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O Pedido da Mãe Que Perdeu o Filho

O Pedido da Mãe que Perdeu o Filho

A partida definitiva do ente querido machuca tanto que fez até Jesus chorar como
aconteceu quando ele, chegando a Betânia, Marta, irmã de Maria e de Lázaro, seus
amigos, lhe comunicou, em pranto de desespero, que o irmão falecera.

A morte só não dói nos anestesiados.

Os conceitos sobre ela se alinham mas não resolvem, pelo menos na primeira hora:

A morte, por mais triste e desconcertante, é sempre o toque de ressurgir;

A morte é uma longa viagem;

É transformação, segundo os desígnios insondáveis de Deus, mas sempre útil ao
fim que Ele se propõe;

Apenas a destruição do envoltório corporal, que a alma abandona, como o faz a
borboleta com a crisálida, conservando porém seu corpo fluídico ou perispírito;

Começo de outra vida mais feliz, o prelúdio de um novo progresso:

É uma lei natural e uma transformação necessária ao pro­gresso e elevação da
alma.

Ainda assim, como dói nas almas sensíveis!

Tudo isso tentamos transmi­tir, sem sucesso aparente, à mulher que nos procurou
extravasando seu infortúnio:

– Há seis anos, perdi meu único filho. Fiquei tão desesperada, que também perdi
meu marido. Sou católica, graças a Deus, por isso não fiz o pior comigo mesma. Na
verdade, não preciso me matar, porque eu também morri para o mundo, quando meu filho
morreu…

As mães são assim mesmo, no seu amor pelos filhos. É preciso compreendê-las,
mesmo parecendo inútil nossa colaboração. Oferece­mos-lhe o livro “Coragem” de Francisco
Cândido Xavier. Nele está escrito, por exemplo:

“Sejam quais forem as aflições e problemas que te agitem a estrada, confia em
Deus, amando e construindo, perdoando e amparando sempre porque Deus, acima de todas
as calamidades e de todas as lágrimas, te fará sobreviver, abençoando-te a vida
e sustentando-te o coração.”

Foi há um ano e não mais nos vimos. Na semana passada, contudo, encontramos na
portaria do prédio onde trabalhamos uma carta sua, onde ela nos pede:

“Ali­viou-me muito uma mensagem que ganhei de um senhor de cabelos brancos, cujo
nome não sei, que a distribuía, domingo, no Cemitério Jardim das Palmeiras, onde
me encontrava, como de costume, chorando no túmulo do meu filho. Suas frases foram
bálsamo para minha dor, por isso gostaria de reparti-la com outras pessoas na mesma
situação que eu. Faça a caridade de publicá-la, para o bem de tantos sofredores
atrás de remédio para suas saudades.” É assim a solicitada mensagem de lógica e
do consolo:

“Esta carta não quer conver­ter você a nenhuma religião. É que, ao visitar um
cemitério, sei o que você procura.

É verdade, existe um vazio dentro do seu coração, deixado pela pessoa querida
que foi embora. A lembrança do rosto imóvel, do caixão, do velório, do enterro,
eu sei, são recorda­ções doloridas. As lágrimas que caem pelo seu rosto são as testemunhas
dessa dor que parece impossível curar.

Pode ter certeza: a pessoa que você pensa que está morta na verdade está viva.
Viva e sabendo o que acontece. Ela, inclusive, deve estar agora desejando que você
esteja preparado, sabendo como é a vida depois da morte, para que, quando chegar
a sua hora, você também seja feliz.

Sim, porque é preciso viver bem, para morrer bem. Não importa que religião você
tenha.

A vida não termina com a morte, mas é transformada por ela. Eles, os nossos mortos,
estão vivos. Morrer é só sair do corpo, é mudar de plano, como alguém que se transferisse
de uma cidade para outra, sem que isso altere a pessoa em si.

Depois que se morre, vive-se com um novo corpo: o corpo espiritual, feito de
uma espécie de energia que obedece ao comando do pensamento. Por isso, no mundo
dos espíri­tos, somos o que pensamos. Quem é equilibrado aqui, será equilibrado
lá.

E daqui, do mundo físico, através do pensamento, nos comunicamos com as pessoas
queridas que partiram antes de nós. Todo pensamento de an­gústia, de tristeza, pode
atingi-las, causando mais tristeza, mais aflição. Mas, também, tudo o que pensarmos
e fizermos de bom, em nome delas, as tornará felizes.

Portanto, nessa visita ao cemitério, pense positivo. Envie pensamento de paz,
de amor, de alegria, para o seu ente querido. Ajude aos outros em nome dele. Reze,
de acordo com a sua religião, pedindo a Deus em favor dessa pessoa pois, pelo pensamento,
ela estará recebendo as nossas energias espirituais positivas.

Por fim, viva mantendo a consciência tranqüila. Nunca prejudique a ninguém e
faça aos outros o bem que puder, mesmo que lhe custe sacrifício. Porque vivendo
assim você também será feliz, quando deixar o seu corpo de carne, para se encontrar
com as pes­soas queridas que partiram antes de você.”