Sinais dos Tempos
Quando, portanto, virdes a abominação da desolação, de que fala o profeta
Daniel, instalada no lugar santo, então, os que estiverem na Judéia fujam para
as montanhas, aquele que estiver no terraço, não desça para apanhar as coisas de
sua casa… (Mateus – Cap. 24 V 15 – 23)
Quando lemos Jesus neste trecho de Mateus observamos mais uma vez o convite
para o progresso. À primeira vista, ao pé da letra, pensamos em destruição. Deve
ser por isso que se instalou no pensamento de muitos a idéia de destruição do
planeta. Desde criança ouvimos falar a célebre frase “Mil chegará, dois mil não
passará!” Quem nunca ouviu isso? Pensando sempre em destruição. É o íntimo do
homem que se revela, imaginando Deus, o infinito amor, como um ser que agiria
destruindo. Ah!, a célebre frase de Lavoisier já nos induziu pensar melhor: “Na
Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Portanto, sem
destruições, mais sim mudanças.
Quando ouviram-se os rumores de guerra no Iraque já houve grande preocupação:
“Meu Deus, a Terceira Guerra vem aí”. Nas graças ao diálogo que os homens estão
aprendendo a conduzir a esperança da paz retornou. Pede-se a transformação moral
do homem. Jesus orientava as pessoas a subirem, ou seja, elevarem-se no
pensamento, nas atitudes, nas emoções, enfim, crescerem espiritualmente.
São chegados os tempos da renovação para o amor e a paz, eis a grande mudança
que se há de operar!
Só como lembrança, reportemo-nos uma vez mais a Kardec em “Obras Póstumas”:
“Precipitam-se com rapidez os acontecimentos, pelo que já não vos dizemos,
como outrora: “Aproximam-se os tempos”. Agora, dizemos: “Os tempos são
chegados”.
Não suponha que as nossas palavras se referem a um novo dilúvio, nem a um
cataclismo, nem a um revolvimento geral. Revoluções parciais do Globo se hão
produzido em todas as épocas e ainda se produzem, porque decorem de sua
constituição, mas não representam os sinais dos tempos.
… A Terra não será transformada por um cataclismo que aniquile de súbito
uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo
modo, sem que haja mudança na ordem natural das coisas. Tudo, pois,
exteriormente, se passará como de costume, com uma única diferença, embora
capital: a de que uma parte dos espíritos que nele encarnavam não mais
encarnarão. Em cada criança que nasça, em lugar de um espírito atrasado e
propenso ao mal, encarnará um espírito mais adiantado e propenso ao bem.
Trata-se, portanto, muito menos de uma nova geração corporal, do que de uma nova
de espíritos. Assim desapontados ficarão os que contem que a transformação
resulte de efeitos sobrenaturais e maravilhosos…”
É extenso esse trecho, mas muito esclarecedor. O amigo pode buscá-lo no livro
acima mencionado, no item A Regeneração da Humanidade.
Alegremo-nos pois, deixando pessimismos de lado, e lutando isso sim, pela
nossa reforma moral, para merecermos continuar por aqui no futuro.
Evitemos a palavra negativa, mas usemos a boca na palavra construtiva
compreendendo que nunca houve tanto amor na face da Terra. E esse amor há de
crescer, na aurora luminosa que envolve a Terra
(Jornal “O IMORTAL” de março de 1998)