Riqueza de Detalhes
Clareza do conhecimento espírita empolga
Da sempre fecunda fonte de informações que é a Revista Espírita, fundada
por Allan Kardec e publicada sob sua responsabilidade até a sua desencarnação, transcrevemos
parcialmente da edição de novembro de 1864, edição Edicel, trechos do artigo “O
Espiritismo é uma Ciência Positiva” (trata-se de alocução de Allan Kardec aos espíritas
de Bruxelas e Antuérpia, em 1864). Sem demora, colocamos à disposição dos leitores:
a) O Espiritismo tem sua fonte nos fatos da natureza mesma, em fatos positivos,
que se produzem aos nossos olhos e a cada instante, mas cuja origem não se suspeitava.
É, pois, o resultado da observação, numa palavra, uma ciência: a ciência das relações
entre os mundos visível e invisível; ciência ainda imperfeita, mas que diariamente
se completa por novos estudos e que, tende certeza, tomará posição ao lado das ciências
positivas. Digo positivas, porque toda ciência que repousa sobre fatos é uma ciência
positiva, e não puramente especulativa.
b) Por sua vez, o Espiritismo vem mostrar uma nova lei, uma nova força
da natureza: a que reside na ação do Espírito sobre a matéria, lei tão universal
quanto a da gravitação e da eletricidade, contudo ainda desconhecida e negada por
certas pessoas, como o foram todas as outras leis no momento de sua descoberta.
c) Como força e como lei da natureza, a ação do elemento espiritual abre,
assim, novos horizontes à ciência, dando-lhe a chave de uma porção de problemas
incompreendidos.
d) Demonstrando a ação do elemento espiritual sobre o mundo material, alarga
o domínio da ciência e, por isto mesmo, abre uma nova via ao progresso material.
Notem os leitores que não entramos no campo moral, mas se a descoberta
de leis puramente materiais produziu no mundo revoluções materiais, a do elemento
espiritual nele prepara uma revolução moral, porque muda totalmente o curso das
idéias e das crenças mais arraigadas (…) e dá ao homem a força moral, a coragem
e a resignação, porque não mais trabalha apenas pelo presente, mas pelo futuro (…)(reflexões
de Allan Kardec).
Podemos concluir com essas reflexões que:
1) O progresso que esta geração está assistindo é algo perfeitamente natural
e esperado, seja por força das circunstâncias e por ação do espírito, esteja ele
encarnado ou desencarnado, que, agindo com seus conhecimentos e progresso adquiridos,
modifica as situações para o melhor, para o progresso. Não há como impedir o progresso;
2) Todo esse progresso é fruto da observação, das experiências anteriores, mostrando-se
aí toda a etapa evolutiva até aqui alcançada;
3) E não se trata também, este progresso, da ação do espírito sobre a matéria?
E daí não temos a origem ou a chave de muitos problemas que melhorem a vida humana?
4) E, verdadeiramente, todas essas descobertas (como a própria palavra diz) não
estavam aí para serem apenas desenvolvidas pela inteligência humana, que precisou
percorrer caminhos e etapas para chegar onde chegou, vislumbrando inúmeras outras
conquistas para o futuro?
Sugerimos a releitura dos itens transcritos acima. Notaremos que todo este progresso
material abrirá caminhos para o entendimento da questão espiritual do ser humano,
como já aberto pela Doutrina Espírita.
Artigo publicado originariamente no jornal O Clarim, de dezembro de 2003.