Educar as Crianças Para Não Ser Necessário Repreender os Homens
Nos dias de hoje questionamos o encaminhamento do ser humano na vida terrena….
O que está por acontecer? Como será o futuro?
Oportunamente, lembramo-nos das palavras de Dora Incontri, em um de seus ensaios:
“No mundo atribulado de transição em que vivemos, só existe uma fórmula infalível
para que a aurora do 3.° milênio surja límpida e bela no horizonte humano: a Educação”.
Estamos no 3.° milênio e temos muito trabalho pela frente. É necessário que compreendamos
nossa responsabilidade quanto à educação de nossas crianças hoje para que não repreendamos
o homem no amanhã.
Educar é desenvolver, cultivar, fazer brotar uma palavra: elevar. Educar é fazer
crescer, desabrochar toda a integridade física e espiritual.
Para isso é preciso amor e auto-educação. Amar para educar e auto-educar-se para
amar. Não é possível alguém se aperfeiçoar se não procurar cultivar em si mesmo
a obra da mudança renovando-se no Bem.
Nesse sentido o processo educativo começa antes mesmo da união dos pais. A responsabilidade
de ambos já existe desde que assumiram o compromisso de receber um Espírito, pela
bênção da reencarnação, para assim poderem auxiliá-lo em sua jornada evolutiva.
Assumindo o compromisso e consumada a união dos pais, o ambiente deverá manter-se
propício.
Após a fecundação os pais sentem que estão gerando vida e mantém-se em equilíbrio
em clima de alegres cuidados.
Nove meses – imprescindíveis à formação da matéria e preparo do Espírito para
a vida terrena – será tempo para o exercício da calma, paciência, compreensão e
amor que deverá envolvê-lo de maneira que se sinta confortável, bem-vindo e, sobretudo,
amado.
Esses meses fortalecerão os laços preexistentes e evidenciarão uma certa cumplicidade
entre pais e filho, caracterizada pela confiança.
Enfim, com o nascimento, até os sete primeiros anos apresenta-se um tempo mais
fácil para a semeadura. Durante esses primeiros anos de vida, a criança encontra-se
receptiva para as informações, além de estar aberta para possíveis modificações.
Não se pense, porém, seja fácil a execução. Há que se acompanhar a criança a
cada passo, em casa, na escola, no lazer, observando seu comportamento, estando
a par do que acontece à volta e dentro dela. Não retirá-la do mundo, mas estar com
ela nesse mundo, dialogando, explicando e solidificando princípios.
É durante esse período que atentos às suas tendências devemos trabalhá-las conforme
apareçam, no momento em que surjam.
Para isso é preciso que os pais juntos, se disponham reciprocamente, abertos
ao processo de auto-educação.
Lembrar que não devemos nos preocupar com a quantidade das informações e sim
com a qualidade das propostas.
Não se trata de um processo unilateral – do adulto para a criança – e sim de
um processo integral que funciona dos dois lados: de adultos para crianças e de
crianças para adultos. Nisso implica a auto-educação, pois é importante vivenciar
e exemplificar para educar: um depende do outro e ambos crescem.
Assim, saímos vitoriosos por nos amarmos e crescermos praticando o bem, por conseqüência,
termos um mundo melhor.
Certamente, quando pais e filhos, se engajarem nas propostas renovadoras do Amor,
quando o lar realmente significar, pela contribuição de cada um, em recanto de reabastecimento
moral, paz, fraternidade, união e respeito, o mundo terá menos necessidade de se
deter em procurar meios para punir.
(Jornal Verdade e Luz Nº 191 de Dezembro de 2001)