Tamanho
do Texto

O Duelo IV

O Duelo IV

“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XII, itens 15 e 16″

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositora: Lúcia Moreira
Rio de Janeiro
05/02/2003

Dirigente do Estudo:

Wania Flintz

Oração Inicial:

<Wania> Jesus amigo, companheiro nosso de todas as horas, mais uma vez rogamos ao Teu coração generoso, que nos ampare a tarefa da noite. Envolva a todos que aqui estão, pacificando nossos espíritos com Tuas vibrações de Paz e de Amor. Envolva a nossa companheira Lúcia que conduzirá o estudo da noite. Que seja em Teu nome , Senhor da Vida, em nome da espiritualidade amiga que nos orienta, mas sobretudo em nome de Deus, a realização de mais um momento de estudo e prece.

Que assim seja!

Mensagem Introdutória:

DUELOS

Realmente, a civilização baniu o duelo das praças públicas e não mais vemos espadas desembainhadas, suscitando aflição, ferimento e morte.

Os códigos evoluídos reprimem hoje, nos povos mais cultos, semelhantes manifestações de animalidade e selvageria.

Entretanto, se as lâminas repousam ensarilhadas, não ocorre o mesmo com os dardos envenenados da vida mental.

Muitas vezes, arremessamos raios de perturbação e indisciplina, angústia e destruição para todos os ângulos da estrada em que a nossa vida se movimenta. São os pensamentos desvairados do psiquismo deprimente.

Não raro, arrojamo-los, desprevenidos, contra o amigo que não nos compreende; endereçamo-los, sem piedade, para quantos nos desatendem ao egoísmo; enviamo-los aos parentes que não se afinam com as nossas maneiras e concepções; protejamo-los sobre aqueles com quem não edificamos ainda os alicerces da simpatia; detonamo-los contra as pessoas que não nos aceitam os padrões vivência e trabalho; e, nessa provocação permanente, perante as inteligências desiguais que nos cercam, improvisamos e permutamos males e enfermidades, problemas e obstáculos que, indubitavelmente, se voltam depois contra nós.

Em razão disso, a vida na Terra ainda se encontra muito distante do roteiro de harmonia e de amor que o céu espera de nossa conduta vulgar.

De quando a quando, guerras civis e internacionais são as crises nevrálgicas dos nossos duelos cronificados do pensamento intemperante e insubmisso.

Mas, assim como as convenções impuseram o repouso da espada entre amigos, na obra da civilização, o Evangelho consolidará o serviço legítimo da educação espiritual, em cuja grandeza aprendemos a ver circunstâncias e pessoas, no lugar que lhes compete, encontrando a verdadeira felicidade no dever de servir com aquele que, pelo reino do amor, não hesitou em aceitar o sacrifício e a cruz por normas de aquisição da paz inextinguível.

Emmanuel
Do Livro: Canais da Vida
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: CEU

Exposição:

<Lucia_Moreira> De onde provem o duelo?

Duellum – é a forma antiga de Bellum cujo significado é luta, guerra e disputa. Surgiu no auge da Inquisição (século XI, XII) e foi até meados do século vinte

A Igreja Católica no Concílio de trento proibiu a pratica do duelo sobre pena de excomunhão

O duelo era a luta entre um ofendido e um ofensor, com armas iguais (espada, florete e pistola), mas mesmo com essa proibição vários países da Europa, principalmente a Espanha, ainda continuaram um essa pratica.

No Evangelho Segundo Espiritismo, Kardec, estudando o Capítulo XII “Amai aos vossos inimigos”, dentre outros assuntos, dedicou cinco itens ao tema duelo. Interessante que dos cinco, quatro foram tratados por representantes da Igreja Católica: Adolf- Bispo de Argel, Francisco Xavier – Sacerdote, Agostinho, o próprio Kardec e um Espirito protetor.

Com o progresso e a evolução dos costumes, a sociedade aboliu a prática mecânica. Lembramos do comentário de Kardec, no item 16, “ O Espiritismo fará desaparecer os últimos vestígios do barbarismo, inspirando aos homens o espirito de caridade e de fraternidade.”

Sabemos que ” oficialmente ” não existe o duelo com espadas, floretes ou pistolas, mas sim, armas mais poderosas que são o ódio, o desamor, a violência e principalmente palavras, pensamentos e agressões.

O papel da Doutrina Espirita, tanto a moral espirita como a moral Cristã, é muito falada, mas pouco praticada. E moral quer dizer regra de bem proceder.

Bem proceder é você não se afastar das Leis de Deus.

Nas perguntas 758 e 759, do Livro dos Espíritos, Kardec indaga aos espíritos:

– Podemos considerar o duelo como um caso de legítima defesa?

– Não!!! É um assassinato e um costume absurdo, digno dos bárbaros. Com a civilização adiantada e mais moralizada, o homem compreenderá que o duelo é tão ridículo como os combates de juízos de Deus

O duelo é um duplo crime porque envolve suicídio e um assassinato. É um crime duplo.

Na pergunta 759 [ Livro dos Espíritos ] Kardec indaga :

– Que valor tem o que se chama ponto de honra, em matéria de duelo?

– Orgulho e vaidade, dupla chaga da humanidade.

Santo Agostinho, em sua mensagem, diz que o homem do mundo [ planeta Terra ], é um homem feliz. A nossa falta de coragem moral e de atitudes indefinidas estão destruindo nossa felicidade.

Existem duelos familiares entre: marido e mulher, pais e filhos, empregados e patrões, o povo e os políticos. Não conseguimos ter humildade de conviver com as adversidades e diversidades de pensamentos diferentes do nosso.

O Senhor Jesus certa vez falou:

– Quem não é por mim, é contra mim. Que o nosso falar seja sim sim, não não!!!

Duelos como amor X egoísmo e orgulho, fé e dúvida, coragem e medo, céu e inferno. Da vitória de um deles depende a nossa vitoria, para deixarmos de duelar temos que ter coragem de calar.

Coragem de falar, de ouvir, coragem de aceitar, coragem de dizer: me perdoe, me desculpe, eu não sei, eu te amo.

Existe uma lenda sobre a sabedoria do samurai. Os samurais eram lutadores no Japão, século XIX, que pertenciam a um príncipe. Eles só poderiam começar suas lutas quando o adversário ofendesse.

Um velho campeão samurai certa vez foi desafiado para uma luta. No dia da luta, diante da multidão, o desafiante ofendeu de todas as formas, a sua família, os seus ancestrais, mas o velho samurai não revidou

O povo que o assistiu perguntou: – Como o senhor suportou tanta indignidade e mostrou-se à tanta covardia?

O sábio olhou calmamente e perguntou: – Se alguém chega com um presente e você não aceita, com quem fica o presente?

Todos responderam:

– Com quem tentou entregá-lo.

Nada disso pode abalar a nossa paz quando não os aceitamos. A nossa paz interior depende de nós.

Sempre que alguém tentar lhe tirar do sério, lembre-se do samurai. Não existe ninguém que possa perturbar a sua paz , a sua consciência.

Jesus afirmou que só os lobos caem em armadilhas para lobos. Ghandi também quando visitou a Inglaterra, depois do massacre aos Indianos, o repórter lhe perguntou:

– O senhor não se sente ofendido com que os Ingleses fizeram ao povo indiano?

Gandhi lhe respondeu:

– Não, eles apenas pensam diferente.

Perguntas/Respostas:

[01] <_Adriana__> O que pensar do duelo moral, onde as pessoas destroem a outra moralmente?

<Lucia_Moreira> Adriana, ninguém consegue nos destruir moralmente. Se formos caluniados, difamados com inverdades, a nossa consciência estará sempre tranqüila. Existe um ditado que diz ” A mentira tem perna curta.” Mais cedo ou mais tarde a verdade aparecera. Não devemos por “pesos” demasiados naquilo que não merece nem “pesinho” de uma pena. O importante é nossa consciência tranqüila.

Oração Final:

<Wania> Senhor Jesus! Te agradecemos pela oportunidade que nos é concedida, de podermos estudar a Doutrina Espírita, através deste meio de comunicação. Que a Tua paz nos envolva, que o Teu amor nos fortaleça, que a Tua luz ilumine os nossos caminhos, permitindo-nos pensar sobre os conceitos que nos foram trazidos pela companheira. Abençoe a todos que aqui estão, e aos amigos, que por diversas razões, não conseguiram chegar. Que seja em Teu nome, em nome de Cairbar Schutel, Gabriel Delane, mas sobretudo em nome de Deus, o encerramento da tarefa desta noite.

Que assim seja!