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Liberdade natural / Escravidão

Liberdade natural / Escravidão

“O Livro dos Espíritos” – 825 a 832

Estudo Espírita
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositora: Andréia Azevedo – Safiri
Osasco – SP
20/07/2002

Dirigente do Estudo da Noite:

Flavio Mendonça – Mei_PB

Oração Inicial:

<Mei_PB> Prezados amigos, irmãos, que a paz do mestre Jesus nos acolha agora……

Obrigado Senhor pela dádiva da vida…

Que nos instantes de reflexão possamos nos instruir a fim de sermos ferramentas a serviço do bem…

Que nossos irmãos da espiritualidade nos auxiliem para que nosso estudo seja proveitoso, e que nossa irmã expositora seja inspirada pela bondade divina…

Que assim seja!

Mensagem Introdutória:

LIBERTE A VOCÊ

Lábios envenenados pelo fel da maledicência não conseguem sorrir com verdadeira alegria.

Ouvidos fechados com a cera da leviandade não escutam as harmonias intraduzíveis da paz.

Olhos empoeirados pela indiscrição não vêem as paisagens reconfortantes do mundo.

Braços inertes na ociosidade não conseguem fugir à paralisia.

Mente prisioneira no mal não amealha recursos para reter o bem.

Coração incapaz de sentir a fraternidade pura não se ajusta ao ritmo da esperança e da fé.

Liberte a você de semelhantes flagelos.

Leis indefectíveis de amor e justiça superintendem todos os fenômenos do Universo e fiscalizam as reações de cada espírito. Assim, pois, no trabalho da própria renovação, a criatura não pode desprezar nenhuma das suas manifestações pessoais, sem o que dificilmente marchará para a vanguarda de Luz.

André Luiz

Do Livro: Estude e Viva

Psicografia: Waldo Vieira

Editora: FEB

Exposição:

<Safiri> Boa Noite amigos.

Que Deus nosso amado Pai nos ilumine frente a mais essa tarefa de estudos espíritas,

seguindo os ensinamentos contidos no Livro dos Espíritos de Allan Kardec.

Falemos hojesobre liberdade e escravidão, seguindo as questões acima no tópico.

A liberdade é uma lei natural. A liberdade absoluta não existe uma vez que vivemos em conjunto compartilhando nosso dia a dia .

A liberdade é um direito imprescritível de toda a criatura humana, até do selvagem. Se um homem pudesse gozar da liberdade absoluta, assim então poderíamos descrevê-lo como a um eremita no deserto. Desde que haja dois homens juntos esses devem respeito mútuo.

Há homens que podem até compreender as leis naturais frente à sociedade, mas por vezes são déspotas em seus lares e com seus subordinados, isso se dá por  causa do orgulho e egoísmo que vivem. Sabem o que tem que fazer, mas não o fazem.

O homem diante de sua inteligência deve aplicar todo o conhecimento primeiramente em si mesmo. Toda a simplicidade sincera sempre é a mais adiantada diante de Deus.

O que queremos dizer aqui? Que pregar liberdade sem executá-la não nos torna meritosos. Muito ao contrário, nos faz hipócritas.

A escravidão constitui de um abuso de força e desaparecerá conforme formos evoluindo.

A escravidão sempre é repreensível. Nenhum sofisma fará uma ação má tornar-se boa. Porem, a culpabilidade pode se tornar relativa.

Tendo-se a escravidão introduzido nos costumes de certos povos, possível se tornou que, de boa-fé, o homem se aproveitasse dela como de uma coisa que lhe parecia natural.

Entretanto, desde que, mais desenvolvida e, sobretudo, esclarecida pelas luzes do Cristianismo, sua razão lhe mostrou que o escravo era um seu igual perante Deus, nenhuma desculpa mais ele tem.

Existe uma desigualdade natural das aptidões que colocam certas raças sob dependências de outras. Isso ocorre para elevar as raças inferiores e não para as embrutecê-las ainda mais.

Em dias atuais, vemos a escravidão ocorrer em vários prismas, mas  comumente vemos a direta – os escravos negros no Brasil no passado por exemplo , ou na atualidade trabalhos escravos nas fazendas do Pará onde

“Os empregados não recebiam salários, assistência médica nem tinham direitos trabalhistas. Eram ainda vigiados por pistoleiros e proibidos de sair desses locais”.

E a indireta – os mais fortes juntos os mais fracos, um bom exemplo disso são os países que indiretamente usam sua força de potência mundial para domínio a seu favor dos demais países que ainda não conseguiram posição semelhante.

Ou ainda, uma das mais doloridas, a escravidão provida por nós mesmos em nosso ser.

Devemos refletir muito sobre a liberdade e escravidão que Kardec nos coloca nessas questões, sob a prisma do passado e a atual. Nada justifica a escravidão seja que de tipo for.

É necessário o respeito mútuo, pois não é o dinheiro, posição social ou o sangue que nos faz superiores, mas si a pureza de espírito.

“A liberdade pressupõe confiança mútua e  não  pode existir confiança entre homens  movidos pelo  sentimento exclusivo  de personalidade.

Não  podendo conseguir o que desejam  senão a custa de outrem, vivem prevenidos uns  contra os  outros.

E sempre temendo perder o que chamam de seus direitos, adotam como condição de existência dominar os demais.

Por isso manobram sempre contra a liberdade, sufocando-a enquanto puderem. ”

Refletimos então sobre esses itens, para que possamos avaliar o estrago que a escravidão proporciona em nossas vidas e nas vidas dos que nos cercam.

Um dia, ela deixará de existir, sem dúvida, assim como todo e qualquer abuso.

Como complemento dos comentários aqui, leiam Obras Póstumas de Allan Kardec que traz um belo texto sobre Liberdade, igualdade e fraternidade

Perguntas/Respostas:

1. <Mei_PB> Cara Safiri, não seria também uma forma de limitar as ações de liberdade o ensinamento dogmáticos que nos remete a estado fixações mentais como o medo por exemplo ?

<Safiri> Eu diria Sim e Não.

Sim, porque os dogmas incentivam as pessoas, na sua maioria, a acreditar por acreditar,  sem dar uma resposta efetiva. Isso faz com que fiquemos presos a uma condição “de encanto” até que algo um dia, nos desperte para a luz, nos fazendo seguir frente ao conhecimento unindo a fé a lógica e a razão.

Não, porque, ficamos no estado acima exposto porque queremos.

Pois, muitas vezes, acaba sendo cômodo para nós acreditar nos dogmas. E seguir uma vida dentro da “lei” imposta.

2. <Gatchinha_Espirita> a liberdade como algumas outras massas de sentimentos humanos é relativa, por exemplo, a liberdade do encarnado é ao desencarne liberdade do espírito, a liberdade do doente a cura???

<Safiri> Essa liberdade é denominada por uma qualificação da liberdade por assim dizer. Desejamos, muitas vezes sairmos de condições que se nos apresentam difíceis.

Dizemos então que queremos a liberdade. Mas ai temos uma palavra associada a condição da liberdade natural. Onde no “passado” a almejávamos por que éramos literalmente escravos. Hoje desejamos a liberdade de situações que nos tornam “prisioneiros, ou escravos invisíveis”.

3. <chama> ao ler a questão 830, fiquei com dúvidas na resposta…poderia esclarecer um pouco

<Safiri> Chama, essa questão é muito boa porque nos mostra o quanto somos responsáveis pelos nossos atos, quando já temos conhecimento das leis de Deus.

Enquanto no passado, escravizamos porque era normal à nossa sociedade, a culpa não era tão grande porque não tínhamos conhecimento do mal que causávamos. Era normal a situação. Então digamos assim, aí tinha uma desculpa: “Ah! Eu não sabia “

Mas essa desculpa é relativa, porque como os escravos também eram seres humanos, dotados das mesmas condições nossas, então a percepção nos mostrava que eles sofriam naquela condição.

Depois que o cristianismo chegou, e nos mostrou que a escravidão é totalmente errada, não há mais desculpas. Se assim procedermos, seremos totalmente culpados.

4. <Gatchinha_Espirita> nós ainda na condição de seres com nossa evolução talvez ainda não saibamos distinguir e cultivar sentimentos absolutamente, possuímos apenas noções pouco mais aprofundadas

<Safiri> Ainda estamos aprendendo Gatchinha_Espirita. Estamos evoluindo e sem dúvida, uma dia saberemos lidar melhor com tudo o que estamos aprendendo pelas lições de Jesus deixada Ha 2000 anos.

Oração Final:

<humana> Ola senhor,

Comparecemos diante de ti para agradecer quando podemos ter saúde, quando vemos tantos que nunca tiveram e ainda assim conseguem ter um sorriso e ainda confortar os que presenciam a dor…esquecemos de agradecer quando não precisamos conviver com nenhuma deficiência.

Nos despimos demais diante de nós mesmos quando presenciamos quadros que blasfemam contra nossa fé em sua mão “invisível”, como a violência, as drogas, abusos de poder, etc, e nos despimos mais ainda quando nos omitimos, quer seja por medo, culpa ou rejeição… e mesmo agradecendo por não conviver com isso, pedimos pelos que não puderam fugir desses e tantos outros males.

Mesmo sem saber pra onde vamos só nos resta aprender a conviver com o que temos para nos abrir para as mudanças.

Senhor, com vergonha de pedir mais, só me resta agradecer a paciência com que nos aguarda de volta ao lar.

Amém.

Que assim um dia seja