (Escola Espírita Cristã Maria de Nazaré) (t)

Considerações iniciais do palestrante:

<Marina_Ohana> Estamos dando prosseguimento aos estudos do Encontro de Carnaval sobre o tema: “O Sentido da Vida – objetivos da encarnação” e o que coube a nós é a parte de vivência sobre os nossos conflitos íntimos. Considerando que somos Espíritos imortais caminhando na esteira do tempo, já com algumas possibilidades de entendimento das Leis de Deus, nos deparamos com situações conflitantes o tempo todo em nossa vida. O que entendemos por conflito? Estamos diariamente tendo que fazer escolhas. Por mais simples que sejam, temos sempre que escolher algum caminho a seguir, e muitas vezes não escolhemos o melhor caminho.

Essas escolhas equivocadas, essas situações antagônicas, nos levam a um “desconforto” emocional configurando-se assim uma situação conflitante. Baseado na questão 919 de “O Livro dos Espíritos”, que nos fala que a partir do conhecimento de nós mesmos é que poderemos caminhar na direção do crescimento espiritual que tanto almejamos. Refletindo sobre isso, podemos levantar algumas questões: Como têm sido as minhas escolhas nas principais passagens da minha vida?; Será que tenho faltado com algum dever?; Será que alguém tem algum motivo para se queixar de mim?; Será que tenho realizado alguma ação que não ousaria confessar a ninguém? Será que a minha reação aos desafios que a vida me propõe têm me levado a situações de angústia, de negação de mim mesmo, de culpa exagerada, etc? Enfim, vamos lá. (t)

Perguntas/Respostas:

<|Moderador|> [1] <joaosinho> Pergunto : até que ponto uma infuência entre um espírito obsessor pode atrapalhar uma relação entre duas pessoas?

<Marina_Ohana> Sabemos pelos Espíritos que essas coisas acontecem com muita freqüência. Para que não soframos esse tipo de interferência é importante que sintonizemos sempre com o bem, pensando no bem, agindo no bem, construindo algo de bom. (t)

<|Moderador|> [2] <Celd> No nosso cotidiano nos deparamos com diversas situações que nos levam a dúvidas e escolhas tais como o que é: certo ou errado, bom ou ruim, bonito ou feio, brega ou chique. Como não ter conflitos numa sociedade que nos levam a insegurança?

<Marina_Ohana> Sabemos que as Leis de Deus estão inscritas em nossa consciência. Precisamos aprender a priorizar o Reino de Deus nas nossas vidas, não nos deixando levar pelos chamamentos externos (sociedade). É certo que precisamos conviver em sociedade, porque é através da convivência que poderemos testar as nossas aquisições, mas não podemos nos deixar levar pela inversão de valores que constatamos visivelmente em nossa sociedade. (t)

<|Moderador|> [3]<Celd> O que dizer a um companheiro homossexual, que por mais que lute, não consegue superar esta tendência?? Como amenizar a angústia desse conflito??

<Marina_Ohana> Como nos diz o Professor Jorge Andréa, nessas situações é importante não dar vazão aos nossos desejos (sexuais) porque senão a situação de conflito permanecerá. O que ele nos propõe é que canalizemos as nossas energias para outros setores, quer seja na arte ou no desempenho de algum trabalho útil, visando o próximo para que possamos tirar o foco da área conflitante. Sem dúvida que é uma prova muito dura, mas com o amparo da espiritualidade amiga, lembrando sempre da oração, nós poderemos vencer as nossas dificuldades, por maiores que elas sejam. (t)

<|Moderador|> [4] <Celd> Como enfrentar o impasse de uma mulher ter que trabalhar para auxiliar no orçamento familiar e não poder dar a devida atenção e até educação aos filhos?

<Marina_Ohana> Hoje em dia essa situação é muito comum. Para aumentar o orçamento doméstico é necessário, na maioria das vezes, que a mulher trabalhe fora. Não devemos nos sentir culpadas por deixar os nossos filhos por este motivo. Lembremos que antes de reencarnar existe uma programação feita entre os componentes de uma família. Nossos filhos, sem dúvida, são Espíritos que já vêm preparados para enfrentar esse tipo de situação, considerando o momento atual em que vivemos. Não podemos nos esquecer de dar atenção através do telefone e de outros meios que nos possam tranqüilizar, enquanto estamos na rua e dar aos nossos filhos a segurança de que estamos com eles. O mais importante não é a “quantidade de mãe” dentro de casa, mas sim a qualidade dessa mãe. (t)

<|Moderador|> [5]<Celd> A dependência química é um conflito íntimo?

<Marina_Ohana> Não. O conflito íntimo pode ter levado à dependência química, mas, certamente a dependência química não é um conflito íntimo. Sabemos que o dependente químico é alguém que vive em situações conflitantes íntimas e acredita que através da droga poderá pacificar o seu coração e a sua mente. Esse processo no entanto o levará a situações mais complicadas. Nestes casos é imprescindível a busca da ajuda de profissionais da área de saúde e muito principalmente, para nós, espíritas, a ajuda que a Doutrina nos oferece trazendo-nos esclarecimentos quanto à importância do auto-conhecimento e do amparo que o Plano Espiritual nos oferece incessantemente. (t)

<|Moderador|> [6] <Celd> Os vícios nos levam a arrastamentos. Como evitá-los?

<Marina_Ohana> Os Espíritos nos dizem (“O Livro dos Espíritos”) que não há arastamento irresistível ao mal. As questões 911 e 912 nos dizem que o meio mais eficaz para combater a predominância da natureza corporal em nós é praticando a abnegação. (t)

<|Moderador|> [7] <{alissa}> E como viver em sociedade sem se deixar envolver por tais chamamentos externos? Quando vamos adquirir maturidade e Paz absoluta conosco mesmo?

<Marina_Ohana> Os Espíritos nos dizem que precisamos viver no mundo como pessoas do mundo, entretanto, precisamos aprender a priorizar as coisas do Espírito. Tudo aquilo que poderemos levar conosco para a Vida Espiritual. Percebendo as nossas limitações e aceitando-as, poderemos ir na direção do crescimento espiritual, e, consequentemente, adquiriremos Paz. (t)

<|Moderador|> [8] <SoulStone> Como devemos nos portar quando deveres sociais nos levam a vivenciar situações das quais discordamos intimamente?

<Marina_Ohana> Precisamos aceitar as situações que a vida nos propõe, sem muitos desgastes, aprendendo a retirar delas o ensinamento necessário ao nosso crescimento. Os Espíritos nos dizem que estamos no lugar certo, na hora certa, no momento certo, para agirmos e revertermos a nossa situação para melhor, buscando sempre o caminho do bem. (t)

<|Moderador|> [9] <Caminaire> Como devemos agir diante de nossos conflitos íntimos, quando conhecedores de motivos relativos a nosso caráter ainda voltado às trevas; desejamos modificá-los, mas não conseguimos?

<Marina_Ohana> Tornamos a repetir: não existem arrastamentos irresistíveis. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XVII, no item 4, entitulado “Os Bons Espíritas”, temos o seguinte texto: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações”. Quando temos vontade firme, sem dúvida, conseguimos direcionar a nossa vida para os caminhos do bem, como nos indica há 2000 anos o Evangelho de Jesus. (t)

<|Moderador|> [10] <Caminaire> Que soluções e/ou caminhos nos pode sugerir a “Terapia de Vida Passada (TVP)”, quando o assunto é esse: Conflitos Íntimos?

<Marina_Ohana> O esquecimento do nosso passado (na maioria das vezes culposo) é, sem dúvida, uma bênção. Sabemos, no entanto, que muitas pessoas têm conseguido entender-se e entender as suas questões através desse tipo de prática. (t)

<|Moderador|> [11] <Caminaire> Seria a educação espírita (aqui entendendo-se educação como evangelização; mas também como educação formal, voltada para os aspectos espírita-pedagógicos do método de ensino e do conteúdo) um caminho de amenização dos conflitos íntimos da criança, do adolescente; enfim, do educando?

<Marina_Ohana> Sem dúvida. (t)

Considerações finais do palestrante:

<Marina_Ohana> Queremos agradecer a oportunidade de participar deste bate-papo e lembrar, como nos diz Joanna de Ângelis em seus livros (a chamada “Série Psicológica”) que devemos buscar os caminhos auto-construtivos, como, por exemplo: Busca do apoio da reflexão e do conhecimento a fim de discernir o que é ilusório do que é verdadeiro; Entendimento do que é Ser e do que é Estar, como sendo característica da Individualidade e da Personalidade, respectivamente; Aceitação dos outros como são; Enfrentamento dos desafios, confiando no próprio crescimento;

Perseverança no hábito de bons pensamentos, palavras e atos, plantando sementes novas de otimismo e esperança ao nosso redor; Disciplina da vontade; disciplina do pensamento; Cumprimento do dever; Auto-estima e respeito para consigo próprio; Submissão aos desígnios divinos, enxergando sempre a proposta de auto-iluminação que podemos encontrar em todas as situações e em toda parte; Trabalhar sempre sem culpa, sem ansiedade e sem receios injustificáveis, aceitando-nos como somos; Perceber que as vicissitudes da vida fazem parte do processo de crescimento; Cultivar o hábito da oração e da meditação; Canalizar as nossas energias para o trabalho do bem. Acreditamos que assim poderemos atingir os nossos objetivos de crescimento espiritual e conquista da paz interior. (t)

Oração Final:

<SoulStone> Aproveitemos esse momento para elevarmos nosso pensamento a Jesus em prece de agradecimento. Querido Mestre, somos sempre gratos pela bondosa ajuda que nos dispensa em todos os momentos de nossas vidas, pela Sua palavra doce e sábia, que orienta nossa humanidade há mais de 2000 anos. É verdade, Mestre, que ainda estamos muito distantes do nos portamos como espíritos nobres e equilibrados, que trazemos grandes chagas morais, fundamente fincadas em nosso atavismo espiritual, e que constantemente nos deparamos com questões conflitantes, que fazem nosso espírito hesitar e vacilar perigosamente em direção do caminho do erro e da culpa.

Por isso Mestre, com a humildade daquele que reconhece sua fraqueza e  pequenez, rogamos que seja o nosso Amigo consolador, o braço forte a amparar e proteger. Seja Jesus o Doce Irmão ao qual nosso Pai Sublime confiou a nossa tutela. Preencha nosso coração que sua luz vivificante e fortaleça nossa fé ainda frágil e débil. Esteja sempre conosco, em todos os momentos de nossas vidas. Que assim seja! (t)