No meu tempo de criança, esperávamos com ansiedade a semana do dia 25 de
dezembro, com o fim de percorrer, em nossa cidadezinha, os presépios
representativos do Natal e ler os belíssimos ensinamentos evangélicos escritos
em seus frontispícios, os quais chamavam a atenção do público para a grande
data: “NASCIMENTO DO MENINO JESUS”, e as mãezinhas se interessavam em informar a
seus filhos o significado de tal acontecimento. Alguns lares, naquela data,
realizavam, à noite, o Culto do Evangelho com comentários a respeito.
Nos presépios havia orações e todos os transeuntes eram convidados a ouvirem
as explanações evangélicas.
Belíssimos tempos…
E hoje, o que vemos? Desapareceram aquelas singelas homenagens que eram
prestadas ao Menino Jesus, e só se fala em Papai Noel, o distribuidor de
presentes.
A maioria das crianças atualmente nada sabe a respeito de Jesus, mas são
profundas conhecedoras de Papai Noel, representado por um velhinho de barbas
brancas e vestuário vermelho para chamar mais a atenção. Vindo de onde? E, ainda
para materializarem a comemoração da data, os adultos preparam lautas mesas de
comes e bebes, como se estivessem cumprindo a mais sagrada tradição cristã.
Festejam o quê?
As famílias vão aos templos religiosos para comungarem, por algum tempo, com
o sentimento da fraternidade espiritual? Não! Mas acorrem, horas e horas, às
casas comerciais, com suas crianças, na escolha de brinquedos que, dizem, Papai
Noel vai lhes dar.
Poucas famílias se lembram de realizar reuniões em seus lares, ensinando aos
filhos menores que o Natal é, em realidade, a comemoração da chegada de Jesus à
Terra, que veio para nos trazer o ensinamento da fraternidade universal e,
conseqüentemente, a implantação da paz entre os homens, e, em conjunto, elevarem
uma prece em louvor e gratidão a Ele, o grande aniversariante.
Meditemos sobre isso e quem sabe consigamos vivenciar em nosso lar o real
espírito natalino, neste fim de ano, tão cheio de acontecimentos dolorosos.
(Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1998)