Os Expoentes da Codificação Blaise Pascal
Relata que pediu a Deus 10 anos de saúde para poder escrever sua apologia do
Cristianismo, que o mundo viria a conhecer com o nome de “Pensées”, contudo,
confessa, Deus lhe deu quatro anos de enfermidade.
Nessa Apologia, ele apresenta Cristo não como o “Senhor morto” de tantos
cristãos, mas o Cristo vivo, sempre-vivo, aquele Cristo que segue com os homens,
todos os dias.
Amar era para ele a melhor forma de crer, a “razão do coração que a razão
ignora”. Deus é, antes de tudo o Sumo Bem, o alvo do amor, e ele afirmava não
poder crer senão num Deus que pudesse amar sinceramente. A mensagem para a
humanidade de sua época, para os melhores homens do século, foi uma mensagem de
vasta, profunda e panorâmica espiritualidade cristã. Uma espiritualidade que
brilha em todas as páginas do Evangelho, a espiritualidade do Cristo.
Tal espiritualidade transcende das suas mensagens, inseridas pelo Codificador
em O Evangelho Segundo o Espiritismo: a primeira, datada de 1860, recebida em
Genebra, que alude à verdadeira propriedade e a segunda, do ano 1862, de Sens,
da qual destacamos especialmente: “(…) Se os homens se amassem com mútuo amor,
mais bem praticada seria a caridade;(…) ” e , logo adiante, “(…)
esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o
encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino,
o joio do trigo.”
Não menos oportunas as observações em sua mensagem “Sobre os médiuns” (O
livro dos médiuns, cap. XXXI, item XIII) de excelente atualidade para os dias
que estamos vivendo, onde a mediunidde tem sido levada, muita vez, à conta de
exclusiva projeção pessoal e destaque social: “Que, dentre vós, o médium que não
se sinta com forças para perseverar no ensino espírita, se abstenha; porquanto,
não fazendo proveitosa a luz que ilumina, será menos escusável do que outro
qualquer e terá que expiar a sua cegueira.”
Sua morte se deu a 19 de agosto de 1662, aos 39 anos, sendo que os dois
últimos anos de sua vida foram de intenso sofrimento. A enfermidade que o tomou
lhe furtou qualquer possibilidade de esforços físicos e intelectuais.
Fonte: ROHDEN, Huberto. Pascal,São Paulo, 1956.
Enciclopédia Mirador Internacional, vol 16, verbete : Pascal.
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo, Rio de Janeiro, 1987.