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Paixões

Paixões

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Vera Sá
Rio de Janeiro
11/02/2000

Organizadores da palestra:

Moderador: “Luno” (nick: [Moderador])
“Médium digitador”: André Alcântara (nick: Vera_Sa)

Oração Inicial:

<Wania> Amigo Jesus, companheiro de todas as horas, mais uma vez aqui estamos, para a realização de mais uma palestra virtual. Que a tua serenidade possa envolver este ambiente, tornando-o propício ao trabalho que realizaremos. Envolva com muita paz a amiga Vera, que nos ajudará a entender um pouco mais as tuas lições. Envolva também, Mestre amigo a todas as frentes de trabalho do IRC-Espiritismo, na noite de hoje. Que seja em teu nome, em nome dos espíritos amigos que sustentam a tarefa, mas, sobretudo em nome de Deus, Pai de infinita Misericórdia, a realização desta palestra. Que seja assim, agora e sempre. Graças a Deus! (t)

Apresentação do Palestrante:

<Vera_Sa> Trabalho como oradora espírita na Casa de Léon Denis, em outras casas que seguem a orientação do CELD, bem como outros grupos espíritas que se preocupam com a divulgação da Doutrina. Também fazemos parte do grupo de visitas a enfermos, trabalhamos mediunicamente na desobsessão, já fizemos parte da evangelização de crianças e jovens, e hoje, além do COMP (Curso de Orientação Mediúnica e Passes), também participamos de outros cursos e Encontros que a Casa oferece. Ressaltamos a nossa ligação com a Obra Social Antônio de Aquino, onde com a experiência profissional e o pouco que aprendemos com a Doutrina, tentamos desempenhar algumas tarefas tanto no setor educacional quanto nos setores de assistência social que lá existem. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Vera_Sa> Que a paz de Deus permaneça com todos e que possamos rapidamente relembrar as perguntas 907 e 912 de “O Livro dos Espíritos”, onde o tema de hoje foi explorado pelo codificador Allan Kardec, através das perguntas realizadas a espíritos superiores que guiaram e guiam todo esse trabalho. Para os companheiros que gostam de referências bibliográficas, gostaríamos de ressaltar a leitura do cap. XVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e do Cap. VII do livro “O Céu e o Inferno, onde o sentido de paixões X “A carne é fraca”, bem como as idéias que temos do homem no mundo, conforme o item 10 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, nos apontam e nos conduzem a conceitos básicos sobre vícios e paixões.

Buscando naquele nosso livrinho chamado Dicionário, encontramos vício como grande defeito ou imperfeição, mas também como o defeito que torna uma pessoa ou objeto, impróprios, para aquilo que se destinam. Como espíritos, nos destinamos a perfeição, e cabe-nos de encarnação a encarnação nos aprimorarmos. Portanto, cabe reconhecermos pelo menos os nossos vícios e tentar domesticá-los. Paixão, está lá no dicionário, é um sentimento excessivo, mas também está lá, é o entusiasmo, e também está lá, a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, portanto é necessária ao homem, afim de que ele possa realizar grandes coisas. Com essas palavras, deixamos para todos as reflexões para o tema de hoje, não “devagando”, mas até caminhando… (t)

Perguntas/Respostas:

<[Moderador]> [01] <Nadja> Todas as paixões são negativas?

<Vera_Sa> Não. Quando explicamos paixão no sentido de entusiasmo, pode levar a grandes descobertas científicas, a grandes trabalhos. A própria paixão pela verdade levou Kardec a todo esse trabalho que o Pentateuco nos traz. (t)

<[Moderador]> [02] <Wania> O que é Paixão?

<Vera_Sa> Como dissemos no início, é um sentimento excessivo, pode ser uma afeto violento, levar a uma cólera, uma grande mágoa, mas como dizem os espíritos, na pergunta 908 de “O Livro dos Espíritos”: “…As paixões são como um Corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigosa, desde que passe a governar”. (t)

<[Moderador]> [03] <Caliban> Sou completamente apaixonado por Jesus. Por que tem espírita que me recrimina?

<Vera_Sa> Se você se refere a paixão por Jesus, no sentido de seu esforço para dominar suas más tendências, e procure, como homem no mundo, viver considerando a lei de sociedade, de convivência, caso você busque trabalhar em prol do próximo, o que vale é sua intenção e sua consciência, não a opinião dos outros. Lembremos também que às vezes nos entusiasmamos tanto que não permitimos que o entusiasmo do outro também se apresente. (t)

<[Moderador]> [04] <Caliban> Paixão se confunde com fanatismo?

<Vera_Sa> Muitas vezes, o sentimento excessivo por algo, alguém ou alguma coisa que nos prende a razão, no sentido de embotar a razão, realmente se torna algo perigoso e leva ao fanatismo, o seu exagero fica por conta das nossas imperfeições. (t)

<[Moderador]> [05] <Allejandra> A paixão de alguma forma nos impulsiona? Ajuda na evolução individual de cada um?

<Vera_Sa> Ela é uma alavanca da própria vontade, é um recurso, é como se potencializasse as forças do próprio homem, “auxiliando na execução dos desígnios da Providência” (comentário de “O Livro dos Espíritos”, pergunta 908).(t)

<[Moderador]> [06] <Caminheiro> Como determinar com exatidão a fronteira entre o amor e a paixão?

<Vera_Sa> Com exatidão, caro amigo, não sei lhe dizer, só sei que ao ler em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” , sobre Lei do Amor, descobri que o que Lázaro coloca no item 8 realmente, me fez entender um pouco dessa diferença. Lázaro diz que na verdade, nós passamos do nosso primitivismo espiritual para as sensações, e só mais tarde, saímos dessas sensações muitas vezes “hormonais”, que achamos que é sentimento, para os verdadeiros sentimentos. O ponto mais delicado do sentimento é que é o amor. Portanto, nós, ainda espíritos, vivendo essa dicotomia entre o bem e o mal dentro de nós, também vivemos a dicotomnia de até onde vai a paixão, até onde vai o sentimento, e essa transformação vai se dando a partir do instante em que trabalhamos com nós mesmos tudo isso. Quando desenvolvemos tarefas, não só mediúnicas, mas principalmente tarefas de convivência com a dor do próximo. Amor divide, paixão possui, eu acho. (t)

<[Moderador]> [07] <Nadja> Como dominar o “Corcel das paixões”?

<Vera_Sa> Se eu tivesse a receita, eu te dava. Mas existem alguns caminhos que podem nos ajudar. Caminhos no sentido de ingredientes, é só pegar o homem de bem lá no Evangelho e verificar algumas coisas que nos faltam e aplicar a técnica mais fácil que aprendi na Doutrina espírita, “O Livro dos Espíritos” , 919 resposta de Sto. Agostinho, Quando se pergunta qual o meio mais eficaz de resistir a atração do mal (portanto podemos considerar como dominar o corcel das paixões). E nos diz na 919-A que fazer o bem é um dos caminhos, examinar a sua consciência toda a noite é outro caminho. Trabalhar todo dia em prol de si mesmo é um dever e, com isso, nós não damos certificado de garantia, mas que aprendemos a controlá-las e até mesmo desviá-las para aquelas alavancas em prol do progresso da humanidade, é possível, você pode ter certeza! (t)

<[Moderador]> [08] <Allejandra> Sensações hormonais… muito interessante isso. Podemos agregar isso a nossa ignorância ou primitivismo ainda?

<Vera_Sa> Eu diria que faz parte de nossa evolução como espíritos imortais, quando falamos hormonais, foi uma forma “light” de lembrar de coisas que não gostam de falar, que são nossas necessidades físicas que andam mal dirigidas. o sexo é necessário com amor, para isso estamos preparados com nossos hormônios, em diversas fases de nossa existência como espíritos encarnados. Está na Lei de reprodução. Leiam “Sexo e Destino” de André Luiz, “Evolução Anímica” de Gabriel Delanne e teremos subsídios para refletirmos sobre essas questões. (t)

<[Moderador]> [09] <Nadja> Costumamos associar a paixão a pessoas, mas ela também ocorre com relação a coisas e principalmente a poder. Só quando evoluímos vamos nos desfazendo disso tudo que nos algema à terra?

<Vera_Sa> É verdade. Aliás no Livro “O Céu e o Inferno”, com subtítulo “A Carne é Fraca”, existe ponderações a respeito. Antigamente chegou-se a considerar que as paixões eram tendências viciosas e que se apegavam mais a moral do que o físico. Hoje sabe-se que o espírito é o artista de seu próprio corpo, e, portanto, de seus próprios sentimentos e anseios. Daí a paixão pelo poder, pela exacerbação de si mesmo que leva a se achar “Eu sou o máximo”. Ou muitas vezes a nos ligarmos a objetos que nos aprisionam a Terra, mesmo depois de desencarnados, verificamos nas mesas de trabalhos mediúnicos desses companheiros em sofrimento. No livro “Jesus no Lar”, na lição 6, quando Simão Pedro trazia seu desgosto aos companheiros e a Jesus, diante de ter sido acusado por um velho tio de acabar com os bens materiais da família, ao ser indagado por Jesus, como foi a sua reação, verificamos Simão Pedro colocando para fora todos os impropérios que poderia falar sobre seus parentes, ele disse isso no Culto do Lar desse dia, pois o livro traz coletâneas desses momentos de Jesus com os discípulos. Quando Jesus afirma como é importante trabalhar na direção do bem, mesmo quando espíritos familiares endurecidos ou indiferentes, nos levantam calúnias. Vejam: ele colocou toda a a sua exacerbação para fora. Todas as más tendências e convivia com Jesus. Nem por isso deixou de ser respeitado pelo Mestre, nem por isso deixou de repensar sobre suas ações, buscando pela própria história, mudar o seu caminho. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Vera_Sa> Queridos amigos, uma vez ouvi, e essa eu vou colar mesmo, que o homem, na época das civilizações bárbaras era reconhecido por sua força física. Hoje, nos consideramos uma civilização tecnológica e o homem é considerado pela força de sua inteligência ou de seu dinheiro ou do estado social. Temos que chegar a civilização cristã, quando o homem será reconhecido por sua força moral, por suas virtudes, pelo seu sentimento conduzido e regrado pela razão. Como também a razão burilada pelo sentimento e aí reconheceremos exatamente como domar as paixões, aliás teremos domado as más tendências e conduzido essa energia inflamante e inflamável, chamada paixão, para um processo de educação onde o estudo que é o aprendizado da técnica, da teoria, praticado através do trabalho de uns com outros. Realizaremos as verdadeiras obras em prol do progresso nosso e faremos a parte que nos compete como seres imortais, como criaturas divinas na obra da própria criação. Graças a Deus! (t)

Oração Final:

<Caminheiro> Senhor! Como diz a velha e linda canção: “Quão grande és Tu!!!” Que privilégio nos concedes ao proporcionar esta oportunidade de um estudo tão interessante, tão “apaixonante” como este! Obrigado, Senhor! Permita que passemos a usar a razão – que nos é peculiar por sermos filhos teus – juntamente com nossos sentimentos todos! Que as paixões em nossas vidas sejam apenas as positivas, que o amor invada nossas vidas hoje e sempre! Abençoe, Pai, nossa querida Vera, para que possa sempre estar nos trazendo ensinamentos tão necessários ao nosso crescimento espiritual! Abençoe a todos nós aqui presentes em nome de Jesus! Assim seja!

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