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As provas de riqueza e de miséria

As provas de riqueza e de miséria

“O Livro dos Espíritos” – 814 a 816

Estudo Espírita
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor: Carlos Roberto
Rio de Janeiro – RJ
06/07/2002

Dirigente do Estudo da Noite:

Deise Bianchini – Naema

Oração Inicial:

<Safiri> Vamos nesse momento

Tranqüilizando nossos corações

E deixando todas as dores e amarguras que possam estar batendo em nossa alma, distante de nós, abrindo espaço para que o plano superior possa ser nossa luz

Nosso bálsamo curador

Vamos então, no lugar de tristezas, agradecer a oportunidade de aqui estar,

Na busca de mais um dia de aprendizado, que sempre tantas alegrias nos traz quando deixamos entrar as palavras consoladoras em nossos corações.

Agrademos então a Deus, nosso amado Pai pela oportunidade

Pedindo para que nos ilumine em mais um dia de estudos nesse ambiente virtual.

Que o Plano maior possa nos acompanhar, nessa noite

Fazendo com que as palavras aqui proferidas, nos ajude a estar mais pertinho de Jesus.

Que assim seja (t)

Mensagem Introdutória:

NEGÓCIOS HUMANOS

No capítulo das preocupações da vida humana, urge considerar que todas elas são importantes e, a rigor, não existe pergunta que não necessite de resposta, esclarecimento, informe, orientação.

De que modo menosprezar as inquietações alheias, quaisquer que sejam, sem tisnar as fontes da caridade?

Entretanto, ao lado dos assuntos puramente espirituais, temos outros propriamente vinculados ao plano físico, tão respeitáveis, aliás, quanto às questões que afetam o imo da alma, tais quais sejam:

obtenção de trabalho;

melhoria de vencimentos;

transações em perspectiva;

mudanças prováveis;

redução de prejuízos;

instalação de empresas;

dificuldades econômicas;

apoio em questões com a justiça;

reivindicações financeiras;

pacificação doméstica;

rearmonização em serviço;

condução de filhos;

amparo ao casamento;

necessidade de companhia;

solução de lutas afetivas.

Todos os temas do caminho terrestre são respeitáveis, repitamos; no entanto, sempre que te surjam no dia-a-dia, recorda que são eles os testes da escola humana em que te encontras, a fim de que aprendas a decidir e a escolher, nas trilhas da existência, e para que realizes o melhor nas tarefas de que te deves desincumbir.

Por semelhante motivo, sempre que problemas de natureza material te asfixiem no clima das tribulações terrenas, não exijas a opinião dos outros, nas responsabilidades que te dizem respeito, e sim recorre à prece,

rogando o socorro da inspiração divina para as medidas que te caiba promover ou patrocinar, de vez que, em qualquer caso de consciência, a decisão pertence a cada um de nós, com as repercussões naturais e justas, diante das leis de Deus.

Emmanuel

Do Livro: Rumo Certo

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Editora: FEB

Exposição:

<carlos_roberto> Queridos amigos,

Que a vida dê a todos, muitos motivos de alegrias, e que estas alegrias envolvam quem vocês amam e quem ama vocês também.

O assunto da noite é muito interessante, e pedimos aos amigos espirituais a humildade, a simplicidade, para que o assunto se sobressaia, explorado em seus matizes mais interessantes.

É comum que nós falemos uma porção de frases feitas sem raciocinarmos a respeito delas.

Assim sendo, pessoas existem que falam:

“Eu não pedi para nascer.”

Estas e outras frases não tem cabimento para aquele que estuda a Doutrina Espírita.

Sabemos que no outro lado da vida, na vida espiritual, outra é a nossa visão de todas as coisas.

Quanto mais conhecimento houvermos adquirido, mais percebermos a disciplina que rege o trabalho no mundo espiritual, para espíritos da nossa faixa evolutiva.

Dizemos na nossa faixa, porque em se tratando de espíritos superiores, eles não mais trafegam na disciplina, e sim na espontaneidade.

Por que pedimos para reencarnarmos em meio a situações tão difíceis?

Por que pedimos as duras provas da riqueza e da pobreza?

Claro, que o que ignora a Doutrina Espírita, poderá sorrir diante da primeira parte de nossa pergunta: “Dura prova da riqueza?”

Pobreza, dura, vá lá, é coerente, mas, riqueza?

Sabemos que do outro lado da vida, cada um vai se manter dentro da realidade da vida tal como consegue compreendê-la.

Aquele que, ainda muito preso ao mundo material, pede pelas riquezas, visando usufruir dos benefícios que elas concedem, é cônscio de que está pedindo um prova muito dura.

Mas, dura por que? O que tem de duro em iates, carrões, mansões, viagens sem fim, gastar sem preocupações de todo instante?

Dentro do princípio colocado em Mateus 16,27 “a cada um será dado segundo suas obras”, todos os que recebeis dons, se tornam responsáveis pelo uso, e pela omissão de uso dos mesmos.

A riqueza é necessária. O acúmulo de riquezas produzido, como por exemplo, na aplicação de impostos, gera o montante necessário para a execução das grandes obras.

Sabemos que se fosse feita a distribuição de todo o papel moeda existente no mundo entre todos os que nele vivem, o montante que cada um teria, não evitaria a fome, até porque os que não sabem aplicá-lo convenientemente, de forma equilibrada entre o que é necessário usar e o que se pode guardar, aplicar, estão em maioria. Rapidamente seria desfeita a igualdade.

É necessário montantes concentrados nas mãos de quem pode produzir o bem comum, para que as obras maiores possam ser realizadas.

Sabemos que a riqueza em si não se constitui em qualquer problema. Ela é neutra.

A aplicação dela é que caracteriza um bom ou mau envolvimento com a vida. Aí sim está o problema: na aplicação que fazemos do dinheiro.

Tendo o poder, a fama, a projeção, as facilidades materiais nas mãos, como nos lembrarmos de Deus?

Do esquecimento de Deus para o esquecimento do semelhante, o passo é bem curto.

Ao desencarnarmos, já desde o momento em que nos recordarmos do que fizemos e do que nos omitimos, quando podíamos ter agido, teremos conhecimento de nossas responsabilidades.

Cada dor da fome, cada desabrigo, cada doença, que poderíamos ter resolvido com o nosso supérfluo, e não o fizemos, terão um peso especial para nós.

os espíritos não existir dor maior do que a dor do remorso.

Ela bem se aplica a todos que, conforme nos ensina Jesus, tendo talentos não os multiplicou a favor do bem comum.

Do outro lado da história, está a pobreza. Enquanto a riqueza gera o orgulho, o egoísmo, o esquecimento de Deus, a miséria gera um temido, não menos perigoso adversário: a revolta.

O pobre, se não possuir uma visão mais profunda como a que a Doutrina Espirita dá, não terá quase que certamente perspectivas do futuro, certeza de sua vitória, se estiver revoltado.

Toda revolta, essencialmente é contra Deus, porque é ele que permite que as coisas acontecem, se desenvolvam.

Como espíritos que temos que adquirir as asas da sabedoria e da bondade, precisaremos desenvolver todas as potencialidades da alma. Teremos que provar mais cedo ou mais tarde  nossas forças diante das provas da riqueza e da pobreza.  (t)

Perguntas/Respostas:

01.  <Babij> Podemos dizer que o rico tem mais tentações?

<carlos_roberto> A pergunta é boa.

Sim. As tentações que envolvem o rico são maiores, porque maiores são suas perspectivas, em função do conhecimento do que pode o dinheiro, o poder, a fama. (t)

02. <Safiri> Como neutralizar o sentimento materialista de dentro de nós, que sempre nos impulsiona a consumir mais e mais, buscando estar próximo de Deus, mas também buscando viver de uma forma tranqüila na terra? Acha que essa combinação é possível sem q afete nossa busca pela evolução? (t)

<carlos_roberto> Muitas alegrias nos caminhos de sua vida, Safiri.

Vamos por partes.

Para que busquemos consumir menos, precisamos nos conscientizar de que a mídia tem como função básica relativamente ao comércio, de nos transformar  em consumidores burros.

Pode parecer forte, mas somos levados a considerar que é imprescindível comprar, por exemplo, a calça ou o sapato que está na moda, para não ficarmos fora do nosso grupo.

Comprar o que precisamos quando precisamos e conforme podemos pagar, salvaguarda as prioridades essenciais de nossa vida, constitui atestado de maturidade.

Buscar viver próximo de Deus e viver de uma forma tranqüila na Terra, controlando o sentimento materialista em nós, é possível sim.

Vivenciamos de uma forma tranqüila na Terra, sem transformarmos coisas dispensáveis, adiáveis em imprescindíveis.

Se soubermos atender com conforto as nossas necessidades básicas, como faremos para estarmos ao mesmo tempo juntos de Deus?

Não esquecendo das necessidades alheias, por vezes muito maiores do que as nossas.

Neste equilíbrio entre o ter o necessário e distribuir parte do que exceda, teremos a convergência, de viver com relativo conforto e ao mesmo tempo servir a Deus.

03. <Stone_> No texto introdutório, Emmanuel diz: “Por semelhante motivo, sempre que problemas de natureza material te asfixiem no clima das tribulações terrenas, não exijas a opinião dos outros, nas responsabilidades que te dizem respeito, e sim recorre à prece,…” Onde se encaixa o atendimento fraterno, tão importante nos nossos momentos de dúvidas e angústia, se ele afirma que devemos silenciar?

<carlos_roberto> Compreendemos que o espírito da resposta esta baseado no trecho que diz “não exijas a opinião dos outros, nas responsabilidades que te dizem respeito, …’

No Atendimento Fraterno, trabalho voluntário e gratuito, não existe a figura da exigência da nossa opinião,  relativamente a responsabilidade de quem nos pede orientação.

Não somos exigidos, até porque por princípio, dentro do escopo do trabalho é que surgem as perguntas, e nos respondemos porque queremos. Então, onde a exigência?

Depois, no Atendimento Fraterno, busca-se colocar os princípios doutrinários em muitas das respostas, e aí já não há a nossa opinião.

Como o Atendimento Fraterno se caracteriza por sugerir caminhos, tentar mostrar diversos pontos de vista, cabe sempre a quem nos procura  escolha dos caminhos a trilhar, o que demonstra que não estamos ligados a responsabilidade da decisão tomada.

04. <A_Guiar> Jesus disse nem só de pão vive o ser humano, em outras palavras fica claro que devemos nos nutrir das espirituais, pois o verdadeiro alimento é o alimento espiritual.

<carlos_roberto> Jesus nos diz que, enquanto possuidores temporários de um corpo carnal, precisamos do alimento material,  mas, que, eternamente espíritos, precisamos nos preocupar em fortalecer o nosso verdadeiro EU, com os alimentos da alma: caridade, compreensão, apoio as dores alheias, etc.

Oração Final:

<Adrianabcm> Amado Pai,  nós te reconhecemos a grandeza e sabedoria
em nos dar de acordo com nossas necessidades;  nós te somos muito gratos por
recebermos em misericórdia o que muitas vezes não somos dignos;

nós te amamos como filhos teus e nos sentimos amados através de tua bondade infinita!

Mantenha, Pai, nossos olhos abertos a fim de estarmos sempre vigilantes quanto
às nossas reais necessidades enquanto encarnados

Ajuda-nos a apreciar as coisas que nos aproximam de Ti e da espiritualidade maior.

Que através do nosso esforço próprio e de Sua sabedoria, possamos crescer, e
vencer as provas que povoam nossa estrada

Abençoa-nos, pai, hoje e sempre! Assim seja!