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Corpo físico e Espírito: qual é o mais importante?

Primeiramente, cabe-nos conhecer qual seria a realidade de Deus. Nas
Escrituras Sagradas encontramos no AT: “(…) e o Espírito de Deus pairava sobre
as águas”. Já no NT temos: “Deus é espírito, e os que o adoram devem adorar em
espírito e verdade”. Como sabemos que o homem foi criado “à imagem e semelhança”
de Deus, poderemos concluir que: Deus sendo Espírito, e o homem sendo Sua imagem
e semelhança, via de conseqüência, também somos espíritos.

Assim sendo, não há nenhum sentido em querermos valorizar tanto, como o
fazemos, o nosso corpo físico em detrimento do que realmente somos, ou seja,
espíritos imortais. Chegamos a ponto de achar que é com nosso corpo que iremos
ressuscitar.

Não podemos mais sustentar tal conceito, pois na dimensão espiritual, para
onde retornaremos um dia, não existe nenhuma compatibilidade entre o físico e o
espiritual. Paulo, percebendo isso, instrui aos Coríntios: “A carne e o sangue
não podem herdar o reino de Deus, nem o que é destrutível herdar a
indestrutibilidade”, além de ter afirmado em 1 Coríntios 15, 35-46 que o que
ressuscita é o corpo espiritual, e não, o corpo da natureza (de carne, ossos e
sangue), confirmando assim o que, também, disse Jesus: “O espírito é que dá
vida; a carne de nada serve”.

Infelizmente, por não entendermos o simbolismo da criação do homem constante
da Bíblia, achando que Deus teria criado primeiro o corpo para depois lhe
colocar o “sopro de vida”, não percebemos que Jesus, na verdade, reconhecia Sua
natureza espiritual: “Pai em tuas mãos entrego meu espírito!”. Fato esse que
ainda podemos comprovar quando o Espírito de Jesus não permite a Paulo e Timóteo
seguirem para a Bitínia, conforme narrado em Atos 16, 7. Jesus também era
plenamente consciente de Sua existência, antes que o mundo fosse criado. Assim,
podemos concluir que, como espíritos, somos também criados por Deus muito antes
do nascimento do nosso corpo físico. Não podemos nos esquecer de que Jesus nos
iguala a Ele, quando diz: “Tudo o que fiz vós podeis fazer e muito mais”.

Talvez alguém diga que sempre ouviu falar que o que ressuscita é o corpo, a
carne, sobre o que há uma frase muito conhecida: “Creio na ressurreição da
carne”. Mas essa frase não é da Bíblia, mas, do credo rezado na hora da missa.
Algumas traduções modernas dizem “ressurreição dos mortos”, o que é um grande
avanço, pois deixa porta aberta para a ressurreição bíblica: do espírito, como
vimos acima. E deixemos ainda que Jesus remate esse assunto: “Os que chegarem à
ressurreição são como os anjos (espíritos) de Deus no céu” (Mateus 22, 30).

Por outro lado, se persistirmos no conceito de que Deus somente cria o
espírito no momento da concepção, estaremos condicionando o Criador à sua
criatura, visto que Deus somente poderia criar os espíritos, quando um casal
humano viesse a conceber um novo ser. É um absurdo tal propósito. Deus a
Inteligência Suprema, a causa primeira de todas as coisas ficar à mercê de um
ato do homem, para criar um espírito. Pense nisso.

Julho/2001.