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Proselitismo

Proselitismo

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Mauro Operti
Rio de Janeiro
02/10/1998

Organizadores da Palestra:

Moderador: “Luno” (nick: Moderador)
“Médium digitador”: Carlos Filipe (nick: Mauro_Operti)

Oração Inicial:

<Caminheiro> Senhor, fazei-nos instrumento de divulgação desta Doutrina tão reveladora! Reveladora dos planos espirituais e materiais, do auto-conhecimento, de caminhos que nos fazem trilhar pelas sendas do amor incondicional! Onde houver ignorância, que saibamos levar a fé raciocinada para iluminar os seres sedentos do Pai! Onde houver inimigos da verdade, que saibamos levar a luz e a paz que emanam de Ti! Onde houver sede de justiça, que saibamos apresentar o caminho da reforma íntima como melhor maneira de se entender a justiça cega, certa e infalível de Tuas Benditas leis!

Que levemos sempre a doutrina ao mundo, Pai, com amor! Com respeito aos costumes, às crenças, às religiões e filosofias! Que sejamos sempre pregadores, principalmente, por meio de nossos exemplos! E que nossa vida possa ir, pouco a pouco, se tornando em oração viva, de contato permanente contigo! Ilumine, Pai, nosso irmão Mauro para que nos traga com tua luz indicações de como agir e vencer nossos ímpetos que, muitas vezes, nos levam a nos considerarmos como donos da verdade! Que encontremos a verdade sim, Pai, de modo que possamos ser de fato “livres”! Em nome de Jesus! Assim seja!

Apresentação do palestrante:

<Mauro_Operti> Boa noite aos amigos da rede. Eu sou colaborador do Centro Espírita Léon Denis e estou à disposição dos companheiros para conversarmos sobre a nossa muito amada Doutrina Espírita. Na nossa casa de trabalho, eu colaboro na divulgação doutrinária e nos trabalhos mediúnicos de desobsessão e de cura. (t)

Considerações iniciais do palestrante:

<Mauro_Operti> Os espíritas, de acordo com o espírito da nossa doutrina, não são proselitistas. Entendemos como proselitismo o trabalho específico de conseguir adeptos, de procurar convencer mesmo que não haja interesse de outras pessoas. (t)

Perguntas/Respostas:

<[Moderador]> [1] – (Duas perguntas relacionadas) <Caminheiro> Toda forma de propaganda e divulgação pode ser chamada de proselitismo? Por que? <jaja> A diferença entre proselitismo e divulgação de uma doutrina está apenas na intenção?

<Mauro_Operti> Nós consideramos que divulgar é pôr à disposição de todos a informação doutrinária. Quem se interessar pode tomar contato com as idéias e adotá-las se com elas concordar. A divulgação pode ser interna ou externa. Dentro do centro espírita mostramos a doutrina com toda a clareza. Fora do centro espírita, usando os meios de comunicação, podemos utilizar modos de apresentação que atinjam o maior número de pessoas, mas sem atingir o direito de cada um de se negar a tomar conhecimento da informação(t).

<[Moderador]> [2] – <Terraplaneta> O Brasil parece já ter alcançado mais de 700.000 pessoas que adotam, de alguma forma, a prática do espiritismo. Por exemplo: indo em centros espíritas para receber consultas/cirurgias médico-espirituais, receber passes, participar de estudos, frequentar as sessões, ler os livros da literatura espírita, etc. Este fenômeno, diria expansionista, dos conhecimentos da doutrina espírita, não seriam uma forma de fazermos proselitismo, e é correto fazê-lo?

<Mauro_Operti> Ninguém é obrigado a freqüentar o centro espírita e recorrer ou utilizar quaisquer dessas formas da prática Espírita. No entanto, se eu me colocar numa praça pública, junto de um ponto de ônibus e me utilizar de um megafone para espalhar as minhas idéias, eu estarei violentando o direito que outros cidadãos têm de não ouvi-las, caso não queiram. Também se eu bato à porta de uma casa convidando alguém para conversar sobre as minhas idéias, mesmo sem ter sido solicitado, eu estarei sendo proselitista. O movimento espírita, salvo casos muito raros de companheiros ainda muito ligados a outras práticas religiosas, não utiliza esses procedimentos.(t)

<[Moderador]> [3] – <Caminheiro> Qual deve ser a posição do espírita diante do proselitismo dos irmãos de seitas e religiões que abraçam esse tipo de divulgação como forma “oficial”?

<Mauro_Operti> Vou dar a minha opinião, pode ser que outros tenham opiniões diferentes. Dentro de uma atitude de urbanidade, costumo dizer clara e incisivamente aos irmãos que batem à nossa porta, que somos espíritas e não temos interesse algum em discutir aquelas idéias. Se me sinto incomodado com procedimentos que atinjam o meu sossego ou a minha privacidade, tomo as providências adequadas.(t)

<[Moderador]> [4] – <kleto> Diante do que foi explicado, o que me diz sobre as pregações dos apóstolos?

<Mauro_Operti> As pregações dos apóstolos certamente não usavam megafones ou alto-falantes. As condições culturais e sociais da época apostólica não eram evidentemente as mesmas que hoje prevalecem. Quem queria escutá-los juntava-se a eles. Quem não queria passava ao largo.(t)

<[Moderador]> [5] – (Duas perguntas relacionadas) <R_Toledo> O proselitismo usado por outras religiões, muitas vezes, acabam atingindo e até ofendendo com mentiras e acusações outras religiões. qual nossa defesa perante essa “propaganda enganosa” ? Como nos defender dessas falsas acusações? <leibinitiz> O que dizer a respeito do proselitismo dos nossos irmãos protestantes?

<Mauro_Operti> O que a divulgação espírita pode e deve fazer é dizer que quem quiser conhecer a doutrina espírita em todas os seus detalhes deve tomar contato com a vasta literatura espírita e com o trabalho espírita, dentro das casas espíritas e não recebê-las de segunda ou terceira mão. Se a pessoa preferir outras formas de informação, é problema de cada um e não nosso.(t)

<[Moderador]> [6] – (Perguntas relacionadas) <R_Toledo> Qual o melhor caminho para a divulgação da doutrina espirita? <Juliah_> Sr. Mauro, como sermos voluntários na imprensa espirita sem fazermos proselitismo? Se a nossa maior vontade é que todos acordem para as verdades contidas nele? Sem ferir a fé alheia?<Caminheiro> Como devemos nos portar diante da recomendação evangélica “Ide e Pregai”? (ESE, Cap XX Item 4)

<Mauro_Operti> Se expomos as nossas idéias no âmbito da imprensa espírita, não estamos sendo proselitistas, já que ninguém é obrigado a ler os nossos jornais e revistas. Embora possamos ter vontade de mostrar o que aprendemos e o que já podemos praticar para outras pessoas, temos que nos convencer de que cada criatura tem seu próprio mundo interior, sua própria história, sua visão de mundo individual e que se não quiser tomar contato com as idéias espíritas, está em seu pleno direito. O espiritismo não é salvacionista, isto é, não estamos interessados em salvar a alma de ninguém, porque este conceito, de salvação, não existe na doutrina espírita.

Além disto, a visão espírita não considera as recomendações bíblicas, mesmo o conteúdo dos Evangelhos, como “palavras sagradas” em si mesmas. Nós consideramos que podemos dar a nossa interpretação ao que quer que seja, em qualquer das chamadas escrituras. Sendo assim, eu complemento a recomendação evangélica assim: “Ide e pregai”… para quem quiser ouvir. Além disso, se é para usar citações evangélicas, lembremos que Jesus recomendou tirar o pó das sandálias se numa casa não os quisessem ouvir.(t)

<[Moderador]> [7] – <Terraplaneta> Qual a missão do Espiritismo na Terra? Será que o proselitismo não será um meio de agilizar a elevação das consciências dos espíritos encarnados e desencarnados (no orbe terrestre)?

<Mauro_Operti> Emmanuel diz no livro, se não me engano, “Vinha de Luz”, que o próprio Evangelho não é para “embriões” de espiritualidade. Só as criaturas já despertas para procurar respostas para os grandes enigmas da vida é que buscarão as respostas. Os outros permanecerão adormecidos até que alguma coisa, provavelmente a dor, os possa despertar.(t)

<[Moderador]> [8] – <neeg1> Que outro local poderia ser ideal para a evangelização espírita?

<Mauro_Operti> Qualquer lugar, desde que não se agrida o direito das pessoas de não tomar contato com a exposição das idéias.(t)

<[Moderador]> [9] – <Terraplaneta> Há em relatos na literatura espírita que os mensageiros auxiliam toda e qualquer pessoa neste mundo físico. Existe uma assertiva se não me engano de Emmanuel (ou do próprio Chico) que diz: Qual a melhor religião? E a resposta: aquela que tiver mais homens de bem. E complementando, fazer com que cada um seja o melhor ‘religioso’ de sua religião. Como fica a questão do se intitular: ‘sou espírita’? Será que ser espírita (e no caso fazer proselitismo, ou difundir, é necessário nestas bases?

<Mauro_Operti> Há uma tendência entre alguns espíritas, de serem “messiânicos” e quererem que toda a humanidade se torne espírita. É um erro. O Espiritismo é uma forma moderna de divulgação de verdades milenares, apropriado a uma época e a uma estrutura cultural específica. Não foi por acaso que a doutrina espírita nasceu no centro cultural da Europa, Paris. A sua forma foi apropriada para a sociedade européia daquela época. As idéias de sobrevivência do espírito, comunicabilidade e reencarnação associada à lei de progresso são as vigas mestras da doutrina espírita. Essas idéias chegarão certamente a toda a humanidade, mas sob outras formas culturais e até mesmo associadas a outras práticas. Eu creio ser impossível que outras culturas assimilem estas idéias sob a mesma forma que nós espíritas brasileiros.(t)

<[Moderador]> [10] – <Bruce> Nara Coelho – Será que essa tendência ao ” messianismo” seria uma herança das religiões dogmáticas?

<Mauro_Operti> Talvez, mas essa forma de proceder é típica de um certo primarismo religioso ou de uma religiosidade primária, conforme se queira expressar. O crescimento do espírito de tolerância e da consciência do pluralismo cultural apaga aos poucos esta visão infantil da religião.(t)

Considerações finais do palestrante:

<Mauro_Operti> Agradecemos a paciência e a boa vontade dos nossos companheiros e estamos à disposição de todos aqui no Léon Denis, pela rede, ou por carta, ou e-mail, como quiserem. Deus nos abençoe.(t)

Oração Final:

<CNumiers> Jesus amigo, agradecemos a oportunidade que nos foi oferecida do aprendizado, das lições que nos foram colocadas, que possamos assimilar o máximo esses estudos. Obrigado, Senhor. Em nome dos nossos companheiros que aqui se encontram também, encarnados e desencarnados, as falanges protetoras que nos assistiram nesses trabalhos, aos nossos amigos todos aqui presentes agradecemos a colaboração e as positivas vibrações. Que assim seja. (t)

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