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Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Divaldo Franco
Salvador/BA
17/03/2000

Organizadores da palestra:

Moderador: “_Stone_” (nick: [Moderador]) “Médium digitador”: “_Faith/Freire” (nick: Divaldo_Franco)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Divaldo_Franco> Motivo de alta honra a oportunidade de atender as questões apresentadas pelos queridos amigos através deste recurso revolucionário da ciência e da tecnologia que criaram um mundo novo utilizando-se da Internet. (t)

Perguntas/Respostas:

OBS: Devido a problemas de conexão ao IRC no momento da palestra e para aproveitar ao máximo a breve disponibilidade do palestrante, a maior parte das perguntas feitas a Divaldo Franco com suas respectivas respostas foram gravadas pelos responsáveis pela palestra na Conferência Espírita Brasil-Portugal enquanto o problema técnico persistia e também numa entrevista coletiva que o orador concedeu momentos após a palestra virtual e não fizeram parte da atividade realizada nos Canais de Palestras Virtuais do IRC.

O CELD e o IRC-Espiritismo decidiram disponibilizar todo este material como se fosse a palestra virtual em si para proporcionar aos leitores informações e esclarecimentos importantes sobre questões fundamentais como a divulgação espírita na Internet, divórcio, homossexualismo, aborto, etc.

<[Moderador]> [01] <Safiri> Amigo Divaldo, as pessoas neste final de milênio, têm buscado uma explicação para os caminhos que a vida percorre, os efeitos que, sabemos, são causados por nossas próprias ações, bem como o bálsamo para as feridas, nas palavras consoladoras do Espiritismo. Baseado nesses fatores, como você vê a difusão do Espiritismo através de um novo meio: a Internet?

<Divaldo_Franco> Vivemos o momento da informática, que vem diminuindo os espaços terrestres, para tornar o nosso planeta um campo de semeação para todos. A Internet, neste momento, é um dos veículos de maior significado para a divulgação de tudo quanto constitui avanço do conhecimento. O Espiritismo, obviamente, não pode ficar à margem de uma conquista tão significativa. Para o nosso movimento, a divulgação via Internet é de superior qualidade. Portanto é de fundamental importância. (t)

<[Moderador]> [02] <Nadja> A figura do Cristo tem causado uma certa polêmica no meio espírita e alguns segmentos afirmam mesmo que Jesus é um entrave à divulgação dos princípios espíritas em outros países (principalmente os de tradição não cristã, como os do oriente). O que pensar disso?

<Divaldo_Franco> É de surpreender que alguém que se intitule espírita rejeite o modelo que Deus nos ofereceu para servir-nos de guia, conforme consta na questão 625 de “O Livro dos Espíritos”. O Espiritismo, conforme acentuou Allan Kardec é o revivescimento do pensamento cristão, conforme foi apresentado e vivido por Jesus e por seus discípulos. Se nos recordarmos do capítulo 6 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Cristo Consolador”, no item 5, poderemos sentir a grandiosidade do sentido cristão do Espiritismo: “Espiritas, amai-vos, este o primeiro ensinamento; e instruí-vos, este o segundo.

O Espiritismo possui todas as verdades do Cristianismo, que nele se encontra. Os erros são dos homens. O Além-túmulo que consideráveis o nada faz com que retornemos para dizer que Jesus é o vencedor do Mal, sede vós os vencedores da impiedade”. Obviamente, se o Espiritismo perder o seu sentido cristão, ele permanecerá uma bela doutrina de confirmação científica, à semelhança da metapsíquica e da parapsicologia, sem o grande conteúdo moral que foi a base essencial da proposta de Allan Kardec. (t)

<[Moderador]> [03] <Luno> Também se questiona, no Movimento Espírita, se o Espiritismo é religião. O Espiritismo é uma religião?

<Divaldo_Franco> Segundo Allan Kardec, o Espiritismo não é uma religião formal, porque não tem culto, cerimonial, sacerdócio organizado, rituais e símbolos. Do ponto de vista filosófico, o Espiritismo é religião porque assenta suas bases naquelas que constituem elementos essenciais de todas as religiões: a crença em Deus, na justiça Divina, na intercessão através da oração. Portanto, fundamentos de todas as doutrinas religiosas. Sob esse aspecto o Espiritismo é religião, e não conforme o conceito ancestral de uma religião, qual a ortodoxia dos nossos irmãos do passado nos ofereceu. Portanto, o aspecto religioso do Espiritismo está inserto na própria conduta de Allan Kardec, que retornando de além-túmulo, nas mensagens que deu na Sociedade Espírita de Paris, asseverou o amor, a necessidade da oração, da tolerância, portanto fundamentos de qualquer proposta religiosa. (t)

<[Moderador]> [04] <Luno> Neste final de milênio, onde tanto se aplaude o cientifismo e a razão, o que os espíritas devem privilegiar?

<Divaldo_Franco> Em uma harmonia de conteúdos, o mundo tem crescido graças à contribuição da ciência e da tecnologia. Não obstante, a criatura humana encontra-se vazia de paz, perturbada pelos conflitos internos, aturdida no báratro da insatisfação. O Espiritismo não é uma ciência convencional. Como disse o Codificador: utiliza-se da metodologia quantitativo-qualitativa da comunicação, mas tem características muito especiais. Apresentando uma proposta filosófica de conseqüências ético-morais-religiosas, a adoção de um aspecto exclusivo do Espiritismo – por mais respeitável nos pareça – é sempre uma desfiguração da harmonia do conjunto, do conteúdo com que o Codificador no-la ofereceu para um melhor comportamento e maior plenitude de nós todos. (t)

<[Moderador]> [05] <Maria Sugiyama/Dirce Yamagishi> Somos um grupo que mora no Japão e queremos fundar um grupo de evangelização infantil. Podemos dar o nome de Joanna de Ângelis a esse grupo?

<Divaldo_Franco> Acredito que a benfeitora se sentirá profundamente sensibilizada por ter seu nome evocado por um grupo de corações heróicos que, nas terras abençoadas do sol nascente, está tentando implantar a evangelização espírita infanto-juvenil. Embora não possa responder por ela, mas por conseqüência, face ao número de instituições que lhe preserva o nome no sentimento de amor e gratidão, acredito que seria para ela um convite direto para que inspire e colabore com nossos amigos em tão elevado mister. (t)

<[Moderador]> [06] <Nadja> Na divulgação do Espiritismo no mundo, o que o espírita deve levar como maior contribuição aos outros povos?

<Divaldo_Franco> O exemplo. A conduta é de relevante importância. Porquanto teorias belas, a Humanidade as tem em grande quantidade, mas nem sempre foram capazes de transformar os seus idealistas. O Espiritismo como doutrina é perfeito. O espírita, entretanto, para demonstrar essa excelência, deve viver de acordo com os postulados estabelecidos, demonstrando a outrem que não traz apenas uma idéia, mas um fato consumado em sua vivência, que transformou sua vida para melhor, tornando-o uma lâmpada acesa na noite da atualidade. (t)

<[Moderador]> [07] <Nadja> Como apaziguar o coração neste final de milênio, diante de tantas aflições: a família que nos atormenta, as facilidades que nos seduzem e as muitas dificuldades no campo moral?

<Divaldo_Franco> Através do auto-conhecimento. Aquela questão 919 de “O Livro dos Espíritos”: “Um sábio da Antigüidade já vo-lo disse: conhece-te a ti mesmo”. Se o indivíduo não realizar um mergulho em seu mundo íntimo, para superar as paixões, os adversários, e terminar por fruir de paz e plenitude, naturalmente perder-se-á no tumulto que o cerca. O Evangelho nos fala do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Este auto-amor é fundamental para compreender a família, para ter paciência. Não impor, expor; lecionar pelo exemplo e compreender que não poucas vezes a família é um desafio reencarnacionista. E estamos diante de uma proposta que devemos dignificar pelo exemplo. A paz somente nos virá quando realizarmos um auto-encontro para produzir o encontro com Jesus. Está no Evangelho: de que nos adianta conquistar todo o mundo e perder a alma? A nossa preocupação de transformar os outros, fazer os outros felizes, sem estar em paz, é muito respeitável mas é improfícua. (t)

<[Moderador]> [08] <Brab> Caro Divaldo, segundo algumas opiniões de estudiosos espíritas, baseados na questão de número 853, que trata da fatalidade, onde se lê:

“(…) Nada existe de fatal, na verdadeira acepção do vocábulo, senão o instante da morte (…)”, argumentam que no caso de um suicídio, o momento da morte haveria de chegar de qualquer forma. No entanto, o próprio Kardec refere-se a um “rompimento prematuro” dos laços perispirituais quando trata do suicídio em “O Céu e o Inferno” e no próprio “O Livro dos Espíritos”. No caso de suicídio, o momento da morte determina uma fatalidade? A pessoa desencarnaria de qualquer forma, de uma maneira natural, naquele instante ou trata-se de uma abreviação voluntária da vida? Como entender essa aparente contradição?

<Divaldo_Franco> Allan Kardec tem razão, porquanto no ato do suicídio a morte tem o caráter biológico, sem que isso signifique a desencarnação. Já que o espírito fica vinculado aos despojos materiais por largo período até que o fluído vital que o deveria manter até o momento da morte natural irá diluindo-se tranqüilamente ao tempo que propicia ao espírito tormentos e dores inenarráveis. Eis porque a antecipação pelo suicídio não tem este caráter da fatalidade, nascer ou morrer, porque a pessoa optou por antecipar este momento num ato de rebeldia contra a vida. (t)

<[Moderador]> [09] <_Stone_> Muitos afirmam que a reencarnação e a pluralidade dos mundos habitados são idéias que serão completamente aceitas depois de uma grande e incontestável descoberta científica, de uma forma que nem os mais fanáticos detratores ou os mais ignorantes poderão argumentar. Outros pensam que as mudanças serão gradativas e a aceitação será natural, passando até quase que desapercebidas pelo crivo dos mais radicais. Qual a sua visão e a da Espiritualidade Maior sobre o tema?

<Divaldo_Franco> Os espíritos me têm dito que haverá reencarnações coletivas de espíritos nobres que irão significar agentes multiplicadores das verdades espirituais. Eles estarão na ciência, na tecnologia, no pensamento filosófico, na religião, portanto, facultando campo para o entendimento dos pilares da Doutrina Espirita que ainda sofrem resistências acadêmicas e comportamentais. Desse modo, a aceitação dos postulados da reencarnação, como da pluralidade dos mundos habitados se farão, naturalmente, pouco e pouco, de acordo com o desenvolvimento da consciência nos porvindouros dias da era nova. (t)

<[Moderador]> [10] <Luno> O que mais nos resta fazer, quando sabemos exatamente como devemos agir, quando conhecemos os porquês de nossas aflições, mas mesmo assim permanecemos com um sentimento interior de desconforto e, muitas vezes, de sofrimento intenso por coisas que, dentro da nossa mente, segundo a nossa razão, já estão entendidas e resolvidas de maneira lógica?

<Divaldo_Franco> Porque nem sempre os nossos atos plenificam as nossas emoções, conforme Allan Kardec. Há uma predominância da natureza animal sobre a espiritual, o que é resultado do nosso processo evolutivo. Não obstante, esse vazio existencial pode ser preenchido pelo exercício da solidariedade que irá facultar-nos a libertação de qualquer tipo de inquietude que permaneça em nós. (t)

<[Moderador]> [11] <Vera_Cohim> Quando em processo de gestação, poderá um espirito inferior comunicar-se, inclusive ameaçando a futura mãe que também não o aceita? Ou essa permissão de comunicação só será possível aos espíritos mais adiantados?

<Divaldo_Franco> A comunicação espiritual pode dar-se em qualquer período da vida fetal, sem que caracterize estágio de evolução do Espírito. No caso em tela, o adversário reencarnante pode expandir as suas idéias perturbadoras que lentamente irão sendo esquecidas, à medida em que mergulham no corpo físico, o que está perfeitamente expresso na antipatia que a futura mãe externa em relação àquele que está conhecendo. Por isso que o amor é o antídoto para todos os males que afligem a criatura humana. (t)

<[Moderador]> [12] <Piratespirita> O que acha do amor incondicional? Algum espírito encarnado na Terra pode amar INCONDICIONALMENTE outro espírito sendo tão imperfeito?

<Divaldo_Franco> Sem dúvida. O amor incondicional é aquele que aprendemos com Jesus e que tem norteado incontáveis número de vidas. Encontramo-lo em todos os campos do pensamento humano, porquanto em toda parte o amor é alma da vida, tornando-se incondicional quando se doa sem pedir nada. (t)

<[Moderador]> [13] <Aleph_I> Divaldo, como contemporizar a Doutrina Espírita e o CUEE, em face das divergências de entendimento da doutrina e das práticas mediúnicas?

<Divaldo_Franco> Quando uma informação seja dada por diferentes médiuns que não se conheçam entre si em lugares diversos e trouxerem o mesmo conteúdo contemplamos a universalidade dos ensinos. Não importa que as práticas sejam esdrúxulas e que as reuniões mediúnicas tenham caráter não-doutrinário, o importante é a informação em si mesma, que provém de uma única fonte geradora quando, porém, as práticas mediúnicas obedecerem ao delineamento apresentado pelo Codificador conforme exarado em “O Livro dos Médiuns”, mais facilmente o CUEE se fará melhor caracterizado. (t)

<[Moderador]> [14] <Dourado-sp> Divaldo – Existem as reencarnações compulsórias? No caso dos xifópagos, podemos entender como compulsórios ou como efeitos das leis de ação e reação? Os espíritos evoluídos podem auxiliar no cumprimento das leis de ação e reação nos casos de reencarnações de espíritos ainda pouco evoluídos?

<Divaldo_Franco> Sem qualquer dúvida. Na xifopagia, no entanto, defrontamos necessidades expiatórias em que o ódio vincula dois seres um ao outro pelo sentimento da vingança recíproca, renascendo unidos fisicamente para melhor expungirem os débitos, face à interdependência que vigerá entre os dois. (t)

<[Moderador]> [15] <Semeador> A “Sociedade Espirita O Semeador” de Salvador-BA pergunta como deve proceder a instituição para uma divulgação ampla da Doutrina Espírita?

<Divaldo_Franco> Allan Kardec é sempre o exemplo do divulgador por excelência. Ao seu tempo utilizou-se da imprensa, artigos com esclarecimentos e debates através da Revista Espírita, do Livro, das conferências e, na atualidade, graças às grandes conquistas da comunicação, multiplicam-se os veículos que nos facultam uma ampla divulgação do pensamento doutrinário. Convém, no entanto, recordar que o exemplo é o melhor veículo para este mister. (t)

<[Moderador]> [16] <Brab> Embora tenhamos utilizado as recomendações do Espírito Manoel Philomeno de Miranda nos atendimentos às pessoas que nos chegam necessitando de amparo e auxílio pela Internet, sabemos que o próprio meio nos impõe restrições de sensibilidade em relação à problemática, pela falta do olhar, da entonação da palavra articulada, etc. Que tipo de orientação seria possível para que se utilizasse melhor a Internet como meio de atendimento primeiro às pessoas que nos chegam, antes do encaminhamento à Casa Espírita?

<Divaldo_Franco> Quando nós pensamos emitimos ondas. Se o fizermos com o sentimento de amor, enquanto orientamos pela Internet, o consulente será beneficiado pela nossa vibração, embora as dificuldades emocionais que a Internet nos impõe. Temos o exemplo em Jesus com o servo do Centurião, que foi atendido e curado sem a presença física do Psicoterapeuta por excelência, cuja onda mental direcionada à sua necessidade alcançou e produziu o efeito desejado. Assim também, se envolvermos o recurso técnico com a nossa emotividade, aquele que nos pede a ajuda, será atendido e beneficiado. (t)

<[Moderador]> [17] <Brab> Caro Divaldo, em “O Livro dos Espíritos”, na questão de número 600 lê-se:

“(…) Após a morte do corpo, o Espírito do animal é classificado pelos Espíritos, aos quais incumbe essa tarefa, e utilizado quase que imediatamente. Não lhe é dada a oportunidade de pôr-se em contato com outras criaturas”. No entanto, nos livros de André Luiz por vezes vemos relatos sobre animais no Plano Espiritual. Pesquisas realizadas pelo Sr. Ernesto Bozzano, colocadas no livro “Os Animais Têm Alma?” – dezenas delas – mostram que animais muito provavelmente visitaram seus donos e chamaram a sua atenção exatamente no momento de sua desencarnação, pediram socorro, etc. Há casos até mesmo de aparições tangíveis envolvendo animais. Não estariam as evidências e os relatos em contradição com “O Livro dos Espíritos”? Os animais podem ou não podem pôr-se em contato com outras criaturas, quando desencarnados?

<Divaldo_Franco> A mim me parece que a questão reside exclusivamente na palavra “imediatamente”. Esse “imediatamente” dos espíritos me parece que não queira dizer necessariamente que seja ato contínuo. Porque se nós observarmos a revelação em torno da volta de Allan Kardec, constataremos que a visão dos espíritos em termos de tempo e espaço não corresponde aos nossos limites do fuso horário terrestre. É célebre toda a saga do aparecimento dos animais na filosofia, na história, na vida dos santos: São João Bosco era acompanhado por um cão que o defendia.

Em “Memórias do Padre Germano” vamos encontrar Sultão, o cão desencarnado que acompanha o venerando sacerdote. Nós mesmos, pessoalmente, já tivemos várias experiências de ver “espíritos” (princípios espirituais) que mantêm a mesma forma depois da desencarnação. Dona Yvonne do Amaral Pereira, no seu memorável “Memórias de um Suicida”, apresenta também os animais nas regiões dolorosas. Então concluo que a única dificuldade é a palavra “imediatamente”, que não quer dizer logo depois, mas sim em um tempo próximo, que difere do tempo que reencarnamos como criaturas humanas (que tanto podemos voltar em um momento próximo como alguns séculos depois). (t)

<[Moderador]> [18] <Nadja> O que pensar do divórcio? Se os espíritos nos dizem que Deus não constrange a viver infelizes, será lícito separar do cônjuge quando nos sentimos infelizes?

<Divaldo_Franco> Está em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que esta proposta da dissolubilidade do casamento é apresentada por causa da dureza dos corações. Allan Kardec estudou o problema, mostrando que a monogamia foi uma grande conquista do processo antropo-sócio-psicológico do ser, mas que o vínculo real é o amor. E quando fatores diferenciados fazem com que o amor perca aquele sentido de união, o divórcio é o mecanismo legal para desfazer o vínculo do matrimônio através do estabelecido na sociedade.

Desta maneira, separar-se quando o amor já não vige é um ato de nobreza, mesmo porque o constrangimento de continuar ao lado dessa pessoa que não produz mais união, sentimento de fraternidade, de fidelidade, naturalmente irá caracterizar uma vida injusta. E como não estamos na Terra para sofrer, mas para regularizarmos débitos, através da edificação do bem, não me parece justo manter vínculos que são mais ataduras e algemas que sentimentos de dignificação humana. (t)

<[Moderador]> [19] <Nadja> E as críticas à evangelização infantil? Há espíritas que afirmam que evangelizar é uma tarefa desnecessária e que atrelaria as crianças as antigas tradições católicas…

<Divaldo_Franco> É provável que essas pessoas não conheçam o programa de evangelização espírita infanto-juvenil. A evangelização é uma proposta que se faz no lar e nas igrejas de várias denominações cristãs. Mas quando se trata da evangelização espírita, é um dever. Porque se os pais oferecem a melhor escola, dão a alimentação mais saudável, o medicamento próprio na hora da enfermidade, os melhores recursos para que a criança se torne um bom cidadão, por que não dentro do melhor comprometimento ético, a melhor diretriz filosófica? Explicando, dentro das bases espíritas, as ocorrências que existem na Terra, o porquê dos sofrimentos. É um dever, sem atrelar a qualquer sentimento religioso.

É que a moral do Cristo, ainda segundo Kardec, é a mais relevante e se encontra em outras doutrinas. Porém, Jesus mostrou excelência por entregar sua própria vida. Ë natural que os pais e educadores conduzamos as crianças através desse conceito moral espírita para que as crianças formem a sua personalidade e tenham critérios para que, mais tarde, no momento da razão, diante de outras propostas, estabeleçam a diretriz com maior segurança e optem com tranqüilidade. Não é uma exigência e nem um atrelamento a qualquer ortodoxia, é a melhor informação que dispomos.

Se nos faz bem, por que não aos nossos filhos? Deixá-los-emos escolher quando? Iremos falar aos nossos filhos dos tormentos sexuais quando eles estejam desvairados ou faremos a terapia preventiva, falando sobre sexo no momento oportuno? Deixá-los-emos infectar-se das enfermidades contagiosas e degenerativas quando sejam delas portadores, ou faremos a profilaxia, ensejando a compreensão dos perigos que essas enfermidades produzem? A evangelização espírita infanto-juvenil é terapia própria para evitar males e distúrbios que podem ser perfeitamente contornados antes da sua ocorrência. (t)

<[Moderador]> [20] <Freire> No Atendimento Fraterno pela Internet temos recebido pedidos de esclarecimentos por parte de homossexuais. O que dizer a essas pessoas, que muitas vezes nos buscam com o coração amargurado?

<Divaldo_Franco> Que o homossexualismo é um fenômeno biológico do processo evolutivo. Segundo os Bons Espíritos, o espírito evolui através de quatro faixas de polaridade sexual: uma delas a heterossexualidade, que propicia a reprodução da espécie. Quando o indivíduo exorbita na função sexual, tornando-a um instrumento de prazer que dilacera outros sentimentos, retorna com a polaridade psicológica da experiência anterior e a polaridade fisiológica com a anatomia na qual ele corrompeu outras vidas, desejando, portanto, correção.

Se, por acaso, na homossexualidade, ele desce à pederastia, ao lesbianismo e se corrompe, é natural que ele seja reeducado através da assexualidade, em que ele volta com uma anatomia, no entanto castrado psicologicamente para o exercício da função. A quarta experiência seria na chamada bissexualidade. Esta não existe do ponto de vista fisiológico, porquanto seria o hermafroditismo, que é uma degenerescência do aparelho genital sem nenhuma função. No entanto, a mente dos portadores do rock dos anos 60, saturados de exercer a sexualidade conforme a sua polaridade, começou a experienciar sensações e prazeres que os tornaram mais atormentados, ora na masculinidade, ora na feminilidade, ativos e passivos concomitantemente.

Deste modo, o homossexualismo é uma experiência. Qualquer preconceito contra o homossexual é uma agressão à liberdade do indivíduo. Nós outros consideramos que, nessa experiência, a dignidade deve permanecer norteando-lhe os passos e ensejando-lhe a sublimação daqueles apelos que procedem de sua psicologia. Da mesma forma que a ética moral da Doutrina Espírita não faculta ao heterossexual a corrupção, a prostituição e este estado de entrega de natureza promíscua, é óbvio que aos homossexuais não concede também direitos de perversão, de promiscuidade, ensejando-lhes o amor como direito e opção de vida. (t)

<[Moderador]> [21] <Freire> Uma outra questão recentemente discutida por e-mail é a pílula do dia seguinte. Ela é um método abortivo?

<Divaldo_Franco> A concepção dá-se no momento em que o espermatozóide penetra no óvulo e começa a viagem do ovo na direção da implantação na intimidade uterina da mulher. Qualquer recurso após a fecundação que vise eliminar a vida, para nós, espíritas, é um aborto delituoso. A pílula do dia seguinte, o DIU e outros instrumentos que impedem a continuação do processo da fecundação é um mecanismo de destruição da vida. Portanto: abortivo. (t)

<[Moderador]> [22] <[Ioio]> Na pergunta 79 de “O Livro dos Espiritos” está escrito que os espíritos são a individualização do principio inteligente, ou seja, o principio inteligente em sua forma primitiva, não está individualizado como no reino hominal. A pergunta é a seguinte: o processo de individualização tem seu início nos reinos primitivos da natureza (exemplo: moneras) ou ele ocorre em outro plano que não o de nosso planeta?

<Divaldo_Franco> Segundo Allan Kardec, o psiquismo encontra-se dormindo no mineral. E Léon Denis sintetizou isso em uma frase muito bela: “Dorme no mineral, sonha no vegetal, sente no animal”. Nós concluímos: adquire razão no homem e angelitude e intuição quando vai para esferas superiores. Agora, este momento da humanização ainda continua uma grande incógnita, conforme Allan Kardec se refere em “A Gênese”. (t)

<[Moderador]> [23] <Roni_RJ> Querido irmão Divaldo, os mentores espirituais podem ainda reencarnar ou chegaram a um nível que não precisam mais de reencarnações?

<Divaldo_Franco> Ah, indubitavelmente. O que seria de nós se a luz não descesse até a nossa treva? Que seria da Humanidade se os espíritos nobres, missionários da verdade e do bem não mergulhassem na indumentária carnal para promover o progresso da sociedade? Imaginemos Buda, Krishna, Lao-Tsé, tantos outros na área do pensamento religioso, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier; mas também lembremos Pasteur, Koch e tantos outros na área também da música. São espíritos nobres que mergulham na noite terrestre para promoverem o progresso, especialmente Jesus que encarnou para nos dar a lição viva do exemplo e da claridade divina com o seu mergulho na indumentária carnal. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Divaldo_Franco> Agradeço profundamente sensibilizado e comovo-me diante deste excelente recurso que diminui distância, ainda mais por sentir participando deste nosso convívio alguns benfeitores espirituais que estão a todos nos envolvendo em ondas de paz e vibrações de saúde, entre os quais os Espíritos Eurípedes Barsanulfo, Caibar Schutel, Joanna de Ângelis e Vinícios, igualmente felizes, abençoando a tecnologia e a informática utilizadas para o bem. Muito obrigado! (t)

Oração Final:

<Brab> O amor em movimento. Vamos nos concentrar em nosso pensamento como gerador maior de nossa potencialidades espirituais, fazendo com que ele chegue com um abraço carinhoso e um beijo afetuoso naqueles que amamos, envolvendo-os em agradecimentos pelas ações e em promessas de paz para o futuro. Pedindo aos amigos espirituais que também nos envolvam, dando-nos forcas para aquilo que nos dispusermos a respeito do bem. Paz para as iniciativas em disposição dos outros. E força para as em disposição de nós mesmos. Deus, ajuda-nos a nos melhorarmos dando de nós pelos outros para ti. Que assim seja! (t)

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