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Decepções, Ingratidão, Afeições destruídas

Decepções, Ingratidão, Afeições Destruídas

“O Livro dos Espíritos” – Questões 937 e 938

Estudo Espírita
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor: Mauro Bueno
Manaus
28/08/1999

Dirigente do Estudo:

Mauro Bueno (nick: MBueno)

Oração Inicial:

<MBueno> Pedimos a Deus, Pai Todo Poderoso e a nossos queridos mentores espirituais a paz em nossos corações, a clareza em nossas mentes, a certeza em nossas almas, para trabalharmos nesta noite inspirados pelas salutares impressões de nossos amigos do Plano Superior. Possamos todos nós levar uma palavra de esclarecimento e consolo a todos que aqui se acorrem. E que ninguém saia daqui com dúvidas desnecessárias. Agradecemos a Deus Pai por mais esta oportunidade de sermos úteis a Seara de Jesus. Assim Seja!

Exposição:

<MBueno> As questões desta noite são:

937. “Para o homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos laços da amizade não são também uma fonte de amarguras?”

“São; porém, deveis lastimar os ingratos e os infiéis: serão muito mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com corações insensíveis, como o seu próprio o foi.

Lembrai-vos de todos os que hão feito mais bem do que vós, que valeram muito mais do que vós e que tiveram por paga a ingratidão. Lembrai-vos de que o próprio Jesus foi, quando no mundo, injuriado e menosprezado, tratado de velhaco.

Seja o bem que houverdes feito a vossa recompensa na Terra e não atenteis no que dizem os que hão recebido os vossos benefícios.

A ingratidão é uma prova para a vossa perseverança na prática do bem; ser-vos-á levada em conta e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão.”

938. “As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade?”

“Fora um erro, porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.”

938a.”Mas, isso não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, daí não poderá nascer-lhe a idéia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível?”

“Pode, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que os abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles.”

A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.

Bem, agora passarei a uma ligeira análise das questões. A ingratidão é um defeito moral. Como todos os defeitos morais, ele causa constrangimento e dor a outros. Nem sempre, porém, o ingrato sabe que o está sendo. Por que?

O motivo é simples, o adiantamento moral depende e muito do intelectual. Muitos de nós não entendemos nossas emoções e quando entendemos, temos pouco controle sobre elas. A maioria das pessoas entendem-se controladas por suas emoções. Na verdade, o que deveria ocorrer é justamente o oposto. Nós é que deveríamos ser os mestres de nossas emoções. E isto é muito possível, principalmente através do conhecimento de si mesmo. Diversos livros, cursos e palestras sobre auto-ajuda se encontram disponíveis. O próprio “O Evangelho Segundo o Espiritismo” está repleto de indicações de como conhecer-se melhor, de como ser melhor consigo mesmo e com os outros.

A necessidade de estima ocupa uma posição de destaque entre as necessidades humanas. Maslow, um pensador de Administração, coloca-a praticamente no topo, ou seja, a mais importante necessidade humana. Li certa vez que o espírito alimenta-se de amor e isto é ótimo pois nós somos inesgotáveis fontes de amor. Em nossa evolução incessante, aprendemos a amar cada vez mais e melhor.

Por que nos sentimos magoados com a ingratidão? O motivo também é simples: aguardamos um retorno, uma resposta ao bem que fizemos a esta ou aquela pessoa. É neste ponto que o espírita deve tomar cuidado especial. Se aguardamos receber algo em troca, desta ou daquela pessoa, que bem real está sendo feito? Lembram-se do “fazei o bem sem ostentação”? Ao sentir-se magoado, ostenta-se o bem feito outrora.

Devemos nada esperar do bem praticado e aí está a verdadeira dificuldade. Digo aqui que não deve-se aguardar gratidão, de nenhuma espécie, pois assim, jamais nos magoaríamos. Fazei o bem sem a olhar a quem.

O egoísta terá sua solidão para vivenciar, como resposta a suas ações ingratas. Os laços afetivos são duradouros e eternos, e espíritos afins se reconhecem por toda a eternidade. O mesmo ocorre com a mágoa e sentimentos menores. O grande castigo do egoísta é a solidão, ou seja, o convívio consigo mesmo. Temos de lembrar que o egoísta é, sobretudo, um espírito ainda muito primário. Suas dores, desejos e dificuldades se prendem ainda excessivamente a matéria e a si mesmo. Sua gana por conforto e benefícios pessoais o colocam numa rota muito dolorida no post-mortem. O egoísmo é, sobretudo, um defeito oriundo de dificuldades anteriores. É como se o espírito se lembrasse de necessidades pretéritas e se defendesse delas. É um medo atávico e geralmente inconsciente. Entretanto, eis aqui o erro primordial!

“Olhai os lírios do campo”, dizia o Mestre.

A medida que a evolução se processa neste espírito, ele esquece cada vez mais de si, pois suas necessidades vão diminuindo. Logo, sem necessidades, surgem abnegação e preocupação pelos demais, que ainda estão iludidos na matéria. (t)

Perguntas/Respostas:

[01] <Ricardo-Fatima> Comente algo a respeito das necessidades artificiais. Quantas necessidades criamos atualmente e acreditamos que sem elas não poderemos viver? Você comentou sobre os lírios do campo. Poderia desenvolver algo mais a respeito deste “Olhai os lírios do campo”?

<MBueno> Posso sim. Veja, a medida que os espíritos evoluem no Plano Espiritual, eles aprendem a deixar de comer, de beber, de sentir frio ou calor, de dormir e assim por diante. Nossas necessidades materiais reais não vão muito além do mínimo necessário para manutenção de nossa vida. Entretanto, se cumpre a necessidade de que determinadas obras sociais ocorram e por isto, há diferentes níveis de riqueza.

Usando nosso querido Chico Xavier como exemplo, ele seria riquíssimo se ficasse com os direitos autorais de seus livros. Entretanto, acumula esta riqueza no Plano Espiritual enquanto vive aqui com somente o necessário para a manutenção da vida. Assim que agimos em conformidade com as Leis do Criador, respeitando-as, nada nos falta. Eis o “Olhai os Lírios do Campo”. Eles são obedientes em cumprir perfeitamente o papel que o Criador destinou a eles e por isso, encontram o que lhes é necessário.(t)

[02] <Guest7932> Poderíamos dizer que mais rico é aquele que menos necessidades tem?

<MBueno> Podemos sim! O mais rico no Plano Espiritual é exatamente este que compreendeu a desnecessidade dos valores supérfluos e não mais os deseja. Veja que o decréscimo de necessidades é exatamente a linha demarcatória da evolução.(t)

[03] <Ricardo-Fatima> Quais são nossas reais necessidades? Ficamos pensando nisso. O que precisamos afinal? De Amor? Mas sabemos o que é Amor? A mídia nos apresenta mil e uma formas de sermos ‘felizes’, mas o que é felicidade? Realmente o mais rico é aquele que não dá tanta atenção às coisas que a traça e a ferrugem consomem, não é mesmo?

<MBueno> Sabemos o que é o Amor na medida justa de nosso quilate espiritual. Nossas reais necessidades estão gravadas em nossa consciência e sempre sabemos quando estamos dando a nós mesmos um luxo desnecessário. O marketing é uma ciência que trabalha na criação de necessidades artificiais. Alguns dos truques são realmente irresistíveis aos espíritos menos avisados. Veja que a leitura indireta de um out-door, em alta velocidade, grava em seu cérebro um desejo subliminar. Este efeito foi descoberto perto da Segunda Guerra Mundial e foi grandemente explorado pelos nazistas e depois pela Coca-Cola, até ser proibido!

Leiamos em nossos corações: lá está o caminho correto, no bom senso que nossos estudos nos dão. (t)

[04] <Guest7932> Julgo ser resposta. nº 922 a grande receita de felicidade: Quanto ao material a posse do necessário e quanto a espiritual a consciência tranqüila e a fé no futuro!

<MBueno> Ótimo, Guest7932, você sintetizou todo o estudo nesta única observação! Foi brilhante. Você está coberto de razão! (t)

Oração Final:

<Ricardo-Fatima> Amigos, irmãos, todos nós que aqui estamos sob a égide do nosso mestre Jesus! Esta ultima afirmação: Quanto ao material a posse do necessário e quanto a espiritual a consciência tranqüila e a fé no futuro! É um ótimo fechamento para nosso encontro. Que Jesus e seus emissários nos auxiliem a aprender este ensinamento, que logo consigamos aprender a separar o necessário do que é supérfluo, do que realmente é só ilusão. A saber não mais escolher as coisas que a traça e a ferrugem consomem. Que Nosso Querido Jesus ajude a nós aqui na Internet, neste momento no canal #Espiritismo_Estudos, e que olhe para dentro de nossas almas! Meu Jesus… Ajuda a gente a construir uma sociedade mais justa, mais amorosa, que possamos sempre que aqui estivermos aprender ler estas letrinhas que pouca coisa parecem, mas que nos ajuda também a seguir o Mestre! Agradecemos a Deus que Jesus está na Internet, está em todo lugar, está aqui conosco! E logo estaremos em mais um estudo, e que o próximo nos dê mais alguma coisinha que possamos aprender! Que assim seja!

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