Curioso diálogo
“– Meu caro Eustáquio! (…), você já sabe que a sua última vivência no planeta
trouxe-lhe profundos débitos, que precisam ser reparados. (…) Agora, precisamos
saber se, por livre-arbítrio seu, você está preparado a reconhecer seus graves erros
do passado e entender que o melhor caminho para resgatá-los é o imediato retorno
à Crosta.
– E seu eu aceitar, em que condições voltarei?
– Enfrentará uma vida simples, com alguma privação material para que possa
redimir-se de tantos desvios praticados na sua anterior opulência.
– Como? Então eu haverei de retornar pobre e miserável?
– Não há motivo para tanto asco, meu filho! A pobreza material muitas vezes
significa a chave para a riqueza do espírito. Lembre-se que a maioria de seus erros
provém da sua privilegiada casta social, quando esteve reencarnado em França. Se
você voltasse na mesma condição, a trajetória estaria prematuramente perdida. O
seu programa indica que uma alteração no local de seu nascimento e na sua situação
financeira será providencial. (…)
– Apenas não compreendo porque devo retornar…
– A idéia de seu retorno ao plano material não é nossa, meu filho! Faz parte
das leis de Deus e consagra a universal lei de ação e reação. Você deve retornar
a fim de reparar tantos erros que anteriormente cometeu. (…)”
O curioso diálogo, acima transcrito, está no capítulo VIII – em transcrição parcial,
obviamente – do livro Eustáquio – Quinze séculos de uma trajetória, ditado
pelo Espírito Cairbar Schutel na psicografia do médium Abel Glaser, em edição da
Casa Editora O Clarim, de Matão.
O livro aborda a trajetória – como o próprio título indica – de um espírito em
suas experiências reencarnatórias. A transcrição acima apresenta apenas um pequeno
lance do período das diversas existências e refere-se a um encontro para análise
dos erros, acertos, análises e planejamentos, ocorrido no intervalo entre uma das
encarnações, entre o protagonista principal da obra e seu orientador espiritual.
Ocorre que nosso personagem envolveu-se em inúmeros desvios comportamentais de
desrespeito à dignidade humana; provocou e efetuou violências e principalmente deixou-se
equivocar pela ilusão das riquezas materiais e do poder, tornando-se tirano poderoso
e cruel. Tais ações geraram conseqüências, pois que foram em prejuízo próprio e
de terceiros. A vida e a própria consciência do autor sempre exigem reparação de
tais feitos.
Assim é a reencarnação. Ela é o mecanismo de evolução dos filhos de Deus. Com
ela, sob o véu do esquecimento – para não agravar nossas angústias – podemos também
reparar os males que causamos a nós mesmos – pelos equívocos praticados – e a outras
pessoas.
É uma Lei sábia. Promove a felicidade de todos às custas do próprio esforço,
o que gera méritos, proporciona amadurecimento e experiência. E é por ela que passamos
entender as gritantes diferenças humanas, os extremos que vigem em nosso mundo.
Eis, pois, uma boa opção para sua leitura: o livro citado.