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Presença da Mulher

Presença da Mulher

 

Recente leitura do livro RESSURREIÇÃO E VIDA (Yvonne A. Pereira, por Tolstoi,
ed. FEB – pág. 101 – 10.ª edição), colocou-me aos olhos belíssima página referente
à decisiva influência da mulher na vida de um homem.

O autor espiritual foi muito feliz em seu texto, que transcrevo parcialmente
ao leitor:

“(…) Uma mulher faz falta, e falta desesperadora, na existência de um homem.
(…) Seja ela a mãe, a irmã, a esposa, a amante ou a simples criada, há horas na
vida de um homem em que a mulher é tão necessária ao seu trato que ele se desorienta
e amarga tristeza lhe penetra o coração, desanimando-o, se não a vê servindo-o nas
suas mil necessidades cotidianas. Quando contamos apenas vinte ou trinta anos de
idade e vivemos ainda ao lado de nossa mãe e irmãs, amparados por seus múltiplos
desvelos, não sabemos dar à mulher o seu devido valor. Quando possuímos um lar e
temos a esposa como esteio das nossas fraquezas, lenitivo das nossas preocupações
e companhia fiel do nosso repouso, também não saberemos reconhecer o tesouro que
sua presença representa na existência, onde lutas diárias se multiplicam ao nosso
redor.

Possuídos do tradicional egoísmo, que torna o homem feroz, acreditamos que assim
mesmo é que deve ser, que merecemos tudo isso porque temos direito a tudo, e que
elas, as mulheres não cumprem senão um restrito dever, qualquer que seja a sua condição
no lar, aturando as nossas impertinências e ingratidões e nos adorando humildemente
(…), não obstante o mau trato que recebe. Sondai, porém, o coração do homem que,
por qualquer circunstância, vive só, desacompanhado dessa vigilância enternecida
e passiva que sua mãe, sua esposa ou sua amante lhe concedem. Indagai dos sentimentos
de um homem enfermo, que não encontra ao seu redor a mão suave e branca que lhe
ajeite as cobertas no inverno, que lhe sirva e adoce o chá, como se o fizesse a
uma criança, ou lhe alise os cabelos com ternura, tentando adormecê-lo. E, então,
compreendereis que ele se sentirá o maior dos desgraçados, embora não o confesse
jamais, porque o homem é orgulhoso sempre e não confessa que necessita do auxílio
da mulher para sentir feliz.”

A idéia de trazer o presente texto, adaptado em artigo, surgiu em virtude de
comentário (emocionando-se com a citação) que companheira espírita fez sobre homenagem
que prestei à querida esposa em meu primeiro livro CAUSA E CASA ESPÍRITAS, citando-a
como companheira de todas as horas, verdadeiro anjo em meu caminho. Ocorre que esta
realidade nem sempre é percebida pelos homens, inclusive pelos espíritas. Por extensão
da família no lar, observe-se a dedicação e serviços prestados pela mulher no Centro
Espírita. A maioria dos trabalhadores e frequentadores dos Centros Espíritas são
mulheres ! E trabalham, juntam-se aos homens para manter as Casas e suas atividades
em dinâmica constante de estudo, divulgação e assistência aos necessitados, trazendo
com sua ternura o verdadeiro sentido da fraternidade que os homens tanta dificuldade
encontram para viver.

Presença marcante, a da mulher, que maridos e dirigentes espíritas precisam considerar
e respeitar …

(Jornal Verdade e Luz Nº 167 Dezembro de 1999)