Tamanho
do Texto

Pena de Morte e Crimes Hediondos

Pena de Morte e Crimes Hediondos

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Accioly Lopes
Rio de Janeiro/RJ
17/11/2000

Organizadores da palestra:

Moderador: “jaja” (nick: ||Moderador||) “Médium digitador”: “Stone_” (nick: Accioly_Lopes)

Oração Inicial:

<||Moderador||> Senhor Jesus, aqui estamos mais uma vez reunidos em Teu nome, com o objetivo de estudar a nossa querida Doutrina Espírita, que tanto tem nos ajudado na presente encarnação. Que os amigos espirituais, protetores deste nosso trabalho, possam estar conosco, neste momento, nos auxiliando através das boas vibrações emanadas por eles.

Que em Teu nome, Jesus, em nome de Deus, nosso Pai, e dos amigos da espiritualidade maior, possamos dar por iniciada mais uma Palestra Virtual na noite de hoje. Que assim seja!

Apresentação do Palestrante:

<Accioly_Lopes> Boa noite! Meu nome é Accioly Lopes e sou trabalhador do Centro Espírita Léon Denis há 20 anos. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Accioly_Lopes> O tema central é “A Pena de Morte e Crimes Hediondos”. Falaremos sobre a legitimidade ou não de se aplicar a pena de morte e o posicionamento da Doutrina a este respeito. Também analisaremos a possibilidade de abolirmos esta pena e a alternativa que se apresenta à sua não aplicação. (t)

Perguntas/Respostas:

<||Moderador||> [01] <marcos_cunha> Por que é tão difícil fazermos com que as pessoas entendam que na pena de morte estamos tratando um mal com outro mal pior ainda, porque já sabemos que o “olho por olho, dente por dente” já foi abolido por Jesus?

<Accioly_Lopes> Porque isto depende do progresso individual, coletivo e do entendimento que as pessoas têm do sentido real da existência. Só o desenvolvimento moral levará a uma melhor compreensão sobre isto que foi dito na pergunta. (t)

<||Moderador||> [02] <TomateSeco> Na “Primeira Revelação” – a mosaica – aprendemos que a pena de morte pode ser aplicada a pessoas que ferem o respeito a Deus. Apedreja-se as adúlteras, os idólatras e tantos outros “desrespeitadores” das leis. Por que hoje não podemos colocar em prática esses ensinamentos? O que mudou na revelação divina para que hoje em dia não se aceite mais a pena capital?

<Accioly_Lopes> A Lei Mosaica foi aplicada de conformidade com o entendimento da época. Jesus veio trazer ao seu tempo a forma precisa e correta da aplicação da Lei. Diante da mulher adúltera ele disse: Atire a primeira aquele que não tiver pecado. E começou a sair um por um a começar pelos mais velhos.

Com essa resposta, Jesus resgata o verdadeiro sentido de justiça e a abrir àquele que erra a possibilidade de reconstrução. E é sob a Luz do desenvolvimento intelectual e moral que resgatará o verdadeiro sentido de justiça que nós devemos analisar os fatos de nossos tempos. (t)

<||Moderador||> [03] <marcos_cunha> Sou contra a pena de morte para os chamados “crimes hediondos”, mas sou a favor da segregação do criminoso da sociedade, através da prisão perpétua. Qual a posição da Doutrina Espírita sobre a prisão perpétua?

<Accioly_Lopes> Sob o ponto de vista da Lei Natural, somos responsáveis por aquilo que fazemos e a gravidade é função do grau de entendimento e compreensão, sendo uma atenuante o desconhecimento. Privar do convívio social o criminoso é da lei dos Homens. Na medida em que o Homem progredir, as leis humanas convergirão para as Leis Naturais, onde não há paixão nem sentimentos escondidos. A aplicação da lei humana estará sempre de conformidade com o progresso feito. A progressão das leis humanas estará de conformidade com o progresso moral da civilização.

A aplicação da prisão perpétua, segundo o entendimento e compreensão do legislador, é proporcional à natureza e à gravidade do crime praticado, que não necessariamente contribui para o arrependimento e a conseqüente reparação dos atos cometidos pois lhe falta o sentido de educação e transformação daquele que praticou o crime. (t)

<||Moderador||> [04] <TomateSeco> O Espiritismo admite a reencarnação. Pois bem, não seria muito mais educativo para um espírito que cometa um crime hediondo passar pelo suplício da pena capital, de modo que volte em novas reencarnações mais ciente das conseqüências que a vida criminosa lhe pode acarretar?

<Accioly_Lopes> A reencarnação não é uma premissa para o Espiritismo. É uma certeza. É preciso reencarnar para se progredir e buscar a Perfeição. O tempo no corpo físico é o grande aprendizado para o espírito.

Interromper uma encarnação, mesmo cheia de crimes, é tirar do espírito a oportunidade de progredir e se desenvolver. Ninguém conhece o que vai porta adentro do coração humano. Libertar o espírito das injunções da vida física de forma precipitada é deixá-lo mais livre para a prática dos seus delitos. Não é eliminando o corpo físico que irá se educar e desenvolver os bons sentimentos naquele que carrega o mal.

Nós não NASCEMOS maus. Nós nos TORNAMOS maus e ninguém sabe as razões que levam uma pessoa a buscar um caminho contrário à Lei. (t)