O exame espiritual, feito por vidência, tem a vantagem de facilitar aos
entrevistadores a possibilidade de terem o resultado das avaliações no mesmo dia
da entrevista.
A reunião destinada às observações pela vidência acontecerá concomitante às
entrevistas na casa espírita. Ela será aberta com um estudo evangélico (feito de
preferência com o Evangelho Segundo o Espiritismo).
A duração desses estudos será de 30 minutos e sua finalidade, como afirmamos
acima, é a de edificar o ambiente e os aspectos morais de todos os
participantes.
Terminado o trabalho da evangelização, será dado início às observações, com a
introdução no recinto de um paciente por vez. Na sala de exame haverá um
auxiliar que se encarregará de dar passe no paciente, enquanto ele é observado.
As observações serão anotadas numa guia de exames que será emitida na sala de
entrevistas. Esses apontamentos voltarão para os entrevistadores que farão a
avaliação de cada caso e prescreverão o procedimento terapêutico.
Em nenhuma circunstância o paciente terá acesso aos apontamentos feitos pelo
vidente na guia de exame ou na sua ficha pessoal. Essas informações são de
propriedade da sociedade espírita e não poderão ser reveladas a pessoas
estranhas.
Na guia de apontamentos, o vidente vai escrever sobre o que viu ao lado do
paciente, sendo desnecessário fazê-lo na íntegra.
Ele fará um resumo do que viu, fazendo anotações tais como: “Observamos um
Espírito sofredor ao lado do paciente. Tive a impressão de ser um parente dele”,
“Vimos um Espírito escuro próximo do paciente”; “Observamos imagens com velas
acesas”; “Existe um Espírito de terreiro perto do paciente”, “Notamos um
Espírito junto do paciente, querendo vingar-se dele”; “Tive a intuição de que o
paciente tem uma vida moral desregrada” etc.
Quando o vidente possuir boa intuição ele poderá anotar algum detalhe que lhe
parecer pertinente na guia de observações.
3.0 – Princípios do tratamento
Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, assim se manifesta
sobre os mecanismos da obsessão e seus princípios de tratamento:
“Assim como as doenças são resultados das imperfeições físicas, que tornam o
corpo acessível às influências perniciosas do exterior, a obsessão é sempre o
resultado de uma imperfeição moral, que dá acesso a um mau Espírito. A uma causa
física opõe-se uma força física; a uma causa moral., é necessário opôr-se uma
força moral. Para preservar das doenças, fortifica-se o corpo; para garantir
contra a obsessão, é necessário fortificar a alma. Disso resulta que o obsedado
precisa trabalhar para sua própria melhoria, o que na maioria das vezes é
suficiente para o livrar do obsessor, sem socorrer-se de outras pessoas. Esse
socorro se torna necessário, quando a obsessão degenera em fascinação e
subjugação, porque o paciente perde, por vezes, a sua vontade e o seu livre
arbítrio” – (Capítulo 28:81).
Para se curar uma doença física, o médico deve examinar o caso de modo a
descobrir quais os motivos que levaram ao aparecimento da enfermidade. Depois do
diagnóstico, ele prescreve o tratamento clínico ou cirúrgico, segundo um
julgamento lógico e científico. Mais tarde, avaliará os resultados pondo fim ao
tratamento, ou dando continuidade a ele, se necessário for.
Na terapêutica destinada ao tratamento da obsessão, pode-se proceder com
metodologia parecida, já que as causas dos distúrbios obsessivos são
diversificadas e instalam-se na mente do obsediado por causa de uma fraqueza ou
falha existente no seu organismo moral.
O primeiro passo será fazer uma pesquisa em torno da vida do paciente,
procurando detectar os principais vetores comportamentais por onde está atuando
a obsessão. Como se viu no capítulo “Diagnóstico da Obsessão”, isso poderá ser
feito através da entrevista e de exames mediúnicos. A partir daí se tomarão os
procedimentos terapêuticos que se julgar mais conveniente ao sucesso do
tratamento. No Espiritismo o principal remédio é a instrução moral dada do
enfermo e ao Espírito que o atormenta.
3.1 – Aspectos morais do paciente:
A Doutrina Espírita ensina que a evangelização (orientação moral) é
fundamental na recuperação dos obsedados. No entanto, deve-se ter o cuidado para
que essa idéia não seja radicalizada a ponto de não se querer ajudar os que não
querem estudar o Espiritismo. Alguns dirigentes pensam que evangelizar é fazer
com que o indivíduo matricule-se em cursos espíritas, ou que freqüente o centro
durante alguns anos para melhorar-se. É evidente que isso seria o desejável, mas
a maioria dos seres humanos não carrega consigo tanta vontade de evangelizar-se,
nem de se dedicar ao trabalho com Jesus.
A questão é a seguinte: uma pessoa que não tenha muito interesse pelas coisas
divinas pode ser ajudada pela equipe de desobsessão? O bom-senso diz que sim,
que o socorro não pode ser negado a ninguém que procure a casa de caridade para
ser amparado. Quando o Cristo esteve na Terra, realizava suas curas sem nada
exigir ou perguntar de que crença os doentes eram. Simplesmente indagava se o
enfermo tinha fé e se acreditava que poderia ser curado. Encontrando tais
convicções, o Mestre fazia sua desobsessão e cura dos perturbados, pois sabia
que essa ajuda espiritual mais tarde contribuiria para o despertar das
consciências. Aos pecadores, aconselhava-os a não errar mais. Nos centros
espíritas pode-se perfeitamente fazer o mesmo. Curar, sem exigir nada em troca.
Se o paciente, depois de curado, quiser seguir outro caminho religioso, não se
deve impedi-lo. O Espiritismo não é uma doutrina exclusivista. Mais tarde, o
paciente acabará sendo reconduzido ao encontro com a verdade do Consolador.
A desobsessão não exige do enfermo que atinja o grau de “santidade” para que
seja liberto do seu obsessor. Às vezes, basta que ele mude algumas atitudes
perante a vida ou sua maneira de ver certas coisas para que a libertação
aconteça. A experiência o tem demonstrado.
Existem casos em que a cura é demorada e outros onde não se conseguem
resultados satisfatórios.
Mas a maioria das enfermidades obsessivas pode ser aliviada e mesmo curada em
tempo que varia de 30 a 90 dias de tratamento.
4.0 – Técnicas de desobsessão
Alguns estudiosos do Espiritismo afirmaram que não existem técnicas para se
tratar da obsessão e chegaram a depositar nas mãos dos Espíritos ou do tempo, a
solução de casos, que se classificavam desde os mais comuns, até os mais graves
na patologia obsessiva. Como veremos, as coisas não são tão simples assim.
Existem fatores e providências que precisam ser observados nesse procedimento
terapêutico, para que se consiga libertar definitivamente uma pessoa obsedada do
seu obsessor. A isso denominamos técnicas de desobsessão.
A desobsessão envolve uma série de condutas tendo em vista livrar o obsediado
de sua prisão mental.
A técnica básica do tratamento da obsessão fundamenta-se na doutrinação dos
Espíritos envolvidos, encarnados e desencarnados. Doutrinar, significa instruir
em uma doutrina. É isso que se vai fazer com o paciente, com sua família, se
necessário, e com o Espírito que lhe atormenta. Atualmente o termo “doutrinar”
vem sendo mudado por “esclarecer”, que na verdade é a mesma coisa. Tudo uma
questão de forma.
4-1 – Doutrinação do obsediado (indireta e direta):
Allan Kardec afirma que a pessoa obsedada precisa trabalhar para seu
melhoramento moral e, diz textualmente, que a cura de quase todos os casos de
obsessão têm solução através desse esforço. Portanto, a equipe de desobsessão
deverá ajudá-la nesse procedimento de auto-melhoramento. Para isso se valerá da
instrução direta e indireta do paciente. Veremos em outra parte do trabalho, que
existem vários procedimentos (denominados coadjuvantes), que poderão ajudar o
paciente nesse processo de libertação. Nessa parte do trabalho, porém, vamos
falar somente da instrução considerada fundamental: a orientação na sala de
entrevistas e o esclarecimento através das palestras.
Para o tratamento da maioria dos casos de obsessão, a instrução dada na sala
de entrevista não será necessária. Basta que o paciente seja submetido às
orientações vindas por meio das palestras doutrinárias (doutrinação indireta),
realizadas nas reuniões públicas da casa. Associa-se a esse trabalho orientador,
um ou dois métodos coadjuvantes e o resultado não demorará a aparecer.
É importante salientar que as reuniões de palestras públicas são as que se
revestem de maior gravidade, justamente porque encarrega-se de despertar um novo
homem cristão, sábio, bom e justo. Para maiores detalhes sobre a realização
desse trabalho, consultar o documento “Reuniões Públicas”, disponível no Grupo
Espírita Bezerra de Menezes ou na Internet.
Nos casos de obsessão grave, que envolvam processos em degeneração,
subjugação ou fascinação, será fundamental que o paciente tenha instrução
semanal na sala de entrevistas (doutrinação direta).
São situações em que a pessoa enferma está sem condições de agir pela sua
vontade ou tomar decisões a respeito de sua conduta. É nesse ponto que deverá
entrar a orientação moral da Doutrina Espírita, ministrada por pessoa
convenientemente preparada.
4-2 – Doutrinação do Espírito obsessor:
O codificador do Espiritismo, Allan Kardec, se expressa nos seguintes termos,
a respeito da necessidade de se doutrinar Espíritos obsessores:
“Nos casos de obsessão grave… Faz-se também necessário, e acima de tudo,
agir sobre o ser inteligente, com o qual se deve falar com autoridade, sendo que
essa autoridade só é dada pela superioridade moral. Quanto maior for essa, tanto
maior será a autoridade. E ainda não é tudo, pois para assegurar a libertação, é
preciso convencer o Espírito perverso a renunciar aos seus maus intentos;
despertar-lhe o arrependimento e o desejo do bem, através de instruções
habilmente dirigidas com a ajuda de evocações particulares, feitas no interesse
de sua educação moral” – (Capítulo 28:81).
Está claro que não se pode extinguir as obsessões graves se não houver um
trabalho feito junto do Espírito obsessor, para convencê-lo a deixar de
perturbar o obsediado. Isso só poderá ser feito por meio de sessões mediúnicas
realizadas exclusivamente para esse fim (o paciente nunca deve estar presente).
Através de evocações particulares, pode-se conseguir contato com o Espírito
perturbador, obter dele informações dos motivos da perseguição e instruí-lo para
que abandone seus intentos.
Todos os fatos narrados nessas comunicações mediúnicas são de caráter íntimo
e não deverão ser revelados nem para o paciente, nem para outros membros do
Centro Espírita que não façam parte da equipe que cuida dessa tarefa.
Pode-se dizer a uma pessoa que ela tem um problema espiritual e que será
ajudada pela casa espírita, sem que se tenha de tratar de detalhes com ela.
Dizer a alguém que está perturbado, que ele foi um carrasco ou um suicida numa
outra encarnação, só vai complicar sua situação mental e deixá-lo mais
desequilibrado ainda.
Ressaltamos que as condições morais elevadas do doutrinador e dos médiuns que
vão tratar das evocações e instrução de obsessores são essenciais para o sucesso
da tarefa libertadora nos procedimentos desobsessivos.
4-3 – Doutrinação da família do obsediado:
Na patologia obsessiva é muito comum se encontrar casos de obsessão que
envolva a responsabilidade familiar nas causas da enfermidade.
Algumas famílias são formadas por Espíritos que viveram juntos em encarnações
passadas e cometeram delitos graves contra alguém que, mais tarde, por guardar
ódio no coração, tornou-se um obsessor. Quando nas investigações em torno da
obsessão se suspeitar desse envolvimento, convém que a família do perturbado
seja convidada a freqüentar a casa espírita pelo menos durante o período de
tratamento. Isso poderá facilitar e apressar a obtenção de resultados
satisfatórios.
Durante esse período de estadia da família nas sessões públicas, a
Espiritualidade terá condições de inspirar bons pensamentos e resoluções junto
aos seus membros, ajudando-lhes a encontrar novos caminhos para suas vidas.
Mesmo sem ter esse tipo de envolvimento, é muito importante que a família do
assistido seja conscientizada de suas responsabilidades a fim de dar o apoio
necessário ao doente, ajudando sobremaneira na recuperação deste, se souber agir
com equilíbrio.
5.0 – Meios coadjuvantes
No tratamento da obsessão, chamamos de meios coadjuvantes as técnicas que
complementam a instrução moral básica (direta e indireta) dos Espíritos
envolvidos. São, por assim dizer, os meios mecânicos, com os quais se deve
complementar o aspecto instrutivo. Sempre que possível, esses poderosos
auxiliares deverão ser aplicados na terapêutica desobsessiva, pois se constituem
em elementos que ajudarão a recuperação do paciente.
5-1 – Fluidoterapia:
Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, fala da necessidade da
fluidoterapia no tratamento das obsessões da seguinte maneira:
“Nos casos de obsessão grave, o obsedado está como que envolvido e impregnado
por um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os
repele. É necessário livrá-lo desse fluido. Mas um mau fluido não pode ser
repelido por outro da mesma espécie. Por uma ação semelhante ao que o médium
curador exerce nos casos de doença, é preciso expulsar o fluido mau com a ajuda
de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um reagente. Essa é
a que podemos chamar de ação mecânica…” – (Capítulo 28:81).
Os grupos que se dedicam à terapia desobsessiva deverão utilizar da
fluidoterapia como um dos auxiliares no tratamento dos pacientes. Ela deverá ser
ministrada semanalmente ao enfermo, através do passe (magnetização) e da água
fluidificada, importante veículo que conduz o magnetismo humano e espiritual aos
enfermos.
Nos casos de obsessões mais graves (degeneradas), os enfermos deverão receber
magnetização, se possível, por mais de um passista. Isso será feito uma vez por
semana, nas dependências do Centro Espírita, no período que antecede a palestra
pública. Nos casos de extrema gravidade, a magnetização poderá ser feita
diariamente, com visitas à casa do paciente.
Os passistas são os instrumentos utilizados pelos Espíritos para fortalecer o
organismo perispiritual do doente, debilitado pela obsessão. A equipe deverá ter
vida moral sadia, liberta de vícios grosseiros. Vivendo de forma equilibrada,
esses companheiros estarão em condições espirituais para ajudar os sofredores,
doando-lhes seus fluidos curativos.
O passe coletivo pouco ou nada significa para a desobsessão e deve ser usado
só em casos onde, por falta de trabalhadores ou espaço, não puder ser aplicado
individualmente.
Como vimos, na obsessão a atmosfera fluídica que circunda o paciente se torna
sombria. O enfermo tem dificuldades para elevar seus pensamentos que jazem sob a
opressão do baixo magnetismo, vindo das ligações psíquicas com o obsessor.
É preciso ajudá-lo a sair dessa situação e a fluidoterapia é um poderoso
auxiliar dessa libertação.
Um grupo de passistas poderá projetar sobre a pessoa obsediada uma
significativa carga de fluidos magneticamente elevados, expulsando do seu campo
vibratório, as energias negativas.
5.2 – Leitura de livros espíritas:
Quando a situação psicológica do paciente for favorável será importante
aconselhá-lo a ler alguns textos espíritas. No entanto, é preciso ter o cuidado
de não sobrecarregar de leituras a mente enferma. Alguns enfermos obsidiados
ficam com seu psiquismo confuso. No desespero, tendem a ler livros doutrinários
dia e noite, favorecendo a obsessão e o desequilíbrio.
Na desobsessão, podemos aconselhar uma leitura diária leve, durante 20 ou 30
minutos. Os livros recomendados são os que trazem mensagens leves. O Evangelho
Segundo o Espiritismo, Jesus no Lar (psicografia de Francisco Cândido Xavier) e
outros do gênero poderão ser utilizados. Não se deve aconselhar que o enfermo
estude O Livro dos Espíritos, A Gênese, O Livro dos Médiuns ou qualquer outro
que exija um raciocínio mais profundo.
5.3 – Mensagens doutrinárias:
Pequenas mensagens espíritas, mediúnicas ou não, devem ser distribuídas ao
povo e aos enfermos portadores de obsessão, nas reuniões públicas. Além de
esclarecer pequenas dúvidas, elas também constituem-se em forte elemento de
sustentação emocional para a recuperação da normalidade psíquica dos
perturbados.
As mensagens mais comuns são as psicografadas por Francisco Cândido Xavier e
Divaldo Pereira Franco.
5.4 – Prece:
A equipe responsável pelas entrevistas, deverá instruir o obsediado a orar
todos os dias para facilitar sua libertação. A prece eleva o Espírito, liberta-o
momentaneamente e o coloca em contato com as fontes energéticas do Bem. Alguns
enfermos, por causa de sua doença obsessiva, não conseguem orar. Nesses casos,
um outro membro da sua família poderá ajudá-lo, orando ao seu lado e, se
necessário, em voz alta. Caso o paciente esteja em condições psíquicas para
fazer a prece, ele será instruído a realizá-la, não só de coração, mas também
proferindo o tradicional “Pai Nosso”, que se reveste de importância especial
para o tratamento das perturbações espirituais (ver documento doutrinário “A
importância do Pai Nosso”, disponível na Internet).
“Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar da ação
contra o Espírito obsessor” – (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo,
28:81).
5-5 – Trabalho no Bem:
Quando as condições psicológicas forem satisfatórias, deve-se orientar o
paciente para que ocupe seu tempo com alguma atividade material. Os pacientes
com obsessão costumam apresentar uma espécie de inércia psíquica. O enfermo
carrega consigo uma tendência a afastar-se do trabalho e das relações com o
mundo exterior. Seu mundo mental tende a fechar-se em si mesmo. A desobsessão
precisa abrir este caminho e exteriorizar o mundo mental do paciente, trazendo-o
novamente para a vida. O Espírito tem como um dos seus atributos ser útil. O
trabalho é para ele uma normalidade. Só deixa de sê-lo quando ele está enfermo.
A ocupação é, pois, um remédio capaz de contribuir para a melhoria ou cura de
muitas enfermidades mentais, inclusive a obsessão.
5.6 – Cuidados médicos:
As obsessões graves podem levar alguns pacientes a um estado grave de
desequilíbrio psíquico. Há casos crônicos em que a influência obsessiva atinge o
organismo físico provocando enfermidades. Isso ocorre por causa do
enfraquecimento fluídico do perispírito, fato comum nas obsessões. Quando um
paciente obsediado é trazido ao Centro Espírita para tratamento, uma das
primeiras perguntas que se deve fazer a ele ou à sua família é se já fez
consulta médica. Caso ele já estiver medicado pela medicina terrena, o dirigente
ou entrevistador não deverá suspender nenhuma medicação.
Importante – Só o médico poderá suspender o uso dos remédios. Com
resultados satisfatórios no tratamento de desobsessão, o paciente começará a
depender menos da medicação sedativa que utiliza. O entrevistador, quando
perceber isso, poderá encaminhar o enfermo para uma avaliação junto do
profissional competente. Se o médico achar conveniente, verificando suas
condições psíquicas e emocionais, poderá suspender ou diminuir a dose da
medicação utilizada. A responsabilidade pela suspensão ou alteração
medicamentosa será inteiramente do profissional que é devidamente habilitado
para isso.
Nota – Durante a entrevista, se o paciente informar que teve crises de
ausência, desmaios ou dores de cabeça repentinas, deve-se ter o cuidado de
averiguar se ele está em tratamento médico convencional. Caso isso não tenha
sido feito, a equipe de atendentes cuidará do paciente, mas solicitará que
consulte um profissional especializado. Tem-se que levar em consideração que
existem anormalidades do cérebro físico, que são capazes de produzir sintomas
emocionais e psíquicos, semelhantes à obsessão.
Conclusão
No trabalho que apresentamos, relembramos alguns conceitos doutrinários
conhecidos e falamos da necessidade de se lidar com a obsessão de maneira
racional, valendo-se de técnicas para se conseguir resultados satisfatórios no
seu tratamento. Esperamos que esses escritos tenham contribuído para edificar o
conhecimento dos que lidam com a problemática obsessiva nas casas espíritas.
Todo esse processo de atendimento, de investigação e tratamento das obsessões
pode e deve ser organizado de maneira prática e objetiva. O Grupo Espírita
Bezerra de Menezes já fez essa organização e tem um estudo à disposição dos
interessados, mostrando detalhes de todas essas fases do tratamento das
perturbações espirituais. Esse trabalho doutrinário está à disposição das
sociedades espíritas, assim como, os dirigentes que quiserem, poderão verificar
“in loco” seu funcionamento.