Teus Encargos
Livro “Segue-me!…”
Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Expositora: Márcia Cordeiro
Rio de Janeiro – RJ
28/12/2002
Dirigente do Estudo da Noite:
Deise Bianchini
Oração Inicial:
<Naema> Senhor amado,
que possamos nesses momentos em que nos encontramos recebermos todos os benefícios que a prece e o estudo podem nos trazer que sejamos amparados, e tenhamos nossos corações abertos à palavra edificante que nos exemplifica e nos leva a procurar a melhoria de nós mesmos,
de nossos próximos, e de nossos amigos espirituais Que possamos nos unir em entendimento
Que a fraternidade possa habitar cada coração Ampara-nos , sempre, Mestre querido
Que assim seja!
Mensagem Introdutória:
TEUS ENCARGOS
“… Sede vós perfeitos como perfeito é o nosso Pai Celestial.” – Jesus (Mateus, 5:48)
Cada qual de nós, conforme as leis que nos regem, se encontra hoje no lugar certo, com as criaturas adequadas e nas circunstâncias justas, necessárias ao trabalho que nos compete efetuar, na pauta de nosso próprio merecimento. Observa os encargos que te honorificam a existência como sendo, desse modo, atividades de alta significação em teu benefício, porquanto se erigem todos eles em tope de realização a que, por enquanto, te podes consagrar. Seja em casa ou na oficina, no grupo de serviço ou na tela social, és uma peça consciente na estrutura da vida, desfrutando a possibilidade de criar, agir, colaborar e fazer, na elevação da própria vida. “Sede perfeitos como é perfeito nosso Pai Celestial” – exortou-nos Jesus. Pensemos nisso, melhorando-nos sempre.
Sem dúvida que outros conseguem substituir-te no trabalho a que te entrosas; no entanto, em se tratando de ti, é justo recordes que Deus nos fez, a todos, espíritos imortais com o dever de aprimorar-nos até que venhamos a identificar-nos inteiramente com o seu infinito amor, conservando embora, em todo tempo e em qualquer parte, a prerrogativa de seres inconfundíveis da criação. Teus encargos – tuas possibilidades de acesso a planos superiores. Realmente nós – os espíritos em evolução nas vias terrestres – estamos ainda muito distantes da angelitude; entretanto cada um de nós, onde estiver, poderá, desde agora, começar a ser bom.
Emmanuel
Do Livro: Segue-me
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: O CLARIM
Exposição:
<Marcia_Cordeiro> Que possamos aproveitar a meditação em torno do evangelho e da doutrina espírita para o nosso fortalecimento. Observemos o significado do vocábulo encargos, segundo o dicionário. ENCARGO(S) = (dicionário) Obrigação de responder pelos próprios atos ou pelos de outros ( que estejam sob nossa responsabilidade); Condição do que está sujeito a responder por certos atos e sofrer-lhes as conseqüências. A compreensão de ” ENCARGOS” inclui as noções de RESPONSABILIDADE, INCUMBÊNCIA, DEVER. Porém o Benfeitor Emmanuel ressalta o aspecto de DIGNIFICAÇÃO dos “encargos”.Lembra-nos que os “encargos” são “atividades de alta significação” em nosso benefício. Como compreender esses aspectos de nossos deveres? Com freqüência consideramos nossos “encargos” como espinhosos deveres! Gostaríamos de nos ocupar exclusivamente de nossos prazeres!! A leitura da Doutrina Espírita nos facilita a compreensão dessas noções. “Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?” “São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada.” (LE 114) “Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus?” “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns, aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros, só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.” E por isso que a mensagem considera os deveres da existência humana como ” atividades de alta significação”, por que todas são destinadas a promoção do nosso progresso. E o valor do trabalho para o Espírito em busca de evolução e felicidade. Essa busca é efetuada pelo cumprimento do dever. ” O dever é o conjunto das prescrições da lei moral, a regra de conduta do homem nas suas relações com seus semelhantes e com o Universo… O dever tem formas múltiplas. Há o dever para conosco, que consiste em respeitar-nos, em governarmo-nos com sabedoria, a querer, a realizar apenas o que é digno, útil e belo. Há o dever profissional, que exige que cumpramos com consciência as obrigações a nosso cargo. Há o dever social, que nos convida a amar os homens, a trabalhar por eles, e servir ao nosso país e a humanidade. Há o dever para com Deus. O dever não tem limites. Pode sempre fazer melhor, e é na imolação de si mesmo que o ser encontra o meio mais seguro de se engrandecer e de se depurar (LÉON DENIS – DEPOIS DA MORTE). Esses conceitos doutrinários nos auxiliam a compreender: “Cada qual de nós, conforme as leis que nos regem, se encontra hoje no lugar certo, com as criaturas adequadas e nas circunstancias justas, necessárias ao trabalho que nos compete a efetuar, na pauta de nosso próprio merecimento.” Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa a meta que lhes foi assinada.Outros só suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade. (LE 115).
Na obra CAMINHO, VERDADE E VIDA , EMMANUEL chama atenção para o nosso comportamento queixoso e insatisfeito. Diz ele que a maioria de nós revoltasse contra um gênero de trabalho que recebeu nesta existência. Ensina-nos que o nosso problema não é de gênero de tarefa, mas sim de falta compreensão da oportunidade recebida. Diz ainda que a preguiça inconsciente e o desejo de conservar o que é inútil e ruinoso, herança do pretérito obscuro, trabalham contra nós, permitindo abandono de oportunidades de elevação e progresso. (lição n° 4 – trabalho). E preciso valorizar, de modo consciente, nossa participação em qualquer setor da atividade humana. E imperioso não abandonarmos a “possibilidade de criar, agir, colaborar e fazer, na elevação da própria vida.” E preciso não esquecer o dever de buscar nosso aprimoramento até a perfeição. Outro valor a considerar é o tempo.
“A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo. Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus. … De modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstancias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual. …” (CAMINHO, VERDADE E VIDA – EMMANUEL – LICÃO N° 1 – O TEMPO). Embora tenhamos a eternidade para conquista da perfeição é necessário valorizar o tempo e as oportunidades para a elevação. Não devemos permanecer em repetições infindáveis das mesmas lições. E necessário aproveitarmos as lições diárias. Desse modo é necessário meditarmos sobre o entusiasmo na execução dos deveres que recebemos a nosso beneficio. Família complicada? Oportunidade de desenvolvimento da pacificação. Dificuldades na luta pela subsistência? Oportunidade de aprendizado da simplicidade. Solidão? Oportunidade de auto-conhecimento. Dificuldades com a saúde? Oportunidade de exercício da disciplina. … Todos os nossos encargos encerram lições de espiritualização e trazem possibilidades de acesso a planos superiores, de entendimento da LEI DIVINA. Muitas vezes não compreendemos como “aceitamos” certos encargos. Relembremos as questões do Livro dos Espíritos: “Quando o Espírito goza do livre-arbítrio a escolha da existência corporal dependerá sempre exclusivamente de sua vontade, ou essa existência lhe pode ser imposta, como expiação, pela vontade de Deus? Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Todavia, pode impor certa existência a um Espírito, quando este, pela sua inferioridade ou má-vontade, não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, e quando vê que tal existência servirá para a purificação e o progresso do espírito, ao mesmo tempo que lhe sirva de expiação.(LE 262 a).” “Não parece natural que se escolham as provas menos dolorosas? Pode parecer-vos a vós; ao Espírito, não. Logo que este se desliga da matéria, cessa toda ilusão e outra passa a ser a sua maneira de pensar.(LE 266 ).” Nossos encargos tanto podem ser provas ou expiações, mas, sempre se constituem para a nossa evolução. Concluindo relembremos as idéias de LÉON DENIS: “A prática constante do dever leva-nos ao aperfeiçoamento. Para acelerá-lo, convém, primeiro, estudar a nós mesmos com atenção, submeter nossos atos a um controle escrupuloso.Não se poderia remediar o mal sem conhecê-lo. Podemos até estudar-nos nos outros homens. Se algum vicio, algum defeito deplorável, neles choca-nos, procuremos com cuidado saber se não existe em nós um gérmen idêntico, e , descobrindo em nós, apliquemo-nos em extirpá-lo. Consideremos nossa alma naquilo que, realmente, ela é ,quer dizer, uma obra admirável, mas muito imperfeita, cujo dever é o de embelezá-la e orná-la incessantemente. Esse pensamento de nossa imperfeição tornar-nos-á mais modestos, afastará de nós a presunção, a tola vaidade. … Possamos dizer-nos ao final de cada dia: Fiz algo de útil, tive algum sucesso sobre mim mesmo, socorri, consolei infelizes, esclareci meus irmãos, trabalhei para torna-los melhores; cumpri meu dever!”( LÉON DENIS DEPOIS DA MORTE). Que a meditação nesses conceitos doutrinários nos forneça bom animo para o desempenho de nossos encargos.
Perguntas/Respostas:
01 <Mirandum> Se vivemos num mundo ainda de muito sofrimento, já passamos por experiências várias de prazer e alegrias. Como classificar esses momentos: Seriam pré-sentimentos do mundo futuro ou meros prêmios pelas atitudes presentes?
Marcia_Cordeiro> Estamos educando nossa sensibilidade. O que nos proporciona prazer e alegrias varia no tempo, com as nossas disposições, com a nossa maturidade, etc… São sentimentos que estamos construindo, à medida que crescemos em sensibilidade. Sintonizando com noções e espiritualizadas sutilizamos as experiências de prazer e alegria.Passamos também a considerar sofrimento de outro ponto. Dor é o afastamento da LEI DIVINA e, não a impossibilidade de satisfazermos nossos desejos. (t)
02 <Marcio_Alves__> A submissão que devemos ter as situações que a atual reencanação nos proporciona não pode ser considerada acomodação por alguns?
<Marcia_Cordeiro> este comportamento é característicos dos espíritos rebeldes. A questão 614 de o livro dos espíritos nos ensina que o homem só é infeliz quando se afasta da lei divina. A submissão à LEI é resultado da compreensão da paternidade divina. Qual o pai que usaria junto a seus filhos, métodos “deseducativos” ? Recordemos a anotação evangélica: ” Se sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso PAI.”
Oração Final:
e<Mirandum> Pai querido, nosso amado Creador! Neste último estudo do ano tivemos a oportunidade de aprendermos mais um pouco sobre as maneiras como se manifestam em nossas vidas o Teu maravilhoso amor! Que as Tuas bênçãos se manifestem em nossas vidas, de modo que possamos, estudando sempre, aprofundar nas coisas do espírito e deixar, pouco a pouco as coisas negativas da matéria! Que a Tua luz nos seja companheira de jornada hoje e sempre, de modo que enxerguemos cada dia mais longe, nos encarregando com responsabilidade de nossos encargos, vencendo-os e transformando-os em alegria permanente em nossas vidas! Obrigado pelas oportunidades de crescimento intelectual deste ano que vai terminando e nos conceda aprender muito mais no que se iniciará! Obrigado Pai!
Amem!