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Na Casa de Meu Pai…

Na Casa de Meu Pai…

Ir e vir livremente são direitos do ser humano.

Todos estamos sempre indo e voltando; do trabalho para a casa, da casa para a
escola e desta de volta para casa. Passeios, visitas, pequenas atividades,
reuniões sociais e depois… voltamos para casa.

Poucas vezes, nos apercebemos disso: a importância de um ponto de partida,
uma referência, um abrigo para voltarmos sempre que transitamos de um lugar a
outro. Só, ou em grupo, ou família, a certeza de termos um espaço reservado e
seguro nos aguardando, inconscientemente, nos tranqüiliza. Muitas pessoas sentem
tão forte essa necessidade que passam quase toda a vida na busca infatigável
desse local onde possam sentir-se em “sua casa”.

Muito natural e justa essa necessidade do ser humano e, aplaudimos ainda,
todo movimento, dentro da lei e da ordem, que busque condições para que todos
tenham o direito à moradia.

Todos temos o direito de viver condignamente, direito esse, não apenas
indicado pelas leis da nossa sociedade mas, principalmente, pelas Leis Divinas.
Diferentemente das leis humanas, que por vezes não se fazem cumprir, as Divinas
não se tardam e nem se desviam das suas diretrizes.

Dissemos que ir e vir são direitos do ser humano e, se pensarmos um pouco
mais alto, poderemos entender que também é um direito do espírito. A Lei da
reencarnação nos ensina que partimos por diversas vezes e a esta moradia
voltamos sempre, embora se ampliarmos ainda mais nossa visão, podemos captar a
infinidade de mundos que o Divino nos oferta na eternidade.

Enquanto preocupamo-nos excessivamente na busca de uma moradia física e
restrita nessa existência, Deus nos concede todo um planeta e o Universo, para
nossa moradia eterna.

O homem luta por restringir seu espaço com paredes e muros, enquanto Deus
lhes dá extensas planíces, formosos vales e praias, num lindo e livre Orbe.

Contestam alguns dizendo que isso é civilização. Pode ser, mas será que somos
mesmo civilizados ? Cuidamos dos mares, dos rios, das matas, da fauna e da flora
com o mesmo interesse e cuidado que dedicamos às “nossas moradias” ?

Destruímos ou deixamos destruir o nosso belo planeta ? Matamos ou deixamos
morrer seres “inferiores” que deveríamos cuidar e amparar ? Observamos ainda, em
pleno terceiro milênio, crianças morrendo por não terem com o que se alimentar ?

Refletir sobre o que é ser civilizado nos faria, com certeza, mudar nossos
comportamentos com relação a muita coisa.

Buscamos todos a felicidade e, para isso, necessitamos estar de bem conosco,
com nossos amigos e vizinhos, com nosso país e com todo o planeta. Sentir a
felicidade e a liberdade de caminhar pela vida sem nada destruir, lembrando que
o caminhar também se faz pela eternidade.

Penso que uma idéia só cria raízes quando acreditamos realmente nela.
Portanto, se não refletir seriamente nesse assunto, não passará de mais uma
leitura entusiasta sobre a Mãe Natureza e o que se deveria fazer, e não o que
vamos fazer.

Caso aceite sugestões, pense em como tem encarado sua existência neste
planeta: sente que faz parte dele ou prefere viver isoladamente ? Qual o caminho
que tem buscado para sua felicidade e quanto tempo tem dedicado em busca da
verdade ? Quem tem sido seu guia espiritual para que sinta a vida em sua
plenitude e alegria ?

Reflita sobre tudo isso com carinho e faça parte deste movimento de
conscientização da vida pois, afinal, por muitas existências ainda, faremos
parte desta mesma pousada, que é parte da grande moradia Universal.