Inspiração Bíblica
A Igreja Católica deixou de ser bibliólatra. Mas muitos teólogos ainda continuam
enrolando o povo sobre certas questões bíblicas. E isso é para fazer média com os
evangélicos que, na sua maioria, ainda pensam como a Igreja do século 19, quando
surgiu a Codificação do Espiritismo. E o que a Igreja diz hoje sobre a Bíblia, Kardec
já o tinha dito. E falta pouco para ela os evangélicos chegarem lá! Lutero tirou da Bíblia 7 livros. Quem garante que essa parte da Bíblia tirada por ele não é a palavra de Deus, embora a Igreja diga que é? Os dois estão errados.
A Bíblia está impregnada de anjos ou espíritos humanos evoluídos. Assim pensam muitos
biblistas do Primeiro Mundo e os biblistas espíritas. Os espíritos (anjos) bíblicos,
por serem evoluídos, são
Espíritos Santos. E são eles que inspiravam os autores bíblicos a mandado de Deus,
e até se materializavam para eles. Mas não eram infalíveis, como não o são os teólogos
intérpretes da Bíblia. E o médium Moisés disse tamanhas besteiras, que jamais poderiam
ser atribuídas a Deus. Referindo-se a Deus, ele afirmou: “Falava o Senhor a Moisés
face a face” (Êxodo 33,11). Mas se contradiz: “Não me poderás ver a face, porquanto
homem nenhum verá minha face, e viverá” (Êxodo 33,20). Trata-se de espíritos humanos
diferentes e falíveis ou até enganadores, que Moisés pensou que fossem o próprio
Javé! ” Examinai os espíritos, para saberdes se vêm de Deus ou das trevas” (1 Jo
4,1).
E veja-se, em síntese, este episódio: Mortos todos os homens midianitas, o Senhor
ordena a Moisés que matasse também todos os meninos, toda mulher que não fosse mais
virgem, mas que fossem poupadas as jovens ainda virgens para uso dos seus soldados
(Números 31, 17 e 18). Você, prezado leitor, aceita que foi Deus mesmo esse espírito
que falou com
Moisés? Como, pois, não concordar com o Espiritismo e com Jesus, que disse que ninguém
jamais viu a Deus? (Jo 1,18).
Realmente são espíritos (anjos) que se manifestaram na Bíblia. E como afirmar
que foi “o” Espírito Santo que inspirou os hagiógrafos bíblicos, se Ele e a Santíssima
Trindade só foram criados pelos teólogos, a partir do Concílio de Constantinopla
em 381? E recorde-se que “o” Espírito Santo no original bíblico grego é sempre “um”
Espírito Santo.
Até quando os teólogos pensarão que poderão manter o povo como sendo um rebanho,
não figurado, mas de fato, quadrúpede?
José Reis Chaves escreve neste espaço às terças-feiras.