Necessidade da vida social
“O Livro dos Espíritos” – Questões 766 a 768
Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Expositor: Deise Bianchini
Amambai – MS
27/04/2002
Dirigente do Estudo da Noite:
Marcio nick Moderador
Mensagem Introdutória:
CONTRADIÇÃO
Muitos companheiros, a pretexto de se guardarem contra o mal, evitam contatos com esse ou aquele círculo de serviço, caindo freqüentemente em males de maior monta.
E para isso, quase sempre, recorrem a negativas de várias espécies. Dizem-se pecadores, mas fogem deliberadamente ao ensejo que lhes propicia a aquisição de virtude.
Afirmam-se devedores, quando, nesse aspecto, lhes cabe maior diligência na solução dos compromissos de que se oneram. Declaram-se inúteis, ausentando-se dos quadros de trabalho em que poderiam mostrar os préstimos de que são mensageiros. Asseveram-se imperfeitos, desertando da luta capaz de conferir-lhes mais amplo burilamento…
Categorizam-se por neurastênicos angustiados, sem compaixão para com aqueles que lhes suportam a bile.
Acreditam-se perseguidos por espíritos inferiores, sem jamais ofertar-lhes qualquer recurso de amor à renovação.
Lamentam-se. Colecionam queixumes. Exageram sintomas. Escusam-se e choram. Ante a educação que ilumina e a caridade que levanta, imaginam-se ignorantes e fracos, malogrados e infelizes, muitas vezes mentalizando infortúnio e frustração, tédio e suicídio.
Transitam aqui e ali, entre a desconfiança e o desânimo, sentindo-se habitualmente desamparados e incompreendidos, destacando-se, onde surjam, à maneira de sensitivas ambulantes, temendo ciladas e tentações. E encerram-se, por fim, na reclusão de si mesmos como se, insulados e inertes, estivessem conquistando altura moral. Contudo, nada mais conseguem que a fuga do dever a cumprir, porque, se, em verdade, procuram a apetecida libertação do mal, é imprescindível entendam que a melhor maneira de extinguir-se o mal será fazermos para com todos e em toda parte a maior soma de bem.
Emmanuel
Do Livro: Religião dos Espíritos
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB
Oração Inicial:
Agora, companheiros, embalados por essas palavras de Emmanuel… <Moderador_> elevemos nossos pensamentos ao alto… E atinjamos a Deus, em uma prece, dizendo assim.. Deus… Nosso Pai..
Jesus, Mestre, amigo e irmão…
Estamos aqui reunidos sob Tua bandeira de paz e fraternidade para estudarmos Tuas Leis de Amor e Infinita Bondade. Pedimos, A ti, Senhor Jesus, que nos abençoe, na noite de hoje.. e que nos ilumine e que inspire a nossa amiga Deise Bianchini, no Estudo de hoje. Que possamos, com sua ajuda, e com a ajuda dos bons espíritos, que orientam esse trabalho. apreender o máximo do que será dito aqui. E que possamos praticar os ensinamentos, para seguirmos a Lei: Evoluir Sempre! Assim, Senhor, pedimos permissão para iniciarmos os trabalhos da noite. Que assim Seja!
Exposição:
Boa noite amigos, hoje estaremos estudando o LE, em seu Capítulo VII da lei de sociedade, Necessidade da vida social.
“(…) Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.” LE “A vivência cristã se caracteriza pelo clima de convivência social em regime de fraternidade, no qual todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e consertando problemas.” (Divaldo Franco, As leis morais da vida) “(…) Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhes assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados.” (LE)
Todos nós necessitamos da vida em sociedade, da troca de experiências, que nos proporciona os avanços tanto morais como intelectuais. Devemos aprender a aprimorar nossas ações, sendo bons e caridosos também com aqueles que não nos são tão próximos. São os que nos porão à prova, os que nos levarão a demonstrar nossos propósitos no bem. Se vivêssemos afastados de tentações, ou de pessoas que nos provam a paciência, a caridade, a humildade a cada momento, onde nossa vitória sobre nossos defeitos? Afastando-nos da convivência nunca saberemos se estamos conseguindo cumprir o que pretendíamos efetuar na presente oportunidade reencarnatória, impossibilitaremos o resgate com aqueles que somos devedores, transformaremos nossas vidas em traços retos, onde não há voltas, pois não há conflitos a serem resolvidos. Estaremos adiando nossas ações para outro momento, estaremos desperdiçando nossas vidas atuais.
Quando convivemos em sociedade podemos praticar as lições que Jesus deixou para nós.
Fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fosse feito, respeitar os seres, auxiliar e sermos auxiliados em nossos progressos intelectuais e morais. Jesus não se isolou, interagiu com os discípulos, com o povo, sofreu tentações.
A pessoa solitária não floresce, é como uma planta perdida no campo, se não houver oportunidade de fazer a polinização ele viverá , crescerá e morrerá sem deixar nada. Nem exemplos, nem amizades, nem a conciliação.
Fontes de consulta – Apostilas do ESDE – FEB
Perguntas/Respostas:
01.<Cristal_RJ> Não uma pergunta, um comentário: não há um dia em que não se aprenda e que não se ensine nada. E é justamente essa convivência que nos faz progredir.
<Moderador_> Sobre as Sociedades que se isolam do mundo, como algumas que vemos na região de Goiânia, que é a reunião de várias pessoas, mas no entanto estão isoladas. Essas pessoas estão realizando algum progresso, ou trata-se de um caso de ilusão coletiva? (t) <Deise Bianchini > Elas realizam um progresso. Sempre há o progresso, mas ele pode não ser tão completo como seria se não houvesse o isolamento. Essas sociedades montam diretrizes rígidas, não sei se é o caso do exemplo que você deu, mas os casamentos são combinados, as roupas são predeterminadas, não sobra espaço para o exercício do livre-arbítrio, que é o momento, através de nossas escolhas, que vamos demonstrar tudo o que aprendemos Nossas escolhas demonstram o que somos. Algumas pessoas ainda necessitam de um ordenamento maior, até como forma de “obrigá-las” a seguir em determinado sentido Por isso creio que o importante é que a pessoa tenha uma religião Mesmo aquelas que sejam muito impositivas Isso em relação ao que foi colocado de isolamento de grupos
02. <Cristal_RJ> Mas, por exemplo: vi uma reportagem sobre a Serra do Cipó e um homem que vive lá completamente sozinho. Isso pode ser um carma? (t)
<Deise Bianchini > Cristal, concordei com sua primeira colocação, sobre o aprendizado constante através da convivência. Gostaria de saber como você coloca o termo carma, só para facilitar a resposta (t)
<Cristal_RJ> Digamos que em alguma outra encarnação ele tenha se utilizado mal da convivência social e agora se veja levado a ficar só para aprender o valor da vida em sociedade. (t) <Deise Bianchini > Bem, no caso que você cita não sei se isso ocorre. Se ele está afastado e sofre, ou se afastou-se porque assim o desejou. Vemos isso em várias situações, a pessoa se isola da sociedade para se “purificar”, e isso não apenas em crenças orientais Até algumas agremiações religiosas existem onde se faz voto de silêncio. Nesse caso, o afastamento voluntário, o que ocorre é o exercício do egoísmo. Não há nessas atitudes nada de útil a ninguém. O mais importante é que pratiquemos a lei de amor e caridade e isso só será possível se houver a quem fazermos essa prática. Também precisamos pensar que temos nosso Livre Arbítrio, e ele pode modificar situações causadas pela Lei de Causa e Efeito. Temos muitos exemplos disso(T)
03.<Moderador_> Como devo entender o fato de que, mesmo não gostando nada de pagode ou funk, more em um lugar onde há um bar que tem “roda”, até altas horas, e a “galera” se amarra em um “pancadão”, já que não tenho condições de me mudar. Que esperanças de paz, eu posso ter nesta vida??? 🙂
<Deise Bianchini > Bem, isso realmente é difícil :))) Há situações em nossa vida em que devemos exercitar a paciência, e quem sabe você será chamado a servir? Nesses ambientes podem acontecer situações que necessitem de socorro. Sabemos que os ambientes não são formados apenas de pessoas encarnadas, os outros também estão aí. Como os espíritos sábios estão muito ocupados, podemos imaginar quais estão por lá. Alguns estarão se divertindo com os encarnados, outros estarão em missão de socorro e necessitando de fluidos de pessoas equilibradas e que se disponham a doá-los para o bem. Não menospreze a ajuda que você possa prestar sem saber. Quem pode dizer???
04 <03DaNieLL> Deise Bianchini, gostaria de saber com que olhos podemos analisar ou “julgar” aquelas pessoas que voluntariamente se isolam da sociedade em monastérios e conventos, e em mosteiros também, com a alegação de que vivem uma vida de oração e contemplação
<Deise Bianchini > POdemos analisar Daniel :))) São egoístas, como nos diz a questão 709 do Livro dos Espíritos Estão preocupados com seu benefício, com o que obtém dessas atividades, com a fuga da tentação. Podemos pensar também, que Deus não deixa que nada seja inútil, por isso creio que essas preces também são aproveitadas. Não devemos apenas deixar de fazer o mau, temos por obrigação fazer o bem
05.<DaNieLL> E como podemos analisar aquelas pessoas que vivem em celibato?? Uma grande maioria não se isola da vida social, muito pelo contrário, estão nela inseridos de forma muito auxiliadora mas renunciam a convivência do casamento que é a principal instituição da sociedade, o principal alicerce da vida social. Como nós espíritas podemos ver isso?
<Deise Bianchini > Daniel, precisamos em primeiro lugar ver qual o motivo que levou a essa condição. Se isso for pelo egoísmo, por não saber viver em conjunto com outro ser, por não querer responsabilidades, para levar uma vida sem compromisso, não é meritório, e cai novamente no egoísmo. Por outro lado, se for uma forma de se devotarem mais profundamente no serviço do bem, esse sacrifício será levado em conta. Vemos pessoas que o fazem por total abnegação, como Chico Xavier, Divaldo Tendo em vista dedicar-se ao próximo.
Com certeza encaram aos outros como filhos, filhas, irmãs e irmãos como se o fossem de forma carnal.
06.<DaNieLL> Deise, quanto à sua resposta, vou abranger o seguinte, não sei se estou correto no meu modo de pensar, mas quando diz que temos que ver o motivo dessa condição você diz também que esse motivo é o egoísmo que leva essas pessoas a viverem como vivem, podemos dizer então que a solidão sentimental que assola a muitos, tem raízes nesse egoísmo?
<Deise Bianchini > Nem sempre Daniel.
Pois o solitário que sofre com essa condição gostaria de se relacionar, mas não consegue. Ou por timidez, ou por outros motivos.
Quando você fala em solidão, penso em sofrimento, e não penso em isolamento. Diferencio o fato de sermos solitários do de nos isolarmos. Mesmo nós, que ficamos tanto tempo na net procuramos as salas de bate papo. Por que será?
Mesmo estando em frente a uma máquina, procuramos burlar nossa timidez e nos relacionar com os outros. Trocamos idéias, crescemos, mesmo aqui, sem o contato pessoal. Mas não é saudável que sejamos apenas assim. Também precisamos de amigos ao vivo, de encontros pessoais. Não sei se interpretei corretamente o que você queria colocar (t) <DaNieLL> sim… 🙂
<Moderador_> Antes de nossa prece, gostaria de agradecer a atenção de todos e principalmente a participação de nossa amiga Deise Bianchini, por sua bela exposição, e na clareza de suas respostas. Obrigado, amiga!
Oração Final:
<Deise Bianchini > Amigos, que esse momento de prece seja também um momento de agradecimento, Pela oportunidade que tive de estar aqui, estudando, aprendendo, dividindo com vocês. Sinto muita emoção toda vez que temos um estudo Com certeza os bons amigos espirituais nos acompanham Que possamos fazer a nossa parte,
que possamos contar sempre com esse amparo, com a intuição tão necessária nesses momentos de estudos espíritas Obrigada Senhor pela oportunidade de estar presente aqui Obrigada por esse canal, o espiritismo, tão importante em nossas vidas. Um meio que nos permite o intercâmbio de idéias nos mais longínquos lugares Ampare a todos nós, usuários, operadores, colaboradores em nossa luta pela reforma íntima e divulgação do Espiritismo. Obrigada por mais uma noite
Assim seja!