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Educação e Desenvolvimento da Mediunidade – I

Educação e Desenvolvimento da Mediunidade – I

A GÊNESE. 1ª edição em Paris, França, em janeiro de 1868, sob o título “La Gènese,
Lês Miracles et les Préditions Selon le Spiritisme”.

Os conteúdos das obras básicas, em resumo, expõem e consolidam os princípios
e os elementos constitutivos da Doutrina Espírita, em sua totalidade, segundo o
ensino dos Espíritos, a sistematização e a codificação desses ensinos, por Allan
Kardec.

Assim, o primeiro dos cinco livros que integram a referida codificação, O Livro
dos Espíritos, trata dos seguintes assuntos:

“Princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos
Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida
futura e o porvir da humanidade (…)”, abordados esses princípios em quatro partes,
saber:

PARTE PRIMEIRA : Das causas primárias. Com quatro capítulos: De Deus; dos elementos
gerais do Universo; da criação; do princípio vital.

PARTE SEGUNDA: Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos. Com onze capítulos:
Dos espíritos; da encarnação dos espíritos; da volta do Espírito extinta a vida
corpórea, à vida espiritual; da pluralidade das existências; considerações sobre
a pluralidade das existências; da vida espírita; da volta do Espírito à vida corporal;
da emancipação da alma; da intervenção dos Espíritos no mundo corporal; das ocupações
e missões dos Espíritos; dos três reinos.

PARTE TERCEIRA: Das leis morais. Com doze capítulos: Da lei divina ou natural;
da lei de adoração; da lei do trabalho; da lei de reprodução; da lei de conservação;
da lei de destruição; da lei de sociedade; da lei do progresso; da lei de igualdade;
da lei de liberdade; da lei de justiça; da lei de amor e de caridade; da perfeição
moral.

PARTE QUARTA: Das esperanças e consolações. Com dois capítulos: Das penas e gozos
terrenos; das penas e gozos futuros.

O segundo livro, por ordem cronológica de lançamento, O Livro dos Médiuns, no
seu frontispício, apresenta o subtítulo: “Guia dos médiuns e dos evocadores” e resume
o seu conteúdo assim:

“Ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações,
os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade,
as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo,
constituindo o seguimento de O Livro dos Espíritos”.

PARTE PRIMEIRA: Noções preliminares. Com quatro capítulos: Há Espíritos? Do maravilhoso
e do sobrenatural; do método; dos sistemas.

PARTE SEGUNDA: Das manifestações espíritas. Com trinta e dois capítulos: da ação
dos Espíritos sobre a matéria; das manifestações físicas; das mesas girantes; das
manifestações inteligentes; da teoria das manifestações físicas; das manifestações
físicas espontâneas; das manifestações visuais; da bicorporeidade e da transfiguração;
do laboratório do mundo invisível; dos lugares assombrados; da natureza das comunicações;
da sematologia e da tiptologia; da pneumatografia ou escrita direta e da pneumatofonia;
da psicografia; dos médiuns; dos médiuns escreventes ou psicógrafos; dos médiuns
especiais; da formação dos médiuns; dos inconvenientes e dos perigos da mediunidade;
do papel dos médiuns nas comunicações espíritas; da influência do médium; da influência
do meio; da mediunidade nos animais; da obsessão; da identidade dos espíritos; das
evocações; das perguntas que se podem fazer aos espíritos; das contradições e das
mistificações; do charlatanismo e do embuste; das reuniões e das sociedades; regulamento
da sociedade parisiense de estudos espíritas; dissertações espíritas; vocabulário
espírita.

O terceiro livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo, tem, em sua folha de rosto,
a síntese do seu conteúdo, que é:

“A explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo
e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida”.

O seu estudo se desdobra em uma introdução e vinte e seis capítulos, assim enunciados:
Não vim destruir a lei; meu reino não é deste mundo; há muitas moradas na casa de
meu Pai; ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo; bem-aventurados
os aflitos; o Cristo Consolador; bem-aventurados os pobres de espírito; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são misericordiosos;
amar ao próximo como a si mesmo; amai os vossos inimigos; não saiba a vossa mão
esquerda o que dê a vossa mão direita; honrai a vosso pai e a vossa mãe; fora da
Caridade não há salvação; não se pode servir a Deus e a mamon; sede perfeitos; muitos
os chamados, poucos os escolhidos; a fé transporta montanhas; os trabalhadores da
última hora; haverá falsos cristos e falsos profetas; não separeis o que Deus juntou;
estranha moral; não ponhais a candeia debaixo do alqueire; buscai e achareis; daí
gratuitamente o que gratuitamente recebestes; pedi e obtereis; coletânea de preces
espíritas.

O céu e o inferno é o quarto livro do Pentateuco Kardeciano; tem como subtítulo
“ A justiça Divina segundo o Espiritismo”. Contém, segundo o resumo constante em
sua folha de rosto, o: “exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal
à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e
os demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação
real da alma durante e depois da morte’.

PARTE PRIMEIRA: Com onze capítulos: o porvir e o nada; temor da morte; o céu
e o inferno; o purgatório; doutrina das penas eternas; as penas futuras segundo
o espiritismo; os anjos ; os demônios; intervenção dos demônios nas modernas manifestações;
da proibição de evocar os mortos.

PARTE SEGUNDA. Exemplos: Com oito capítulos: o passamento; espíritos felizes;
espíritos em condições medianas; espíritos sofredores; suicidas; criminosos arrependidos;
espíritos endurecidos; expiações terrestres.

O quinto e último livro tem no respectivo frontispício o título completo – “Gênese,
os milagres e as predições segundo o espiritismo” e mais este resumo:

“A Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos”.

A ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da natureza.

Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não
pela ab-rogação delas.

Para Deus, o passado e o futuro são o presente’.

Esta obra se divide nas seguintes partes: introdução. A gênese, com doze capítulos,
a saber: caráter da revelação espírita; Deus; o bem e o mal; papel da ciência na
gênese; antigos e modernos sistemas do mundo; uranografia geral; esboço geológico
da Terra; teorias sobre a formação da Terra; revoluções do globo; gênese orgânica;
gênese espiritual e mosaica. Os milagres, com três capítulos, a saber: caracteres
dos milagres; os fluidos; os milagres no Evangelho. As predições, também com três
capítulos: teoria da presciência: predições do Evangelho; os tempos são chegados.

Respeitando os abalizados estudiosos do Pensamento Espírita somos de parecer
que deve ser incluída como Obra Básica o “O Que É o Espiritismo?”.

X – TRÍPLICE ASPECTO DA DOUTRINA ESPÍRITA

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.
Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os
Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam
dessas mesmas relações”.

Podemos defini-lo assim:

O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos,
bem como de suas relações com o mundo corporal.”Em vista disto, constituindo a Doutrina
Espírita um sistema de princípios filosóficos e éticos, de comprovação científica,
apresenta três notórios aspectos: os filosóficos, o científico e o religioso”.

“… Quando o homem pergunta, interroga, cogita, quer saber o” como e o “porque”
das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que são
as coisas e porque são as coisas. (…) “.

O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo, que faz, do homem,
sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Esse estudo
leva ao conhecimento do mecanismo das relações dos homens, que vivem na Terra, com
aqueles que já se despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo as
bases desse permanente relacionamento, e tudo comanda inteligentemente – Deus.

Definindo as responsabilidades do espírito – quando encarnado (Alma) e também
quando desencarnado, o Espiritismo é Filosofia, uma regra moral de vida e comportamento
para os seres da Criação, dotados de sentimento, razão e consciência.(…).

O Espiritismo não se constitui de uma religião a mais, visto que não tem
culto instituído, nem igrejas, nem imagens, nem rituais, nem dogmas, mitos ou
crendices, nem tão pouco hierarquia sacerdotal. Podemos, porém considerá-lo em seu aspecto
religioso, quando estabelece um laço moral entre os homens, conduzindo-os em direção
ao Criador, através da vivência dos ensinamentos do Cristo. É no seu aspecto religioso
que “(…) repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho
de Jesus, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu
imenso futuro espiritual. (…)”

“(…) Espiritismo passa de Filosofia à Ciência, quando confirma, pela experimentação,
os conhecimentos filosóficos, que prega e dissemina. (…)”.

“Como filosofia, trata do conhecimento frente à razão, indaga dos princípios,
das causas, perscruta o Espírito, enfim, interpreta os fenômenos; como ciência,
prova-os”.

Os fatos ou fenômenos espíritas, isto é, produzidos por espíritos desencarnados,
são substância mesma da ciência Espírita e seu objeto é o estudo e o conhecimento
desses fenômenos, para a fixação das leis que os regem. (…)”.

“(…) No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo
nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual,
que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. (…)”.

No aspecto filosófico do Espiritismo, enquadra-se o estudo dos problemas da
origem e da destinação do homem, bem como o da existência de uma inteligência suprema,
causa primária de todas as coisas.

No aspecto científico, demonstra experimentalmente a existência da alma e sua
imortalidade, principalmente através do intercâmbio mediúnico entre os encarnados
e os desencarnados.

O Espiritismo não se constitui uma religião a mais, visto que não tem culto….Sim
A RELIGIÃO.

O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas
irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as relações com o
mundo corpóreo, (…)”. “(…) É ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma
doutrina filosófica (…), compreendendo “todas as conseqüências morais que dimanam
dessas mesmas relações”.

Através dos ensinamentos espíritas pode-se fazer uma diferença entre Religião,
propriamente dita, e religiões no sentido de seitas humanas. “Religião, para todos
os homens, deveria compreender-se como sentimento divino que clarifica o caminho
das almas e que cada espírito aprenderá na pauta do seu nível evolutivo. Neste sentido,
a Religião é sempre a face augusta e soberana da Verdade; porém, na inquietação
que lhes caracteriza a existência na Terra, os homens se dividiram em numerosas
religiões como se a fé também pudesse ter fronteira (…)”.

“(…) A Religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões
são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios; dignas de
todo o acatamento pelo sopro e inspiração superior que as faz surgir, são como gotas
de orvalho celeste, misturados com os elementos da Terra em que caíram. (…)”.