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Separação da Alma e do Corpo

Separação da alma e do corpo

“O Livro dos Espíritos” – Questões 154 a 162

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor: Deise Bianchini – Naema
Mato Grosso do Sul
01/07/2000

Dirigente do Estudo:

Mauro [MBueno]

Oração Inicial:

Senhor, ensina-nos:
a orar sem esquecer o trabalho;
a dar sem olhar a quem;
a servir sem perguntar até quando;
a sofrer sem magoar seja a quem for;
a progredir sem perder a simplicidade;
a semear o bem sem pensar nos resultados; a desculpar sem condições;
a marchar para frente sem contar os obstáculos; a ver sem malícia;
a escutar sem corromper os assuntos;
a falar sem ferir;
a compreender o próximo sem exigir entendimento; a respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração; a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxa de reconhecimento. Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades. Ajuda-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir-te os desígnios onde e como queiras, hoje agora e sempre. Emmanuel

Mensagem Introdutória:

Na Grande Transição

Ouve a própria consciência, seja qual for a idéia religiosa a que te filias, e perceberás que nasceste para realizar o melhor. Colocando, assim, no trono da razão, ante os elementos inferiores que te servem, humildes, olvida a sombra para que a luz te favoreça. Dir-se-ia que o próprio Senhor criou a noite como exaustor das inquietações do dia, para que o homem, cada manhã, consiga reaprender e recomeçar. Todas as energias que sustentam a Terra esquecem todo o mal, buscando todo o bem.

Apesar dos profetas do pessimismo, bulcões ameaçadores transformam-se, na hora da tempestade, em lagos volantes, acalentando a gleba sedenta; fontes de longo curso atravessam as garras pontiagudas da rocha, convertendo-se em padrão de pureza; pântanos drenados deitam messes de reconforto e árvores podadas multiplicam a produção. Tudo é serviço por toda parte.
Por muitas sejam as tuas dores, repara o mundo em que a Divina Bondade te situa a existência e deixa que a vida te renove a esperança. Na grande transição

E quem realiza o melhor desconhece o que exprima ofensa ou descaridade, porque a ofensa é espinho da ignorância e a descaridade é chaga da delinqüência, que somente a educação e o remédio conseguirão liquidar. Desse modo, ainda mesmo que a maioria te escarneça o propósito de bem fazer, perdoa sempre e faze o bem que possas. Dotes de espírito e afeições preciosas, autoridade e influência, títulos e haveres são talentos emprestados que devolverás na hora prevista. Tudo aquilo que desfrutas é depósito santo. O tempo que te traz hoje a oportunidade presente será amanhã o portador do minuto necessário à grande transição que a morte impõe sempre a justos e injustos…

E, na grande transição, o bem que houveres feito, muitas vezes superando sacrifícios e trevas, ser-te-á o orvalho fecundante depois da nuvem, a água pura acrisolada na pedra, o ramo virente a destacar-se do lodo e o fruto opimo a pender do tronco dilacerado. Segue, pois, ao clarão do bem, para que o crepúsculo das forças físicas te descerre a senda estrelada. Não digas que tens o lar à feição de penitenciária, que te falta a compreensão alheia, que não dispões de recursos para ajudar ou que sofres inibições invencíveis. Recorda que, certo dia, um anjo transfigurado em homem subiu agressivo monte, sentenciado à morte sem culpa, mas, em razão de haver aceitado a cruz, por amor de todos, embora desolado e sozinho, clareou para sempre a rota do mundo inteiro. Emmanuel

Do Livro: Religião dos Espíritos
Editora: FEB
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Exposição:

<Naema> Boa noite amigos

Ao encarnar o Espírito liga-se à matéria através de seu perispírito. Na cessação da vida orgânica, quando ocorre a morte, o corpo não oferece mais condições para que o Espírito o anime. Kardec nos diz, em “O Céu e o Inferno”, II parte, Cap. I, n.º 4 e 5, que: ” A extinção da vida orgânica acarreta a separação da alma em conseqüência do rompimento do laço fluídico que a unia ao corpo, mas essa separação nunca é brusca. O fluido perispiritual só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, de sorte que a separação só é completa quando não reste um átomo do perispírito ligado a uma molécula do corpo.

” Nesse momento, do desencarne, ocorre o desligamento gradual dos laços fluídicos, que prendiam o perispírito ao corpo, e o Espírito, liberto, retorna ao mundo espiritual. Segundo Therezinha Oliveira, Iniciação ao Espiritismo, p. 108: ” Logo após a desencarnação, o Espírito entra em um estado de perturbação espiritual. Como estava acostumado às impressões dos órgãos dos sentidos físicos, fica confuso, como quem desperta de um longo sono e ainda não se habituou, de novo, ao ambiente onde se encontra. A lucidez das idéias e a lembrança do passado irão voltando, à medida que se destrói a influencia da matéria”. Como os Espíritos encarnados estão em diferentes estágios evolutivos, e considerando-se os diferentes tipos de morte que podem ocorrer, o desligamento entre a alma e o corpo físico não é igual para todos os casos. E mesmo as sensações experimentadas não são as mesmas.

A morte será tão mais dolorosa ao Espírito quanto maior for seu apego à matéria, e quanto mais estiver desprendido das coisas humanas mais fácil será. ” A ignorância, qualquer que seja ela, é geradora do medo. E o medo já consiste num tipo de sofrimento, uma enorme barreira que se antepõe ao Espírito, no momento do desencarne. Mister se faz, pois, combater o medo pela raiz, a ignorância. Ou como nos ensinou Jesus:

– Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres – E é ainda o Espiritismo que vem ensinar que, dependendo da elevação alcançada pelo Espírito, o instante da morte pode, ou não, ser doloroso, e que os sofrimentos, algumas vezes experimentados, são um bálsamo para o Espírito, que vê chegar o momento supremo de sua libertação.” ( FEESP – Curso Básico de Espiritismo, 1.º ano, p.85 ). Tomando como base os casos típicos de desencarne, lembrando que entre cada um ocorrem variantes em diversos graus, poderíamos resumir da seguinte forma: a. Velhice: a energia vital do corpo foi-se esgotando aos poucos, por isso o desprendimento torna-se fácil e opera-se sem abalo, podendo o Espírito superar logo a fase de perturbação.

b. Doença prolongada: como no caso anterior, podendo o Espírito preparar-se psicologicamente, podendo mesmo ir-se ambientando ao mundo espiritual, que pode vislumbrar. Podemo-nos lembrar de casos relatados onde pacientes terminais visualizam e até conversam com entes queridos que os precederam no mundo espiritual. c. Mortes violentas: a coesão entre perispírito e corpo está em seu auge, ocorre uma ruptura que pode causar sofrimento ao Espírito e a perturbação tende a ser maior. d. Suicídio: como no caso anterior a ligação entre perispírito e corpo é forte, e o rompimento dos laços dos laços de união é brusco. A perturbação é grande, pois vê-se ainda vivo e percebe que não se livrou dos problemas que o levou ao ato, pelo contrário, eles foram até aumentados.

O Espírito sentir-se-á preso ao corpo que se decompõe, o que lhe causará dolorosas impressões. Kardec nos observa, em relação à morte violenta,, LE, cap. II, q. 162: ” Se não perdeu esta consciência antes do suplício, pode conservá-la alguns instantes, que são de breve duração, e que cessa necessariamente com a vida orgânica do cérebro, o que não quer dizer que o perispírito esteja inteiramente desligado do corpo.

Ao contrário, em todos os casos de morte violenta, quando ela não resulta da extinção gradual das forças vitais, os laços que prendem o corpo ao perispírito são mais tenazes, e o desligamento completo é mais lento.” Therezinha Oliveira, na obra citada, p. 110, nos diz: ” A bondade divina, que sempre prevê e provê o que precisamos, também não nos falta na desencarnação. Por toda parte, há Bons Espíritos que, cumprindo os desígnios divinos, se dedicam à tarefa de auxiliar na desencarnação os que estão retornando à vida espírita.

Alguns amigos e familiares ( desencarnados antes ) costumam vir receber e ajudar o desencarnante na sua passagem para o outro lado da vida, o que lhe dá muita confiança, calma e, também, alegria pelo reencontro. Todos receberão essa ajuda, normalmente, se não apresentarem problemas pessoais e comprometimento com Espíritos inferiores. Em caso contrário, o desencarnante, à vezes, não percebe nem assimila a ajuda ou é privado dessa assistência, ficando à mercê de Espíritos inimigos e inferiores, até que os limites da lei divina imponham um basta à ação destes e o Espírito rogue e possa perceber a ajuda espiritual.” Para finalizar a exposição vou colocar dois depoimentos de Espíritos que desencarnaram em diferentes situações ( 1. Espíritos felizes, 2. Suicidas ), tais depoimentos foram retirados de ” O Céu e o Inferno, Allan Kardec, segunda parte, exemplos:

1. O Sr. Jobard era presidente honorário da Sociedade Espírita de Paris e tratava-se de o evocar, na sessão de 8 de novembro, quando, antecipando-se ao nosso desejo, espontaneamente deu a seguinte comunicação: “Aqui estou eu a quem íeis evocar, manifestando-me por este médium que até agora tenho solicitado baldamente. Antes de tudo desejo descrever as minhas impressões por ocasião do meu desprendimento: senti um abalo indizível; lembrei-me instantaneamente do meu nascimento, da minha juventude, da minha velhice; toda a minha vida se me retratou nitidamente na memória.

Eu sentia apenas um como piedoso desejo de me achar enfim nas regiões reveladas pela nossa crença. Depois, o tumulto serenou: eu estava livre e o meu corpo jazia inerte. Ah! meus caros amigos, que prazer se experimenta sem o peso do corpo! quanta alegria no abranger o Espaço! Não julgueis, no entanto, que me tenha tornado repentinamente um eleito do Senhor; não, eu estou entre os Espíritos que, tendo aprendido um pouco, muito devem aprender ainda. Não tardou muito que de vós me lembrasse, irmãos de exílio, e asseguro-vos toda a minha simpatia, todos os meus votos vos cercam.

“Quereis saber que Espíritos me receberam? quais as minhas impressões? pois bem, amigos, foram todos os que evocamos, todos os irmãos que compartilharam dos nossos trabalhos. Eu vi o esplendor, mas não posso descrevê-lo. Apliquei-me a discernir o que era verdadeiro nas comunicações, pronto a contraditar tudo que fosse errôneo, pronto a ser o cavaleiro andante da verdade neste mundo, tal como o fui no vosso. Jobard.”

2. A seguinte comunicação foi dada espontaneamente, em uma reunião espírita no Havre, a 12 de fevereiro de 1863: “Tereis piedade de um pobre miserável que passa de há muito por cruéis torturas?! Oh! o vácuo… o Espaço… despenho-me… caio… morro… Acudam-me! Deus, eu tive uma existência tão miserável… Pobre diabo, sofri fome muitas vezes na velhice; e foi por isso que me habituei a beber, a ter vergonha e desgosto de tudo. “Quis morrer, e atirei-me… Oh! meu Deus! Que momento! E para que tal desejo, quando o termo estava tão próximo?

Orai, para que eu não veja incessantemente este vácuo debaixo de mim…. Vou despedaçar-me de encontro a essas pedras! Eu vo-lo suplico, a vós que conheceis as misérias dos que não mais pertencem a esse mundo. Não me conheceis, mas eu sofro tanto… Para que mais provas? Sofro! Não será isso o bastante? Se eu tivera fome, em vez deste sofrimento mais terrível e aliás imperceptível para vós, não vacilaríeis em aliviar-me com uma migalha de pão. Pois eu vos peço que oreis por mim… Não posso permanecer por mais tempo neste estado… Perguntai a qualquer desses felizes que aqui estão, e sabereis quem fui. Orai por mim. François-Simon Louvet.”

Perguntas/Respostas:

01<_Celinha_> Veja. A condição moral da pessoa é suficiente para eliminar ou ao menos atenuar a confusão que se segue à morte? Digo isso porque condição moral é diferente de conhecimento sobre a vida depois da morte.

<Naema> Sim. Acreditemos ou não nessa continuidade A evolução moral nos dá um maior desapego das coisas do mundo o que facilita em muito a passagem para o mundo espiritual Para aqueles que não tiverem o conhecimento Espírita, que tenta nos preparar para esse momento, restará a surpresa da continuidade e a alegria do reencontro

02<_Celinha_> se a pessoa viveu moralmente de forma correta, mas é ateu por exemplo, terá muito sofrimento depois da morte?

<Naema> E por que teria?

Tudo depende de nossos compromissos o amparo que teremos nesse momento
Ficarmos à mercê de inimigos espirituais implica em tê-los feito se levarmos uma
vida reta, dentro de preceitos morais, quaisquer que seja nossa crença estaremos
nos preparando para um bom recolhimento e recebimento no Mundo Espiritual

03 <CelinhaPalestra> o despreendimento violento faz com que o espírito
ainda retenha energia vital consigo? Isso poderá atrair vampirizadores da
Erraticidade?

<Naema> Sim, segundo a literatura complementar isso pode ocorrer.

04 <Solmar> O que são vampirizadores da Erraticidade?

<Naema> são espíritos com pouco grau evolutivo, que devido ao apego à
matéria, ainda sentem necessidade dessa energia que é liberada Da mesma forma
que espíritos que desencarnaram no vício, e ainda não foram resgatados procuram
suprir sua necessidade aproximando-se de nós e aproveitando-se de nossos vícios
já que, por não terem mais o corpo físico não conseguem se satisfazer por si
mesmos. São como vampiros que sugam nossas energias por isso a denominação de
vampirizadores, é apenas uma comparação Por isso nunca esquecer do orar e
vigiar, porque até os maus pensamentos podem ser alimento para aqueles que se
aproveitam de nossas sensações, sentimentos e vícios

05 <CelinhaPalestra> Hummm. Veja Naema a seguinte situação: desencarnação
próxima. O que a família poderá fazer para que o desligamento não gere
sofrimento se o próprio que está para desencarnar é ateu e não acredita em nada?
Nem em Deus e nem na vida depois da morte.

<Naema> Oração é sempre o melhor remédio mesmo que a pessoa não acredito, ou
diga que não acredite, ela receberá esse conforto Eu estava lendo uma estorinha,
para complementar a palestra e acabei não colocando, vou resumi-la, embora não
seja realmente sobre uma pessoa que não acreditasse em nada Era de religião
diferente da espírita, estava em um hospital, acompanhando um parente que estava
à morte

Um trabalhador espírita foi chamado por outro parente, para aplicar um
passe e chegando ao hospital foi recebido com muita reserva por essa pessoa que
desculpando-se, mas não aceitando a presença, agradeceu e falou que era de outra
religião e não queria a aplicação do passe O companheiro entendeu a posição, mas
achou que havia um motivo para sua presença ali Virou-se para os outros leitos e
sugeriu que fizessem uma prece coletiva para todos os doentes e necessitados,
como todos aceitaram, fez a prece , que é lindíssima, mas não vou transcrever o
ambiente como que mudou, trazendo uma harmonia maravilhosa,a pessoa que estava
contra o passe, agradeceu muito e convidou o companheiro a voltar quando
quisesse Em resumo, façamos a nossa parte com certeza a ajuda virá

06 <CelinhaPalestra> Você nem imagina o conforto dessas palavras minha
cara… obrigada a história é muito boa. Depois poderia nos passar a prece?

<Naema> Sim, copio depois mando.

Oração Final:

<CelinhaPalestra> Deus nosso Pai de Infinito
Amor e Bondade.. Esta noite estivemos reunidos para falar das tuas coisas, das
tuas leis.. queremos lhe dizer Pai, que embora ainda não saibamos aplicar
completamente.. estes ensinamentos já são em nossas vidas um bálsamo de luz e
esperança… Por isso, pela oportunidade de estarmos aqui reunidos em ambiente
tão fraterno.. é que lhe dizemos do fundo de nossos corações.. Muito Obrigada
Pai amorosos… pela Vida, pela Paz e pelas oportunidades benditas.. de todos os
dias sermos os seus filhos. Que a luz nos acompanhe a todos.. e ilumine nossa
consciências para todo o sempre. Que assim seja, com a Graça de Deus.