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O Espírita na Sociedade

O Espírita na Sociedade

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
em conjunto com a Escola Espírita Cristã Maria de Nazaré e
Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas
e-mail: eecmnrio@unisys.com.br

Palestrante: Regina De Agostini
Rio de Janeiro
12/11/1999

Organizadores da palestra:

Moderador: “jaja” (nick: ||Moderador||) “Médium digitador”: “pip” (nick: Regina_de_Agostini)

Oração Inicial:

<AS_DF> Boa noite, amigos! Vamos elevar nossos pensamentos ao Alto rogando nesta noite proteção e amparo para todos os aqui presentes em mais um momento de aprendizado, de reflexões do nosso papel como espíritos eternos, vivendo numa sociedade que, por nossa própria imperfeição, ainda nos proporciona momentos de angústia e tristeza e este papel deve ser um papel de pequenos pontos de luz, microengrenagens da grande obra do amor do Pai. Deus, fica conosco, nos ampara e protege nesta noite. Abençoe a nossa amiga Regina De Agostini que, com tanto carinho, vem nos trazer o seu estudo nesta noite. Que seja em nome de Jesus, em nome dos amigos espirituais que nos auxiliam neste trabalho, sobretudo em Teu nome o início da palestra virtual desta noite. Fique conosco, pois muito precisamos de Ti. Que assim seja!

Apresentação do Palestrante:

<Regina_de_Agostini> Boa noite a todos! É com grande prazer que estamos aqui buscando colaborar com a divulgação da Doutrina Espírita. Trabalho no Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas, no Leblon. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Regina_de_Agostini> Viver em sociedade é uma necessidade para todos os espíritos (encarnados e desencarnados), pois, é no contato social que temos a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, vivenciar experiências, trocar informações, aparando as “arestas” de nossa personalidade e concorrendo com nossas ações para o progresso geral. O espírita atua na sociedade, em todas as posições em que se encontra, seja na família, no trabalho, no grupo social buscando viver no mundo os conceitos aprendidos com a Doutrina Espírita e no Evangelho de Jesus, sem, contudo, repelir os prazeres que a nossa condição humana nos permite, conforme citado no texto “Homem no Mundo” de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap.XVII.

O espírita vive buscando a ética cristã, a caridade, o entendimento do próximo, a conciliação, o perdão, e como foi citada na prece, buscando acender pequenos pontos, mesmo sabendo que muitas vezes não será compreendido e aceito pelo grupo social. Como não somos perfeitos nem sempre nossas ações estão de acordo com a ética máxima mas não percamos de vista que “Reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que faz pera melhorar-se”.(t)

Perguntas/Respostas:

<||Moderador||> [1] <Walkiria> Como devemos nos portar na sociedade, sendo que é tão complicado lidar com as pessoas imaturas, principalmente no que diz respeito à espiritualidade?

<Regina_de_Agostini> Também nós ainda somos bastante imaturos. O que nos diferencia é a vontade e o esforço de acertar. Dentro deste esforço é importante que possamos olhar para o próximo buscando entendê-lo nas suas dificuldades, na mesma forma que queremos ser entendidos nas nossas. O importante é o esforço contínuo de percepção da melhor forma de atuar, sem nos preocuparmos muito pela forma como seremos entendidos.(t)

<||Moderador||> [2] <Flavyo> Paulo de Tarso diz aos cristãos de sua época que os cristãos não são deste mundo, apesar de precisarem ainda viverem nele. Exorta-os, entretanto, a viverem como se não fossem do mundo, mas de Jesus. Como deve ser nossa postura enquanto espíritas: somos ou não deste mundo? Como devemos viver neste mundo? Como cidadãos espirituais ou como cidadãos do mundo?

<Regina_de_Agostini> Primeiro é preciso entender o que queremos dizer como cidadãos do mundo. Penso que cidadão do mundo está colocado no sentido das prioridades que a maioria das pessoas busca realizar enquanto encarnados, dentro da visão estreita de uma vida. Somos espíritos imortais e devemos viver no mundo sem perdermos esta perspectiva. É muito difícil ainda, mesmo com os conceitos das reencarnações bastante firmados em nossa mente, em nossa razão, vivermos sem perder esta perspectiva, viver no mundo usufruindo daquilo que o mundo tem de bom, da nossa condição humana, de conforto, mas priorizando a questões referentes ao espírito, fazendo no momento certo as escolhas de acordo com esse conhecimento.(t)

<||Moderador||> [3] <lflavio> A doutrina nos mostra a necessidade de reforma íntima. Como devemos agir no mundo que pede tanta competição?

<Regina_de_Agostini> Quando tivermos realmente realizado a reforma íntima que tanto buscamos, certamente a competição muda para cooperação. Hoje, ainda impera a competição que, bem entendida, é sadia e nos leva a um crescimento. Se o mundo nos coloca nesta situação para que saibamos competir, cooperando. (t)

<||Moderador||> [4] <Walkiria> É muito difícil lidar com pessoas tão diferentes e materialistas no mundo de hoje, dando até desânimo, às vezes, de conversar com um grupo de pessoas as quais somos obrigados, por força do destino (ex.: universidade), a lidar. Como facilitar isso e evitar essa antipatia íntima que sentimos involuntariamente?

<Regina_de_Agostini> Em todos os grupos sociais é possível encontrar pessoas que pensem e ajam próxima ao nosso pensamento, às nossas emoções. Pessoas que buscam o mesmo que nós. Temos muito medo das diferenças, pois sabemos que, dentro da nossa imaturidade, ainda não somos capazes de garantir todas as posições que gostaríamos. Costumamos ouvir na Casa Espírita que as diferenças devem somar e não dividir. Quando estamos em um grupo social, pela necessidade, é porque alguma coisa precisamos aprender e alguma contribuição podemos levar. A antipatia íntima pode ser trabalhada buscando olhar o outro com mais aceitação, aquilo que ele ainda não sabe pode ser aprendido. Da mesma forma que aprenderemos um dia a lidar com todas as situações. (t)

<||Moderador||> [5] <Sammya> Por que o espírita ainda é discriminado por muitos? Por que ainda nos olham diferentemente ao saberem que somos espíritas, dizendo coisas como: apesar de você ser espírita, eu gosto de você? A bem da verdade, muitos nos olham ainda como enviados do demônio por sermos espíritas. O que fazer diante disto?

<Regina_de_Agostini> Esclarecendo com paciência os postulados da Doutrina Espírita. O fato da discriminação vem da falta de informação. Certamente não podemos obrigar a ninguém a conhecer e a entender a Doutrina Espírita, mas a nossa ação, a forma com que lidamos com este tipo de preconceito é que pode levar o outro a querer conhecer a Doutrina Espírita, ou pelo menos não pensar nos espíritas com enviados do demônio. (t)

<||Moderador||> [6] <Rhoze> O que fazer diante de uma sociedade tão injusta e egoísta? Tudo é carma?

<Regina_de_Agostini> Trabalhar para modificá-la. A sociedade é injusta e egoísta porque nós, seus membros, somos injustos e egoístas. Nem tudo o que acontece no mundo é carma. Muitas das situações são criadas por nós pelas escolhas equivocadas que fazemos ao longo de nossas vidas. Muitas das situações que vivemos hoje poderiam ser modificadas a partir da ação das criaturas mais justa, mais humana, mais cristã. Hoje vivemos a conseqüência do que realizamos no passado, “o carma”, mas podemos, com as ações de hoje, aliviar e amenizar muitos sofrimentos. (t)

<||Moderador||> [7] <Flavyo> Como devemos encarar a política partidária a partir de uma ótica espírita?

<Regina_de_Agostini> Muitos pensam que o Espírita não deve se envolver com política. Não pensamos desta forma. Seria muito bom podermos contar com pessoas espíritas na condução da sociedade. Quando dizemos pessoas espíritas falamos de ações, da forma de agir buscando o bem comum. A política é importante e tem o seu lugar no mundo. Se hoje ela nos parece deturpada é porque nós não sabemos escolher aqueles que irão nos representar. Faz parte das atribuições do cidadão escolher seus representantes, que refletirão sempre a nós mesmos. (t)

<||Moderador||> [8] <Rhoze> Como se relacionar bem com uma sociedade formada por pessoas que seguem a “lei de Gerson”? Como se relacionar com essas pessoas sem magoá-las, nem magoar-se?

<Regina_de_Agostini> Você não acha que, de certa maneira, o número de pessoas que seguem a “lei de Gerson” já diminuiu bastante? Relacionar-se com pessoas, sejam elas quais forem, pensem o que pensem, é sempre difícil e este é o aprendizado que precisamos realizar. Como não magoar? Jesus nos trouxe uma regra : “Queira cada uma para os outros o que quereria para si.” Como não magoar-se? Quem sabe não esperando do outro aquilo que ele não pode dar. (t)

<||Moderador||> [9] <Aprendiz_Fatima> O espírita não é necessariamente um espírito maduro, não é mesmo? O espírita é um espírito que está aprendendo as Leis Divinas. Como podemos ser maduros e contribuir de forma construtiva para o progresso da sociedade que ora é nosso campo de ação?

<Regina_de_Agostini> Certamente que não. Somos imaturos, complicados, orgulhosos, egoístas, mas com uma imensa vontade de transformar nossos sentimentos, com uma imensa vontade de buscar novas realizações que nos levem à maturidade. Também não somos as piores criaturas, somos como todos feitos de luz e sombra. O que nos distingue é a disposição do trabalho íntimo, é a busca incessante de nos conhecermos melhor, é a disposição que já temos para trabalharmos perdão, entendimento, pacificação, tolerância e acredito que esta é a forma que podemos contribuir para o progresso da sociedade.(t)

<||Moderador||> [10] <Flavyo> Por que será que na nossa sociedade brasileira o Espiritismo tem se firmado melhor, divulgado mais e se ampliado, em relação às sociedades de outros países?

<Regina_de_Agostini> Acredito que tenha havido uma programação espiritual em nosso país de forma a favorecer a divulgação da Doutrina Espírita em nossa pátria. Em outros países a Doutrina começa a se expandir, mas o pensamento espírita, sem o rótulo Doutrina Espírita, pode ser percebido em muitas correntes de pensamento. (t)

<||Moderador||> [11] <_CORVO__> Se nos perguntarem por que razão eu sou adepto da Doutrina Espírita, que respondo?

<Regina_de_Agostini> O que você responde eu não sei dizer, mas eu responderia que a Doutrina Espírita me faz mais feliz.(t)

<||Moderador||> [12] <J_I_M> Qual deve ser a posição do espírita diante da agressividade dos nossos irmãos de outras religiões?

<Regina_de_Agostini> Tolerância, indulgência, paciência. Isto não quer dizer que nos sentimos superiores, mas sim é um entendimento profundo de que cada um de nós está em momentos evolutivos diferentes, com percepções diferentes, mas que todos, sem exceção, chegaremos um dia a uma compreensão maior das Leis de Deus, do Universo. É só uma questão de tempo. (t)

<||Moderador||> [13] <Aprendiz_Fatima> Estamos assistindo ao “Globo Repórter” falando a respeito da agressividade ora imperante, a respeito de tantas armas de fogo que podem ser adquiridas com tanta facilidade. O que o espírita no mundo, o que o homem de bem (cujas qualidades estão bem expressas em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”) pode fazer, em termos práticos, para contribuir para que esta situação seja atenuada?

<Regina_de_Agostini> Divulgando a Doutrina Espírita. Buscando trabalhar junto àqueles que nos rodeiam, a nossa agressividade de forma a que o nosso exemplo seja sempre de pacificação. Não há forma de se modificar o mundo que não seja a modificação individual de cada um dos membros que formam a sociedade. É muito trabalho que temos pela frente, mas não podemos esquecer que vivemos hoje na sociedade que preparamos para nós próprios, no passado, com nossas ações equivocadas ou também com as nossas omissões, e que cabe a nós modificá-la. (t)

<||Moderador||> [14] <J_I_M> Como deve agir o espírita quando é convidado a ser padrinho de casamento no Catolicismo, ou mesmo batizar uma criança?

<Regina_de_Agostini> É uma questão delicada. Muitas vezes colocamos, para aqueles que nos convidam, que na nossa crença não temos a cerimônia formal do casamento e batismo. No entanto, quando é importante para o outro não vejo nenhum mal em satisfazer este desejo.(t)

<||Moderador||> [15] <Tonyfer> Fiquei sabendo, outro dia, por um amigo, que tomou ciência de notícia pelo jornal, sobre uma ‘preocupação’ que estaria se tornando mórbida, nas mentes de alguns ‘senhores do mundo’ (poderosos econômica, financeira e politicamente falando), e que se expressa através da necessidade de urgente destruição em massa de parte considerável da população global, tendo em vista a iminência de esgotamento dos recursos naturais do planeta (água, ar, alimentos, etc.), dada a sua maciça utilização nas últimas décadas.

Haveria, por trás de tudo isso, um ‘plano’ de criação de dificuldades políticas, que levaria uns à guerra, outros à desesperança nas políticas governamentais; ainda, outros ao desemprego, etc., de sorte a que o caos promovesse a própria extinção dos miseráveis. O objetivo seria reduzir-se o efetivo encarnado de aproximadamente 6 bi para uns 3 a 3,5 bilhões de almas. Se é verídico (eu não sei!), qual o comportamento dos espíritas – os que buscam incorporar às suas consciências a fé raciocinada? (t)

<Regina_de_Agostini> Não tomei conhecimento sobre esta preocupação ou plano. Mas o que poderíamos fazer, para atuar diretamente influenciando estas cabeças enlouquecidas dos poderosos da economia, das finanças e da política? Hoje a nossa atuação visa a grupos menores, buscando pacificar e levar o entendimento de que nada acontece sem a permissão de Deus. Esta certeza nos permite viver com esperança, com fé, com confiança, independente do que quer que aconteça. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Regina_de_Agostini> O conhecimento da Doutrina Espírita é precioso para nossas almas, nos ajudando a vivermos com mais alegria. Estudar, compreender, alargar a nossa mente, buscando entender o Universo como a nossa casa e todos como nossos irmãos. Jesus exortou-nos a amar. Todos os nossos problemas acontecem porque ainda estamos muito longe de entendermos o que significa amar como Jesus nos amou. Incondicionalmente estudemos e busquemos aplicar em nossas vidas os conceitos espíritas e os ensinamentos de nosso Mestre Jesus. Boa noite a todos (t)

Oração Final:

<Naema> Queridos amigos, foi muito bom estarmos aqui reunidos novamente, encerrando essa semana maravilhosa com um belíssimo estudo trazido por nossa companheira. Agradecemos Deus por esta oportunidade que nos proporciona. Que possamos espalhar essas mensagens aprendidas. Que possamos incorporá-las a nós para que tenhamos nossos atos exemplificando a nossa fé. Obrigada aos bons espíritos que nos acompanharam e que possamos ser como uma luz no caminho, refletindo esses ensinamentos. Assim seja !